sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Entrevista: Silvânia Andrade fala da experiência como juíza da Festa de São Sebastião do ano de 2012

As tradicionais festas dos santos padroeiros, a exemplo da Tradicional Festa do Glorioso Mártir São Sebastião, maior festa religiosa de Bom Jardim que ora celebramos, costumam movimentar todo um aparato estrutural que garante o esplendor e brilhantismo de suas realizações anuais.

Todos os movimentos pastorais, em comunhão com todo o povo de Deus, se mobilizam para que os festejos transcorram com a mais absoluta exatidão quando o assunto é evangelizar.

As famílias são convidadas a vivenciarem liturgicamente todo o novenário, alimentando-se do Cristo na Mesa da Palavra e da Eucaristia, como sinal de revigoramento da fé e comprometimento com o anúncio do Ressuscitado.

Em meio a isto, encontramos aqueles que também são indispensáveis na organização e realização das propostas celebrativas das grandes solenidades que costumam reunir um maior número de fiéis, os juízes da festa.

Certamente muitos já se perguntaram como acontece esta escolha e qual o seu real papel nas festividades. Para falar sobre este assunto, convidados a Srª. Maria Silvânia da Silva Andrade, ex-guardiã da Bandeira, para um bate-papo exclusivo sobre a experiência como juíza da Festa de São Sebastião do ano de 2012.


Questionada sobre os assuntos pertinentes, Silvânia Andrade não hesitou em responder a uma pergunta sobre a polêmica dos episódios de selvageria ocorridos durante os shows artísticos do dia 02 de fevereiro de 2013.

“É necessário rever as atrações artísticas, as quais deveriam ser selecionadas pela qualidade de suas músicas.” Destacou Silvânia.

Confira a entrevista com Silvânia Andrade na íntegra:

Bruno Araújo: O que te fez abraçar a difícil missão de, junto com a sua família, serem juízes da Tradicional Festa do Glorioso Mártir São Sebastião do ano de 2012?

Silvânia Andrade: O “sim” de Maria, dos profetas e principalmente o de Jesus aos planos de Deus, nos ensina a colocarmo-nos como servos; como filhos confiantes na misericórdia, no amor de Deus, e no que Ele tem a realizar em nossas vidas. Ao receber o convite para ser juíza da Bandeira da Festa do Glorioso Mártir São Sebastião, no ano de 2012, e ao dizer “sim”, sabia da grande responsabilidade que estava assumindo. Já havia sido juíza da Bandeira de São José, mas agora se tratava da maior festa em homenagem a um santo que nossa paróquia vivencia. Porém, acreditei na Providência Divina, nos planos de Deus para a minha vida. Abracei a missão de, junto a minha família, ser juíza da festa (Bandeira) para que a vontade de Deus se cumprisse em minha vida; e nem imaginava o que Deus estava reservando para mim, pois muitas graças Ele vem me concedendo, e sei que muito mais Ele fará!

Bruno Araújo: Em relação aos preparativos ao longo de todo o ano até o dia 24, dia da Procissão da Bandeira e Abertura da Festa, como ocorreram?

Silvânia Andrade: Os preparativos para o dia da procissão foram planejados com muito entusiasmo e com a ajuda do artista Léo (Lehandro Decorações), que com seu talentoso trabalho nos auxiliou. Modelo do andor, flores, lanternas, lembrancinhas, tudo combinamos juntos, e o resultado todos viram. O andor ficou belíssimo! Sem medir esforços, tudo fizemos com amor, dedicação e alegria para que naquele dia (24 de janeiro de 2012) tudo ocorresse com êxito. Alvorada, girândolas, banda de música, carro de som, tudo foi planejado para celebrarmos com júbilo a Festa de São Sebastião, honrando o Nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Santo dos santos. Deus não nos deixou nada faltar, pelo contrário, tudo deu certo. Pois o que fazemos para o Senhor, para honrar e glorificar o Seu Nome é abençoado e o Senhor, sobre nós, derrama suas bênçãos infinitas.


Bruno Araújo: Como é resguardar a Bandeira durante o período de um ano?

Silvânia Andrade: A responsabilidade de termos em nossa casa a Bandeira de São Sebastião no período de um ano foi muito grande, mas a honra e a alegria foram maiores. O sentimento é de que estávamos sendo protegidos e amparados por São Sebastião, que passou um ano em nosso seio familiar.

Bruno Araújo: Qual o legado desta ação para sua vida cristã?

Silvânia Andrade: Reavivamento, restauração, renovação, muita unção, sinais da manifestação do grande amor e misericórdia de Deus, foi o legado para a minha vida como cristã, após ter sido juíza da Festa (Bandeira) de São Sebastião, acreditando que muito mais o Senhor tem a realizar.

Bruno Araújo: O que mudou após a experiência de ser juíza?

Silvânia Andrade: Muita mudança ocorreu em minha vida após ter sido juíza da Festa de São Sebastião. Ainda durante o novenário, senti um ardente desejo de participar ativamente da Liturgia. O Senhor já estava mudando a minha história! Ao término do novenário, agradecia a Deus pelo chamado que Ele me fez durante toda a festa. Pois, por algum tempo fiquei sem frequentar à Igreja, mas de Deus nunca esqueci. Faltava um reavivamento. Nesta festa Deus agiu com Seu Santo Espírito, renovou-me, chamou-me para voltar a Sua Casa: a Igreja. Mas não meramente para “assistir” as missas, mas para participar da Igreja ativamente como sua serva, pois uma missão Ele tinha para mim, como tem para cada um de nós. Durante a entrega da Bandeira, na última noite, comentei sobre tudo isto com o Padre Elias Roque, e ele pediu que eu passasse a participar da equipe de Liturgia. A partir daí, voltei a participar da Santa Missa, participando da Liturgia. Mas Deus colocava em meu coração que isso ainda era muito pouco. Ele queria de mim muito mais. Veio então o convite do Padre Elias para que eu fosse uma das coordenadoras da Pastoral Litúrgica. Dentro de mim, o amor a Jesus e a sua Igreja só aumentava, eu me sentia útil a Deus, feliz em servir na Casa do Pai. Como Liturgia, passei a conviver e a conhecer Camila Brasiliano, Janaína Maria e Izabel Paulino, amigas, irmãs, anjos que o Senhor colocou na minha vida. Começava uma grande amizade alicerçada em Cristo. Amigas que nasceram pela fé! Por Camila veio o convite para participar do Grupo de Oração Línguas de Fogo, da RCC. Porém, só depois de um certo tempo passei a frequentar o grupo, onde todos formam uma família. Hoje como serva, participo de alguns ministérios do grupo. Entendo que Deus me envia em missão, para proclamar Sua Palavra aonde Ele mandar. Também através de Camila e Izabel Paulino, fui convidada a fazer parte do Programa Salve Maria, na Cult FM, onde exaltamos o Nome do Senhor Jesus e levamos Sua Palavra de paz e amor até as pessoas que, pelas ondas do rádio, são evangelizadas, pois têm sede de Deus. Muito Deus tem a realizar em minha vida, e muito eu tenho que fazer por Ele e para Ele, eu sei disso, pois minha missão está apenas no começo!


Bruno Araújo: O que representa a Festa de São Sebastião para você atualmente?

Silvânia Andrade: A Festa de São Sebastião é um tempo propício para refletirmos sobre nossa fé, nossa caminhada, nossas atitudes como cristãos, como irmãos em Cristo. E a exemplo de São Sebastião devemos sempre ter Jesus como o centro de nossa fé, colocando em prática seus ensinamentos, sem temor, sem covardia, pois Deus nos concede um Espírito de coragem para assim testemunharmos o amor que o Senhor tem por cada um de nós.

Bruno Araújo: Sobre os episódios de violência ocorridos durante os shows artísticos do dia 02 de fevereiro de 2013, qual o seu posicionamento sobre este fato?

Silvânia Andrade: É tradição nas festas de padroeiros e co-padroeiros a cidade vivenciar momentos com shows artísticos de bandas seculares. Todavia, algumas dessas atrações ficam a desejar com suas músicas que só fazem alusão e incentivam a violência, a embriaguez, a pornografia, e nada disso se encaixa no contexto de uma festa religiosa. Daí o resultado que vemos é violência durante os shows, com uso abusivo de bebida alcoólica, falta de bom senso e moral por parte de algumas pessoas. Um exemplo disso foi o fato ocorrido na festa do dia 02 de fevereiro de 2013. Sendo assim, torna-se necessário rever as atrações artísticas, as quais deveriam ser selecionadas pela qualidade de suas músicas. Vale salientar que a festa é religiosa, e sendo assim, porque também não presentear a comunidade católica com shows religiosos!

Bruno Araújo: Além da fé, o que é necessário para vivenciarmos bem a Festa de São Sebastião?

Silvânia Andrade: Além da fé, o testemunho de vida como autênticos cristãos torna-se necessário para vivenciarmos bem a Festa do Glorioso Mártir São Sebastião. Nossas ações e atitudes como cristãos devem ser o testemunho de que acreditamos em Jesus Cristo, Santo, Manso e Humilde de coração. Sendo assim, a fé deve resultar em obras, até porque “a fé sem obras é morta” (Tiago 2, 26).

Bruno Araújo: Qual a mensagem transmitida pelo exemplo do Glorioso Mártir São Sebastião aos fiéis bonjardinenses?

Silvânia Andrade: O exemplo do Mártir São Sebastião nos incentiva a cultivar a fé, a enfrentar os obstáculos, os sofrimentos, as perseguições, as calúnias e as injustiças de uma forma destemida, honrando o Santo Nome de Jesus, sem jamais negá-lo; professando acima de tudo, com coragem, a nossa fé diante de qualquer situação.


Bruno Araújo: Deixe o seu convite para todos aqueles que desejam participar conosco, no próximo domingo, dia 2, da grandiosa Festa do Glorioso Mártir São Sebastião.

Silvânia Andrade: Como comunidade cristã, que possamos participar com fé e júbilo da Festa do Glorioso Mártir São Sebastião, renovando nossa fé e experimentando da misericórdia e a grandeza do amor de Deus para conosco, que se faz presente durante toda nossa vida.

Produção: Bruno Araújo / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant’Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

Família, lugar da bênção de Deus

Esta é uma das mais fundamentais verdades da fé cristã: a família é o privilegiado lugar escolhido por Deus, para aí derramar a sua bênção. Família é lugar de acolher essa bênção e de multiplicá-la.

Sétima Noite do Novenário do Glorioso Mártir São Sebastião
Celebrante: Pe. Lúcio Flávio / Tema: Paróquia como Casa
Animação: Ministério do Grupo de Oração Línguas de Fogo - RCC

Muito acima do sentido humano de proteção e convivência, ou seja, o papel sociológico, a família é um lugar teológico. É o lugar onde Deus se revela; é lugar onde se revela Deus. Nela, o ser humano aprende a crescer segundo o projeto de Deus. É lugar de humanização divina.

O ser humano aprende a ser humano dentro da família. Jesus crescia em estatura, em sabedoria e em graça diante de Deus e dos homens (cf. Lucas 2:25). Interessante esta anotação, pois para esse crescimento integral o próprio Jesus precisou de uma família humana. A bênção divina sobre a família não é somente uma questão espiritual, envolve também o físico e o psíquico. Ninguém é humanamente equilibrado sem alimentar essa tríplice dimensão da existência humana.

O ser humano aprende a ser humano dentro da família. Graça significa o alimento do espírito. O ser humano é físico, psíquico e espiritual. Contudo, lamentavelmente, muitas famílias se preocupam bastante apenas com a dimensão física – uma ótima casa, conforto, estudo, roupas –, mas se esquecem das outras duas dimensões. Infelizmente, a família não está sendo o lugar dessa bênção de Deus para a afetividade das pessoas.

Família deve ser o lugar onde a gente aprende a amar. Se a família é a mais perfeita semelhança de Deus, – que é amor e cria ser humano por amor e para o amor, e o cria família – ela tem de ser o lugar onde aprendemos a exercer o amor.

Para ser lugar da bênção de Deus, muitas vezes, não se precisa de muita coisa. Pequenos detalhes fazem um grande amor. Um grande amor não é feito de grandes coisas, não. Grandes coisas qualquer pessoa faz, tanto para o bem, quanto para o mal, se ela estiver no desespero. Agora, fazer a cada dia pequenas coisas de modo extraordinariamente maravilhoso, só quem tem o Espírito Santo de Deus; do contrário, não consegue. E aí está a santidade. Esse é o segredo.

Ser uma família cristã no meio do mundo é muito mais do que se dizer católico ou frequentar determinadas práticas religiosas. Ser cristão é adequar nossa vida ao projeto de Deus, ensinado e vivido por Jesus Cristo. Ser cristão é imitar Jesus, especialmente em sua constante luta por permitir que Deus reinasse neste mundo. Uma família cristã é o espaço privilegiado para se gestar e praticar esse projeto. O casal cristão procura, a dois, realizar esse projeto de vida, e depois com todos os seus familiares e nos seus relacionamentos. É uma união de carismas e de dons para se alcançar uma meta comum.

Sendo uma realidade dinâmica, o matrimônio está aberto à construção e também às feridas que machucam e atrapalham o crescimento da vida familiar. Algumas situações acabam sendo grandes possibilidades de ruptura, mas também podem se transformar em momentos de graça e de vida plena. É preciso aprender a construir a restauração da família.


Texto extraído do livro “Famílias restauradas” de Padre Léo - Canção Nova Formação / Fotos e Vídeo: Bruno Araújo / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Igreja Doméstica

O catecismo da Igreja Católica não apenas ensina que os filhos devem respeitar, honrar e obedecer aos pais, como mostra a família no plano de Deus, comparada a uma “planta” muito linda de um “edifício” sólido e precioso, que independente de ser cristã, está na base da sociedade e do projeto de Deus. Pois cada casa, cada família é uma igreja doméstica.

Sexta Noite do Novenário do Glorioso Mártir São Sebastião
Celebrante: Pe. Severino Filho / Tema: Igreja Doméstica
Animação: Coral do Grupo Terço dos Homens

Por isso, a família cristã é evangelizadora e missionária por sua essência, como sal na comida insossa, como fermento na massa, mesmo vivendo com todas as dificuldades, pois não existe uma família que não passe por problemas. E assim, por viver todos estes desencontros próprios dela, tem a necessidade de reconciliar, perdoar e fazer diferente.

Nesse sentido, a família sendo o que é, torna-se uma igreja doméstica, evangelizadora, mesmo no meio das vicissitudes próprias, isto é, com nossos gênios, temperamentos e vícios, ainda assim, esta família está sendo igreja, e assim reproduz em pequena escala o que acontece na grande igreja e na sociedade.

Mesmo que sua família esteja cheia de problemas e sofrimentos, Deus está n’ela, pois Ele nos fala que não veio para os justos, mas para os pecadores, como se nos dissesse, eu não vim para as famílias bonitinhas, mas justamente, para famílias cheias de problemas, pois Ele é nosso auxílio.

Jesus não está ausente na sua casa, por isso, não desista da sua família, pois todos nós precisamos deste acolhimento. Não existe pais e filhos sem defeitos, mas neste suportar, perdoar e amar, é que nos faz ser mais gente de têmpera, com ternura, amor e sensibilidade. Gente que é gente, que vive na esperança; e assim seremos famílias cristãs evangelizadoras e missionárias.


Monsenhor Jonas Abib - Canção Nova / Vídeo: Bruno Araújo / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Uma nova Paróquia: Evangelizar é propor uma nova realidade

Todos nós somos missionários pelo batismo. Muitas vezes, quando ouvimos falar em missionariedade, achamos que isso se refere apenas às freiras, aos padres e freis. É interessante porque, para ser missionário, não se deve apenas deixar uma terra e ir para outra; é preciso deixar-se para ir ao encontro do outro e levá-lo a Cristo.

Quinta Noite do Novenário do Glorioso Mártir São Sebastião
Celebrante: Pe. Diego Roberto / Tema: Uma nova Paróquia
Animação: Ministério Ressurreição - Orobó-PE

Como diz Marcos no capítulo 16, 15: “É necessário que o Evangelho seja pregado a todas nações”. Essa frase está no imperativo, ou seja, Jesus não está pedindo, Ele está nos mandando evangelizar.

Por que o Evangelho precisa ser pregado a todas as nações? A resposta está em I Timóteo 2, 3-4: “Isto é bom e agradável a Deus, nosso Salvador. Ele quer que todos sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade”.

É fácil pregar o Evangelho? Não é fácil pregá-lo às crianças, aos jovens e nem mesmo àqueles que já estão na Igreja. Hoje, o mundo está muito diferente, e é complicado entender a cabeça das pessoas. Vivemos numa sociedade na qual nada sacia ninguém.

Existem dificuldades, mas precisamos ter consciência de que o Evangelho é a força que nos dá ânimo. Quantas pessoas têm se convertido! Mesmo diante das dificuldades, precisamos acreditar na força desse instrumento [a Palavra de Deus] e sermos transmissores dessa mensagem.

Uma das coisas mais importantes que a Igreja nos ensina é que a sociedade atual está cansada de mestres, mas tem sede de testemunhos. O que isso significa? Precisamos viver um testemunho autêntico, ou seja, o que fazemos vale mais do que aquilo que falamos. As nossas atitudes mudam vidas.

Dentro da Igreja, muitas vezes, corremos o risco de ter uma consciência pagã. Como está a sua família? Ela está sendo exemplo para os outros? Evangelizar é propor uma nova realidade, e isso pode acontecer de várias formas. Você já fez a experiência de ter um encontro com Deus por meio de um sorriso? Por meio de um abraço? O amor de Jesus se manifesta também nas coisas simples.

Vídeos:

Padre Adriano Zandoná - Canção Nova Formação / Fotos e Vídeos: Bruno Araújo / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Paróquia: Uma Comunidade de fiéis

Paróquia - esta palavra vem do latim "paroecia" que por sua vez deriva do grego "paroikia" e significa habitar junto de, ser vizinho, viver juntos, estrangeiros domiciliados num território, ou a 'peregrinatio' do povo. Os primeiros cristãos consideram-se peregrinos a caminho de uma pátria, não possuindo carta de cidadania terrestre, consideram-se uma 'paroikia'. A paróquia aparece assim, não como a comunidade que vive à volta de um pastor e de um lugar de culto, mas uma comunidade de fé que vive neste mundo como peregrina.

Quarta Noite do Novenário do Glorioso Mártir São Sebastião
Celebrante: Pe. José Falcão / Tema: A Paróquia no Concílio Vaticano Segundo
Animação: Ministério Jovem Filhos da Misericórdia - Surubim-PE

A Paróquia e o Pároco segundo o Código de Direito Canônico

Definição: "É uma determinada comunidade de fiéis, constituída de forma estável na Igreja particular, cuja cura pastoral, sob a orientação do bispo diocesano, se encomenda a um pároco, como seu pastor próprio (c.515).

Comunidade de fiéis - Recolhe a visão do Vat.II. Ela deixa de ser apenas uma circunscrição territorial acentuando a sua dimensão comunitária. Torna-se assim, no aspecto pastoral, menos administrativa e mais ministerial, mais personalizada.
Isto aparece claramente no Diretório dos Bispos onde se afirma o que deve ser a paróquia: "uma comunidade de fé, de liturgia, de caridade, e sinal da presença de Deus no mundo; continuidade na exposição da palavra de Deus e na celebração do culto litúrgico; uma presença personificada da Igreja... dinamizando a cristianização das relações humanas entre os vizinhos (n.175).
Ela é chamada à comunhão ad intra, fazendo de todos os seus membros não uma massa, mas uma comunidade. Chamada à comunhão ad extra, com a Diocese, com as outras paróquias, movimentos e com o mundo.

De forma estável - O CIC de 1917 entendia a estabilidade com perpetuidade. O CIC atual quer dar-lhe estabilidade. Sendo uma pessoa jurídica é por si perpétua. Mas esta perpetuidade pertence à paróquia e não ao pároco. Por isso, já o CD.n.31 dava os critérios de estabilidade, pedindo que se acabasse com a distinção de párocos amovíveis e inamovíveis, e que o critério da estabilidade deva ser o bem das almas. Por isso o CIC é pela nomeação dos párocos por tempo indefinido deixando às Conferências episcopais o poder determinar o tempo concreto (c.522). A C.E.P. optou pelos seis anos, mas sublinhando: "que os párocos possam excepcionalmente ser nomeados por um período inferior a seis anos. Tal nomeação será renovada automaticamente por um novo sexênio, e assim sucessivamente, sempre que o bispo, para bem das almas, não determinar expressamente o contrário, pelo menos dois meses antes de se perfazer o prazo... o bispo deve usar tal faculdade, somente quando considerar oportuno, não sendo para ele uma lei (Dec. 5).
Portanto o CIC é pela estabilidade, o resto são excepções. O critério dessa estabilidade será sempre o bem das almas.

Sob a autoridade do Bispo... Pastor próprio - Parecem duas expressões contraditórias. É que, pastor próprio dá a entender que é único e não um vigário do bispo. Por outro lado, ao usar a expressão, sob a autoridade do bispo parece haver uma  outra capitalidade. Na prática não há este problema, ou seja, o bispo não é o pároco de todas as paróquias. O pároco é verdadeiramente o pastor em comunhão com o bispo, e é pastor próprio, isto é, tem todos os poderes necessários para desempenhar a sua missão.


Fonte: http://www.paroquiassesvicente.org/ / Fotos: Bruno Araújo / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

O 'sim' da conversão

Converter-se é deixar de viver longe de Deus. Sair do estado de perdição, deixar o pecado. Não somente o ato mau em si, mas deste resulta no estado da perda da salvação e o sentimento de inimizade contra Deus. Conversão consiste em voltar para o Senhor com todo coração, retomar o caminho das suas veredas.

Terceira Noite do Novenário do Glorioso Mártir São Sebastião
Celebrante: Pe. Elias Roque / Tema: Homilia Dominical

A conversão é um conceito complexo, que significa uma profunda mudança de coração sob o influxo da Palavra de Deus. Essa transformação interior exprime-se nas obras e, por conseguinte, na vida inteira do cristão. A conversão significa a vitória sobre o “homem velho” que está enraizado (a existência carnal) e o começo de uma vida nova (a vida no Espírito) criada e governada pelo Espírito Santo de Deus. É um fato que na História da Salvação, após o pecado original, cada vez que Deus vai ao encontro do homem para com ele dialogar. Faz isso para provocar no mesmo ser humano a conversão do coração.

Não basta renunciar somente a um ato mau nem a um hábito pecaminoso. Precisa-se ir ao centro da existência; todo coração e todo o procedimento devem ser mudados. O afastamento de Deus somente termina quando o próprio Deus se achega pessoalmente ao homem.

A conversão como saída do estado de pecado, de ausência de Deus e de perda da salvação está unida à aceitação incondicional da soberania divina. Reconhecer que praticou o mal, que tem necessidade de redenção e de uma transformação completa.

Quem realmente se converte, submete-se de boa vontade à lei divina. Renuncia à vida de ilegalidade.

Converter-se é deixar de viver na injustiça. Quem se converte reconhece o quanto deve a Deus e esforça-se por Lhe dar a devida honra. Todo pecado cria um estado permanente de sonegação de justiça para com Deus. É uma inimizade habitual, uma injustiça. É uma recusa permanente de dar ao Senhor a glória que Lhe pertence e de prestar ao Pai a obediência e o amor filial. A conversão tira-nos deste mísero estado. Supõe uma renovação integral do coração.

Converter-se é deixar de viver na mentira. Quem se converte afasta-se da mentira. O pecado é mentira. Por isso, a conversão requer uma mudança total de mentalidade, um espírito novo, o Espírito da Verdade. A conversão é um ‘sim’ à verdade.

Conversão é a volta à casa do Pai e a entrada no Reino. É a passagem das trevas do pecado para a luz da Graça. O caminho que Deus aponta conduz a uma conversão séria e autêntica do coração. Deus apela para a liberdade humana e que a íntima conversão desta liberdade é obra Sua.

A conversão se inicia no momento em que Deus se digna de derramar “o espírito de graça e de preces” (Zac 12, 10). Porém, nossa conversão não se realizará sem o ‘sim’ de nossa liberdade.

A conversão culmina - é próprio da sua essência - em um novo nascimento, num renascimento do alto, de Deus. A volta à casa do Pai é a reintegração nos direitos de filho. Não é algo que se processa unicamente no exterior, mas é uma ação interior, uma modificação vital, um nascimento pelo Espírito. Para o homem, a conversão é, pois, infinitamente mais que o simples fato negativo de se livrar da escravidão do pecado, porque, para Deus, converter-se é infinitamente mais que perdoar pecados, é fazer o dom de uma vida nova. O homem torna-se filho de Deus.

O único modo efetivo de descobrir sempre mais a própria identidade é árduo, mas consolador, caminho da conversão sincera e pessoal, com um humilde reconhecimento das próprias imperfeições e pecados; e a confiança na força da ressurreição de Cristo. Essa transformação interior exprime-se nas obras e, por conseguinte, na vida inteira do cristão.

Pe. Reinaldo - Canção Nova Formação / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

domingo, 26 de janeiro de 2014

Conversão e seguimento

Quando soube que João tinha sido preso, Jesus retirou-se para a Galileia. Deixou Nazaré e foi morar em Cafarnaum, às margens do mar da Galileia, no território de Zabulon e de Neftali, para cumprir-se o que foi dito pelo profeta Isaías: “Terra de Zabulon, terra de Neftali, caminho do mar, região além do Jordão, Galileia, entregue às nações pagãs! O povo que estava nas trevas viu uma grande luz, para os habitantes da região sombria da morte uma luz surgiu”. A partir de então, Jesus começou a anunciar: “Convertei-vos, pois o Reino dos Céus está próximo”. Caminhando à beira do mar da Galileia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Estavam jogando as redes ao mar, pois eram pescadores. Jesus disse-lhes: “Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens”. Eles, imediatamente, deixaram as redes e o seguiram. Prosseguindo adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João. Estavam no barco, com seu pai Zebedeu, consertando as redes. Ele os chamou. Deixando imediatamente o barco e o pai, eles o seguiram. Jesus percorria toda a Galileia, ensinando nas sinagogas deles, anunciando a Boa-Nova do Reino e curando toda espécie de doença e enfermidade do povo. Mt 4,12-23

Segunda Noite do Novenário do Glorioso Mártir São Sebastião
Celebrante: Pe. Jorge Sousa / Tema: Homilia Dominical

A luz brilhou e iluminou todo o povo oprimido

Encerrada a missão de João Batista, começa a missão de Jesus. É como se a história da salvação fosse dividida em dois períodos (cf. Lc 16,16). Ao texto de Marcos (Mc 1,14-15.16-20), Mateus acrescenta Is 8,3–9,1. A Galileia é iluminada pela presença de Jesus. A citação do trecho do livro do profeta Isaías, que inclusive temos como primeira leitura, no interior do texto de Mateus serve para indicar que a profecia de Isaías é realizada. Em Jesus, a promessa de Deus se realiza, não é preciso esperar mais (cf. Mt 4,17). O texto de Isaías é uma profecia messiânica. O ponto culminante do texto encontra-se num versículo mais adiante do trecho que nos é proposto, a saber, em 9,5, que anuncia o nascimento de um menino que é um dom de Deus e garantia da continuidade da dinastia davídica. Se a guerra cessou, se a luz brilhou e iluminou todo o povo oprimido, se foi devolvida a esperança e a alegria, é porque esse menino nasceu; a ele se atribui os títulos: “Conselheiro Admirável”, “Deus Forte”, “Chefe Perpétuo”, “Príncipe da Paz” (Is 9,5). A comunidade cristã que relê a Escritura à luz da Páscoa de Jesus Cristo reconhece nesse texto a profecia que diz respeito ao próprio Jesus. Nele eles identificam os atributos conferidos ao menino de Is 9,5.

O início do ministério público de Jesus está em continuidade com a pregação e o Batismo de João: trata-se de um apelo à conversão (cf. Mt 3,2; 4,17). A conversão é necessária para poder reconhecer e acolher o Reino de Deus como dom e que já se faz presente na pessoa de Jesus. No início de sua vida pública, Jesus associa a si um grupo que ele chama por sua própria iniciativa. A tarefa é dupla: acompanhar Jesus onde quer que ele vá e aceitar participar da missão de Jesus de arrancar as pessoas do mal (cf. Mt 4,19). A pronta resposta das duas duplas de irmãos revela, por um lado, o poder de atração de Jesus e, por outro, a necessidade de uma resposta sem demora. Para seguir o Senhor é preciso desapego, não permitir que os laços afetivos nem o apego às coisas impeçam de segui-lo incondicionalmente.

Carlos Alberto Contieri - Paulinas / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

sábado, 25 de janeiro de 2014

Procissão da Bandeira e Celebração Eucarística abrem Novenário do Glorioso Mártir São Sebastião

A devoção ao Glorioso Mártir São Sebastião reuniu centenas de fiéis pelas principais ruas de Bom Jardim na noite de ontem, 24, participando da Procissão da Bandeira e Celebração Eucarística, abrindo com júbilo o novenário em preparação para a grandiosa festa, que tradicionalmente acontece no dia 2 de fevereiro.


Com o tema: “Comunidade de Comunidades: Uma nova Paróquia”, a Tradicional Festa do Glorioso Mártir São Sebastião, na sua 88ª edição, segue até o início de fevereiro com a proposta de instruir os fiéis sobre a questão paroquial.

Segundo o nosso pároco, Pe. Elias Roque, o tema proporcionará uma significativa reflexão diária sobre os desafios da evangelização no contexto atual da história da Igreja em nível paroquial.

O texto preparatório da 51ª Assembleia Geral da CNBB, no nº 112, afirma que “a renovação paroquial e a revitalização das comunidades exigem novas formas de evangelizar tanto o meio urbano como o rural. Apesar de as comunidades rurais estarem distantes dos centros geradores da nova cultura urbana, em vista do fácil acesso às informações, também nessas áreas crescem os problemas de vínculo comunitário. Assim, se multiplicam os grupos religiosos novos, por atenderem às demandas imediatas dos indivíduos. É urgente pensar novas estruturas pastorais, inclusive em meios rurais, de modo que cuidem das pessoas na atual cultura”.

O dia festivo, patrocinado pelo Exmo. Sr. Jonathas Miguel Arruda Barbosa (juiz da festa), e sua Ilmª. esposa, a Srª. Erivânia Maria Ribeiro Barbosa (juíza da bandeira), e demais famílias patrocinadoras da primeira noite do novenário, contou ainda com a tradicional alvorada dos músicos do Grêmio Lítero Musical Bonjardinense, como também apresentações culturais no Pátio de Eventos João Salvino Barbosa.

Durante homilia, Pe. Elias Roque, presidente da celebração, convocou os bonjardinenses para vivenciarem ativamente todo o novenário, imbuídos no sentimento de fé e compromisso com a evangelização paroquial.

“Iniciamos mais uma caminhada em preparação para a grandiosa festa de São Sebastião. Este novenário é bastante propício para fazermos uma intensa e transformadora experiência com Deus. Sabemos que as festividades são cercadas de outros atrativos, porém, não podemos esquecer em hipótese alguma o grande protagonista da festa, Jesus Cristo, presente na Eucaristia. Caminhemos participando ativamente de todas as nove noites de celebração, em comunhão com o testemunho fidedigno do Glorioso São Sebastião, que ofereceu a sua própria vida por amor a Jesus Cristo.” Frisou o nosso pároco.

A programação religiosa continua hoje, 25, com a recitação do Santo Terço às 18h30, seguida pela Celebração Eucarística sob o patrocínio das Comunidades Rurais do município.


Por Bruno Araújo / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant’Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/