terça-feira, 29 de abril de 2014

Simplesmente Maria

Segundo os escritos, uma menina de traços angelicais, doce, meiga, de uma beleza pura e terna, foi escolhida entre tantas para ser a Mãe de Jesus.

Semente única, que Deus com suas próprias mãos semeou e fez fecundar. Foi regada pelo Espírito Santo de Deus e assim colhida com sublimidade pelas mãos que regeu toda a sua vida, as mãos de Deus.

Ouvindo o seu chamado, docilmente curvou-se diante de sua missão, sem nada questionar. Como Mãe, afagou Jesus criancinha em seus braços e o cobriu de beijos e cuidados.

Acompanhou os seus primeiros passos, seu primeiro dentinho. Com certeza ficou horas olhando ele brincar, correr e diante disso sabia em seu coração que somente poderia confiar no seu Senhor.

Esposa dedicada e amorosa, filha fiel e temente ao seu Senhor. Não lamentou por momento algum o peso de sua cruz, mas orou com fé.

Com seu 'sim', recebeu ao pé da cruz seu único Filho, desfigurado pelo martírio. Somente o céu e a terra fizeram barulho. Maria não deu um gemido sequer, mas viveu a sua dor no silêncio da esperança, na confiança no seu Senhor.

Canção Nova Formação / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

domingo, 27 de abril de 2014

Canonização: Papa destaca coragem de João Paulo II e João XXIII

João Paulo II e João XXIII foram proclamados santos, neste domingo, 27, festa da Divina Misericórdia, pelo Papa Francisco. A cerimônia reuniu, no Vaticano, cerca de 500 mil pessoas de diversas partes do mundo e foi concelebrada com o Papa Emérito Bento XVI. Após o rito da canonização, Francisco celebrou a Missa e, na homilia, destacou a coragem  dos dois santos e sua docilidade ao Espírito Santo.

Na homilia, o Santo Padre lembrou que, neste dia em que se encerra a Oitava de Páscoa, encontram-se as chagas gloriosas de Jesus Ressuscitado, chagas que, segundo o Papa, constituem também a verificação da fé, o sinal do amor de Deus. Ele destacou que João Paulo II e João XXIII tiveram a coragem de contemplar as feridas de Jesus e tocar as suas mãos chagadas.

“Não tiveram vergonha da carne de Cristo, não se escandalizaram d’Ele, da Sua cruz; não tiveram vergonha da carne do irmão (cf. Is 58, 7), porque em cada pessoa atribulada viam Jesus. Foram dois homens corajosos, cheios da parresia do Espírito Santo, e deram testemunho da bondade de Deus, da sua misericórdia, à Igreja e ao mundo”.

Francisco recordou que esses dois santos foram sacerdotes, bispos e Papas do século XX. Embora tenham conhecido tragédias, não foram vencidos por elas, pois Deus era mais forte neles. Ele também destacou a esperança viva que revestia João Paulo II e João XXIII, uma esperança vinda da Ressurreição de Cristo.

“A esperança e a alegria pascais, passadas pelo crisol do despojamento, do aniquilamento, da proximidade aos pecadores levada até ao extremo, até à náusea pela amargura daquele cálice. Estas são a esperança e a alegria que os dois santos Papas receberam como dom do Senhor Ressuscitado, tendo-as, por sua vez, doado em abundância ao povo de Deus, recebendo sua eterna gratidão”.

Enfatizando que são os santos que levam a Igreja adiante e a fazem crescer, Francisco lembrou que, na convocação do Concílio Vaticano II, João XXIII demonstrou delicada docilidade ao Espírito Santo. “Este foi o seu grande serviço à Igreja; foi o Papa da docilidade ao Espírito”.

Já João Paulo II, em seu serviço ao povo de Deus, foi o Papa da família. “Ele mesmo disse uma vez que assim gostaria de ser lembrado: como o Papa da família. Apraz-me sublinhá-lo no momento em que estamos a viver um caminho sinodal sobre a família e com as famílias, um caminho que ele seguramente acompanha e sustenta do Céu”.

Francisco encerrou a homilia pedindo a intercessão dos dois santos para que, nesses dois anos de caminho sinodal, a Igreja seja dócil ao Espírito Santo no serviço pastoral à família. “Que ambos nos ensinem a não nos escandalizarmos das chagas de Cristo, a penetrarmos no mistério da misericórdia divina que sempre espera, sempre perdoa, porque sempre ama”.

Na canonização dos dois beatos, estavam presentes mais de 120 delegações, das quais 24 são entre chefes de Estado e monarcas e 10 chefes de governo.  O número de voluntários chegou a 26 mil e o de policiais, 10 mil.

Ao fim da celebração e antes de rezar o Regina Coeli, oração mariana no tempo pascal, Francisco saudou e agradeceu a todos os que se empenharam nos preparativos da canonização e a todos os que participaram, inclusive pelos meios de comunicação.

“O meu reconhecimento vai às delegações oficiais de tantos países, que vieram para prestar homenagem aos dois Pontífices que contribuíram de maneira indelével para a causa do desenvolvimento dos povos e da paz”, disse.

Jéssica Marçal - Canção Nova Notícias / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

sábado, 26 de abril de 2014

Jesus aparece aos discípulos

Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, os discípulos estavam reunidos, com as portas fechadas por medo dos judeus. Jesus entrou e pôs-se no meio deles. Disse: “A paz esteja convosco”. Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos, então, se alegraram por verem o Senhor. Jesus disse, de novo: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou também eu vos envio”. Então, soprou sobre eles e falou: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes, lhes serão retidos”. Tomé, chamado Gêmeo, que era um dos Doze, não estava com eles quando Jesus veio. Os outros discípulos contaram-lhe: “Nós vimos o Senhor!” Mas Tomé disse: “Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos, se eu não puser a mão no seu lado, não acreditarei”. Oito dias depois, os discípulos encontravam-se reunidos na casa, e Tomé estava com eles. Estando as portas fechadas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”. Depois disse a Tomé: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!” Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!” Jesus lhe disse: “Creste porque me viste? Bem-aventurados os que não viram, e creram!” Jesus fez diante dos discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome. Jo 20,19-31

O dinamismo da fé

Para bem compreender o texto do evangelho nessa oitava da Páscoa, pode nos ajudar responder a uma dupla questão: Como se chega à fé na ressurreição do Cristo nosso Senhor? Como se chega à fé de que Cristo ressuscitou dos mortos e está vivo no meio de sua Comunidade? Nosso texto apresenta duas etapas com um intervalo de oito dias. Na primeira etapa, Tomé não estava, na segunda ele estava reunido com os outros discípulos. É no primeiro dia da semana que os discípulos se encontram reunidos. É como se fosse o primeiro dia da criação em que a luz foi feita (Gn 1,3). Efetivamente, a ressurreição do Senhor é luz que anuncia uma nova criação em Cristo. No lugar em que os discípulos estavam reunidos, as portas estavam aferrolhadas por medo dos judeus. Essa observação seguida da notícia de que Jesus se colocou no meio deles é importante para compreender que a presença do Senhor não exige mais ser reconhecida como um corpo carnal. O seu corpo é glorioso e sua presença prescinde da visibilidade. O que ele comunica é a paz, sinal e dom de sua presença. É nesse primeiro dia da semana que o Espírito é dado como sopro do Senhor para a missão e a reconciliação. A ausência de Tomé (v. 24) é importante para o propósito do texto. Ele se recusa a crer no que os outros discípulos anunciavam: “Vimos o Senhor”. Passados oito dias, estando Tomé com os demais discípulos, no mesmo lugar da reunião, Jesus se faz presente e é sentido e reconhecido com o sinal de sua presença: a paz. O diálogo de Jesus com Tomé permite ao leitor compreender que se chega à fé no Cristo Ressuscitado e na sua gloriosa ressurreição através do testemunho da Comunidade. Não há acesso imediato à ressurreição de Jesus Cristo, mas somente mediato, isto é, através do testemunho. É a recepção desse testemunho que permite experimentar na própria vida os efeitos da Ressurreição do Senhor. Mas Tomé não é no relato o homem da dúvida somente e que busca crer por si mesmo, ou que julga que só é digno de fé o que pode ser tocado ou demonstrado. Ele é o homem de fé, transformado pelo Senhor, capaz de reconhecer o dinamismo próprio pelo qual se chega à fé.

Carlos Alberto Contieri - Paulinas / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

quarta-feira, 23 de abril de 2014

São Jorge, viveu o bom combate da fé

Conhecido como ‘o grande mártir’, foi martirizado no ano 303. A seu respeito contou-se muitas histórias. Fundamentos históricos temos poucos, mas o suficiente para podermos perceber que ele existiu, e que vale à pena pedir sua intercessão e imitá-lo.

Pertenceu a um grupo de militares do imperador romano Diocleciano, que perseguia os cristãos. Jorge então renunciou a tudo para viver apenas sob o comando de nosso Senhor, e viver o Santo Evangelho.

São Jorge não queria estar a serviço de um império perseguidor e opressor dos cristãos, que era contra o amor e a verdade. Foi perseguido, preso e ameaçado. Tudo isso com o objetivo de fazê-lo renunciar ao seu amor por Jesus Cristo. São Jorge, por fim, renunciou à própria vida e acabou sendo martirizado.

Uma história nos ajuda a compreender a sua imagem, onde normalmente o vemos sobre um cavalo branco, com uma lança, vencendo um dragão:

“Num lugar existia um dragão que oprimia um povo. Ora eram dados animais a esse dragão, e ora jovens. E a filha do rei foi sorteada. Nessa hora apareceu Jorge, cristão, que se compadeceu e foi enfrentar aquele dragão. Fez o sinal da cruz e ao combater o dragão, venceu-o com uma lança. Recebeu muitos bens como recompensa, o qual distribuiu aos pobres.”

Verdade ou não, o mais importante é o que esta história comunica: Jorge foi um homem que, em nome de Jesus Cristo, pelo poder da Cruz, viveu o bom combate da fé. Se compadeceu do povo porque foi um verdadeiro cristão. Isto é o essencial.

Ele viveu sob o senhorio de Cristo e testemunhou o amor a Deus e ao próximo. Que Ele interceda para que sejamos verdadeiros guerreiros do amor. São Jorge, rogai por nós!

Santo do Dia - Canção Nova / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

terça-feira, 22 de abril de 2014

Celebrar a Páscoa é deixar-se iluminar por Jesus

Somos uma imensa nação constituída pela fé em Jesus Cristo morto e ressuscitado, homens e mulheres espalhados por todo o mundo, convocados a testemunhar a presença salvadora d'Ele a todos, certos de que este anúncio é portador de vida e de esperança. Nos anos de Sua vida pública, o Senhor Jesus semeou essa esperança nos muitos encontros com as pessoas, como sinal da Sua vitória sobre o pecado e a morte. Ninguém passou em vão ao Seu lado! Aos Seus discípulos, mesmo quando tinham a visão obscurecida, o Senhor anunciou-lhes o Seu mistério de Morte e Ressurreição. E Sua palavra se cumpriu: Jesus Cristo ressuscitou, como havia dito!

No correr dos séculos, este anúncio chega às sucessivas gerações por meio do testemunho. A averiguação científica, no sentido frio que a caracteriza, não é suficiente para crer. Trata-se de uma moção da liberdade, que traz consigo o risco, no qual a pessoa aposta, antes de tudo, na honestidade e na seriedade de quem diz "Jesus ressuscitou!". É uma experiência semelhante ao acreditar no amor dos outros. Pode-se fazer mil observações, mas o passo decisivo será dado pela liberdade de quem se arrisca. Quem diz "eu creio" torna-se, por sua vez, anunciador da mesma verdade. E o resultado é que, até o dia da volta do Senhor, no fim dos tempos, a mesma força transformadora da Ressurreição de Cristo se atualiza e produz seus frutos.

Queremos celebrar a Páscoa de Jesus Cristo mais uma vez. Nas últimas semanas, a Igreja propôs um caminho de conversão que, de certa maneira, antecipou o que se quer viver na Páscoa. É uma vida nova, na superação do pecado e da maldade. Quem se reconhece frágil e pecador, diante do Senhor Jesus Cristo, não teme aproximar-se do trono da graça, mas experimenta o acolhimento da misericórdia e do perdão. Páscoa é a alegria da conversão a Jesus Cristo!

Celebrar a Páscoa é deixar-se iluminar por Jesus. Na Vigília Pascal, o Rito da Luz expressa tal disposição. A escuridão da noite é vencida pelo fogo novo, sinal do Ressuscitado: "Eis a luz de Cristo!". Graças a Deus, porque a esperança se acende no coração de todos os homens e mulheres. "Esta noite lava todo crime, liberta o pecador dos seus grilhões; dissipa o ódio e dobra os poderosos, enche de luz e paz os corações. Na graça desta noite, o vosso povo acende um sacrifício de louvor; acolhei, ó Pai Santo, o fogo novo: não perde, ao dividir-se, o seu fulgor". Assim proclama a Igreja na Páscoa.

Celebrar a Páscoa é fazer memória aos feitos de Deus. Por isso, as celebrações pascais são abundantes na proclamação da Palavra do Senhor. É costume passar algumas hora em oração - vigília - de sábado para domingo, na Páscoa, ouvindo os passos principais da história da salvação. Atualizam-se palavras que iluminavam as celebrações pascais no Antigo Testamento: "Quando vossos filhos vos perguntarem: ‘Que significa este rito?’ respondereis: ‘É o sacrifício da Páscoa do Senhor, que passou ao lado das casas dos israelitas no Egito, quando feriu os egípcios e salvou as nossas casas’” (Ex 12, 26-27). "Quando amanhã teu filho te perguntar: ‘Que significam estes mandamentos, estas leis e estes decretos que o Senhor nosso Deus vos prescreveu?’, então lhe responderás: ‘Nós éramos escravos do Faraó no Egito, e o Senhor nos tirou de lá com mão poderosa. O Senhor fez à nossa vista grandes sinais e prodígios terríveis contra o Egito, contra o Faraó e contra toda a sua casa. Ele nos tirou de lá para nos conduzir à terra que havia jurado dar a nossos pais. O Senhor mandou que cumpríssemos todas essas leis e temêssemos o Senhor nosso Deus, para que fôssemos sempre felizes, e ele nos conservasse vivos, como o fez até hoje. Seremos justos se guardarmos estes mandamentos e os observarmos diante do Senhor nosso Deus, como ele nos ordenou’" (Dt 6, 20-25). Páscoa é memória cheia de gratidão!

Celebrar a Páscoa é renovar a graça do Batismo. A liturgia da Igreja é feita para louvar a Deus e santificar os fiéis. Todo o caminho quaresmal percorrido pelos cristãos os conduz à noite pascal, quando, acompanhando os que nela são batizados, todos renunciam ao pecado e ao demônio e professam a fé: 'Creio em Deus, Pai e Filho e Espírito Santo! Creio na Igreja, na Ressurreição da Carne, na Remissão dos pecados, na vida eterna!' Velas acesas no Círio Pascal expressem a mesma vida recebida no dia do batismo. Depois, a mesma água, sinal da vida no batismo, é aspergida sobre o povo de Deus reunido: "Banhados em Cristo, somos uma nova criatura. As coisas antigas já se passaram, somos nascidos de novo. Aleluia" (Canto da Liturgia Pascal).

Celebrar a Páscoa é participar da Ceia do Senhor, onde o verdadeiro Cordeiro Pascal, Nosso Senhor Jesus Cristo, é dado em alimento na Santa Eucaristia. Páscoa é comunhão pascal, vivida de forma profunda e participada, deixando para trás os ressentimentos, ódios e rancores, abrindo-se para que as marcas do pecado sejam superadas.

Celebrar a Páscoa é viver de forma diferente: "Pelo batismo fomos sepultados com ele na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dos mortos pela ação gloriosa do Pai, assim também nós vivamos uma vida nova. Pois, se fomos, de certo modo, identificados a ele por uma morte semelhante à sua, seremos semelhantes a ele também pela ressurreição. Sabemos que o nosso homem velho foi crucificado com Cristo, para que seja destruído o corpo sujeito ao pecado, de maneira a não mais servirmos ao pecado. Pois aquele que morreu está livre do pecado. E, se já morremos com Cristo, cremos que também viveremos com ele. Sabemos que Cristo, ressuscitado dos mortos, não morre mais. A morte não tem mais poder sobre ele. Pois aquele que morreu, morreu para o pecado, uma vez por todas, e aquele que vive, vive para Deus. Assim, vós também, considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus, no Cristo Jesus" (Rm 6, 4-10). A palavra de São Paulo é um roteiro precioso para viver a Páscoa! Celebremos, pois, a festa, com os pães ázimos da sinceridade e da verdade! (Cf. 1Cor 5,8)

Nossos votos de Páscoa cheguem a todos os irmãos e irmãs, com o convite de nos tornarmos sinais de vida nova. Há muita gente que espera o sinal de uma vida diferente da parte dos cristãos. Há um clamor pelo testemunho mais ativo nas estruturas do mundo, no compromisso com os valores do Evangelho, com a dignidade da vida humana e a verdade. Cabe-nos dar uma resposta corajosa e alegre, para que o facho luminoso do aleluia pascal continue a percorrer as estradas do mundo por meio de nossa geração.

Dom Alberto Taveira - Canção Nova Formação / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

domingo, 20 de abril de 2014

A melhor notícia de todos os tempos

Eram as primeiras horas do amanhecer de um Domingo da Primavera. Numa pequena faixa de terra dominada pelos romanos, uma mulher, que teve sua vida transformada por um Galileu, o qual há três dias havia sido pregado na cruz e executado, foi ao túmulo para cuidar do corpo chagado d'Ele. Para surpresa dela, o túmulo estava vazio. Quando a tristeza parecia tomar contar de seu coração, ela encontrou-se com Aquele homem que estava morto, mas, agora, aparecia vivo diante dela. Uma alegria e uma paz tomou conta do coração daquela mulher e nunca mais ela conheceu tristeza nenhuma.

A mulher saiu espalhando para todos aquela Boa Nova. Quem acreditou no testemunho dela passou a viver em nome deste Homem crucificado e, agora, vivo para sempre; tiveram sua vida transformada pela vida e mensagem d'Ele. Ao longo de mais de dois mil anos, nenhuma notícia foi mais importante do que essa. Muitos fatos podem nos alegrar, entristecer-nos de forma passageira ou permanente. Mas essa notícia é diferente, pois transforma, para sempre, a vida de quem nela acredita.

Não importa o que o seu coração vive ou em que estágio se encontra sua vida. Deixe-se contagiar por essa boa notícia. O túmulo está vazio! O Senhor vive e Reina no meio de nós. Permitamos que o nosso pranto, a nossa dor e tristeza, ou ainda nossas incertezas e agonias sejam tocadas por essa Verdade.

A vida d'Ele, tocando a nossa vida, faz toda a diferença. É impossível sermos as mesmas pessoas quando nos encontramos com a Verdade sublime, que é Jesus. Ele vive, Ele é o Senhor! Nossos problemas não vão desaparecer nem as realidades à nossa volta serão diferentes, mas, quando contemplarmos a glória do Senhor no meio de nós, o nosso olhar interior será transformado e seremos capazes de transfigurar todas as realidades à nossa volta. Um novo vigor tomará conta do nosso ser e a nossa esperança será revigorada pela fé que depositamos n'Ele.

Deixemos, naquele túmulo vazio, o que torna nossa vida vazia e sem sabor. Enterremos, na morte d'Ele, nossas decepções, mágoas, ressentimentos e tristezas. Sigamos os passos d'Aquele que se levantou da morte e permitamos que Ele nos conduza para a vida plena e eterna.

Faça como aquela mulher e passe essa verdade adiante. Contagie quem está à sua volta, na sua casa, em sua família e, sobretudo, o seu coração. Seja tocado e toque o coração de quem você ama ou precisa amar com o toque da vida nova, da esperança renovada, da fé contagiante e da caridade ardente. Ele vive, está no meio de nós, e isso faz toda a diferença. Uma Páscoa feliz e abençoada para você e para os seus!

Canção Nova Formação / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

sábado, 19 de abril de 2014

Os discípulos de Emaús

Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos iam para um povoado, chamado Emaús, a uns dez quilômetros de Jerusalém. Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido. Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. Os seus olhos, porém, estavam como vendados, incapazes de reconhecê-lo. Então Jesus perguntou: “O que andais conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto triste, e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: “És tu o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes dias?” Ele perguntou: “Que foi?” Eles responderam: “O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e diante de todo o povo. Os sumos sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. Nós esperávamos que fosse ele quem libertaria Israel; mas, com tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos assustaram. Elas foram de madrugada ao túmulo e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que ele está vivo. Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém viu”. Então ele lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! Não era necessário que o Cristo sofresse tudo isso para entrar na sua glória?” E, começando por Moisés e passando por todos os profetas, explicou-lhes, em todas as Escrituras, as passagens que se referiam a ele. Quando chegaram perto do povoado para onde iam, ele fez de conta que ia adiante. Eles, porém, insistiram: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” Ele entrou para ficar com eles. [...] E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como o tinham reconhecido ao partir o pão. Jo 20,1-9 M. vésp. : Lc 24,13-35

Experiência dos discípulos

Certamente, com este relato dos discípulos de Emaús, próprio a Lucas, estamos diante de uma das páginas mais belas do Novo Testamento. Há uma profunda transformação vivida por aqueles dois discípulos que, depois da morte de Jesus, voltavam para a sua pátria: da frustração e do abatimento à alegria e o encontro com a Comunidade iluminada e revigorada pela experiência de que o Senhor vive. É bom que se esclareça, agora, duas coisas: os relatos das “aparições do Senhor” não visam dizer como Jesus ressuscitou dos mortos, mas como os discípulos fizeram a experiência de que ele havia sido ressuscitado e estava presente no meio deles. A presença do Ressuscitado não é evidente; é preciso um “caminho” para chegar a reconhecê-lo.

A morte de Jesus representou uma forte frustração para aqueles que punham nele as esperanças do Messias. Há no relato um espaço de tempo que separa o “ver” do “reconhecer”. O nosso texto visa transmitir o fato que permitiu a passagem do ver ao reconhecer. O espaço teológico-espiritual entre o ver e o reconhecer permitiu a Jesus a lição de exegese. No tempo do reconhecimento os discípulos confessarão que foi ela que os transformou: “não ardia o nosso coração quando, pelo caminho, ele nos explicava as Escrituras?”. A explicação e a compreensão da Escritura, à luz da ressurreição do Senhor, abriram os olhos para o reconhecimento. A primeira ressurreição, para os discípulos, é a da memória. Eles compreenderam, então, que o Senhor que se apresenta vivo no meio deles, de alguma forma, estava presente em toda a Escritura, que, por sua vez, encontra nele sua plenitude e sentido. Quando do reconhecimento, o Senhor desapareceu da vista deles. É que a visão física não é mais necessária para “ver” o Senhor. Mesmo invisível aos olhos, o Senhor está e permanecerá presente. A invisibilidade não significa, no que diz respeito à fé, ausência. Fato, aliás, que eles nem sequer mencionam, como se a visibilidade não tivesse a menor importância. O que retém a atenção, e é objeto da mensagem deles aos demais discípulos, é o acontecido no caminho para Emaús, no tempo que precedeu o reconhecimento, tempo de escuta, em que o Mestre ressuscitado continua a instruir os seus discípulos. Se a morte dispersou os discípulos, a experiência do Ressuscitado os congrega.

Carlos Alberto Contieri - Paulinas / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Paixão e morte de Jesus

[...] sabendo Jesus que tudo estava consumado, e para que se cumprisse a Escritura até o fim, disse: “Tenho sede!” Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram num ramo de hissopo uma esponja embebida de vinagre e a levaram à sua boca. Ele tomou o vinagre e disse: “Está consumado”. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito. [...]. Jo 18,1–19,42

Nosso olhar diante do sofrimento do Homem que passou fazendo o bem

Nesse dia as palavras devem ceder lugar ao silêncio e à contemplação. Trata-se, ao fazer memória da paixão e morte do Senhor, de estar com ele. É a oportunidade de permitir que o nosso olhar, encontrando Jesus no seu sofrimento, nos transforme profundamente segundo a graça de Deus. Ao apresentar Jesus à multidão, depois de ser duramente açoitado e humilhado, Pilatos o faz com essas palavras: “Eis o homem!”. De fato, Jesus é o homem que realiza o projeto de Deus para o ser humano feito à sua imagem e semelhança. Mas esse homem é, também, o homem desfigurado pelo mal presente na humanidade, desfigurado a ponto de não parecer humano pela maldade do coração do ser humano. O que desfigura o servo de Deus é o mal que seduz e destrói. Aquele que “passou pela vida fazendo o bem” é acusado, segundo nosso relato, de ser um malfeitor. Aquele que só falou o bem e fez a muitos viverem pelo sopro de sua palavra, aquele que é a Palavra encarnada do Pai, é condenado como blasfemo. A iniquidade humana ceifa dramática e violentamente a vida, apoiando-se na mentira, na confusão e na dissimulação. Mesmo no que a história humana tem de mais perverso, Deus revela o seu plano de amor. Para nós que celebramos a paixão do Senhor é ocasião de, olhando para o Crucificado, nos perguntarmos: “Que poderei retribuir ao Senhor por tudo aquilo que ele me fez?”.

Carlos Alberto Contieri - Paulinas / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

quinta-feira, 17 de abril de 2014

O gesto do maior amor

Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que tinha chegado a sua hora, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. Foi durante a ceia. [...] Jesus levantou-se da ceia, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a à cintura. Derramou água numa bacia, pôs-se a lavar os pés dos discípulos e enxugava-os com a toalha que trazia à cintura. Chegou assim a Simão Pedro. Este disse: “Senhor, tu vais lavar-me os pés?” [...] “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”. [...]. Jo 13,1-15

Serviço fruto do amor

Com a celebração da Ceia do Senhor iniciamos o tríduo pascal. É na última ceia de Jesus com os seus discípulos que, segundo o evangelho de João, se dá o gesto simbólico do lava-pés que repetimos na celebração eucarística. Para a literatura joanina, o tema do amor ocupa um lugar central. Especificamente, para o quarto evangelho, a paixão de Jesus é expressão do amor de Jesus pelos seus. A salvação é dom desse amor, e como tal ela precisa ser compreendida e recebida. O mal que domina o coração de Judas é uma força de sedução que distorce a realidade e atenta contra a vida (v. 2; cf. Gn 3,1ss). A resistência a permitir que Pedro lavasse os pés de Jesus é por não reconhecer no servo a figura do Messias. Mais ainda, é pela dificuldade em aceitar um Messias que tenha de passar pelo sofrimento e pela morte. A resposta de Jesus a Pedro afirma que a salvação é dom gratuito e, como tal, precisa ser recebida, e o gesto simbólico deve se traduzir como atitude permanente na vida do discípulo. Ser discípulo é ser servidor ao modo de Jesus. O gesto do lava-pés condensa toda a vida de Jesus, que “não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mt 20,28).

Carlos Alberto Contieri - Paulinas / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Tradição de mais de um século: Procissão do Encontro reúne fiéis na tarde do Domingo de Ramos

Tradição de mais de um século, a “Procissão do Encontro” reuniu os fiéis bonjardinenses na tarde do último domingo, 13, dia que se celebrou a entrada de Jesus Cristo na cidade de Jerusalém, para recordar o doloroso encontro de Maria com seu filho Jesus, a caminho do Calvário. Convidados a refazer e refletir os passos de Cristo, cheios de fé e piedade, os paroquianos conduziram as imagens de Bom Jesus dos Passos e Nossa Senhora da Soledade, pelas imediações centrais da cidade, tendo o seu ápice (encontro) na Praça de São Sebastião, onde foi realizado o sermão de conclusão da solenidade, ministrado pelo Pe. Elias Roque.


Durante pregação, Pe. Elias Roque ministrou um conciso discurso sobre o testemunho exercido por Maria ao encontrar com seu filho, Jesus, a caminho do Calvário. Segundo o nosso pároco, ‘recordar este doloroso encontro nos introduz definitivamente no espírito litúrgico da Semana Santa, crendo na vitória absoluta de Cristo sobre a morte’.

“Aqui estamos reunidos para recordar o doloroso encontro da mãe com seu filho, naquela sexta-feira santa em que Jesus carregava o pesado lenho da cruz. Aquela mãe dolorosa, sofrida, que tanto acalentou Jesus em seus braços, se depara com seu filho chagado pelos nossos pecados. Maria é a mãe das dores, que representa todas as mães em todos os tempos. Maria é exemplo salutar para todas aquelas que se encontram aflitas em virtude das ações que vitimam seus filhos e desestruturam seus lares. Quantas mães hoje vivem num constante sofrimento; desesperadas ao presenciar seus filhos vitimados pela violência que assola nossa sociedade... São dores que persistem, onde só a misericórdia e o amor de Deus podem saná-las. Contemplar o doloroso semblante de Maria, porém convicto dos planos divinos, é ter a certeza da vitória posterior a toda dor vivenciada. E é esse o testemunho de fé e coragem que Maria deixa para todos nós.” Salientou o nosso pároco.

O tradicional cortejo acontece sempre na tarde do Domingo de Ramos, e é realizado pelas ruas de Bom Jardim há mais de um século.


Por Bruno Araújo / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant’Ana – http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

domingo, 13 de abril de 2014

A espiritualidade do Domingo de Ramos

A Semana Santa começa no Domingo de Ramos, cuja liturgia celebra a entrada de Jesus Cristo, em Jerusalém, montado em um jumentinho (o símbolo da humildade), que é aclamado pelo povo simples. As pessoas O aplaudiam como “Aquele que vem em nome do Senhor”; esse mesmo povo que O viu ressuscitar Lázaro de Betânia, poucos dias antes, estava maravilhado e tinha a certeza de que este era o Messias anunciado pelos profetas. Porém, pareciam ter se enganado no tipo de Messias que o Senhor era. Pensavam que fosse um Messias político, libertador social, que fosse arrancar Israel das garras de Roma e lhes devolver o apogeu dos tempos de Davi e Salomão.

Para deixar claro a esse povo que Ele não era um Messias temporal e político, um libertador efêmero, mas o grande libertador do pecado, a raiz de todos os males, Cristo entrou na grande cidade, a Jerusalém dos patriarcas e dos reis sagrados, montado em um jumentinho; expressão da pequenez terrena, pois Ele não é um rei deste mundo!

Dessa forma, o Domingo de Ramos é o início da Semana que mistura os gritos de “Hosana” com os clamores da Paixão de Cristo. O povo acolheu Jesus abanando seus ramos de oliveiras e palmeiras. Os ramos significam a vitória: “Hosana ao Filho de Davi: bendito seja o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel; hosana nas alturas”. Hosana quer dizer “salva-nos!”.

Os ramos santos nos fazem lembrar que somos batizados, filhos de Deus, membros de Cristo, participantes da Igreja, defensores da fé católica, especialmente nestes tempos difíceis em que ela é desvalorizada e espezinhada.

Os ramos sagrados que levamos para nossas casas, após a Santa Missa [do Domingo de Ramos], lembram-nos de que estamos unidos a Cristo na mesma luta pela salvação do mundo, a luta árdua contra o pecado, um caminho em direção ao Calvário, mas que chegará à Ressurreição.

O sentido da Procissão de Ramos é mostrar essa peregrinação sobre a terra que cada cristão realiza a caminho da vida eterna com Deus. Ela nos recorda que somos apenas peregrinos neste mundo tão passageiro, tão transitório, que se gasta tão rapidamente. Mostra-nos que a nossa pátria não é neste mundo, mas na eternidade, que aqui nós vivemos apenas em um rápido exílio em demanda pela casa do Pai.

A entrada “solene” de Jesus em Jerusalém foi um prelúdio de Suas dores e humilhações. Aquela mesma multidão que O homenageou, motivada por Seus milagres, agora Lhe vira as costas e muitos pedem a Sua morte. Jesus, que conhecia o coração dos homens, não estava iludido. Quanta falsidade nas atitudes de certas pessoas! Quantas lições nos deixam esse dia [Domingo de Ramos]!

O Mestre nos ensina com fatos e exemplos que o Seu Reino, de fato, não é deste mundo. Que ele não veio para derrubar César e Pilatos, mas para derrubar um inimigo muito pior e invisível, o pecado.

A muitos o Senhor decepcionou; pensavam que Ele fosse escorraçar Pilatos e reimplantar o reinado de Davi e Salomão em Israel; mas Ele vem montado em um jumentinho frágil e pobre. “Que Messias é este? Que libertador é este? É um farsante! É um enganador e merece a cruz por nos ter iludido”, pensaram. Talvez Judas tenha sido o grande decepcionado.

O Domingo de Ramos ensina-nos que a luta de Cristo e da Igreja, e consequentemente a nossa também, é a luta contra o pecado, a desobediência à Lei sagrada de Deus que, hoje, é calcada aos pés até mesmo por muitos cristãos que preferem viver um Cristianismo “light”, adaptado aos seus gostos e interesses e segundo as suas conveniências. Impera, como disse Bento XVI, a ditadura do relativismo.

Prof. Felipe Aquino - Canção Nova Formação / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/