sábado, 28 de fevereiro de 2015

Grupo de Oração Línguas de Fogo promove Seminário de Vida no Espírito Santo

Grupo de Oração Línguas de Fogo (da Renovação Carismática Católica) propõe sete quintas-feiras de intenso reavivamento cristão e em seu primeiro encontro apresenta aos fiéis a grandeza do amor incondicional de Deus.

Com este seminário o grupo pretende proporcionar aos fiéis, uma renovação da fé e uma busca incansável pela conversão.


O evento tem como base proporcionar ao participante um encontro pessoal com Jesus, por meio da experiência denominada de "Batismo no Espírito Santo" (vale ressaltar que este batismo não se trata de um novo batismo sacramental, mas de uma renovação das promessas feita nele), que de acordo com os carismáticos seria um novo mergulho na graça de Deus e uma busca renovada da vivência da fé transmitida nos sacramentos da iniciação cristã. O Seminário apresenta uma temática para cada encontro (Amor de Deus, Pecado e Salvação, Senhorio de Jesus, Fé e Conversão, Cura Interior, Amor aos Irmãos e Perdão e Batismo no Espírito Santo). 

“Este seminário pretende nos conferir um maior entusiasmo na busca incansável de Deus, nos expondo ao seu olhar misericordioso e amoroso, além de nos ajudar a encontrar o maior tesouro que há dentro de nós, o amor, ou seja, Deus. Em nossa realidade, este seminário se dividirá em sete quintas-feiras no horário que é próprio dos encontros do Grupo de Oração. É um encontro aberto para todas as pastorais, movimentos, leigos, religiosos, comunidades e público em geral (batizados e não batizados; crentes e não crentes). Sendo o horário sempre às 19h00”, destacou Camila Brasiliano, coordenadora do grupo de oração; responsável pela realização do evento.


A abertura do Seminário de Vida no Espírito Santo, realizada na noite da última quinta-feira (26), ficou por conta da Coordenadora Diocesana da Renovação Carismática, Alcicleide Batista, onde ministrou uma abrangente palestra sobre o amor de Deus e sua plenitude.



A RCC se utiliza de eventos desta natureza como uma forma de Querigma, ou seja, lançar o primeiro anúncio da Boa Nova de Jesus, associado à urgência da conversão e salvação das almas por meio do testemunho de vida.


Grupo de Oração Línguas de Fogo / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant’Ana – http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Somos seduzidos por fraqueza ou escolhemos pecar?

Nossa consciência, lugar onde Deus habita, nos inquieta; ainda assim, muitas vezes, fazemos o mal. Isso é resultado de nossa fraqueza ou de nossa livre escolha?

Dizer ‘não’ ao pecado é uma luta presente na vida de todo cristão que leva a sério sua caminhada. É real perceber que sinais  antecedem o ato de pecar, pois somos acometidos pelos desejos e pelas paixões que não controlamos ou que escolhemos não controlar. Para que o ato seja pecaminoso precisa haver um processo consciente, uma decisão. Se não é consciente, ou seja, se a pessoa não tem a capacidade de escolher entre fazer ou não, isso não caracteriza pecado. Nesse contexto, existe uma realidade que permeia todas as situações de pecado: a concupiscência.


No Catecismo da Igreja Católica, lê-se que a concupiscência “desregra as faculdades morais do homem e, sem ser nenhuma falta em si mesmo, inclina o homem a cometer pecado” (CIC 2515). Ou seja, é um ato da razão que antecede o pecar, podemos dizer que é “planejar” o pecado.

No texto bíblico que meditamos, vemos que Caim se chateia com a preferência de Deus à oferta feita por seu irmão Abel. O Senhor, ao perceber isso, o questiona: ”Por que andas irritado e com o rosto abatido?” (Gn 4,6). Deus tem a intenção de mudar o coração de Caim, mas ele não se abre ao Senhor, esconde-se. Dentro dele, havia o desejo de matar seu irmão, e nem mesmo Deus o alertando sobre as consequências, o faz mudar de ideia.

Quantas vezes nos encontramos em situações diante das quais percebemos, claramente, que estamos a ponto de cometer um ato inconsequente que resultará em pecado? Um homem que se sente atraído por uma mulher casada, por exemplo, ao perceber que pode ser correspondido, insiste, mesmo sabendo que deve evitar, pois aquilo lhe agrada de alguma forma. Há dentro do ser humano esse alerta, mas, nós, muitas vezes, o ignoramos, passamos por cima dele, agimos e pecamos. Nossa consciência, lugar onde Deus habita, nos inquieta diante dessas circunstâncias, mas o homem não enxerga ou finge que não vê e prossegue com sua inclinação ao mal.

Basta olharmos para nosso último pecado e refletirmos um pouco. Vejamos o que foi gerado dentro de nós antes do pecado. Sabíamos que a situação nos levaria ao erro; mesmo assim, prosseguimos. Deixamo-nos seduzir por fraqueza ou, simplesmente, pecamos por livre escolha?

Caim convida seu irmão a ir ao campo – aqui vemos que ele pensou no que fazer, trata-se de um ato premeditado, o primeiro homicídio relatado pela Bíblia. Esse fato também quer nos ensinar que em nós há essa postura de planejar o pecado e enganar Deus; muitas vezes, enganamos a nós mesmos, numa atitude consciente e premeditada.

Nossa leitura termina com uma frase que cria em nós um impacto se pararmos e refletirmos sobre ela: “A ti vai seu desejo, mas tu deves dominá-lo” (Gn 4,7). Essa frase de Deus dirigida a Caim revela que o Senhor sabia da intenção do coração dele, tanto que, se lermos todo o versículo sete, onde Deus fala ao nosso personagem, veremos que Ele vê a sua aparência, sinal claro de que “o pecado o estava espreitando à porta” (cf. Gn 4,7). Sim, o ser humano dá sinais claros de que vai pecar; nesses sinais, temos a oportunidade de lutar contra o pecado, de firmar nosso coração em Deus e declarar: “PHN! Por hoje não, por hoje não vou pecar”. Esses sinais nos dão a chance de escolher entre bem e o mal.

Então, encontraremos uma chave na luta pela santidade, uma arma que o próprio Deus nos deu. Como vemos no Catecismo da Igreja Católica (CIC), a concupiscência não caracteriza o pecado em si mesmo, é o intervalo entre o estímulo que recebemos e a nossa reação. Assim, podemos dizer que, neste intervalo, podemos nos controlar e deter nossa reação. Portanto, é possível dominar o desejo, dominar a concupiscência!

Não fomos criados para ser escravizados por nossos desejos, e precisamos nos convencer de que sozinhos não os podemos dominar. Deus coloca pessoas ao nosso lado, coloca leituras, palestras e muito mais à nossa disposição para que cresçamos no autoconhecimento e também no dia a dia. Ele nos dá a possibilidade de escolher o que devemos fazer diante dos estímulos externos que recebemos. E uma capela, uma igreja, é o lugar ideal para derramarmos todas as nossas angústias, para estarmos diante de Jesus e pedir a Ele o socorro necessário, pois o Espírito vem em auxílio da nossa fraqueza (cf. Rom 8,26). Isso requer treino, isso requer esforço e luta! Deus nos abençoe nesta batalha pela santidade.

José Paulo Neves Pereira - Canção Nova Formação / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

"Eu vim para servir" na prática

A grande missão e o principal mandamento: amar e servir, servir e amar

Deus Pai enviou Seu Filho Unigênito para servir; e de maneira especial, nosso Senhor Jesus Cristo serviu o mundo com a Sua vida. Os ensinamentos de Cristo, Sua acolhida aos necessitados – doentes, pobres, mulheres, crianças e pecadores em geral – foi para servi-los.


Jesus Cristo veio a este mundo e não brincou de ser humano, Ele foi gente mesmo, assumiu a nossa carne (cf. Jo 1,14), teve fome, sede, andou muito a pé, de barco, obrigava-se a estar com o Pai em oração fazendo Suas vigílias, mostrou Sua indignação com as autoridades da época, chamando-as de “hipócritas”, “sepulcros caiados” e “víboras”. O Filho de Deus, também com os Seus discípulos, mostrou Sua indignação pelo fato de eles não entenderem os ensinamentos d’Ele, chamando-os de “homens de pouca fé” e “lentos para crer”. Pode-se constatar o quanto Ele foi gente, pois podemos olhar para nossa vida e verificar que enfrentamos diversas dificuldades não só por causa dos erros que um dia cometemos, mas por causa da nossa limitação humana.

Claro que nosso Senhor não só lamentou as dificuldades que tinha com os sábios e com Seu grupo de discípulos, mas também não parou nas limitações deles e das autoridades da lei. Ele foi adiante; mesmo correndo risco de morte, Jesus continuou a evangelizar. A Boa Nova precisava ser anunciada, o amor do Pai precisava ser transbordado. Mas quem era alvo desse amor? O homem. E assim Ele fez: nasceu, cresceu, aprendeu tantas coisas, até o ofício de Seu pai adotivo; viveu a missão que o Pai do céu Lhe confiou, a grande missão e o principal mandamento: amar e servir, servir e amar.

Neste ano, a Campanha da Fraternidade apresenta o lema “Eu vim para servir” (Mc 10,45). Quem veio para servir? Jesus. Ele veio para servir e não para ser servido, Sua vida mostrou isso.

Talvez, seja muito bonito falar e escrever que Jesus veio para servir, que Sua vida foi um serviço solidário e amoroso, mas o nosso olhar de louvor e gratidão para Jesus deve se traduzir também por meio de nossa vida. Devemos fazer ressoar o “servir” do Senhor.

De que maneira traduzo o “servir” do Senhor? Bom, vamos olhar para o meio em que estamos, em casa, no trabalho, nos estudos e nos relacionamentos, estes são os ambiente que nós somos chamados a servir.

Por fim, onde você estiver, viva o “servir” de Jesus, que significa dar a sua vida na realização do bem. Qual a sua vocação? Qual seu chamado? Já está definido? Ótimo! Não está? Que bom também! Descubra-o colocando-se a serviço. Mãos à obra!

É certo que somos chamados a viver. E se nosso Senhor, que teria muitos motivos para cruzar os braços e apenas pensar nas coisas acontecerem, não fez isso, quanto mais nós! Sabe por que Jesus não quis ter uma vida fácil? Porque quem tem vida fácil fica pelo caminho, não resiste, não dura. É preciso ter força, e esta só se adquire com exercício; não adianta tomar “anabolizante” para ser forte na realidade espiritual, não dá para “maquiar”, fingir ser forte. Viver esta vida, servir às pessoas significa ter paciência, tolerar, dar uma nova chance, significa também chamar à atenção aquele que está se corrompendo pelo mal; por fim, significa ser um outro Cristo que serviu por amor, que amou e por isso serviu.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

As portas do perdão estão sempre abertas

O Catecismo da Igreja diz algo muito importante: “Não há  pecado algum, por mais grave que seja, que a Santa Igreja não possa perdoar. “Não existe ninguém, por mau e culpado que seja, que não deva esperar, com segurança, o seu perdão, desde que seu arrependimento seja sincero.” Cristo, que morreu por todos os homens, quer que, em Sua Igreja, as portas do perdão estejam sempre abertas a todo aquele que recua do pecado” (§982).


Então, nenhum pecador pode se desesperar ou desanimar da salvação; seria falta de fé. Basta uma gota do preciosíssimo Sangue de Cristo para perdoar todos os nossos pecados. No entanto, Ele derramou todo o Seu Sangue por nós. Só não pode ser perdoado o pecador de que tiver o coração endurecido e não corresponder à graça de Deus, fechando-se para o arrependimento; é o pecado contra o Espírito Santo. Neste caso, a falta do perdão não acontece por falta de misericórdia divina, mas por ação do pecador que rejeita o perdão de Deus.

Na remissão dos pecados, os presbíteros e os sacramentos são instrumentos que nosso Senhor Jesus Cristo, único autor e dispensador de nossa salvação, faz uso para apagar nossas iniquidades e dar-nos a graça da justificação. Por isso, não podemos fugir deste sacramento como alguns o fazem; ao contrário, frequentemente temos de buscar nele o perdão de nossas faltas para ter a consciência em paz conosco e com Deus. A Igreja chama a penitência de “sacramento de cura”.

Santo Ambrósio (340-397), o grande doutor que batizou Santo Agostinho, disse que Jesus quis dar a Seus discípulos um poder imenso: que seus pobres servidores realizem em Seu nome tudo que havia feito quando estava na terra. É melhor confessar-se com um sacerdote, humano e também pecador, que entende a nossa fraqueza, do que se confessar com um anjo que nunca pecou. No sacramento da confissão há uma pedagogia divina que nos leva ao ministro sagrado para não só ser perdoado, mas também ser orientado para livrar-se do pecado, o pior de todos os males. (De Paenitentia 1,8,34)

Vemos, então, que os presbíteros receberam um poder que Deus não deu nem aos anjos nem aos arcanjos. O Senhor sanciona, lá no alto, tudo o que os sacerdotes fazem aqui embaixo, disse outro doutor da Igreja, São João Crisóstomo (349-407) (Sac. 3,5). Santo Agostinho disse que: “Se na Igreja não existisse a remissão dos pecados, não existiria nenhuma esperança, nenhuma perspectiva de uma vida e de uma libertação eternas. Demos graças a Deus, que deu à Igreja tal dom” (Salmo 88,2,5).

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Como a Igreja participa na sociedade

A Igreja tem um papel fundamental na sociedade

É tempo da Quaresma, quando os discípulos e discípulas de Jesus são chamados a escutar a Palavra de Deus com redobrada atenção amorosa para alcançar uma qualificação humana e espiritual. Esse percurso educativo é indispensável para a conquista de uma vida mais saudável, construída na justiça como projeto de paz. Trata-se de um aperfeiçoamento que ocorre na interioridade de cada pessoa. Promove a superação de desgastes, sofrimentos e disputas que abatem a condição humana. Perdida a unidade interior, inevitáveis são os comprometimentos na vida cidadã, no testemunho da fé e na conduta individual e comunitária. Crescem os desvarios que ocorrem na sociedade contemporânea, marcada pela iluminação instrumental da razão e pelas possibilidades dos grandes avanços tecnológicos.


De um lado, o espetacular das conquistas e da modernização. Do outro, o cenário injusto da miséria e exclusão de tantos pobres, a vergonha da corrupção, o horror da violência e a superficialidade que a sociedade do descartável alimenta nos corações. É preciso silenciar, escutar com maior acuidade, recuperar o sentido determinante do outro na própria vida, o lugar inigualável de Deus na existência de cada um e no coração da história. Fundamental também é a disposição para remodelar-se, não exteriormente, nas aparências, mas no fundo do coração. A interioridade é o núcleo central de comando ético e moral que sustenta condutas balizadas pela justiça, pelo amor e pela coragem da solidariedade.

Por isso mesmo, a Igreja celebra o tempo quaresmal convidando todas as pessoas a percorrerem esse caminho de quarenta dias para vivenciar, de modo adequado, a Páscoa de Jesus Cristo, o único projeto de verdadeiro resgate e salvação da humanidade. Um tempo para a checagem da qualidade humana e espiritual, na certeza de que é possível encontrar as indicações das mudanças necessárias, capazes de fazer da própria vida uma base fundamental que sustenta a construção de uma sociedade mais justa.

Como ocorre há mais de cinquenta anos, a Igreja no Brasil vivencia o tempo da Quaresma promovendo a Campanha da Fraternidade. O tema e o lema da Campanha em 2015 – “Fraternidade: Igreja e Sociedade” e “Eu vim para servir” (cf. Mc 10,45) – constituem, neste ano, o horizonte inspirador e de confronto. A indicação da condição de servidor vem do próprio Jesus, o que Ele diz de si mesmo, na obediência amorosa a seu Pai. Trata-se, portanto, de característica inegociável e insubstituível de quem é discípulo de Cristo. Esse serviço é à vida, aos pobres, a cada pessoa, à cultura da paz. Busca a justiça e a superação das exclusões, que perpetuam a violência.

O despertar da consciência de estar a serviço, em nome do Mestre Jesus, em tudo o que se faz – no âmbito profissional, familiar, até naquele da vivência da fé e da disposição ao voluntariado para recuperar e promover a dignidade sagrada de toda pessoa – é o caminho revolucionário que a Igreja sabe que precisa trilhar. Nessa trajetória, a Igreja reconfigurará o seu verdadeiro rosto, superando suas incoerências, considerados os seus funcionamentos e a sua organização interna, particularmente a conduta de seus pastores, ministros e servidores. Essa é a coragem que a própria Igreja precisa revigorar, no mais íntimo de si, conforme indica o Papa Francisco ao dizer: “Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e comodidade de se agarrar às próprias seguranças. Não quero uma Igreja preocupada com ser o centro, que acaba presa num emaranhado de obsessões e procedimentos”.

A Igreja Católica assume esse desafio em busca de conversão, de respostas novas e adequadas, de olhar para si no contexto da sociedade contemporânea para servir ainda mais, anunciando o Evangelho. Um compromisso com a vida de todos, sobretudo dos pobres e sofredores, que é iluminado pela convicção e pelo anúncio do Reino de Deus a caminho do qual estamos. Partilhamos a certeza de que há uma vida definitiva a desabrochar plenamente para além deste tempo, garantia incontestável da Páscoa do Senhor Jesus. Em espírito de escuta, de profunda humildade, a Igreja, congregação dos discípulos de Jesus, deixa-se interpelar pela indispensável revisão. Assim, busca avançar ainda mais na vivência e no testemunho da caridade, que transforma e efetiva a missão de servidora que tem a Igreja na sociedade.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Evangelho Dominical: Convertei-vos e crede na Boa-Nova

Logo depois, o Espírito o fez sair para o deserto. Lá, durante quarenta dias, foi posto à prova por Satanás. E ele convivia com as feras, e os anjos o serviam. Depois que João foi preso, Jesus veio para a Galileia, proclamando a Boa-Nova de Deus: “Completou-se o tempo, e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede na Boa-Nova”. Mc 1, 12-15


Jesus é o portador da vida nova

Na última quarta-feira, com a celebração das Cinzas iniciamos o tempo da quaresma, tempo de graça e reconciliação. Esse tempo deve ser marcado pela penitência, com vista à conversão, e pela recordação de nosso batismo, a fim de que possamos assumir plenamente nossa vocação que nasce na fonte batismal. Os domingos do tempo da quaresma são como que etapas que nos preparam para a celebração do mistério pascal de Jesus Cristo. O trecho do livro do Gênesis na primeira leitura faz referência à aliança de Deus com Noé e toda a sua família, após o dilúvio. Vale lembrar que o dilúvio não foi, sobretudo, uma obra de destruição, mas de purificação, pois a maldade do homem era grande e a humanidade inteira havia se corrompido (cf. Gn 6,5-16). Noé, homem justo e íntegro, e toda a sua família, juntamente com um casal de cada espécie animal, foram preservados. Com Noé Deus faz uma aliança em favor de toda a terra. Deus promete não mais destruir nenhum ser vivo e que não haverá mais dilúvio. É o tempo da salvação. O sinal da aliança é um “arco na nuvem”, símbolo da paz. O relato das tentações de Jesus em Marcos é o mais breve dos evangelhos sinóticos, mas denso de significado. Nesse breve relato, Marcos não descreve as tentações de Jesus; ele se contenta em simplesmente dizer que Jesus foi tentado. Jesus vai ao deserto, lugar de provação e, ao mesmo tempo, de revelação da misericórdia de Deus para se preparar para o seu ministério público. Essa preparação, o texto nos sugere, é um combate espiritual, que acontece no coração de Jesus, contra as forças do mal. A sua missão requer uma preparação espiritual adequada. A menção dos anjos que serviam Jesus tem um duplo significado: Deus permanece com o seu Filho nesse combate espiritual e Jesus, pela sua união com Deus, vence as tentações. Após as tentações, Jesus começa o seu ministério. O início do ministério de Jesus está em continuidade com a pregação de João Batista: é um apelo à conversão. De que se trata quando se fala de conversão? A conversão é crer no Evangelho; é fé na pessoa de Jesus Cristo, ele que é a Boa-Notícia de Deus para a humanidade; é fé na palavra de Jesus, que é portadora de um sopro que faz viver. Sem essa confiança não é possível reconhecer a vida e a vinda do Verbo de Deus como dom, nem acolhê-lo.

Pe. Carlos Alberto Contieri - Paulinas / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Quaresma, tempo de voltar para Deus

O momento favorável é agora! Será que amanhã estaremos aqui? Sabemos que a morte encerra o nosso tempo de se arrepender dos pecados e encontrar Deus, para viver com ele. Não deixemos para depois.


A quaresma é um tempo em que Jesus nos convida a ir para o “deserto” com Ele, não o deserto de areia, mas o deserto do nosso coração, onde Deus habita desde o nosso batismo, mas que tantas vezes esquecemos. Esses quarenta dias tem um significado grande na Bíblia; significa “um tempo de prova” antes de uma grande “vitória”.

Assim, vemos Noé que passa 40 dias na barca com toda a criação para depois sair dali para uma vida nova, salvando a humanidade (Gn 8,6). Moisés permaneceu quarenta dias no monte Sinai (Ex 24,18) antes de dar ao povo as Tábuas da Lei e a Aliança com Deus. O povo de Deus caminhou quarenta anos no deserto antes de chegar com Josué `a Terra Prometida (Js 5,6); por quarenta anos Golias desafiou Israel até que Davi o vencesse (1Sm 17,16); Elias, fugindo da morte, caminhou durante quarenta dias ate´ chegar ao Horeb, na montanha onde Deus se mostrou a ele numa brisa suave (1Rs 19,8-12); quarenta dias foi o prazo que Jonas marcou para Nínive ser destruída, mas se converteu (Jn 3,4); etc. Jesus passa quarenta dias no deserto antes de vencer Satanás e começar a Sua missão de evangelização.

Depois de quarenta dias de luta vem uma grande vitória. Assim deve ser hoje a nossa Quaresma, quarenta dias de luta para conquistar a grande vitória de “voltar para Deus”. Não há felicidade maior do que estar com Deus, amar a Deus e servir a Deus. Santo Agostinho disse que: “Um homem sem Deus, é um peregrino sem meta, um questionado sem resposta, um lutador sem vitória, um moribundo sem nova vida”. “Quem ama a Deus nunca envelhece. Leva em si Aquele que é mais jovem que todos os outros”. “Eu não seria nada, meu Deus, absolutamente nada, se não estivesses em mim”. “O maior castigo do homem é não amar a Deus.”

Deus é tudo para nós: quando temos fome, é pão; quando temos sede, é água; quando estamos no escuro, é luz. Deus não nos abandona a não ser que nós O abandonemos primeiro. Quem não tem Deus na sua vida não se contenta com nada, está sempre insatisfeito. Deus colocou uma sede infinita de felicidade em nosso coração que só pode ser saciada por Ele mesmo, e por nada mais.

São Tomás de Aquino disse que “quanto mais o homem se afasta de Deus, mas se aproxima do nada”. Tanto mais é infeliz e sofredor, ainda que tenha todas as riquezas, prazeres e glórias terrenas. Santo Agostinho nos faz um alerta: “Declaraste guerra a Deus? Tem cuidado. Quantas mais e maiores pedras lances ao céu, mais e maiores serão as feridas que te causarão ao cair”.

Mas, o que nos afasta de Deus? Só uma coisa, o pecado. Por isso Jesus nos convida à conversão: “Cumpriu-se o tempo e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15).

“Aos olhos da fé, nenhum mal é mais grave que o pecado, e nada tem consequências piores para os próprios pecadores, para a Igreja e para o mundo inteiro”, diz o Catecismo (n. 1489). “Quem peca fere a honra de Deus e seu amor, sua própria dignidade de homem chamado a ser filho de Deus e a saúde espiritual da Igreja, da qual cada cristão é uma pedra viva (n. 1488).

É por isso que Jesus veio ao mundo e morreu numa cruz, ensanguentado, flagelado, coroado de espinhos e zombado. Só podemos entender o horror que é o pecado olhando o quanto custou para Jesus, o Filho único de Deus, arrancá-lo de nossas almas. Ele não veio ao mundo para outra coisa, a não ser para ser o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). São Pedro disse que “não é por bens perecíveis, como a prata e o ouro, que tendes sido resgatados da vossa vã maneira de viver, recebida por tradição de vossos pais, mas pelo precioso sangue de Cristo, o Cordeiro imaculado….” (1 Pe 1,18).

A Quaresma é o tempo de voltar para Deus, é o tempo da graça do arrependimento. São Paulo pediu insistentemente: “Em nome de Jesus Cristo, nós vos suplicamos: deixar-vos reconciliar com Deus… Como colaboradores de Cristo, nós vos exortamos a não receberdes a graça de Deus em vão, pois Ele diz: “No momento favorável eu te ouvi, e no dia da salvação eu te socorri. É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação” (2 Cor 6,1-2).

O momento favorável é agora, a Quaresma, o tempo de procurar um padre e fazer uma Confissão bem feita, deixando que o Sangue de Cristo lave as nossas almas. O profeta disse: “Buscai o Senhor, já que ele se deixa encontrar; invocai-o, já que está perto” (Isaías 55, 6). Até quando poderemos ter essa oportunidade de encontrar Deus. Será que amanhã estaremos aqui? Sabemos que a morte encerra o nosso tempo de se arrepender dos pecados e encontrar Deus, para viver com ele. Não deixe para depois. Quem deixa as coisas para depois é porque não quer fazer nunca. Deus não pode ser deixado para depois.

Prof. Felipe Aquino / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

O Tempo da Quaresma

A Quaresma é o tempo que precede e dispõe à celebração da Páscoa. Tempo de escuta da Palavra de Deus e de conversão, de preparação e de memória do Batismo, de reconciliação com Deus e com os irmãos, de recurso mais frequente às “armas da penitência cristã”: a oração, o jejum e a esmola (ver Mt 6,1-6.16-18).

De maneira semelhante como o antigo povo de Israel partiu durante quarenta anos pelo deserto para ingressar na terra prometida, a Igreja, o novo povo de Deus, prepara-se durante quarenta dias para celebrar a Páscoa do Senhor.

Embora seja um tempo penitencial, não é um tempo triste e depressivo. Trata-se de um período especial de purificação e de renovação da vida cristã para poder participar com maior plenitude e gozo do mistério pascal do Senhor.

A Quaresma é um tempo privilegiado para intensificar o caminho da própria conversão. Este caminho supõe cooperar com a graça, para dar morte ao homem velho que atua em nós. Trata-se de romper com o pecado que habita em nossos corações, nos afastar de todo aquilo que nos separa do Plano de Deus, e por conseguinte, de nossa felicidade e realização pessoal.

A Quaresma é um dos quatro tempos fortes do ano litúrgico e isso deve ver-se refletido com intensidade em cada um dos detalhes de sua celebração. Quanto mais forem acentuadas suas particularidades, mais frutuosamente poderemos viver toda sua riqueza espiritual.

Portanto, é preciso se esforçar, entre outras coisas:

– Para que se capte que neste tempo são distintos tanto o enfoque das leituras bíblicas (na Santa Missa praticamente não há leitura contínua), como o dos textos eucológicos (próprios e determinados quase sempre de modo obrigatório para cada uma das celebrações).

– Para que os cantos sejam totalmente distintos dos habituais e reflitam a espiritualidade penitencial, própria deste tempo.

– Por obter uma ambientação sóbria e austera que reflita o caráter de penitência da Quaresma.

Sentido da Quaresma

O primeiro que devemos dizer a esse respeito é que a finalidade da Quaresma é ser um tempo de preparação à Páscoa. Por isso, se está acostumado a definir a Quaresma “como caminho para a Páscoa”. O tempo quaresmal não é, portanto, um tempo fechado em si mesmo ou um tempo “forte” ou importante em si mesmo. É mas bem um tempo de preparação e um tempo “forte”, visto que nos prepara para um tempo “mais forte” ainda, que é a Páscoa.

O tempo de Quaresma – como preparação à Páscoa – se apoia em dois pilares: por uma parte, a contemplação da Páscoa de Jesus; e por outra, a participação pessoal na Páscoa do Senhor através da penitência e da celebração ou preparação dos sacramentos pascais – batismo, confirmação, reconciliação, Eucaristia –, com os quais incorporamos nossa vida à Páscoa do Senhor Jesus. Incorporá-la ao “mistério pascal” de Cristo supõe participar do mistério de Sua Morte e Ressurreição. Não esqueçamos que o Batismo nos configura com a Morte e Ressurreição do Senhor.

A Quaresma procura que essa dinâmica batismal (morte para a vida) seja vivida mais profundamente. Trata-se então de morrer para nosso pecado a fim de ressuscitar com Cristo à verdadeira vida: “Eu lhes asseguro que se o grão de trigo…morre dará fruto” (Jo 20,24). A esses dois aspectos teremos de acrescentar finalmente outro matiz mais eclesiástico: a Quaresma é tempo apropriado para cuidar da catequese e da oração das crianças e jovens que se preparam para a confirmação e para a primeira comunhão; e para que toda a Igreja ore pela conversão dos pecadores.

Canção Nova Formação / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

"A Igreja deve ser atuante e sem medo", afirma dom Leonardo Steiner na abertura da CF 2015

“Por ser Igreja, todo batizado é povo de Deus, está ali no meio da sociedade, no meio de todas as pessoas, ajudando na transformação, pessoas que levam os valores do Evangelho, levam os valores do Reino", disse o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Steiner, durante a abertura da Campanha da Fraternidade 2015, ocorrida hoje, 18, na sede da instituição, em Brasília.  Na ocasião, foi lida a mensagem do papa Francisco à Igreja no Brasil por ocasião da CF 2015 e da Quaresma. Francisco faz uma reflexão sobre o tema da Campanha, “Fraternidade: Igreja e sociedade”, e o lema, “Eu vim para servir".

Em sua fala, dom Leonardo Steiner recordou que a CF 2015 resgata dois importantes documentos do Concílio Ecumênico Vaticano II, encerrado há 50 anos: a Constituição Dogmática Lumen Gentium e a Constituição Pastoral Gaudium et Spes.


Outro aspecto ressaltado por dom Leonardo a respeito dos objetivos da CF 2015 é a postura da Igreja e dos cristãos na sociedade como “presença viva de Jesus”. Ele desejou que a iniciativa da CNBB ajude o povo brasileiro a ser uma “Igreja atuante e sem medo, que dá o rosto, dá os valores, o que tem de melhor”.

O secretário geral da CNBB pediu, ainda, aos cristãos "atuantes e desejosos de transformação" para se engajarem na Campanha pela Reforma Política e Democrática. Informou que alguns bispos assumiram como ação concreta da CF 2015 o recolhimento de assinaturas para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas.

Na linha da promoção da pessoa, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, recorreu ao tema para afirmar que o Estado deve estar à serviço da sociedade, contribuindo para a “emancipação das pessoas”, a fim de que sejam “sujeitos de suas próprias vidas e histórias”. Ao lembrar uma passagem do Evangelho de São Lucas, em que Jesus exorta os discípulos para que o que governa “seja como o servo”, o ministro apresenta uma dimensão da política. “Estas palavras de Jesus nos colocam em face das relações  humanas e, por conseguinte, da política. Aqui a política emerge como serviço às pessoas, à sociedade, especialmente aos mais pobres, lembrando sempre a opção preferencial que a Igreja fez pelos pobres”, ressaltou.

Com desejos de uma campanha “frutífera, profética e de muito anúncio e promoção do diálogo e da Paz”, a secretária executiva do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), pastora Romi Bencke, afirmou que a temática proposta desafia as igrejas a adotarem uma “ética global de responsabilidades” que fortaleça os direitos dos povos, privilegie a solidariedade internacional e supere os egoísmos confessionais e nacionais. “Liberdade, direito, razão e dignidade humana fazem parte do nosso papel missionário e o tema deste ano nos ajuda a refletir sobre esse nosso papel enquanto igrejas e religiões”, disse.

O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinícios Furtado Coelho, destacou o refrão do hino da CF 2015. “A luta por dignidade, por justiça e por igualdade é o elo que deve nos unir”, disse. Para ele a igualdade não se dá apenas no tratamento formalmente igualitário de todos perante a lei, “mas por uma igualdade concreta, que se visualiza na proteção do mais necessitado, no acolhimento do mais pobre, que são medidas necessárias e urgentes para que possamos ter uma igualdade real, uma igualdade de fato”.

O advogado também falou sobre a iniciativa pela Reforma Política Democrática. “Esta coalizão, integrada por quase 100 entidades da sociedade, parte do pressuposto de que a reforma política passa, necessariamente, por mudanças nas regras eleitorais, sobretudo no tocante ao seu financiamento, por melhoria na representação do povo nos postos políticos, pelo fortalecimento da democracia participativa, por meio dos preceitos constitucionais do plebiscito, referendo e projeto de lei de iniciativa popular”, informou.

Mensagem do Papa

Em mensagem enviada à Igreja no Brasil, o papa Francisco recordou a Constituição Lumen Gentium e afirmou que a Igreja, enquanto “‘comunidade congregada por aqueles que, crendo, voltam o seu olhar a Jesus, autor da salvação e princípio da unidade’, não pode ser indiferente às necessidades daqueles que estão ao seu redor”. Num recorte da Gaudium et Spes, salientou que “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo”.

No período da Quaresma, o papa Francisco propôs um exame de consciência para que, a partir de sua Doutrina Social, a Igreja realize suas tarefas prioritárias “que contribuem para a dignificação do ser humano e a trabalhar junto com os demais cidadãos e instituições para o bem do ser humano”. Francisco também destacou a necessidade do envolvimento de todos os cristãos. “É preciso ajudar aqueles que são mais pobres e necessitados. Lembremo-nos que cada cristão e cada comunidade são chamados a ser instrumentos de Deus ao serviço da libertação e promoção dos pobres, para que possam integra-se plenamente na sociedade, isto supõe estar atentos, para ouvir o clamor do pobre e socorrê-los”, escreveu.

CNBB - Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

Um convite na Quarta-feira de Cinzas

Entramos no tempo da Quaresma, período que antecede a Semana Santa

Ocasião de nos preparemos para a maior de todas as celebrações da Igreja: a Ressurreição de Cristo, nossa Páscoa. E este tempo de preparação se inicia hoje, na Quarta-feira de Cinzas. Na celebração deste dia, cinzas são colocadas na nossa cabeça ou na testa para que nos lembremos de onde viemos e para onde vamos: “Como um pai tem piedade de seus filhos, assim o Senhor tem compaixão dos que o temem, porque ele sabe de que é que somos feitos, e não se esquece de que somos pó” (Sl 102,14).


Este é um tempo favorável a nós. Mas para que possamos ressuscitar com Cristo, talvez seja necessário mudarmos a direção da nossa vida. Por isso, no momento em que recebemos as cinzas, ouvimos o seguinte versículo bíblico: “Convertei-vos e crede no Evangelho” (cf. Mc 1,15). Mas vamos antes entender onde está situado este importante alerta de conversão.

No Evangelho de São Marcos, esse trecho está no capítulo 1 (um). O livro tem uma abertura, na qual apresenta o objetivo principal do Evangelho: a afirmação de que Jesus é o Filho de Deus (1,1). Segue com a apresentação de João Batista (1,2-8). No versículo 9, Cristo aparece pela primeira vez no Evangelho para ser batizado por João (1,9-11). Por fim, Ele passa 40 dias no deserto onde é tentando pelo demônio (1,12-13).

No Evangelho de São Marcos, todas estas passagens são apresentadas sem que se ouça a voz de Jesus. Todos os diálogos d’Ele, nestas cenas que conhecemos de outros Evangelhos, São Marcos suprime. A primeira fala de Jesus colocada por esse evangelista é a primeira pregação feita pelo Mestre, e é sobre conversão: Depois que João foi preso, Jesus dirigiu-se para a Galileia. Pregava o Evangelho de Deus e dizia: “Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15).

Essa primeira fala de Jesus, no Evangelho de São Marcos, pode ser divida em três partes:

1) Cumpriu-se o tempo – a espera das promessas do Antigo Testamento relacionadas à vinda do salvador acabou, pois Ele está no meio de nós.

2) O Reino de Deus está próximo – Este reino é o próprio Jesus. Ele que vem ao encontro de cada um de nós.

3) Convertei-vos e crede no Evangelho – mas para que nós experimentemos essa presença real de Jesus, para que vivamos o seu reino é preciso conversão.

E converter significa mudar de caminho. É necessário assumir o caminho proposto no Evangelho, que é o próprio Cristo: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Cf. Jo,14,6).

Assim começamos a Quaresma na Quarta-feira de Cinzas, ouvindo, segundo o Evangelho de Marcos, a primeira pregação de Jesus, um convite à conversão. Um convite para que, nestes quarenta dias, possamos refletir por quais caminhos temos andado. Um convite para conhecermos e seguirmos pelo caminho que é o próprio Cristo. Um convite para, no caminho que é Cristo, encontrarmos uma vida nova, a ressurreição.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Papa comenta morte de cristãos egípcios: "testemunho que grita"

Em encontro no Vaticano, Papa lamentou a morte de cristãos coptas egípcios, assassinados pelo Estado Islâmico

Mortos somente porque são cristãos, afirmou o Papa Francisco durante um encontro no Vaticano com representantes da Igreja Reformada da Escócia, referindo-se aos 21 egípcios coptas mortos por jihadistas do Estado Islâmico.


Francisco exprimiu sua profunda dor pela execução dos cristãos coptos. “Diziam somente ‘Jesus, ajuda-me’. Foram assassinados só pelo fato de serem cristãos (…) O sangue dos nossos irmãos cristãos é um testemunho que grita. Sejam católicos, ortodoxos, coptos, luteranos, não importa: são cristãos! E o sangue é o mesmo. O sangue testemunha Cristo”.

Em memória destes cristãos assassinados por darem testemunho de Cristo, o Santo Padre encorajou uma vez mais o chamado “ecumenismo de sangue”. Ele falou da necessidade de partilhar o empenho comum a serviço do Evangelho e da causa da unidade dos cristãos.

“O atual estado das relações ecumênicas na Escócia testemunha quanto aquilo que, como cristãos, temos em comum é maior que aquilo que pode nos dividir. Sobre esta base, o Senhor nos chama a procurar modos ainda mais eficazes para superar velhos preconceitos e para encontrar novas formas de acordo e colaboração”.

O Pontífice recordou ainda que a fé e o testemunho cristão se encontram diante de desafios tais que somente unindo esforços será possível prestar um serviço à família humana. “Possa o caminho de reconciliação e de paz entre as nossas comunidades aproximar-nos mais uns dos outros, de forma que, movidos pelo Espírito Santo, possamos levar a todos a vida e levá-la em abundância”.

Redação Canção Nova Notícias - com Rádio Vaticano / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Evangelho dominical: Jesus cura um leproso

Um leproso aproximou-se de Jesus e, de joelhos, suplicava-lhe: “Se queres, tens o poder de purificar-me!”. Jesus encheu-se de compaixão, e estendendo a mão sobre ele, o tocou, dizendo: “Eu quero, fica purificado”. Imediatamente a lepra desapareceu, e ele ficou purificado. Jesus, com severidade, despediu-o e recomendou-lhe: “Não contes nada a ninguém! Mas vai mostrar-te ao sacerdote e apresenta, por tua purificação, a oferenda prescrita por Moisés. Isso lhes servirá de testemunho”. Ele, porém, assim que partiu, começou a proclamar e a divulgar muito este acontecimento, de modo que Jesus já não podia entrar, publicamente, na cidade. Ele ficava fora, em lugares desertos, mas de toda parte vinham a ele. Mc 1, 40-45

Jesus transmite o Espírito Santo que purifica

O livro do Levítico, cujo trecho nós temos na primeira leitura, dedica dois capítulos à lepra e nos mostra como os leprosos eram considerados (Lv 13–14). O capítulo 13 revela como se fazia o diagnóstico das diferentes formas de lepra, e o capítulo 14, a maneira como se devia fazer a purificação. A situação dos leprosos era particularmente dura, pois eram considerados impuros, atingidos, feridos e castigados por Deus e retirados do convívio social. A lepra, mais que uma doença, era considerada, do ponto de vista religioso, como uma impureza. Por isso, o leproso que se aproxima de Jesus pede para ser purificado ou, se quiserem, perdoado. No evangelho, ao leproso que se aproxima, Jesus não se esquiva, nem se preocupa em ser contaminado com a impureza. Ao contrário, acolhe a sua súplica e a sua profissão de fé: “se queres, tu tens o poder de purificar-me”. Somente Deus pode purificar alguém atingido pela lepra. A lepra, como observamos acima, é compreendida como um castigo anunciador da morte; ela comunica impureza ao judeu e a todos os de sua casa, mas não ao pagão. Daí o leproso ter de viver fora do acampamento ou da cidade e gritar declarando sua impureza a fim de que ninguém se aproximasse dele, como se pode ver no livro do Levítico. A sua situação é dramática e profundamente humilhante. Para a mentalidade da época, ele é um desprezado por Deus e pelos homens. Jesus se enche de compaixão pelo homem que se aproxima dele suplicando. A compaixão é o sentimento divino que move o mais íntimo da pessoa e a faz agir em benefício do outro. A prontidão de Jesus em atendê-lo manifesta o desejo divino de que todo ser humano, purificado, possa experimentar a vida plena na comunhão com o seu Senhor. A palavra de Jesus é acompanhada pelo gesto com o qual ele toca o leproso. Tocar um leproso era proibido, pois tinha por consequência se tornar impuro. Jesus toca o leproso e não é contaminado, não recebe a impureza do leproso, mas comunica a sua purificação. A atitude de Jesus, tocando o leproso com a mão, transmite o “Espírito puro”, o Espírito Santo que purifica, que devolve ao ser humano o brilho original do homem criado à imagem e semelhança de Deus. Ao sacerdote cabia igualmente constatar a purificação da lepra, por isso, Jesus envia-lhe aquele que havia sido leproso para que a cura fosse constatada, e este fosse reintegrado no seio da comunidade de fé. A constatação da cura é o testemunho da intervenção divina, de que em Jesus habita a vida de Deus. Purificado, o homem pode proclamar o que Jesus fez por ele.

Pe. Carlos Alberto Contieri - Paulinas / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Carnaval é prazer e alegria?

O início do carnaval traz a busca frenética pelo prazer e pela alegria

A Bíblia afirma que “a alegria do coração é a vida do homem, é um inesgotável tesouro de santidade. A alegria do homem torna mais longa a vida dele” (Eclo 30,22-26). São Francisco de Sales dizia que “um cristão triste é um triste cristão”. A alegria verdadeira brota de um coração puro, que ama a Deus e ao próximo, tem a consciência tranquila e sabe que está nas mãos do Senhor.


Mas o mundo confunde alegria com prazer, quando, na verdade, não são a mesma coisa. Prazer é a satisfação do corpo; alegria é a satisfação da alma. Há prazeres justos e até necessários, como o sabor que Deus colocou nos alimentos, o prazer do ato sexual do casal unido pelo matrimônio. Mas há também prazeres injustos, por isso, pecaminosos, quando se busca a satisfação do corpo apenas como um fim: a bebida, o sexo fora ou antes do casamento, as drogas, as aventuras que põem a vida em risco etc.

Isso acontece quando se abusa da liberdade e se usa mal as coisas boas. Isso tem nome: libertinagem. Por exemplo, pode ser um gesto de alegria beber um copo de vinho com os amigos, mas pode se tornar um gesto de prazer desordenado se houver o abuso da bebida e se chegar à embriaguez. O mal quase sempre é o uso mau, o abuso das coisas boas. Quantos crimes e acidentes acontecem por causa dessas libertinagens!

Está chegando mais um carnaval, tempo que para muitos se transformou em liberação de todos os instintos, busca frenética da “alegria” e do prazer. Mas o prazer ilícito, quando passa, deixa gosto de morte. A distorção da alegria nessa festa pode se transformar em sofrimento para a própria pessoa e para os outros, porque sabemos que “o salário do pecado é a morte” (cf. Rm 6,23).

Não pense que você pode ser feliz no pecado, porque isso é uma ilusão.

A tentação nos oferece o pecado, assim como uma maçã envenenada, mas caramelada. É mais ou menos como o terrível anzol que o peixe abocanha, porque está escondido dentro da isca. Depois de abocanhar a isca, de sentir o “prazer” rápido que ela lhe dá, o peixe sente o gosto da morte no anzol que o fisga.

O mesmo acontece com quem se entrega, no carnaval, aos prazeres da carne: o sexo a qualquer custo, a prática da homossexualidade, o uso das drogas, o abuso da bebida e os gestos de violência. O que tudo isso gera depois? Sabor de morte. Depois que rapidamente tudo isso passa, vem o vazio e a tristeza.

Temos visto um espetáculo deprimente nos últimos carnavais: as próprias autoridades, querendo impedir a Aids, acabam fomentando o pecado. Os governos da união e dos estados distribuem amplamente a famigerada “camisinha” para que os foliões brinquem, gozem, mas sem o perigo de se contaminarem. Preserva-se o corpo e mata-se a alma; defende-se o prazer e a orgia e afunda-se a moral; lança-se o povo nos antigos bacanais gregos. Ora, o correto é ensinar os jovens a viver o sexo no lugar certo, no casamento, e não estimulá-los fora de hora.

Será que não temos algo melhor para dar aos nossos jovens e a nosso povo? Quantas crianças são geradas nas relações sexuais que acontecem nos carnavais! O que acontece depois? Algumas dessas podem ser abortadas; outras se tornam filhos de uma mãe que vai criar e educar o filho sozinha. Isso não é justo, porque toda criança que vem a este mundo tem o direito de ter um pai, uma mãe, de um lar, de ser amada e desejada; e não ser apenas o fruto de uma transa tresloucada.

O mal é o abuso daquilo que é bom. Se nós abusamos do bem, da comida, da bebida, do sexo fora do casamento, tudo isso se tornará um mal e trará consequências negativas; isso não é uma alegria autêntica. O sexo é lindo dentro do plano de Deus, mas se o tirarmos de dentro do plano divino, ele poderá ser causa de tristeza, adultério e doenças.

No pecado, encontramos o caminho da morte; na virtude, encontramos o caminho da paz.

Nossa vida é consequência de nossas escolhas e nossos atos. São Paulo disse claramente aos gálatas: “Não erreis, de Deus não se zomba; porque tudo o que o homem semear, isso também colherá. O que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna” (Gl 6,8).

Quem faz do período carnavalesco uma oportunidade de extravasar os baixos instintos, colherá, sem dúvida, a tristeza depois. Quem dele se aproveitar para fazer o bem, colherá a alegria. Há um ditado popular que diz assim: “Fazer o bem sem olhar a quem”. A verdadeira alegria nasce de fazer o bem; quanto mais bem você o faz às pessoas, mais será feliz.

O pecado é perfumado e se apresenta a você na hora da sua fragilidade. Cuidado! Santo Agostinho afirmava: “A sua tristeza são os seus pecados; deixe que a santidade seja sua alegria”. Eu lhe dou a receita: vigie e ore. Os pecados entram pelas janelas da alma, que são os sentidos. Então, feche seus olhos, sua boca e suas mãos se você sabe que, por meio deles, pode chegar ao pecado.

Os dias de carnaval nos oferecem grandes oportunidades para pecar, tanto nas ruas como na televisão, na internet e nos clubes. Mas não é nisso que reside a verdadeira alegria, esta pode ser encontrada no convívio saudável do lar com os filhos, na igreja, na leitura de bons livros e da Palavra de Deus, num tempo mais dedicado à oração, no ouvir uma boa pregação, num gesto de caridade a uma pessoa que precisa de você.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Alcoolismo

A cada dia cresce mais o problema do alcoolismo entre os jovens. E o álcool é mais prejudicial para o jovem do que para o adulto, uma vez que ele prejudica a sua constituição física e psicológica em formação.


O álcool afeta todos os órgãos e tecidos do corpo; o aparelho digestivo é prejudicado e o fígado pode ser destruído.

Você sabe que mais da metade dos acidentes que ocorrem nas estradas são causados por pessoas embriagadas, muitas vezes jovens que saíram de uma festa? Muitas são também as mortes de pedestres causadas por motoristas embriagados.

Muitas famílias são destruídas por causa de um pai alcoólatra; ou mesmo pelas perturbações causadas por um filho viciado na bebida.

Muitos jovens dão aquela velha desculpa: ‘Ah, eu só bebo socialmente, em festas, e sei me controlar’. Mas muitas vezes é aí que a pessoa pode começar a se tornar um alcoólatra. E é bem conhecido que o vício da bebida não começa na idade adulta mas na juventude.

Como todo vício, o álcool, na maioria das vezes, é também uma fuga para o jovem; às vezes para ‘afogar as mágoas’ de um namoro mal sucedido; de uma reprovação na escola, de uma difícil situação familiar; de uma timidez invencível; etc. Outros bebem para liberar os impulsos e desejos reprimidos.

Qualquer que seja a sua dificuldade jovem, não aceite a fuga como solução, qualquer que seja ela, aprenda a enfrentar o problema com coragem, determinação de resolvê-lo, e muita fé e oração.

A sociedade paga um preço altíssimo pelos desastres provocados pelo álcool.

Um alcoólatra pode acabar com a sua vida e com a da sua família, mesmo que indiretamente. Não é justo fazer os outros sofrerem por causa do nosso vício. Especialmente os pais que já trabalharam tanto e que agora têm o direito de descansar, e não de carregar o fardo pesado de um filho bêbado ou drogado.

A palavra de Deus, no livro dos Provérbios, chama a nossa atenção para o perigo da bebida: "Zombeteiro é o vinho e amotinadora a cerveja: quem quer que se apegue a isto não será sábio." (Prov. 20,1)

"Ouve, meu filho: sê sábio, dirige teu coração pelo caminho reto, não te ajuntes com os bebedores de vinho, com aqueles que devoram carnes, pois o ébrio e o glutão se empobrecem e a sonolência veste-se com andrajos." (Prov. 23,21)

Tudo o que foi dito antes sobre os que desejam se recuperar do vício das drogas, serve também para você se recuperar do alcoolismo.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Carnaval: dois caminhos, uma escolha

Como passar o Carnaval? Para onde ir? Onde ficar? O que fazer?

Normalmente, dois grupos tomam caminhos bem opostos. O primeiro dá vazão à carne e cai na folia, aproveita para passear, assiste aos desfiles, come, bebe, diverte-se segundo os desejos próprios da carne. O outro grupo costuma tomar um rumo bem oposto: deixa tudo e retira-se para encontros e retiros espirituais. Participa de retiros abertos ou fechados, assiste ou ouve as pregações desses encontros pelo rádio ou pela TV. De sexta a Quarta-feira de Cinzas dedica-se a estar com o Senhor: ouvindo a Palavra, louvando-O e adorando-O. Para este [grupo], aplica-se e torna-se realidade esta Palavra de Neemias: “Não haja tristeza, porque a alegria do Senhor será a vossa força” (Ne 8,10).


Trata-se, porém, de uma festa e de uma alegria bem diferentes daquelas que o mundo oferece. Nos retiros espirituais não há preocupação com droga, camisinha ou contaminação com doenças. O único contágio que geralmente acontece com esse grupo é o da alegria. Uma alegria que só o Senhor Deus pode oferecer.

Há dois caminhos totalmente opostos. Mas, você pode escolher apenas um deles. Jesus lembrou: “Não podeis servir a dois senhores” (Mt 6, 24). Uma escolha que cada um de nós deverá fazer, sabendo que: “Os desejos da carne se opõem aos do Espírito, e estes aos da carne; pois são contrários uns aos outros. É por isso que não fazeis o que queríeis” (Gl 5,17).

Cada caminho leva a um destino e um final diferentes. Por isso, Jesus nos preveniu: “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição e numerosos são os que por aí entram. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho da vida e raros são os que o encontram” (Mt 7,13-14).

E quanto a você? Qual dos dois caminhos escolherá?

Há outros alternativos, mas esses dois são os mais marcantes na maior festa popular do país. Cristo falou e nos alertou sobre as festas que o mundo oferece: um dia, elas seriam parecidas com o que já aconteceu na face da terra, nos tempos de Noé: “Como ocorreu nos dias de Noé, acontecerá do mesmo modo nos dias do Filho do Homem. Comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Veio o dilúvio e matou a todos” (Lc 17, 26 – 27).

É importante que estejamos bem atentos e procuremos fazer como Maria “que escolheu a melhor parte” (cf. Lc 10, 42): ficou aos pés de Jesus.

O efeito de cada uma das escolhas aparecerá claramente na Quarta-feira de Cinzas. Todos podem até estar cansados; mas, o estado de ânimo será bem diferente. Enquanto uns estarão curtindo a ressaca e o vazio; outros estarão com o coração exultante da alegria do Senhor.

Sejamos espertos: escolhamos a melhor parte, como Jesus mesmo afirmou: “Maria escolheu a boa parte, que lhe não será tirada” (Lc 10, 42). Bom retiro!


Canção Nova Formação / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Nossa Senhora de Lourdes

A Virgem Maria se apresentou como a Imaculada Conceição, confirmando assim o dogma decretado anos antes

Foi no ano de 1858 que a Virgem Santíssima apareceu, nas cercanias de Lourdes, França, na gruta Massabielle, a uma jovem chamada Santa Marie-Bernard Soubirous ou Santa Bernadete. Essa santa deixou por escrito um testemunho que entrou para o ofício das leituras do dia de hoje.

“Certo dia, fui com duas meninas às margens do Rio Gave buscar lenha. Ouvi um barulho, voltei-me para o prado, mas não vi movimento nas árvores. Levantei a cabeça e olhei para a gruta. Vi, então, uma senhora vestida de branco; tinha um vestido alvo com uma faixa azul celeste na cintura e uma rosa de ouro em cada pé, da cor do rosário que trazia com ela. Somente na terceira vez, a Senhora me falou e perguntou-me se eu queria voltar ali durante quinze dias. Durante quinze dias lá voltei e a Senhora apareceu-me todos os dias, com exceção de uma segunda e uma sexta-feira. Repetiu-me, vária vezes, que dissesse aos sacerdotes para construir, ali, uma capela. Ela mandava que fosse à fonte para lavar-me e que rezasse pela conversão dos pecadores. Muitas e muitas vezes perguntei-lhe quem era, mas ela apenas sorria com bondade. Finalmente, com braços e olhos erguidos para o céu, disse-me que era a Imaculada Conceição”.

Maria, a intercessora, modelo da Igreja, imaculada, concebida sem pecado, e, em virtude dos méritos de Cristo Jesus, Nossa Senhora, nessa aparição, pediu o essencial para a nossa felicidade: a conversão para os pecadores. Ela pediu que rezássemos pela conversão deles com oração, conversão, penitência.

Isso aconteceu após 4 anos da proclamação do Dogma da Imaculada Conceição. Deus quis e Sua Providência Santíssima também demonstrou, dessa forma, a infalibilidade da Igreja. Que chancela do céu essa aparição da Virgem Maria em Lourdes. E os sinais, os milagres que aconteceram e continuam a acontecer naquele local.

Lá, onde as multidões afluem, o clero e vários Papas lá estiveram. Agora, temos a graça de ter o Papa Francisco para nos alertar sobre este chamado. Nossa Senhora de Lourdes, rogai por nós!

Santo do Dia - Canção Nova / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/