domingo, 28 de fevereiro de 2016

Evangelho do 3º Domingo da Quaresma

Naquele tempo, vieram algumas pessoas trazendo notícias a Jesus a respeito dos galileus que Pilatos tinha matado, misturando seu sangue com o dos sacrifícios que ofereciam. Jesus lhes respondeu: “Vós pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem sofrido tal coisa? Eu vos digo que não. Mas se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo. E aqueles dezoito que morreram, quando a torre de Siloé caiu sobre eles? Pensais que eram mais culpados do que todos os outros moradores de Jerusalém? Eu vos digo que não. Mas, se não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo”. E Jesus contou esta parábola: “Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi até ela procurar figos e não encontrou. Então disse ao vinhateiro: ‘Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro. Corta-a! Por que está ela inutilizando a terra?’. Ele, porém, respondeu: ‘Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e colocar adubo. Pode ser que venha a dar fruto. Se não der, então tu a cortarás’”. Lc 13,1-9


Homilia

A Palavra de Deus, hoje, fala ao nosso coração que as desgraças, tragédias e tantas situações inusitadas que acontecem no mundo não são castigo nem iniciativas do coração de Deus. Se acontece um acidente e morre uma pessoa ou duas, mas uma sobrevive, não é que esta seja mais santa que as outras que morreram naquela situação. Não é porque um avião caiu e você não estava nele, que você é melhor do que aqueles que morreram naquele acidente. Na verdade, você teve uma oportunidade a mais para rever sua própria vida. É verdade, sim, que a bênção de Deus, quando nós a invocamos, quando pedimos “Senhor, livrai-nos do mal!”, o fazemos com fé, para que ela nos acompanhe. Mas aqueles que, de alguma forma, foram vítimas de uma tragédia ou de algum acontecimento drástico na humanidade, não são vítimas de um castigo divino. Ao contrário, o olhar que Deus tem sobre a humanidade é de misericórdia. Não é Ele quem determina o que vai nos acontecer. O Senhor deu aos homens a capacidade de cuidar e direcionar a própria vida. Ele pode nos livrar, pela nossa fé, de algumas situações, mas a verdade é que, quando situações trágicas chegam, o coração humano já se acostumou a culpar Deus: “Por que, meu Senhor? Por quê?”. Ele é quem mais sofre quando os dissabores humanos chegam, quando acontecem situações que doem, apertam o coração. Deus não queria que fosse assim, nós é quem cuidamos da vida para que ela aconteça. Alguém está construindo um prédio e toda a inteligência, toda a capacidade tem de ser usada para que desastres e acidentes não aconteçam. Depois que se investiga, percebe-se que houve tantas falhas humanas, houve essa ou aquela negligência em toda situação; às vezes, é mais fácil não olhar as falhas humanas e atribuir a culpa a Deus. Saibam de uma coisa, independente do tempo que temos de vida, de tal situação ter ou não acontecido, aproveitemos bem o tempo. Para Deus, o tempo bem vivido, seja três, 30, 50 ou 60 anos de vida, o que vale é a intenção de se converter a cada dia. O que Deus deseja é que possamos dar muitos frutos, que não sejamos pessoas de vida estéril na produção dos frutos da vida. Não adianta viver 60, 80, 90 anos, e vivermos na esterilidade e não produzir frutos de santidade. Dói demais ver qualquer jovem morrer! Mas muitos deixam um exemplo de vida, e nós, que muitas vezes vivemos tanto tempo, não sabemos produzir frutos. Eu não sei quanto tempo de vida nós temos pela frente, pode ser que tenhamos o hoje e o amanhã, pode ser que tenhamos ainda muito tempo pela frente, mas não percamos tempo, a hora é agora de produzir frutos e não deixar a vida passar de forma inútil.

Padre Roger Araújo – Canção Nova / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant’Ana – http://www.matrizdesantana.blogspot.com.br/

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Quaresma, tempo especial de oração

A Quaresma é tempo especial de oração. Uma das manifestações da fé é a capacidade de olhar para o alto e para dentro, para entrar em comunhão profunda com Deus. Oração se faz no silêncio interior do diálogo com Deus. Oração se faz com a liberdade concedida pelo Espírito Santo, que vem em auxílio de nossa fraqueza. Oração se faz com as palavras aprendidas ao colo de nossos pais, assim como muitas preces feitas por pessoas inspiradas, que se tornaram mestres e mestras no relacionamento com o Senhor. Oração se faz, e este é seu ponto mais alto, quando o culto verdadeiro e completo é prestado ao Pai, no Espírito Santo, pelo amor infinito de Cristo, que se oferece por nós na Eucaristia, renovação de seu Sacrifício. A Missa é o cume e a fonte de nossa vida cristã.


Quaresma é tempo especial de caridade. Toca o coração a força com que o Papa Francisco quer fazer de todos nós, nesta Quaresma, homens e mulheres banhados na Misericórdia: “A misericórdia de Deus transforma o coração do homem e faz-lhe experimentar um amor fiel, tornando-o assim, por sua vez, capaz de misericórdia. É um milagre sempre novo que a misericórdia divina possa irradiar-se na vida de cada um de nós, estimulando-nos ao amor do próximo e animando aquilo que a tradição da Igreja chama as obras de misericórdia corporal e espiritual. Estas recordam-nos que a nossa fé se traduz em atos concretos e quotidianos, destinados a ajudar o nosso próximo no corpo e no espírito e sobre os quais havemos de ser julgados: alimentá-lo, visitá-lo, confortá-lo, educá-lo. No pobre, a carne de Cristo torna-se de novo visível como corpo martirizado, chagado, flagelado, desnutrido, em fuga, a fim de ser reconhecido, tocado e assistido cuidadosamente por nós. É o mistério inaudito e escandaloso do prolongamento na história do sofrimento do Cordeiro Inocente, sarça ardente de amor gratuito na presença da qual podemos apenas, como Moisés, tirar as sandálias (Cf. Ex 3, 5); e mais ainda, quando o pobre é o irmão ou a irmã em Cristo que sofre por causa da sua fé” (Mensagem Quaresmal 2016).

Canção Nova Formação / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Quaresma, uma nova oportunidade para recomeçar

O tempo da Quaresma, na prática do cristão, é como a chegada de uma nova vida

A Quaresma é um processo que chamamos de conversão, transformação, transfiguração e novo começo. Tudo isso acontece levando-se em conta a forma de vida de Jesus Cristo. É um caminho de vitória, mas que passa pelos compromissos da cruz.


Não é fácil entender o amor de Cristo na cruz, porque nossa cabeça é feita pelo mundo em que vivemos. A palavra “mundo” relativiza aquilo que é relacionado com a palavra “céu”. Deus amou o mundo dando-nos o próprio Filho para nos trazer as condições de vida digna. Isso aconteceu no Seu gesto de doação que culminou na cruz. Dizemos que o mundo é bom, é a natureza onde Deus mora; dizemos até que ele é bom e nós é que somos ruins. Nós o destruímos pelas estruturas perversas, por más administrações, pela corrupção de toda ordem, pela corrida ofegante pelo poder e a busca desenfreada de satisfações momentâneas.

As ações devem fazer a diferença

Ter um novo nascimento é fazer acontecer a partilha e a fraternidade verdadeiras, participar da mesa comum fazendo a vontade de Deus “assim na terra como no céu”. Nessa dimensão, os sofrimentos nunca podem ser entendidos como castigo de Deus, mas condições de uma doação constante em busca de saúde e vida. Muitas de nossas práticas de hoje nos tornam impuros e indignos de participar do “Banquete do Senhor”. Deixamos que a injustiça nos domine e sejamos fiéis aos princípios da vida, “fazendo como todo mundo faz”. Nesse contexto, as ações do cristão devem fazer a diferença no cumprimento da vontade de Deus.

Jesus fala em “nascer de novo”, e isso acontece na força da cruz. É uma questão de fé, porque quem não crer n’Ele vai acreditar na força do dinheiro, do poder, do prestígio, da fama e da competição. Crer em Jesus é crer na cruz. O mundo da arrogância odeia a luz e a cruz, e perde o sentido verdadeiro da vida e da verdade.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Comunidade escolar recebe momento de evangelização e espiritualidade, ministrado pela Paróquia de Sant’Ana

Encontro de Pais, promovido pela EREM Dr. Mota Silveira, destaca a importância da família como alicerce de uma sociedade mais justa, humana e fraterna

A EREM Dr. Mota Silveira, situada na Avenida Marechal Presidente Castelo Branco, no município de Bom Jardim, Agreste pernambucano, promoveu na tarde da última sexta-feira (19) o encontro de pais “Família e Escola: Parceiros no Sucesso Escolar”, com a participação dos evangelizadores da Paróquia de Sant’Ana.


O encontro, fundamentado no ideal de aproximação de ambas as partes – família e escola –, utilizando métodos e técnicas simultâneas, importantes para a formação cidadã do aluno, reuniu os pais com a perspectiva de incentivá-los a participar e a conhecer melhor a realidade dos seus filhos.

Para Silvânia Andrade, coordenadora das Pastorais da Acolhida e Liturgia da Paróquia de Sant’Ana, responsável pelo momento de evangelização e espiritualidade, ‘a família é o lugar de transmissão dos valores do Reino de Deus. Cabendo a ela viver a fraternidade, a comunhão e o amor entre seus constituintes’.


“Pais e mães, ajudem a escola no processo educacional dos seus filhos. Não cabe apenas à escola transmitir tudo, valores, conhecimentos... Também é necessário que façamos a nossa parte, para construirmos uma sociedade mais justa, humana e fraterna”, frisou Silvânia Andrade.

Levar a Palavra de Deus a todos de uma forma dinâmica e atrativa, vem sendo a aposta da Paróquia de Sant’Ana no que se refere ao contemporâneo  processo de evangelização, utilizando de meios tecnológicos, interativos e de contato direto com os fiéis. Prova de que evangelizar é um desafio encarado com amor, seriedade e compromisso pelos sacerdotes locais e coordenadores pastorais.


Por Bruno Araújo / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant’Ana – http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Evangelho Dominical

Naquele tempo, Jesus levou consigo Pedro, João e Tiago, e subiu à montanha para rezar. Enquanto rezava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou muito branca e brilhante. Eis que dois homens estavam conversando com Jesus: eram Moisés e Elias. Eles apareceram revestidos de glória e conversavam sobre a morte, que Jesus iria sofrer em Jerusalém. Pedro e os companheiros estavam com muito sono. Ao despertarem, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele. E, quando estes dois homens se iam afastando, Pedro disse a Jesus: “Mestre, é bom estarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Pedro não sabia o que estava dizendo. Ele estava ainda falando, quando apareceu uma nuvem que os cobriu com sua sombra. Os discípulos ficaram com medo ao entrarem dentro da nuvem. Da nuvem, porém, saiu uma voz que dizia: “Este é o meu Filho, o Escolhido. Escutai o que ele diz!”. Enquanto a voz ressoava, Jesus encontrou-se sozinho. Os discípulos ficaram calados e naqueles dias não contaram a ninguém nada do que tinham visto. Lc 9, 28b-35

Homilia

Neste segundo domingo da Quaresma, temos a graça de subir com Jesus a montanha sagrada. Por que Ele sobe a montanha sagrada? Para rezar, orar, viver a dimensão da profunda comunhão com o Pai e levar consigo seus principais apóstolos, aqueles que vivem com Ele os momentos mais singulares na Sua missão.

Pedro, Tiago e João acompanham Jesus neste momento tão importante. O que nós aprendemos com tudo isso? Primeiro, a subir a montanha, ou seja, sair do lugar onde estamos, seja nosso trabalho ou ocupação, da comodidade que temos na vida para ir a um lugar reservado. A montanha alta significa o encontro de Deus que está nas alturas.

Quando vamos ao encontro de Deus, quando nos colocamos inteiramente na presença d’Ele, somos transformados, transfigurados, começamos a resplandecer a beleza divina. Os apóstolos escutaram e viram Jesus, puderam falar com Ele. Todos os sentidos são tocados quando são envolvidos na oração verdadeira.

Quando nos retiramos de onde estamos ou do que fazemos, e nos colocamos em uma atitude de oração profunda, nossos sentidos se envolvem. E o que a oração faz conosco? Ela vai nos purificando por dentro e por fora. A oração purifica nossos ouvidos tapados, surdos, incapazes de ouvir a voz de Deus e distinguir aquilo que é d’Ele.

A oração penetra nosso interior para, realmente, onde está o comando da nossa vida, a disposição da nossa vontade, a voz de Deus ser escutada. A oração faz transfigurar nosso olhar. Nós olhamos as coisas, muitas vezes, de forma aparente, com cobiça e olhar mundano.

Quando subimos para a presença do Senhor, Ele transfigura nossa vista e passamos a ver além, passamos a ver a vida de uma forma transfigurada. Aqui, transfigurada não quer dizer irreal, mas de forma sobrenatural. Passamos a ver as coisas com o olhar de Deus. Quando vamos à montanha sagrada para estar com o Senhor, falamos com Ele e Ele fala conosco.

Às vezes, na oração, não conseguimos dizer uma palavra, mas quando escutamos a voz do Senhor e transfiguramos o nosso olhar, queremos ficar na presença d’Ele. Somos convidados, neste domingo, a nos entregarmos à oração, a redimensionarmos e revisarmos nossa forma de nos relacionarmos com Deus. A oração transforma nossos sentidos.

Canção Nova Liturgia / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant’Ana – http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Por que fazer jejum?

A prática do jejum nos ajuda a estarmos prontos para a renúncia

Não existe uma forma menos “sofrida” de adquirir a virtude da temperança? São João Cassiano (370-435) explica por que é necessário que o corpo sofra um pouco. A razão é muito simples: não é possível cometer o pecado da gula sem a cooperação do corpo. E isso é evidente, já que os anjos, por exemplo, não podem pecar por gula, no sentido próprio da palavra. Ora, se é com o corpo que acontece o pecado, o combate à doença da gastrimargia só pode acontecer caso o corpo entre na luta. Por isso, deve-se fazer jejum. Esses dois vícios [a gula e a luxúria], por não se consumarem sem a participação da carne, exigem, além dos remédios espirituais, a prática da abstinência.


Não basta o propósito do espírito

Na verdade, para quebrar os seus grilhões, não basta o propósito do espírito (como acontece em relação à ira, à tristeza e às outras paixões que, sem afligir o corpo, a alma sozinha consegue vencer), mas é imprescindível a mortificação corporal pelos jejuns, as vigílias e os trabalhos que levam à contrição, podendo-se acrescentar também a fuga das ocasiões insidiosas. Sendo tais vícios oriundos da colaboração da alma e do corpo, não poderão ser vencidos sem ambos se empenharem nesse processo. Nós, medíocres que somos, não temos a maturidade necessária para a santidade, por isso não seríamos capazes de nos manter em ordem, naquele equilíbrio que “tempera” a vida, sem o auxílio do jejum. Com o jejum somos capazes de rechaçar as incursões hostis da sensualidade e libertar o espírito para que se eleve a regiões mais altas, onde possa ser saciado com os valores que lhes são próprios. É a imagem cristã do homem quem exige esses voos.

Fazer jejum não é passar fome

Devemos estar prontos para a renúncia e a severidade de um caminho que termina com a instauração da pessoa moral completa, livre e dona de si mesma, porque um dever natural nos impulsiona a ser aquilo que devemos ser por definição. Nunca é demais insistir no fato de que o jejum não nasce de corações ressentidos e que odeiam a vida. A Igreja e seus santos sempre reconheceram a bondade fundamental desta vida e dos alimentos que a sustentam. Um santo não é um faquir, e o ideal ascético cristão nunca foi o de deitar numa cama de pregos ou engolir cacos de vidro. Desde o Novo Testamento, a Igreja sempre condenou o “destempero” dos santarrões e das suas seitas. Jejuar não é simplesmente passar fome. Se assim o fosse, a anorexia das modelos seria virtude heroica e os famélicos da história poderiam ser canonizados. Mas a simples fome não santifica ninguém. Para que dê o seu fruto, o jejum deve ser acompanhado de uma atitude espiritual adequada, pois a doença espiritual que desejamos curar é, seja permitida a redundância, espiritual.

A intenção não é detalhe

O pecado não está no alimento, mas no desejo. São Doroteu de Gaza (século VI) explica isso a partir de uma comparação com o casamento. O ato sexual realizado por um devasso pode ser externamente idêntico ao de um esposo, mas sua natureza é completamente diferente. Nos atos humanos, a intenção não é um mero detalhe.

Assim também é na alimentação. O homem sadio e o homem que sofre de gastrimargia podem comer os mesmos alimentos nas mesmas quantidades, mas somente o doente comete idolatria. Quando, diante dos alimentos, nos esquecemos de Deus e começamos a desejar o nosso próprio bem, mais do que a glória de Deus, geramos uma desordem no nosso próprio ser.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Exercícios Quaresmais de conversão

Toda nossa vida se torna um sacrifício espiritual, que apresentamos continuamente ao Pai, em união com o sacrifício de Jesus sofredor e pobre, a fim de que, por Ele, com Ele e n’Ele, seja o Pai em tudo louvado e glorificado. Por isso, a Quaresma é um caminho bíblico, pastoral, litúrgico e existencial para cada cristão pessoalmente e para a comunidade cristã em geral, que começa com as cinzas e conclui com a noite da luz, a noite do fogo, a noite santa da Páscoa da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.


Exercícios Quaresmais de conversão

Oração: A oração é a expressão máxima de nossa fé. Não podemos pensar nela como algo que parte somente de nós, pois, quando o homem se põe em oração, a iniciativa é de Deus, que atingiu, com a Sua graça, o coração desse homem. Toda a nossa vida deveria ser uma oração, ou seja, uma comunicação com o divino em nós.

Jejum: Jejuar é abster-se de um pouco de comida ou bebida. É estabelecer o correto relacionamento do homem com a natureza criada. A atitude de liberdade e respeito, diante do alimento, torna-se símbolo de sua liberdade e respeito para com tudo quanto o envolve e o possa escravizar: bens materiais, qualidades, opiniões, ideias, pessoas, apegos e assim por diante. Jejuar significa fazer espaço em si.

Esmola ou caridade: O que significa esmola? Dar esmola significa dar de graça, dar sem interesse de receber de volta, sem egoísmo, sem pedir recompensa, mas em atitude de compaixão. Nisso, o homem imita o próprio Deus no mistério da criação, e a Jesus Cristo, no mistério da redenção.

Celebrar a Eucaristia no tempo da Quaresma significa percorrer com Cristo o itinerário da provação que cabe à Igreja e a todos os homens; é assumir mais decididamente a obediência filial ao Pai, e o dom de si aos irmãos que constituem o sacrifício espiritual. Assim, renovando os compromissos do nosso batismo, na noite pascal, poderemos “passar” para a vida nova de Jesus, Senhor ressuscitado para a glória do Pai na unidade do Espírito.

Canção Nova Formação / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Casa Comum, nossa responsabilidade

“Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Amós 5,24). Eis o desejo de Deus, pela boca do Profeta Amós. E isso é possível? Sim, é possível! Deus nos criou, criou a Mãe Terra capaz de alimentar todos os seus filhos, e com saúde. Parece-me que nós, pessoas, estamos vivendo contra a lógica da vida: não cuidamos do mundo, nossa casa comum, não cultivamos o jardim de Deus.

Neste ano de 2016, celebramos uma Campanha da Fraternidade Ecumênica, com o tema “Casa Comum: nossa responsabilidade” e o lema “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”. O objetivo geral desta Campanha da Fraternidade é “assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas e empenhar-nos, à luz da fé, por políticas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro de nossa Casa Comum” (TB, 26).

O saneamento básico é um direito humano fundamental, e requer a união de esforços de todos; inclui os serviços públicos de abastecimento de água, o manejo adequado dos esgotos sanitários, das águas pluviais, dos resíduos sólidos, o controle de reservatórios e dos agentes transmissores de doença (TB, 32).

Alguns dados para você se sensibilizar, buscar mais informações e criar novos hábitos:

– O maior problema do saneamento básico, hoje, é a fome;
– Uma criança morre a cada 2,5 minutos por não ter acesso à água potável, por falta de redes de esgotos e por falta de higiene;
– 18% da população brasileira ainda não têm acesso à água tratada. Mais de 100 milhões de brasileiros não possuem coleta de esgotos;
– No mundo, um bilhão de pessoas fazem suas necessidades a céu aberto;
– Na América Latina, as pessoas têm mais acesso aos celulares do que aos banheiros.

O saneamento básico não é um detalhe na vida. É necessidade imperativa para que nós, filhos de Deus, possamos ter a vida saudável que Deus quer para todos. Por isso, nosso Papa Francisco insiste tanto no direito aos três “T”: terra, trabalho e teto.

A Campanha da Fraternidade 2016 propõe um olhar mais amoroso para o planeta e para a natureza, criando assim uma consciência fraterna e lembrando que nossos recursos são limitados e precisamos cuidar bem deles para que possamos viver bem. Cuidemos do ambiente e das pessoas!

Dom João Inácio Müller - Canção Nova / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Evangelho Dominical

Naquele tempo, Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão, e, no deserto, ele era guiado pelo Espírito. Ali foi tentado pelo diabo durante quarenta dias. Não comeu nada naqueles dias e, depois disso, sentiu fome. O diabo disse, então, a Jesus: “Se és Filho de Deus, manda que esta pedra se mude em pão”. Jesus respondeu: “A Escritura diz: ‘Não só de pão vive o homem’”. O diabo levou Jesus para o alto, mostrou-lhe por um instante todos os reinos do mundo e lhe disse: “Eu te darei todo este poder e toda a sua glória, porque tudo isto foi entregue a mim e posso dá-lo a quem quiser. Portanto, se te prostrares diante de mim em adoração, tudo isso será teu”. Jesus respondeu: “A Escritura diz: ‘Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás’”. Depois o diabo levou Jesus a Jerusalém, colocou-o sobre a parte mais alta do Templo e lhe disse: “Se és Filho de Deus, atira-te daqui abaixo! Porque a Escritura diz: ‘Deus ordenará aos seus anjos a teu respeito, que te guardem com cuidado!’ E mais ainda: ‘Eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra’”. Jesus, porém, respondeu: “A Escritura diz: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus’”. Terminada toda a tentação, o diabo afastou-se de Jesus, para retornar no tempo oportuno. Lc 4,1-13


Homilia

O primeiro domingo da Quaresma nos ajuda a entender que todos nós, nesta vida, passamos pelas tentações, tão constantes na vida humana. Nosso Senhor e Salvador, quando foi iniciar Sua vida, Seu ministério público, dirigiu-se ao deserto para dedicar-se à oração, para recolher-se interiormente e encher-se mais de Deus. Ali, Ele foi conduzido pelo Espírito.

Talvez você se pergunte: “Como Jesus, tão cheio do Espírito, conduzido e guiado pelo Paráclito em oração, foi tentado?”. Para que entendêssemos que, em toda e qualquer circunstância da nossa vida, a tentação está presente.

Na oração, na falta de oração, na igreja ou fora dela, no deserto, no campo e na cidade, as tentações estão dentro e fora de nós. Precisamos de uma armadura, uma decisão interior para sabermos combater o mal que vem nos questionar, interrogar, interpelar e nos seduzir, para deixar esse caminho e ir pelo outro.

O demônio apresentou a Jesus três caminhos de facilidade. O que todos nós buscamos na vida são caminhos mais fáceis, os quais nos conduzem à estrada do prazer e da vida mais cômoda. Isso, muitas vezes, acaba sendo a grande tentação que nos desvia da rota, a tentação do prazer, do poder e da idolatria, de idolatrarmos a nós, aos outros ou às coisas.

Revestido como era da Palavra de Deus e do Santo Espírito, Jesus resistiu a cada uma das tentações, e para cada uma delas deu uma resposta única, fortalecida pelo poder de Deus. Nós precisamos responder às tentações da vida.

Primeiro, nós não podemos dialogar com a tentação, porque, se nos deixarmos enveredar por ela, correremos o risco de cair e ficarmos prostrados por causa dela. Para resistirmos às tentações da vida, o Espírito que está em nós nos enche da Palavra para que, com muita humildade, respondamos com Deus àquilo que não é de Deus, respondamos com a Palavra aquilo que tenta nos desviar do caminho d’Ele.

Não se engane, as tentações fazem parte da vida, mas ninguém é tentado acima das suas forças, ninguém é tentado a fazer aquilo que não quer. O que não podemos é brincar com as tentações, achar que somos super-heróis; porque quando ela nos pega e arrasta-nos; depois, muitas vezes, é difícil não cair.

Canção Nova - Liturgia / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Qual o sentido da Quarta-feira de Cinzas?

A Quarta-feira de Cinzas foi instituída há muito tempo na Igreja; marca o início da Quaresma, tempo de penitência e oração mais intensa. Para os antigos judeus se sentar sobre as cinzas já significava arrependimento dos pecados e volta para Deus. As Cinzas bentas e colocadas sobre as nossas cabeças nos fazem lembrar que vamos morrer; que somos pó e que ao pó da terra voltaremos (cf. Gn 3, 19) para que nosso corpo seja refeito por Deus de maneira gloriosa para não mais perecer.

Qual é o sentido?

A intenção deste sacramental é levar-nos ao arrependimento dos pecados, marcando o início da Quaresma; e fazer-nos lembrar que não podemos nos apegar a esta vida achando que a felicidade plena possa ser construída aqui. É uma ilusão perigosa. A morada definitiva é o céu.

A maioria das pessoas, mesmo os cristãos, passa a vida lutando para “construir o céu na terra”. É um grande engano. Jamais construíremos o céu na terra; jamais a felicidade será perfeita no vale em que o pecado transformou num vale de lágrimas. Devemos, sim, lutar para deixar a vida na terra cada vez melhor, mas sem a ilusão de que ficaremos sempre aqui.

Deus dispôs tudo de modo que nada fosse sem fim aqui nesta vida. Qual seria o desígnio do Senhor nisso? A cada dia de nossa vida temos de renovar uma série de procedimentos: dormir, tomar banho, alimentar-nos, etc… Tudo é precário, nada é duradouro, tudo deve ser repetido todos os dias. A própria manutenção da vida depende do bater interminável do cora­ção e do respirar contínuo dos pulmões. Todo o organismo repete, sem cessar, suas operações para a vida se manter. Tudo é transitório… nada eterno. Toda criança se tornará um dia adulta e, depois, idosa. Toda flor que se abre logo estará murcha; todo dia que nasce logo se esvai… e assim tudo passa, tudo é transi­tório.

Por que será? Qual a razão de nada ser duradouro?

Com­pra-se uma camisa nova e, logo, já está surrada; compra-se um carro novo e, logo, ele estará bastante rodado e vencido por novos modelos, e assim por diante.

A razão inexorável dessa precariedade das coisas também está nos planos de Deus. A marca da vida é a renovação. Tudo nasce, cresce, vive, amadurece e morre. A razão profunda dessa realidade tão transitória é a lição cotidiana que o Senhor nos quer dar de que esta vida é apenas uma passagem, um aperfeiçoamento, em busca de uma vida duradoura, eterna, perene.

Em cada flor que murcha e em cada homem que falece, sinto Deus nos dizer: “Não se prendam a esta vida transitória. Preparem-se para aquela que é eterna, quando tudo será duradouro, e nada precisará ser renovado dia a dia.”

E isso mostra-nos também que a vida está em nós, mas não é nossa. Quando vemos uma bela rosa murchar é como se ela estivesse nos dizendo que a beleza está nela, mas não lhe pertence.

Ainda assim, mesmo com essa lição permanente que Deus nos dá, muitos de nós somos levados a viver como aquele homem rico da parábola narrada por Jesus. Ele abarrotou seus celeiros de víveres e disse à sua alma: “Descansa, come, bebe e regala-te” (Lc 12,19b); ao que o Senhor lhe disse: “Insensato! Nesta noite ainda exigirão de ti a tua alma” (Lc 12,20).

A efemeridade das coisas é a maneira mais prática e cons­tante encontrada por Deus para nos dizer, a cada momento, que aquilo que não passa, que não se esvai, que não morre, é aquilo de bom que fazemos para nós mesmos e, principalmente, para os outros. Os talentos multiplicados no dia a dia, a perfei­ção da alma buscada na longa caminhada de uma vida de me­ditação, de oração, de piedade, essas são as coisas que não passam, que o vento do tempo não leva e que, finalmente, nos abrirão as portas da vida eterna e definitiva, quando “Deus será tudo em todos” (cf. 1 Cor 15,28).

A transitoriedade de tudo o que está sob os nossos olhos deve nos convencer de que só viveremos bem esta vida se a vivermos para os outros e para Deus. São João Bosco dizia que “Deus nos fez para os outros”. Só o amor, a caridade, o oposto do egoísmo, pode nos levar a compreender a verdadeira di­mensão da vida e a necessidade da efemeridade terrena.

E se a vida fosse incorruptível?

Se a vida na terra fosse incorruptível, muitos de nós jamais pensarí­amos em Deus e no céu. Acontece que o Todo-poderoso tem para nós algo mais excelente, aquela vida que levou São Paulo a exclamar:

“Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1 Cor 2,9).

A corruptibilidade das coisas da vida deve nos convencer de que Deus quer para nós uma vida muito melhor do que esta – uma vida junto d’Ele. E, para tal, o Senhor não quer que nos acostumemos com esta [vida], mas que busquemos a outra com alegria, onde não have­rá mais sol porque o próprio Deus será a luz, nem haverá mais choro nem lágrimas.

Aqueles que não creem na eternidade jamais se confor­marão com a precariedade desta vida terrena, pois sempre so­nharão com a construção do céu nesta terra. Para os que creem a efemeridade tem sentido: a vida “não será tirada, mas transformada”; o “corpo corruptível se revestirá da incorrupti­bilidade” (cf 1Cor 15,54) em Jesus Cristo.

A expectativa do céu

Santa Teresinha não se cansava de exclamar: Tenho sede do Céu, dessa mansão bem-aventurada, onde se amará Jesus sem restrições. Mas, para lá chegar é preciso sofrer e chorar; pois bem! Quero sofrer tudo o que aprouver a meu Bem Amado, quero deixar que Ele faça de sua bolinha o que Ele quiser”.

São Paulo lembrou aos filipenses: “Nós somos cidadãos do Céu!. É de lá que também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Ele transformará nosso corpo miserável, para que seja conforme o seu corpo glorioso, em virtude do poder que tem de submeter a si toda a criatura” (Fl 3, 20-21).

A esperança do Céu e da Sua glória fazia o Apóstolo dizer:

“Os olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1 Cor 2,9).

E essa esperança lhe dava as forças necessárias para vencer as tribulações: “Tenho para mim que os sofrimentos da vida presente não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada” (Rom 8,18). Este é o sentido das Cinzas.

Felipe Aquino - Canção Nova / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Evangelho Dominical

Naquele tempo, Jesus estava na margem do lago de Genesaré, e a multidão apertava-se ao seu redor para ouvir a palavra de Deus. Jesus viu duas barcas paradas na margem do lago. Os pescadores haviam desembarcado e lavavam as redes. Subindo numa das barcas, que era de Simão, pediu que se afastasse um pouco da margem. Depois sentou-se e, da barca, ensinava as multidões. Quando acabou de falar, disse a Simão: “Avança para águas mais profundas, e lançai vossas redes para a pesca”. Simão respondeu: “Mestre, nós trabalhamos a noite inteira e nada pescamos. Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes”. Assim fizeram, e apanharam tamanha quantidade de peixes que as redes se rompiam. Então fizeram sinal aos companheiros da outra barca, para que viessem ajudá-los. Eles vieram, e encheram as duas barcas, a ponto de quase afundarem. Ao ver aquilo, Simão Pedro atirou-se aos pés de Jesus, dizendo: “Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador!”. É que o espanto se apoderara de Simão e de todos os seus companheiros, por causa da pesca que acabavam de fazer. Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram sócios de Simão, também ficaram espantados. Jesus, porém, disse a Simão: “Não tenhas medo! De hoje em diante tu serás pescador de homens”. Então levaram as barcas para a margem, deixaram tudo e seguiram a Jesus. Lc 5, 1-11


Homilia

Simão Pedro e seus companheiros, à beira do lago, estavam cansados e exaustos, porque tentaram pescar o tempo inteiro, mas o mar não estava para peixe. Não pescaram nem conseguiram nada!

Quando nós tentamos alguma coisa e não conseguimos, o desânimo toma conta de nós e dizemos: “Isso já tentei, já procurei e não deu certo. Eu não consigo nada!”. Fico pensando em tantas pessoas desanimadas, jovens sem alento, quantas pessoas tristes e depressivas, porque procuraram algo com tanta intensidade, mas o que encontraram foi a decepção.

A decepção machuca, tira nossas forças, abala nossa fé, deixa-nos secos e vazios, porque nos joga para baixo.

Diante daqueles pescadores decepcionados com o mar que não estava para peixe, Jesus foi ousado em dizer: “Avançai para águas mais profundas!”. Simão Pedro, o mais impetuoso, disse: “Senhor, nós trabalhamos a noite inteira e nada conseguimos, mas, em atenção à Sua palavra, vou lançar novamente as redes”. Quando as redes foram lançadas, apanharam tamanha quantidade de peixe que não conseguiam nem sustentar as redes.

Amados irmãos e irmãs, ainda que o desalento, o desânimo e a decepção estejam à nossa frente, vamos dar atenção à Palavra do Senhor. Vamos avançar para águas mais profundas da vida!

Não vale a pena recuar, desanimar, entregar os pontos e dizer “não tem mais jeito!”. Deus sabe a direção do mar e para que lado os peixes correm. Mas se todos se foram, a graça de Deus sabe buscar o impossível onde não parece ter mais jeito.

Por isso, mesmo desanimados, cansados e, muitas vezes, sem esperança nesta ou naquela situação, coloquemos no Senhor a nossa confiança. Demos crédito e atenção à Sua Palavra, porque o Senhor sabe qual é a direção do mar.

Canção Nova / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

São Brás: Médico e pastor das almas

O santo de hoje nasceu na cidade de Sebaste, Armênia, no final do século III. São Brás, primeiramente, foi médico, mas entrou numa crise, não profissional, pois era bom médico e prestava um ótimo serviço à sociedade. Mas nenhuma profissão, por melhor que seja, consegue ocupar aquele lugar que é somente de Deus. Então, providencialmente, porque ele ia se abrindo e buscando a Deus, foi evangelizado. Não se sabe se já era batizado ou pediu a graça do Santo Batismo, mas a sua vida sofreu uma guinada. Esta mudança não foi somente no âmbito da religião, sua busca por Nosso Senhor Jesus Cristo estava ligada ao seu profissional e muitas pessoas começaram a ser evangelizadas através da busca de santidade daquele médico.

Numa outra etapa de sua vida, ele discerniu que precisava se retirar. Para ele, o retiro era permanecer no Monte Argeu, na penitência, na oração, na intercessão para que muitos encontrassem a verdadeira felicidade como ele a encontrou em Cristo e na Igreja. Mas, na verdade, o Senhor o estava preparando, porque, ao falecer o bispo de Sebaste, o povo, conhecendo a fama do santo eremita, foi buscá-lo para ser pastor. Ele, que vivia naquela constante renúncia, aceitou ser ordenado padre e depois bispo; não por gosto dele, mas por obediência.

Sucessor dos apóstolos e fiel à Igreja, era um homem corajoso, de oração e pastor das almas, pois cuidava dos fiéis na sua totalidade. Evangelizava com o seu testemunho.

São Brás viveu num tempo em que a Igreja foi duramente perseguida pelo imperador do Oriente, Licínio, que era cunhado do imperador do Ocidente, Constantino. Por motivos políticos e por ódio, Licínio começou a perseguir os cristãos, porque sabia que Constantino era a favor do Cristianismo. O prefeito de Sebaste, dentro deste contexto e querendo agradar ao imperador, por saber da fama de santidade do bispo São Brás, enviou os soldados para o Monte Argeu, lugar que esse grande santo fez sua casa episcopal. Dali, ele governava a Igreja, embora não ficasse apenas naquele local.

São Brás foi preso e sofreu muitas chantagens para que renunciasse à fé. Mas por amor a Cristo e à Igreja, preferiu renunciar à própria vida. Em 316, foi degolado.

Conta a história que, ao se dirigir para o martírio, uma mãe apresentou-lhe uma criança de colo que estava morrendo engasgada por causa de uma espinha de peixe na garganta. Ele parou, olhou para o céu, orou e Nosso Senhor curou aquela criança.

Peçamos a intercessão do santo de hoje para que a nossa mente, a nossa garganta, o nosso coração, nossa vocação e a nossa profissão possam comunicar esse Deus, que é amor.

Santo do Dia Canção Nova / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/