quarta-feira, 28 de junho de 2017

São Pedro e São Paulo Apóstolos

Estes santos são considerados “os cabeças dos apóstolos” por terem sido os principais líderes da Igreja Cristã Primitiva, tanto por sua fé e pregação, como pelo ardor e zelo missionários.


Pedro, que tinha como primeiro nome Simão, era natural de Betsaida, irmão do Apóstolo André. Pescador, foi chamado pelo próprio Jesus e, deixando tudo, seguiu ao Mestre, estando presente nos momentos mais importantes da vida do Senhor, que lhe deu o nome de Pedro.

Em princípio, fraco na fé, chegou a negar Jesus durante o processo que culminaria em Sua morte por crucifixão. O próprio Senhor o confirmou na fé após Sua ressurreição (da qual o apóstolo foi testemunha), tornando-o intrépido pregador do Evangelho através da descida do Espírito Santo de Deus, no Dia de Pentecostes, o que o tornou líder da primeira comunidade. Pregou no Dia de Pentecostes e selou seu apostolado com o próprio sangue, pois foi martirizado em uma das perseguições aos cristãos, sendo crucificado de cabeça para baixo a seu próprio pedido, por não se julgar digno de morrer como seu Senhor, Jesus Cristo. Escreveu duas Epístolas e, provavelmente, foi a fonte de informações para que São Marcos escrevesse seu Evangelho.

Paulo, cujo nome antes da conversão era Saulo ou Saul, era natural de Tarso. Recebeu educação esmerada “aos pés de Gamaliel”, um dos grandes mestres da Lei na época. Tornou-se fariseu zeloso, a ponto de perseguir e aprisionar os cristãos, sendo responsável pela morte de muitos deles.

Converteu-se à fé cristã no caminho de Damasco, quando o próprio Senhor Ressuscitado lhe apareceu e o chamou para o apostolado. Recebeu o batismo do Espírito Santo e preparou-se para o ministério.

Tornou-se um grande missionário e doutrinador, fundando muitas comunidades. De perseguidor passou a perseguido, sofreu muito pela fé e foi coroado com o martírio, sofrendo morte por decapitação. Escreveu treze Epístolas e ficou conhecido como o “Apóstolo dos gentios”.

domingo, 25 de junho de 2017

Evangelho do 12º Domingo do Tempo Comum

Naquele tempo, disse Jesus a seus apóstolos: “Não tenhais medo dos homens, pois nada há de encoberto que não seja revelado, e nada há de escondido que não seja conhecido. O que vos digo na escuridão dizei-o à luz do dia; o que escutais ao pé do ouvido, proclamai-o sobre os telhados! Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma! Pelo contrário, temei aquele que pode destruir a alma e o corpo no inferno! Não se vendem dois pardais por algumas moedas? No entanto, nenhum deles cai no chão sem o consentimento do vosso Pai. Quanto a vós, até os cabelos da vossa cabeça estão contados. Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais. Portanto, todo aquele que se declarar a meu favor diante dos homens, também eu me declararei em favor dele diante do meu Pai que está nos céus. Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante do meu Pai que está nos céus. (Mt 10,26-33)


Testemunhemos o nosso amor por Deus

Declarar-nos diante do Pai é dizer o quanto O amamos, o quanto nosso amor por Ele é grande, mas não é uma declaração da boca para fora, não é ficar toda hora declarando: “Pai, eu Te amo. Pai, Tu és tudo para mim”. Só há declaração verdadeira com testemunho. Quem testemunha diante de Deus e, acima de tudo, diante dos homens, a própria vida, esse é o amor verdadeiro e a grande declaração de amor que nós podemos dar a Deus. Vivemos num mundo carente de testemunhas, de pessoas que testemunhem com a vida, com as palavras, com atos e obras o amor que temos por Deus. Fala-se muito em Deus, mas se testemunha pouco a respeito d’Ele. Há rádios, programas, igrejas, há muita coisa erguida em nome de Deus, mas testemunhos são poucos. Não somos luz de Deus no mundo em que estamos, somos uma luz escondida, apagada, sem brilho nem temerosa. Podemos até ter o dom de falar, mas a grande comunicação divina não é a que fala, mas é a que testemunha, mostra nos atos, nas opções, nas escolhas a forma como Deus é amado. Por isso, testemunhemos, sejamos luz em cima do telhado. Não precisamos esconder de ninguém o tamanho do amor que nós temos para com Deus, precisamos demonstrar aos outros que Ele é o amor maior e mais sublime do nosso coração. Quando eu me declaro, eu testemunho Deus em mim, o Pai no Céu guarda e testemunha o tamanho do amor que temos por Ele. Uma pessoa que têm seus preceitos, vive na dela, não bebe, não fuma, não faz o que é errado, e tem vergonha de dizer isso aos seus colegas, aos seus amigos. Não precisamos brigar com ninguém por aquilo que acreditamos e por nossas convicções, mas não podemos ter medo de testemunhar que as nossas opções são por amor a Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

sábado, 24 de junho de 2017

São João Batista

A relevância do papel de São João Batista reside no fato de ter sido o “precursor” de Cristo, a voz que clamava no deserto e anunciava a chegada do Messias, insistindo para que os judeus se preparassem, pela penitência, para essa vinda.


Já no Antigo Testamento encontramos passagens que se referem a João Batista. Ele é anunciado por Malaquias e principalmente por Isaías. Os outros profetas são um prenúncio do Batista e é com ele que a missão profética atingiu sua plenitude. Ele é assim, um dos elos de ligação entre o Antigo e o Novo Testamento.

Segundo o Evangelho de Lucas, João, mais tarde chamado o Batista, nasceu numa cidade do reino de Judá, filho do sacerdote Zacarias e de Isabel, parenta próxima de Maria, mãe de Jesus. Lucas narra as circunstâncias sobrenaturais que precederam o nascimento do menino. Isabel, estéril e já idosa, viu sua vontade de ter filhos satisfeita, quando o anjo Gabriel anunciou a Zacarias que a esposa lhe daria um filho, que devia se chamar João.

Depois disso, Maria foi visitar Isabel. “Ora quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre ! Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite ?”” (Lc 1:41-43). Todas essas circunstâncias realçam o papel que se atribui a João Batista como precursor de Cristo.

Ao atingir a maturidade, o Batista se encaminhou para o deserto e nesse ambiente, preparou-se, através da oração e da penitência – que significa mudança de atitude, para cumprir sua missão. Através de uma vida extremamente coerente, não cessava jamais de chamar os homens à conversão, advertindo: “ Arrependei-vos e convertei-vos, pois o reino de Deus está próximo”. João Batista passou a ser conhecido como profeta. Alertava o povo para a proximidade da vinda do Messias e praticava um ritual de purificação corporal por meio de imersão dos fiéis na água, para simbolizar uma mudança interior de vida.

A vaidade, o orgulho, ou até mesmo, a soberba, jamais estiveram presentes em São João Batista e podemos comprová-lo pelos relatos evangélicos. Por sua austeridade e fidelidade cristã, ele é confundido com o próprio Cristo, mas imediatamente retruca: “Eu não sou o Cristo” (Jo 3, 28) e “não sou digno de desatar a correia de sua sandália”. (Jo 1,27). Quando seus discípulos hesitavam, sem saber a quem seguir, ele apontava em direção ao único caminho, demonstrando o Rumo Certo, ao exclamar: Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. (Jo 1,29).

São João Batista batizou Jesus, embora não quisesse fazê-lo, dizendo: “Eu é que tenho necessidade de ser batizado por ti e tu vens a mim ?” (Mt 3:14). Mais tarde, João foi preso e degolado por Herodes Antipas, por denunciar a vida imoral do governante.

Marcos relata, em seu evangelho (6:14-29), a execução: Salomé, filha de Herodíades, mulher de Herodes, pediu a este, por ordem da mãe, a cabeça do profeta, que lhe foi servida numa bandeja. O corpo de João foi, segundo Marcos, enterrado por seus discípulos.

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Natividade de São João Batista

Com muita alegria, a Igreja, solenemente, celebra o nascimento de São João Batista. Santo que, juntamente com a Santíssima Virgem Maria, é o único a ter o aniversário natalício recordado pela liturgia.


São João Batista nasceu seis meses antes de Jesus Cristo, seu primo, e foi um anjo quem revelou seu nome ao seu pai, Zacarias, que há muitos anos rezava com sua esposa para terem um filho. Estudiosos mostram que possivelmente depois de idade adequada, João teria participado da vida monástica de uma comunidade rigorista, na qual, à beira do Rio Jordão ou Mar Morto, vivia em profunda penitência e oração.

Pode-se chegar a essa conclusão a partir do texto de Mateus: “João usava um traje de pêlo de camelo, com um cinto de couro à volta dos rins; alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre”. O que o tornou tão importante para a história do Cristianismo é que, além de ser o último profeta a anunciar o Messias, foi ele quem preparou o caminho do Senhor com pregações conclamando os fiéis à mudança de vida e ao batismo de penitência (por isso “Batista”).

Como nos ensinam as Sagradas Escrituras: “Eu vos batizo na água, em vista da conversão; mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu: eu não sou digno de tirar-lhe as sandálias; ele vos batizará no Espírito Santo” (Mateus 3,11).

Os Evangelhos nos revelam a inauguração da missão salvífica de Jesus a partir do batismo recebido pelas mãos do precursor João e da manifestação da Trindade Santa. São João, ao reconhecer e apresentar Jesus como o Cristo, continuou sua missão em sentido descendente, a fim de que somente o Messias aparecesse.

Grande anunciador do Reino e denunciador dos pecados, ele foi preso por não concordar com as atitudes pecaminosas de Herodes, acabando decapitado devido ao ódio de Herodíades, que fora esposa do irmão deste [Herodes], com a qual este vivia pecaminosamente.

O grande santo morreu na santidade e reconhecido pelo próprio Cristo: “Em verdade eu vos digo, dentre os que nasceram de mulher, não surgiu ninguém maior que João , o Batista” (Mateus 11,11).

quarta-feira, 21 de junho de 2017

São Luís Gonzaga

Considerado o “Patrono da Juventude”, São Luís Gonzaga nasceu no ano de 1568 na Corte de Castiglione. Recebeu por parte de sua mãe a formação cristã. Já seu pai o motivava a ser príncipe. Sua família tinha muitas posses mas, graças ao amor de Deus, Luís – desde cedo – deixou-se possuir por esse amor.


Com dez anos de idade, na corte, frequentando aqueles meios, dava ali testemunho do Evangelho e se consagrou a Nossa Senhora. Ali descobriu seu chamado à vida religiosa e queria ser padre. Seu pai, ao saber disso, o levava para festas mundanas, na tentativa de fazê-lo desistir de sua vocação. Entrou para a Companhia de Jesus onde viveu durante seis anos. Com pouco mais de vinte anos, faleceu de uma peste que havia se espalhado em Roma.

domingo, 18 de junho de 2017

Evangelho do 11º Domingo do Tempo Comum

Naquele tempo, vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: ”A Messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi pois ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!”. Jesus chamou os doze discípulos e deu-lhes poder para expulsarem os espíritos maus e para curarem todo tipo de doença e enfermidade. Estes são os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e seu Irmão João; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o cobrador de impostos; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Zelota, e Judas Iscariotes, que foi o traidor de Jesus. Jesus enviou estes Doze, com as seguintes recomendações: “Não deveis ir aonde moram os pagãos, nem entrar nas cidades dos samaritanos! Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel! Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar!”. (Mt 9,36-10,8)


quarta-feira, 14 de junho de 2017

Amor ao Santíssimo Sacramento

Estamos para celebrar uma das festas religiosas mais populares da Igreja, a festa de Corpus Christi. Nela celebramos o mistério do Corpo e do Sangue de Cristo no sacramento da Eucaristia. Tornou-se tradicional celebrá-la com grande e solene Santa Missa, seguida de procissão pública, levando a hóstia consagrada para ser adorada fora dos recintos dos templos, num testemunho público de fé. Em muitos lugares, o povo católico enfeita as ruas e as janelas de suas casas por onde deve passar a procissão, num gesto de amor e profunda acolhida ao Cristo Eucarístico. Em outros lugares, fazem-se grandes concentrações eucarísticas. Quando não há condições de sair dos templos, fazem-se ao menos Horas Santas solenes ou outras formas de celebração no interior dos templos, além das Santas Missas. Realmente, o povo tem grande amor a esta festa, sinal do seu amor ao Santíssimo Sacramento.


A Eucaristia, como sabemos, foi instituída por Jesus na sua Última Ceia com os apóstolos, na véspera de sua Paixão e Morte, entregando-lhes o pão e o vinho e dizendo-lhes que era seu corpo e seu sangue, sacrificados por eles e por todos, acrescentando que fizessem isso em sua memória. Desde então este sacramento tornou-se o centro da vida da Igreja. A Eucaristia une e reúne a Igreja. É fonte e sinal de sua unidade. Nunca se deve esquecer que a Santa Missa, a Eucaristia, é a grande força da unidade da Igreja. Uma unidade na diversidade dos carismas, dos ministérios, dos serviços, dos talentos, dos grupos, das vocações, das espiritualidades, dos movimentos, das pastorais e de tantas outras formas de legítima diversidade no interior da comunidade eclesial. É também na Eucaristia que deverão voltar a unir-se todos os cristãos das hoje diferentes Igrejas e Comunidades cristãs, separadas entre si, quando pela conversão superarem as divergências e acolherem a unidade, que é dom de Deus.

A Eucaristia é sacrifício, refeição e prenúncio escatológico do futuro. Ela é sacrifício, isto é, em forma sacramental, não cruenta, ela torna presente sobre o altar o sacrifício de Cristo na cruz. Na Última Ceia Jesus havia antecipado de forma misteriosa sua Paixão, Morte e Ressurreição, a sua Páscoa, no sacramento do pão e do vinho. Dando aos apóstolos o mandato de fazerem o mesmo em sua memória, deu-lhes o poder de realizar este sacramento pelo mundo e séculos a fora. Assim, em cada Missa, pelo poder do Espírito Santo, que é invocado sobre o pão e o vinho, o sacerdote, repetindo o ato e as palavras de Jesus na Última Ceia, torna realmente presente Jesus Cristo, morto e ressuscitado, debaixo das aparências do pão e do vinho. Não é um novo sacrifício de Cristo, mas é o seu sacrifício único tornado sacramentalmente presente de novo sobre o altar. Neste sacrifício, Jesus deu sua vida por nós. Assim, quem participa da Santa Missa deve seguir o exemplo de Jesus e estar disposto a dar a vida em favor dos irmãos necessitados.

A Eucaristia é também refeição sacramental. Ao comermos deste pão e bebermos deste vinho consagrados, estamos comendo e bebendo o Corpo e o Sangue de Cristo. Mas a Santa Missa é sempre um ato comunitário. Ela reúne os filhos e as filhas de Deus ao redor da mesa de Deus. É o sacramento da unidade, que reúne os cristãos reconciliados com Deus e entre si. Vemos, portanto, Deus distribuindo seu pão a todos. Comendo deste pão, devemos dispor-nos, também, a partilhar o nosso pão com quem pouco ou nada tem e participar do esforço daqueles que querem construir um mundo menos desigual, onde todos tenham o suficiente para viver com dignidade, sem fome, sem pobreza, sem miséria. Reunindo-nos no amor ao redor da mesa de Deus, devemos sair daí para construir uma sociedade fraterna, onde reine o amor, a solidariedade, a justiça, a colaboração, o perdão, a misericórdia e a paz.

A Eucaristia é também prenúncio escatológico, ou seja, prenúncio do que será a vida no Reino definitivo de Deus, no fim dos tempos, quando Deus consumar a história e instaurar em definitivo o que preparou para aqueles que O amam. Um banquete eterno, em que experimentaremos em plenitude o amor que Deus tem por nós.

terça-feira, 13 de junho de 2017

Santo Antônio

Neste dia, celebramos a memória do popular santo – doutor da Igreja – que nasceu em Lisboa, no ano de 1195, e morreu nas vizinhanças da cidade de Pádua, na Itália, em 1231, por isso é conhecido como Santo Antônio de Lisboa ou de Pádua. O nome de batismo dele era Fernando de Bulhões y Taveira de Azevedo.


Ainda jovem pertenceu à Ordem dos Cônegos Regulares, tanto que pôde estudar Filosofia e Teologia, em Coimbra, até ser ordenado sacerdote. Não encontrou dificuldade nos estudos, porque era de inteligência e memória formidáveis, acompanhadas por grande zelo apostólico e santidade. Aconteceu que em Portugal, onde estava, Antônio conheceu a família dos Franciscanos, que não só o encantou pelo testemunho dos mártires em Marrocos, como também o arrastou para a vida itinerante na santa pobreza, uma vez que também queria testemunhar Jesus com todas as forças.

Ao ir para Marrocos, Antônio ficou tão doente que teve de voltar, mas providencialmente foi ao encontro do “Pobre de Assis”, o qual lhe autorizou a ensinar aos frades as ciências que não atrapalhassem os irmãos de viverem o Santo Evangelho. Neste sentido, Santo Antônio não fez muito, pois seu maior destaque foi na vivência e pregação do Evangelho, o que era confirmado por muitos milagres, além de auxiliar no combate à Seita dos Cátaros e Albigenses, os quais isoladamente viviam uma falsa doutrina e pobreza. Santo Antônio serviu sua família franciscana através da ocupação de altos cargos de serviço na Ordem, isto até morrer com 36 anos para esta vida e entrar para a Vida Eterna.

domingo, 11 de junho de 2017

Santíssima Trindade

Celebrar a Santíssima Trindade é celebrar a Deus mesmo, o centro da nossa fé. O Catecismo da Igreja Católica chama o mistério da Santíssima Trindade de “o mistério central da nossa fé”. Mas o que é um mistério? E como podemos viver melhor esse dia santo?


O mistério não é uma realidade impossível de ser compreendida, como podemos pensar muitas vezes. Pelo contrário, é uma realidade que pode ir sendo compreendida cada vez mais, mas que não podemos nunca esgotar. É uma experiência parecida com a de um navio que avança da costa em direção ao alto mar. O horizonte vai se abrindo cada vez mais, na medida em que se avança. Se esse mar fosse infinito, como Deus o é, estamos falando de um mistério.

Nesta celebração do mistério da Santíssima Trindade somos convidados a contemplar um pouco mais essa realidade, a penetrar um pouquinho mais nesse mistério e para fazê-lo devemos “subir ao monte” como Moisés o fez quando recebeu os 10 mandamentos. Isso significa que precisamos buscar estar em contato com Deus, em diálogo com Ele.

Com essa atitude, Deus se revelará um pouco mais a cada um de nós, assim como revelou o seu nome a Moisés. Subir ao monte pode parecer uma fuga do mundo, um esquecer os problemas e me refugiar em Deus, mas é justamente o contrário disso. Conhecendo um pouco mais a Deus, que se revela como Amor, podemos encontrar os fundamentos de nossas vidas. Subindo ao monte e encontrando-nos com o Senhor, poderemos depois descer com as tábuas dos mandamentos inscritas mais profundamente em nossos corações, revigorados para viver uma vida cristã mais autêntica.

Deus nos revela que ele é amor, como disse São João em sua carta. Esse amor necessita se entregar, se doar. Deus criou o mundo por amor e para o seu amor. Falar que Deus é amor é dizer que ele não é um ser fechado em si mesmo, ele é relação. Relação de amor entre as três pessoas da Santíssima Trindade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Subindo ao monte descobrimos que nós fomos feitos à sua imagem e semelhança, também nos realizamos no amor. E quando amor verdadeiro o mundo precisa hoje em dia. Os cristãos, junto com a Igreja, são chamados a ser esse testemunho de “koinonia” (Comunhão) nesse mundo tomado pelo individualismo e pelo egoísmo. São chamados a refletir na Terra o mistério central de Deus Trindade, que se mostra como amor.

Que nessa festa possamos então encontrar-nos com Deus. Conhecê-lo melhor, descobrir o amor que Ele tem por cada um de nós, espelho do amor que Ele mesmo vive no interior da Santíssima Trindade. E que fruto desse encontro saiamos a anunciar esse amor para o mundo que precisa tanto dessa comunhão.

sábado, 10 de junho de 2017

Quadrilha pernambucana homenageia Nossa Senhora, no ano do tricentenário de Aparecida

Grupo bonjardinense abordará a fé e a crença popular brasileira em torno da “aparição” de Nossa Senhora, no Rio Paraíba do Sul

A história da fé e da crença popular brasileira em torno dos diversos milagres atribuídos à imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, encontrada por pescadores no Rio Paraíba do Sul, em 1717, também ganhará os tradicionais festejos juninos do interior pernambucano.


Fundada no ano de 2009, a Quadrilha Junina Rosa Vermelha, do município de Bom Jardim, situado no Agreste pernambucano, abordará em suas apresentações o tema “Aparição de Nossa Senhora Aparecida”, mesclando a história da aparição da imagem com o famoso casamento matuto, tradicionalmente realizado nas apresentações das quadrilhas juninas e nos arraiais de todo o Nordeste.

“No ano de 2017, a Quadrilha Junina Rosa Vermelha trará Nossa Senhora Aparecida como tema de suas apresentações. Para quem ainda desconhece a tricentenária devoção à Virgem Aparecida, certamente, se encantará com a riqueza devocional e a espiritualidade que emana desta rica história de fé. Convidamos a todos para embarcarem conosco neste lindo mistério de fé, coragem e amor, carinhosamente abordado pela Rosa Vermelha”, afirma Wygo Roberto, coordenador e produtor do grupo.


A Quadrilha Junina Rosa Vermelha é famosa por trazer a fé como tema recorrente de suas apresentações. “A Quadrilha Junina Rosa Vermelha é uma das principais responsáveis pela projeção da nossa cidade e das nossas tradições. Representa Bom Jardim não só na região, como também em todo o estado de Pernambuco”, destaca o munícipe Jameson Ferreira.


A estreia do grupo acontecerá na noite deste sábado (10), a partir das 20h00, no festival de quadrilhas juninas de João Alfredo, município do Agreste pernambucano, localizado a pouco mais de 100 km do Recife.

quinta-feira, 8 de junho de 2017

São José de Anchieta, modelo de evangelização

Nascido nas Ilhas Canárias, pertencente a uma grande família de 12 irmãos, o santo de hoje viveu no século XVI. Por motivos de estudo, foi enviado para Coimbra – Portugal, local onde teve o primeiro contato com a Companhia de Jesus e com o testemunho de São Francisco Xavier.


Muitas coisas o levaram a discernir seu chamado à vida religiosa, e aos 17 anos diante de uma imagem de Nossa Senhora, ele fazia o seu compromisso de abandonar tudo e servir a Deus. Anchieta entrou na Companhia de Jesus em 1551, fez um noviciado exigente, e mesmo com a saúde frágil fez os seus votos de castidade, pobreza e obediência, em 1553.

Neste mesmo ano foi enviado para o Brasil, e chegando na Terra de Santa Cruz ele pôde evangelizar. Ainda não era sacerdote. Estudava Filosofia, Teologia, e sempre evangelizando, dando aulas, indo ao encontro dos indígenas. Respeitava a cultura do povo, conheceu a língua Tupi-Guarani para melhor evangelizar. Homem fiel à santa doutrina, à sua congregação e acima de tudo, fiel ao Espírito Santo. Esteve em diversos lugares do Brasil, como São Paulo, Rio de janeiro, Espírito Santo, Bahia etc. Consumia-se na missão.

José de Anchieta é um modelo para todos os tempos, para uma nova evangelização no poder do Espírito Santo e com profundo respeito a quem nos acolhe, a quem é chamado também a ser inteiro de Jesus.

Considerado o “Apóstolo do Brasil”, José de Anchieta foi beatificado em 22 de junho de 1980 pelo Papa João Paulo II, e no dia 3 de abril de 2014 foi declarado santo por intermédio de um decreto assinado pelo Papa Francisco.

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Crise da água pode gerar guerra

Papa Francisco nos alerta sobre o uso consciente da água e a solidariedade para com os mais pobres. A chegada do calor nos permite usar roupas mais leves, curtir bons momentos ao ar livre, especialmente na praia. No entanto, uma preocupação, que já começa a atingir muita gente, é a falta de água. Essa questão é tão importante, que o Papa Francisco teme que possa ocasionar uma terceira guerra mundial. “A água não é gratuita, como tantas vezes pensamos. Será que o grave problema poderá nos levar a uma guerra?”, alertou o Pontífice em novembro de 2014. A declaração aconteceu ao fim de uma visita à Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em Roma, quando ele saudou os funcionários do local.


Torneira sem água

Na Encíclica Laudato Si sobre a preservação do meio ambiente, o Santo Padre reflete a questão da água no primeiro capítulo. Conhecedor das realidades que dizem respeito à vida cotidiana, o Papa destaca que “grandes cidades, que dependem de importantes reservas hídricas, sofrem períodos de carência de recurso, as quais, nos momentos críticos nem sempre são administrados com uma gestão adequada e imparcialidade”.

É impossível sustentar o desperdício

Francisco denuncia que é impossível sustentar o desperdício. “A água potável e limpa constitui uma questão de primordial importância, porque é indispensável para a vida humana e para sustentar os ecossistemas terrestres e aquáticos. As fontes de água doce fornecem os setores sanitários, agropecuários e industriais. A disponibilidade de água se manteve relativamente constante durante muito tempo, mas agora, em muitos lugares, a procura excede a oferta sustentável, com graves consequências a curto e longo prazo”, escreve o Santo Padre.

Com viagem à África marcada para novembro, Bergoglio destaca que muitos africanos não têm acesso a água potável segura ou sofrem secas que tornam difícil a produção de alimento. A má distribuição é recordada ao afirmar algumas regiões têm abundância de água e outras sofrem de grave escassez.

Os mais pobres são os que mais sofrem

A qualidade da água, diz o Papa, é um fator que deve ser levado a sério, já que os mais pobres são os que mais sofrem. “Entre os pobres, são frequentes as doenças relacionadas à água, incluindo as causadas por micro-organismos e substâncias químicas. A diarreia e a cólera, devido aos serviços de higiene e reservas de água inadequados, constituem um fator significativo de sofrimento e mortalidade infantil”, enfatiza.

Consequências da crise hídrica

Entre as consequências da crise hídrica estão o aumento do custo dos alimentos; portanto, aumento da fome. Estudos indicam impactos ainda mais sérios até se transformar numa das principais fontes de conflitos deste século. Muita gente pode considerar que o problema da falta de água é culpa apenas das grandes indústrias. É verdade, são responsáveis por lançar detergentes e produtos químicos em rios, lagos e mares, mas o problema da água é de todos nós.

Também nesses momentos difíceis é que se revelam gestos de solidariedade, respeito e amor ao próximo. Cada um faça sua parte para evitar o início de uma terceira guerra mundial. Em nosso quarteirão, bairro ou cidade, cultivemos bons hábitos como economia, reuso e ideias criativas. O diálogo é sem dúvida nosso grande aliado para uma cultura de encontro e solidariedade.

domingo, 4 de junho de 2017

Solenidade de Pentecostes

Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”. Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor. Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”. E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos”. (Jo 20.19-23)


Deus deseja que estejamos cheios do Espírito Santo

Na graça de celebrarmos, neste domingo, o Pentecostes, não fazemos apenas memória de um acontecimento passado, porque Deus é temporal, Ele se manifesta no passado, no presente e em todo o tempo. A graça que Ele concedeu ontem, Ele concede hoje e amanhã; e o desejo, o anseio e a promessa d’Ele para todos nós é que fiquemos cheios do Espírito Santo. Não podemos nos contentar apenas com uma porção do Espírito, com uma inspiração d’Ele. É claro que é graça, maravilha e bênção, mas essa é a vontade para todos nós. É promessa de Deus que todos nós fiquemos cheios do Espírito Santo! Para encher uma vasilha de água, não adianta ficar com a vasilha parada, pois ela não vai encher. Quando pego a talha e vou à fonte para enchê-la, a talha vai até transbordar de tanta água que entra nela. Eu preciso ir à fonte para me encher do Espírito Santo, pois a fonte está viva e presente no meio de nós. Jesus disse: “Eu sou a Água Viva! Aquele que beber desta água do Seu interior, jorrará rios de água viva”. Ele se refere ao Espírito que Ele está prometendo a cada um de nós. Deus quer que nós estejamos jorrando, transbordando essa graça do Espírito Santo em nossa vida. Por isso, precisamos, a cada dia da nossa vida, viver um Pentecostes, precisamos render a nossa vida na submissão do Espírito Santo. Não deixemos a graça do Espírito ficar paralisada em nossa vida. Busquemos, oremos e nos entreguemos a Ele. A graça do Pentecostes é viva no meio de nós e os frutos que vamos colher serão muitos! Aqueles que receberam, naquele dia, no Cenáculo, a graça do Espírito, eles falavam outras línguas. Como nós precisamos falar em novas línguas! Não é simplesmente se tornar uma pessoa poliglota – alguns têm a graça de falar várias línguas –, mas precisamos de uma linguagem nova para falarmos uns com os outros. Como nós precisamos da linguagem do amor, do toque da graça! Precisamos da profecia, do entendimento, da ciência divina. Em tudo isso está a linguagem do amor de Deus, presente em nossa vida, senão, ela cai num marasmo, na mesmice; e a inovação, a renovação interior não acontecem. Deus nos quer renovados, cheios e plenos do Seu Espírito. É preciso que busquemos viver, a cada dia, a plenitude da vida no Espírito.