sábado, 30 de setembro de 2017

São Jerônimo

Neste último dia do mês da Bíblia, celebramos a memória do grande “tradutor e exegeta das Sagradas Escrituras”: São Jerônimo, presbítero e doutor da Igreja. Ele nasceu na Dalmácia em 340, e ficou conhecido como escritor, filósofo, teólogo, retórico, gramático, dialético, historiador, exegeta e doutor da Igreja. É de São Jerônimo a célebre frase: “Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo”.


Com posse da herança dos pais, foi realizar sua vocação de ardoroso estudioso em Roma. Estando na “Cidade Eterna”, Jerônimo aproveitou para visitar as Catacumbas, onde contemplava as capelas e se esforçava para decifrar os escritos nos túmulos dos mártires. Nessa cidade, ele teve um sonho que foi determinante para sua conversão: neste sonho, ele se apresentava como cristão e era repreendido pelo próprio Cristo por estar faltando com a verdade (pois ainda não havia abraçado as Sagradas Escrituras, mas somente escritos pagãos). No fim da permanência em Roma, ele foi batizado.

Após isso, iniciou os estudos teológicos e decidiu lançar-se numa peregrinação à Terra Santa, mas uma prolongada doença obrigou-o a permanecer em Antioquia. Enfastiado do mundo e desejoso de quietude e penitência, retirou-se para o deserto de Cálcida, com o propósito de seguir na vida eremítica. Ordenado sacerdote em 379, retirou-se para estudar, a fim de responder com a ajuda da literatura às necessidades da época. Tendo estudado as línguas originais para melhor compreender as Escrituras, Jerônimo pôde, a pedido do Papa Dâmaso, traduzir com precisão a Bíblia para o latim (língua oficial da Igreja na época). Esta tradução recebeu o nome de Vulgata. Assim, com alegria, dedicação sem igual e prazer se empenhou para enriquecer a Igreja universal.

Saiu de Roma e foi viver definitivamente em Belém no ano de 386, onde permaneceu como monge penitente e estudioso, continuando as traduções bíblicas, até falecer em 420, aos 30 de setembro com, praticamente, 80 anos de idade. A Igreja declarou-o padroeiro de todos os que se dedicam ao estudo da Bíblia e fixou o “Dia da Bíblia” no mês do seu aniversário de morte, ou ainda, dia da posse da grande promessa bíblica: a Vida Eterna. São Jerônimo, rogai por nós!

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Qual é o verdadeiro propósito da Bíblia para os cristãos?

O fator mais importante que classifica a Bíblia como o livro mais singular é a influência que ela tem sobre a vida dos homens. Embora a Sagrada Escritura seja um grande tesouro devido à sua contribuição para a humanidade em literatura, filosofia e história, o maior valor desse livro se encontra na grande influência que exerce sobre as pessoas.


Por meio de suas páginas, o homem se vê exposto à sua verdadeira condição diante de Deus; a Palavra é como uma espada que penetra até os pensamentos e propósitos do homem e o convence de seus pecados diante do Todo-poderoso (cf. Hb 4,12): “Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração”.

O encontro com a Palavra gera vida

Santo Agostinho era um homem indisciplinado e libertino em sua juventude, porém, sua mãe orava por ele enquanto ele crescia. Depois de levar uma vida dissoluta por muitos anos, certo dia, com trinta e um anos de idade, ao ler a Bíblia debaixo de uma figueira, chegou ao trecho que diz “Andemos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e ciúmes, mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e nada disponhais para a carne, no tocante às suas concupiscências” (Rm 13,13-14). Essas palavras o convenceram dos seus pecados e ele se arrependeu diante do Senhor e se tornou um servo de Cristo.

No curso da história, muitas pessoas famosas foram movidas a crer em Cristo e a ler a Sagrada Escritura. O imperador francês Napoleão, após ter sido derrotado e exilado na ilha de Santa Helena, confessou que, embora ele e outros grandes líderes tivessem fundado seus impérios com uso da força, Jesus Cristo edificou Seu Reino com amor. E também confessou que, embora pudesse reunir seus homens em torno dele em prol de sua própria causa, ele teria de fazê-lo falando-lhes face a face, enquanto, por dezoito séculos [na época], incontáveis homens e mulheres se dispuseram a sacrificar, com alegria, a própria vida por amor a Jesus Cristo, sem tê-Lo visto sequer uma vez.

O Cristo revelado na Bíblia

A razão pela qual muitos se dispuseram a deixar tudo para seguir Cristo e serem martirizados por causa d’Ele, é que eles O viram revelado na Bíblia. Esse Livro Sagrado tem sido a fonte de inspiração para que muitos creiam em Nosso Senhor Jesus Cristo. Embora muitos reis, imperadores e governantes tenham tentado erradicar a Bíblia, nos últimos dois mil anos, a começar pelos imperadores romanos do primeiro século até os governos ateus deste século, nenhum poder sobre a terra tem conseguido abalar a atração do homem por esse Livro Sagrado e pela Pessoa maravilhosa que ele revela. O Cristo revelado na Bíblia continua, hoje, tão vivo como há dois mil anos.

A Bíblia existe para que possamos compreender, temer, respeitar e amar Deus sobre todas as coisas, assim ela se denomina como a Sagrada Escritura: “E desde a infância conheces as Sagradas Escrituras e sabes que elas têm o condão de te proporcionar a sabedoria que conduz à salvação, pela fé em Jesus Cristo. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (cf. II Tm 3,15-17).

Principal revelação

A revelação principal da Bíblia é a vida. “O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 10,10). Por isso, quando lemos a Bíblia, devemos entrar em contato com o Senhor Jesus, orando para que Ele nos dê revelação da palavra lida.

“Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos” (Ef 6,17-18). Orando também para que sejamos capacitados pelo Espírito Santo, para viver a Palavra de Deus, e não apenas conhecê-la em nossa mente, pois o simples fato de conhecermos a Bíblia não nos faz cristãos; os judeus cometeram esse erro, pois eles examinavam as Escrituras, mas não conheciam a Pessoa de Cristo.

“Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim. Contudo, não quereis vir a mim para terdes vida” (Jo 5,39-40). Isso pode ser mais bem compreendido ao analisarmos o versículo de II Coríntios, 3,6: “O qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica”.

Livro da vida

Não devemos tomar a Bíblia como um livro comum, apenas para trazer algum conhecimento a nossa mente, mas devemos tomá-la como um livro de vida, contatando o Senhor Jesus por meio da oração, para que Ele nos conceda algo vivo em Sua Palavra, ou seja, algo que traga uma lição prática para o nosso viver no dia a dia, pois a intenção de Deus, revelada na Sagrada Escritura, não é apenas a salvação do nosso espírito, como também a salvação de todo o nosso ser, para que consigamos viver coletivamente na Igreja, que é comparada ao Corpo e à Esposa de Cristo: “O qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (I Tm 2,4).

“O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (I Ts 5,23). “Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo” (I Cor 12,27). “Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou” (Ap 19,7).

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

São Vicente de Paulo, grande sacerdote

São Vicente de Paulo sabia muito bem tirar dos ricos para dar aos pobres. “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e espírito e amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Mat 22,37.39).


Se não foi o lema da vida deste santo, viveu como se fosse. O santo de hoje, São Vicente de Paulo, nasceu na Aquitânia (França) em 1581. No seu tempo a França era uma potência, porém convivia com as crianças abandonadas, prostitutas, pobreza e ruínas causadas pelas revoluções e guerras.

Grande sacerdote, gerado numa família pobre e religiosa, ele não ficou de braços cruzados mas se deixou mover pelo espírito de amor. Como padre, trabalhou numa paróquia onde conviveu com as misérias materiais e morais; esta experiência lhe abriu para as obras da fé. Numa viagem foi preso e, com grande humildade, viveu na escravidão até converter seu patrão e conseguiu depois de dois anos sua liberdade.

A partir disso, São Vicente de Paulo iniciou a reforma do clero, obras assistenciais, luta contra o jansenismo que esfriava a fé do povo e estragava com seu rigorismo irracional. Fundou também a “Congregação da Missão” (lazaristas) e unido a Santa Luísa de Marillac, edificou as “Filhas da Caridade” (irmãs vicentinas).

Sabia muito bem tirar dos ricos para dar aos pobres, sem usar as forças dos braços, mas a força do coração. Morreu quase octogenário, a 27 de setembro de 1660. São Vicente de Paulo, rogai por nós!

terça-feira, 26 de setembro de 2017

São Cosme e São Damião

Hoje, lembramos dois dos santos mais citados na Igreja: Cosme e Damião. Eram irmãos gêmeos, médicos de profissão e santos na vocação da vida. Viveram no Oriente e, desde jovens, eram habilidosos médicos. Com a conversão passaram a ser também missionários, ou seja, aproveitando a ciência com a confiança no poder da oração levavam a muitos a saúde do corpo e da alma.


Viveram na Ásia Menor, até que diante da perseguição de Diocleciano, no ano 300 da era cristã, foram presos pois eram considerados inimigos dos deuses e acusados de usar feitiçarias e meios diabólicos para disfarçar as curas. Tendo em vista esta acusação, a resposta deles era sempre: “Nós curamos as doenças, em nome de Jesus Cristo e pelo Seu poder!”.

Diante da insistência, quanto à adoração aos deuses, responderam: “Teus deuses não têm poder algum, nós adoramos o Criador do céu e da terra!”.

Jamais abandonaram a fé e foram decapitados em 303. São considerados os padroeiros dos farmacêuticos, médicos e das faculdades de medicina. São Cosme e São Damião, rogai por nós!

domingo, 24 de setembro de 2017

Evangelho do 25º Domingo do Tempo Comum

Naquele tempo, Jesus contou esta parábola a seus discípulos: “O Reino dos Céus é como a história do patrão que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia, e os mandou para a vinha. Às nove horas da manhã, o patrão saiu de novo, viu outros que estavam na praça, desocupados, e lhes disse: ‘Ide também vós para a minha vinha! E eu vos pagarei o que for justo’. E eles foram. O patrão saiu de novo ao meio-dia e às três horas da tarde, e fez a mesma coisa. Saindo outra vez pelas cinco horas da tarde, encontrou outros que estavam na praça, e lhes disse: ‘Por que estais aí o dia inteiro desocupados?’. Eles responderam: ‘Porque ninguém nos contratou’. O patrão lhes disse: ‘Ide vós também para a minha vinha’. Quando chegou a tarde, o patrão disse ao administrador: ‘Chama os trabalhadores e paga-lhes uma diária a todos, começando pelos últimos até os primeiros!’. Vieram os que tinham sido contratados às cinco da tarde e cada um recebeu uma moeda de prata. Em seguida vieram os que foram contratados primeiro, e pensavam que iam receber mais. Porém, cada um deles também recebeu uma moeda de prata. Ao receberem o pagamento, começaram a resmungar contra o patrão: ‘Estes últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o cansaço e o calor o dia inteiro’. Então o patrão disse a um deles: ‘Amigo, eu não fui injusto contigo. Não combinamos uma moeda de prata? Toma o que é teu e volta para casa! Eu quero dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti. Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?’ Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”. (Mt 20,1-16a)


A inveja corrói o nosso coração

A parábola do Evangelho de hoje nos mostra o coração de um mestre, de um pai, um senhor que é justo; e o coração dos operários que, muitas vezes, são justiceiros, mas não justos. O patrão combinou, com cada um dos trabalhadores, quando vieram trabalhar, uma quantia certa a ser dada. Aquele que chegou na primeira hora, iria receber tanto; o que chegou na terceira hora, iria receber outro tanto; o que chegou na sexta hora, receberia um preço combinado; e os que chegaram na penúltima hora, também receberiam o preço combinado. Veja bem: o patrão pagou a cada um conforme havia combinado, ninguém recebeu a menos, não foi tirado de ninguém o que lhe foi prometido, de modo que cada um deveria ter ficado satisfeito com o que recebeu. Onde entrou o problema? O problema entrou quando os que receberam primeiro viram o quanto receberam os que chegaram na última hora. E qual foi o problema? A inveja. E nós temos inveja quando paramos de olhar para o que é nosso e começamos a nos comparar e olhar para o que é do outro. Se eles tivessem se conformado com aquilo que receberam, o coração deles estaria muito grato, muito feliz, porque estavam desempregados, mas foram se comparar com os outros. A vida é assim, quando começamos a nos comparar, caímos sempre na murmuração e na comparação injusta da vida, vamos sempre achar que estamos sendo injustiçados. Só achamos as coisas justas quando estamos bem e melhor, quando o que ganhamos é melhor do que os outros; mas quando o que ganhamos e temos é menor do que os outros, aí tudo se torna injusto. A inveja corroí o coração humano, é um dos piores venenos para a nossa existência, porque ela nos corrói por dentro, cria sentimentos negativos dentro de nós, coloca-nos sempre em confronto em comparação com o outro. Caim tinha oferecido um sacrifício maravilhoso aos olhos de Deus, mas começou a ter inveja do sacrifício de seu irmão; e bem sabemos o resultado: Caim matou Abel. Estamos matando uns aos outros na fofoca, na maledicência, no falar mal. Quase sempre, isso vem da maldade e da inveja. Por causa da inveja, o pecado e o mal entraram no mundo. A inveja faz de nós pessoas orgulhosas, soberbas, descontentes com a vida. Não lutamos pelo que é nosso, não lutamos pelo que, de fato, é nosso direito. Lutamos, muitas vezes, para tirar o que é do outro e não por aquilo que é nosso por direito. Sejamos justos, porque Deus é justo, mas nem sempre ser justiceiro quer dizer ser justo. Deus é aquele que vê além, que vê de cima. Somos aqueles que olham por baixo, e só olhamos o mundo com o nosso olhar orgulhoso e egoísta, porque vemos o mundo somente do nosso jeito.

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Paz: fruto da reconciliação

O que é a paz ? Muitas opiniões se multiplicam, muitos pontos de vista se antagonizam; uns dizem que a paz é a ausência da guerra. Principalmente neste momento delicado, onde está urgindo mais uma guerra, a invasão do Iraque pelos Estados Unidos. Outros dizem que a paz é algo interno de cada pessoa, que cada um deve ter sua paz interior e isto basta.


Tenho hoje uma reflexão sobre a paz: a paz é fruto da reconciliação.

A palavra reconciliação é derivada direta da palavra concilio, do verbo conciliar, concordar, estar de acordo.
Então, reconciliar é conciliar de novo. Alguma opinião, alguma atitude que desgastou esta “concordância”, alguma briga, discussão entre as pessoas, entre os povos, entre o homem e Deus; precisa de novo ser conciliada, pela aceitação da posição antagônica, mesmo que com divergência em algum ponto. É um reatar as relações.

E é preciso que cada homem tenha a consciência que a paz só acontece de verdade se ele estiver plenamente reconciliado: com ele mesmo, com as pessoas que o cercam e com Deus. Isto significa: viver reconciliado.

Primeiro consigo mesmo: aceitar nossa limitação, nossa incapacidade de atingir algumas coisas, que somos de carne e osso e fracassamos, damos certo em algumas coisas e noutras somos um desastre, e precisamos de ajuda. Isto não significa acomodar-se aos nossos pecados, mas ter como meta o ser melhor, e ir progredindo a cada dia, na busca do ser melhor, não somente no estar melhor. Mas não esquecer nossa natureza fraca, frágil.

Saiba Deus te ama, e por causa disto valorize-se, ame-se, cuide-se. Você é importante neste mundo. Reconcilie-se consigo mesmo. Comece a se olhar sem acusações, embora lute para ser mais santo, ou santa.

Depois é preciso estar de bem as outras pessoas: procure ser tolerante quando as pessoas são como você imperfeitas, incoerentes: aceite-as. Elas podem estar passando pelo mesmo processo que você: necessitado de ajuda, em algumas coisas e em outras não. Você pode ser esta ajuda. Ajude. Se desculpe se magoou alguém, procure-a, faça as pazes. Isto é divino. E se alguém te magoou, perdoe, mas do fundo do coração. Tenha as mesmas atitudes de antes: acolha, dê um sorriso, trate-a como se nada houvesse acontecido. Isto é: esquecer.

Mas para isto é primordial: estar de bem com Deus. Se pecamos, se fazemos algo que feriu o coração de Deus, e a gente sabe quando faz este tipo de coisa, nós não podemos guardar esta discordância. São necessários três passos para alcançarmos a reconciliação com Deus:

- Reconhecer os seus erros, pecados, falhas. Não dissimular. Reconhecer. Não jogar a culpa nos outros, nas situações. Admitir: eu errei, mas quero me levantar.

- Arrepender-se profundamente. Ter ódio do pecado cometido. Fugir dele. Se comprometer com Deus, de jamais cair de novo, na mesma fraqueza.

- Confessar-se regularmente com um Padre. Escutei uma explicação magnífica sobre a necessidade de confessar-se com o Padre, e não direto com Deus: é que quando pecamos, este pecado atinge outras pessoas. E teríamos que confessar-se com todos aqueles que foram prejudicados pelos nossos pecados. O Sacerdote é o representante, que saiu do meio do povo, foi consagrado, para aceitar em nome das pessoas a nossa confissão, e nos absolver, nos perdoar, em nome de Deus, que é o Pai de todos. É Sacramento estabelecido pelo próprio Jesus: “tudo que ligares na terra, será ligado nos céus”.

Então, reconciliar-se com Deus, com as pessoas e consigo mesmo é FONTE DE PAZ.

As guerras acontecem porque os homens querem permanecer na divergência, no desacordo. Hoje Deus nos pede uma atitude diferente: Viver reconciliado. Viver em Paz com todos. Esta atitude é o maior grito de indignação que podemos dar, contra a guerra. A Paz de Jesus te ilumine a isto, a viver reconciliado.

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Semáforos interiores

Um dos sinais de trânsito mais conhecidos é o semáforo. Este sinalizador é de fundamental importância para a segurança dos pedestres e dos motoristas. Desobedecê-lo é colocar em risco a própria vida e também a de outras pessoas. Muitos já desobedeceram ao que o semáforo indicava e o resultado não foi bom. Ou foram vítimas de um acidente ou então receberam uma multa.


Segundo o Código Nacional de Trânsito, avançar um sinal vermelho é uma violação gravíssima às normas impostas. O motorista que comete tal falta perde sete pontos em sua carteira de habilitação. Diante de tal gravidade que pode ocorrer quando o sinal está vermelho, melhor será para o condutor do veículo obedecer.

No entanto, sabemos que nem todos os motoristas e pedestres respeitam os sinais de um semáforo. Diante da imprudência de tal atitude o resultado nem sempre é positivo. Muitos já perderam a vida e outros tantos a roubaram de seus semelhantes. Atitudes inconsequentes têm resultados trágicos.

O coração humano é um grande semáforo. Ele nos indica qual a postura que devemos ter diante das mais variadas situações da vida. Porém, é preciso reconhecer as cores que nos indicam o que devemos fazer diante das encruzilhadas de nossas opções!

Sinal vermelho do semáforo do nosso coração indica que é tempo de parar. A pressa em chegar pode nos fazer provar o amargo das emoções que ainda estão verdes. Ultrapassar o sinal vermelho é arriscado e perigoso. Podemos causar acidentes que deixarão graves sequelas no coração de quem não era culpado.

Respeitar o pedestre é sempre prioridade nas leis de trânsito. Nas leis do coração a mesma atitude é fundamental. Respeitar aqueles que cruzam as esquinas de nossa alma e caminham lado a lado conosco é atitude de um cristão consciente!

Sinal amarelo é sempre de atenção. Olhar para os dois lados da vida e ver qual deles nos oferece mais segurança! Parar e observar se a nossa pressa não poderá ser interrompida por alguém que vem em alta velocidade e ainda não aprendeu a respeitar os semáforos de nosso coração é imprescindível. Buscar a segurança necessária para que não sejamos vítimas de nossos próprios descuidos é cuidar com atenção de nosso coração.

A esperança é verde. Quando o semáforo de nossa alma nos indicar que podemos seguir em frente não hesitemos. Com segurança poderemos trilhar os mais belos caminhos e descobrir as mais lindas paisagens escondidas nas curvas de nossa alma.

Há muitos corações congestionados com sentimentos confusos. Há ainda semáforos queimados que precisam ser trocados. Um semáforo que não serve para nos indicar com segurança o nosso caminho se torna sucata. Jesus é o grande Semáforo da nossa vida. Ele nos indica qual é o melhor caminho que devemos seguir.

Nem sempre o verde da esperança estará nos indicando que podemos seguir em segurança. O vermelho do proibido, muitas vezes, vai salvar nossa vida de tristes acidentes emocionais. A atenção do amarelo vai nos garantir que precisamos parar e olhar para a vida com mais cuidado.

Para a pecadora arrependida o vermelho da hora de parar foi aceso. O jovem rico recebeu o sinal amarelo da atenção: era preciso parar e rever as escolhas que estava fazendo. Judas estava com o semáforo de seus sentimentos quebrado. Não havia prestado atenção que o sinal amarelo indicava o vermelho que iria chegar. Não olhou e foi atropelado pelos próprios erros. Maria Madalena descobriu em uma manhã de ressurreição o sinal verde de novas possibilidades.

Nos semáforos do coração encontramos a segurança necessária para caminharmos pela vida de mãos dadas com um tempo novo. Jesus nos dá sinais de trânsito livre e seguro no cotidiano dos congestionamentos de nossa alma.

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Dia do Perdão

Por que será que decidiram atribuir um dia do ano ao perdão? E por que será que quase ninguém sabe da existência dessa data? Não se pode negar: perdoar não é fácil.


Perdoar exige nobreza interior, coragem, desprendimento, sinceridade em altíssimo grau. Perdoar necessita de ajuda divina, porque, do lado humano, pesa a memória, insistente e dolorida, que, às vezes, não esquece nunca. Além disso, pode ser também que o ofensor não peça perdão, que não se mostre arrependido, mas até muito satisfeito. Pode ser que ainda repita a mesma ofensa várias vezes. É o risco.

“Quantas vezes devemos perdoar, então, Senhor? E Jesus respondeu: Setenta vezes sete” (Mt 18,22).

A matemática do perdão gosta de trabalhar com números infinitos, não com frações…
 Mas o perdão não apenas de dá, mas muito também se pede.

Pedir perdão exige pobreza interior (que é igual à nobreza interior), humildade (que é igual à coragem), arrependimento (que é igual a desprendimento), sinceridade em altíssimo grau. Pedir perdão necessita de ajuda divina, por que, do lado humano, pesa a teimosia, a auto-suficiência, o orgulho, insistente e ferido, que, às vezes, só enxerga a si mesmo, só justifica a si mesmo, só ama a si mesmo. Além disso, pode ser que o ofendido não queira perdoar e que se mostre até bem satisfeito em não reconhecer o arrependido. Pode ser também, que o arrependido fique desanimado de repetir tantas vezes a mesma ofensa e de pedir tantas vezes perdão. Não corremos esse risco com Deus.

“E Jesus disse: Filho, teus pecados estão perdoados” (Mc 2,5). A misericórdia de Deus derrama-se generosa e infinitamente.

domingo, 17 de setembro de 2017

Evangelho do 24º Domingo do Tempo Comum

Naquele tempo, Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?”. Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. Porque o Reino dos Céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. Quando começou o acerto, levaram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna. Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida. O empregado, porém, caiu aos pés do patrão e, prostrado, suplicava: ‘Dá-me um prazo, e eu te pagarei tudo!’. Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida. Ao sair dali, aquele empregado encontrou um de seus companheiros que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’. O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: ‘Dá-me um prazo, e eu te pagarei!’. Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia. Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão e lhe contaram tudo. Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: ‘Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste. Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’. O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”. (Mt 18,21-35)


Nada é mais divino do que perdoar

Não há nada mais divino do que o perdão e não há nada mais diabólico do que a falta de perdão. Estamos no meio desse fogo cruzado: o fogo da graça, que faz de nós criaturas novas, e o fogo do inferno, que perde a nossa alma e a nossa vida. Enquanto o fogo do Espírito, o fogo de Deus, o fogo do Céu aniquila o ressentimento, a mágoa, a falta de misericórdia e perdão, o fogo do inferno faz de nós pessoas vingativas, rancorosas, maldosas e assim por diante. É verdade que nós somos humanos e a nossa humanidade se fere, machuca e reacende. Ou pegamos o fogo da graça para curar nossa humanidade ou deixamos que o fogo do inferno acenda em nós e torne a nossa humanidade pior, estragada e mais enferma do que ela já é. Muitos de nós estão doentes e enfermos no corpo, na alma e no espírito pela falta do perdão. Cultivamos o ressentimento e a mágoa que só nos enfraquecem, tornam-nos mais doentes e piores para nós e para os outros. Quando não perdoamos, o azedume toma conta de nós, a amargura cresce em nosso coração, a raiva se dilacera em nossos atos, em nossas atitudes e naquilo que fazemos. Perdoar não significa que somos bonzinhos, que somos anjos. Perdoar significa que estamos permitindo a graça de Deus reinar no nosso coração. Nada é mais divino do que perdoar! Deus não se faz presente numa pessoa quando ela fala muito d’Ele. Deus se faz presente numa pessoa quando ela tem atitudes divinas, e não há atitude divina mais sublime do que a arte e a graça de perdoar as ofensas, as mágoas e tantas situações vividas. Você pode pensar: “Eu não consigo perdoar o meu irmão, a dor foi grande demais!”. Humanamente, pode ser que não consigamos, mas, com a graça divina, o fogo do Espírito queima aquilo que ficou em nós: o ressentimento, a mágoa. O perdão é vivo, é concreto e real. Não busquemos simplesmente respostas humanas para perdoar, busquemos o auxílio da graça, a vida em Deus e na oração. Busquemos o remédio divino da salvação, para que possamos ser canais do perdão e misericórdia de Deus. O perdão de Deus para nós não tem limites, não cabe dentro dos cálculos humanos, o perdão que Deus quer que exale de nós é o perdão que brota da cruz, do amor, de uma verdadeira experiência com Deus. Se não conseguimos perdoar, que Deus nos dê a graça e a força necessária para que vivamos o perdão setenta vezes sete, todos os dias e em todos os momentos e situações da vida.

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Nossa Senhora das Dores

“Quero ficar junto à cruz, velar contigo a Jesus e o teu pranto enxugar!”. Assim, a Igreja reza a Maria neste dia, pois celebramos sua compaixão, piedade; suas sete dores cujo ponto mais alto se deu no momento da crucificação de Jesus. Esta devoção deve-se muito à missão dos Servitas – religiosos da Companhia de Maria Dolorosa – e sua entrada na Liturgia aconteceu pelo Papa Bento XIII.


A devoção a Nossa Senhora das Dores possui fundamentos bíblicos, pois é na Palavra de Deus que encontramos as sete dores de Maria: o velho Simeão, que profetiza a lança que transpassaria (de dor) o seu Coração Imaculado; a fuga para o Egito; a perda do Menino Jesus; a Paixão do Senhor; crucificação , morte e sepultura de Jesus Cristo.

Nós, como Igreja, não recordamos as dores de Nossa Senhora somente pelo sofrimento em si, mas sim, porque também, pelas dores oferecidas, a Santíssima Virgem participou ativamente da Redenção de Cristo. Desta forma, Maria, imagem da Igreja, está nos apontando para uma Nova Vida, que não significa ausência de sofrimentos, mas sim, oblação de si para uma civilização do Amor.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Exaltação da Santa Cruz - símbolo da vitória de Jesus

Nos reunimos com todos os santos, neste dia, para exaltar a Santa Cruz, que é fonte de santidade e símbolo revelador da vitória de Jesus sobre o pecado, a morte e o demônio; também na Cruz encontramos o maior sinal do amor de Deus, por isso : “Nós, porém, pregamos um Messias crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os pagãos ” (I Cor 1,23).


Esta festividade está ligada à dedicação de duas importantes basílicas construídas em Jerusalém por ordem de Constantino, filho de Santa Helena. Uma, construída sobre o Monte do Gólgota e outra, no lugar em que Cristo Jesus foi sepultado e ressuscitado pelo poder de Deus. A dedicação destas duas basílicas remonta ao ano 335, quando a Santa Cruz foi exaltada ou apresentada aos fiéis. Encontrada por Santa Helena, foi roubada pelos persas e resgatada pelo imperador Heráclio.

Graças a Deus a Cruz está guardada na tradição e no coração de cada verdadeiro cristão, por isso neste dia, a Igreja nos convida a rezarmos: “Do Rei avança o estandarte, fulge o mistério da Cruz, onde por nós suspenso o autor da vida, Jesus. Do lado morto de Cristo, ao golpe que lhe vibravam, para lavar meu pecado o sangue e a água jorravam. Árvore esplêndida bela de rubra púrpura ornada dos santos membros tocar digna só tu foste achada”. “Viva Jesus! Viva a Santa Cruz!”. Santa Cruz, sede a nossa salvação!

terça-feira, 12 de setembro de 2017

O suicídio precisar ser visto com atenção

O mês de setembro teve início com uma proposta de conscientização trazida por alguns órgãos de promoção da saúde, com o tema prevenção do suicídio.


Antes de mais nada, essa campanha quer trazer o assunto do suicídio para a discussão popular com o intuito de prevenir mortes que poderiam ter sido evitadas. A quantidade de vidas perdidas ultrapassa o número de vítimas da AIDS e de alguns tipos de câncer. Ou seja, tornou-se alvo de preocupação por comprometer tantas pessoas de diversas idades, classes sociais, cores etc. É hoje um assunto de saúde pública.

Um dado interessante que traz certa perspectiva de sucesso com essas campanhas é o fato de que nove em cada dez casos poderiam ser evitados, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Ou seja, o assunto deve ser amplamente debatido e os preconceitos esclarecidos, para que o maior número de pessoas seja alcançado e indivíduos sejam salvos de um possível suicídio.

Identificar essas pessoas

Como identificar alguém que tenha ideação suicida? É possível ajudar de algum jeito?
Para iniciar o assunto e já fazer uma boa provocação sobre o tema, vou dizer que qualquer ser humano é passível de pensar sobre a morte e desejá-la em casos específicos da vida. Sim. Eu e você podemos passar por situações fortes na vida ou apresentar alguma disfunção biológica que nos faça, em algum momento, pensar em morrer. Ou simplesmente, podemos achar os dias muito cinzas, perder o encanto pela vida e o sentido no existir. As dores existenciais, que são aquelas dores na alma, não localizadas por nenhum exame de imagem, podem ser insuportáveis e fazer o indivíduo desejar a morte.

Atentar-se para essas realidades já é um grande passo no combate ao preconceito que existe em relação a doenças como depressão e bipolaridade, por exemplo, e que são estopins para o suicídio.

Os sinais

Existem pessoas que verbalizam suas dores e dão dicas de que pensam no suicídio, dizendo frases como: “preferia estar morta”, “não deveria ter nascido”, “o mundo seria um lugar melhor sem mim” ou até aquelas frases mais inocentes como “queria sumir” e “desejo dormir e não acordar mais”. Esses são alguns sinais de que o indivíduo não está bem e precisa de ajuda.

O mais indicado seria um acompanhamento psicoterapêutico e, se necessário, um psiquiatra, que vai avaliar a necessidade de medicamento. Aos poucos, a população começa a se conscientizar de que os cuidados com a saúde psíquica são tão importantes e necessários quanto os cuidados com a saúde física. Assim, um medicamento para alguns casos pode ser extremamente eficaz no combate às doenças como depressão, que pode levar ao suicídio. Só para aproveitar o assunto, é válido dizer que a informação é o melhor remédio no combate ao preconceito, que ainda persiste quando o assunto é depressão, terapia e medicamentos psiquiátricos.

Voltando a falar sobre como identificar pessoas que tenham ideação suicida, existem também aquelas que não costumam expor o que sentem. Nesses casos, a observação dos comportamentos será mais valiosa que as frases ditas.

Quando alguém apresenta mudanças comportamentais que persistem por muitos dias, o sinal de alerta pode ser acionado, ou seja, se alguém que costuma ser falante, risonho e sociável, passa a ficar mais retraído, isolado e triste, certamente algum tipo de ajuda está precisando.

Setembro Amarelo

Na campanha do Setembro Amarelo, existe uma chamada que diz: “falar é a melhor solução”. Então, esteja disposto a dialogar com alguém que parece não enxergar um sentido na vida. O outro apresenta alguma resistência ao diálogo, procure formas de acessar o seu coração. Por mais desafiador que pareça, lembre-se, nessas horas, que nenhum ser humano é inalcançável.

Por algum ou vários motivos, pode acontecer de alguém desenvolver mecanismos de defesa para se proteger de algumas dores, podendo ficar extremamente calado ou agressivo em certos momentos. Se o diálogo parecer impossível num primeiro momento, use a sua criatividade e o seu conhecimento sobre essa pessoa que você ama; inove, surpreenda e descubra diferentes formas de mostrar que você a ama e está ao lado dela nesse momento difícil.

Demonstre afeto

Gestos podem traduzir algumas palavras significativas. Fazer uma comida especial, comprar uma lembrança ou até escrever bilhetes podem ajudar a derreter a geleira que se estabeleceu no coração do outro. Ouse. Arrisque-se nas tentativas de alcançar alguém que precisa de ajuda.

É importante também avaliar a profundidade da situação, ou seja, se a pessoa está passando por um sofrimento pontual, alguma tristeza ou frustração, não vá logo achando que ela está pensando em suicídio. As tristezas são tão importantes quanto as alegrias e podem trazer ensinamentos preciosos, que nem todo sorriso traz. Então, se são lágrimas que se apresentam nessa hora para o seu amigo, chore junto com ele e, quando possível, ajude-o a enxergar novas perspectivas a partir desse sofrimento. Muitos ignoram ou rejeitam as incríveis possibilidades de crescimento que moram numa dor. Não seja dessas pessoas.

Por fim, é possível encontrar materiais de excelente qualidade que informam sobre o suicídio e algumas formas de prevenção. A Associação Brasileira de Psiquiatria oferece gratuitamente uma cartilha chamada “Suicídio: Informando para Prevenir”, que pode ser encontrada nesse link: http://www.cvv.org.br/downloads/suicidio_informado_para_prevenir_abp_2014.pdf

Como cada ser humano é único e cada caso de apresenta de forma muito particular, é importante compreender o que o familiar, o amigo, o parceiro ou até o colega de trabalho está vivenciando nesse momento, como é sua visão de mundo e qual a melhor forma de ajudá-lo. Assim, se encontrar uma oportunidade, pergunte abertamente: o que você gostaria que eu fizesse para ajudá-lo nesse momento?

Lembre-se, antes de qualquer coisa, que você está se propondo a entrar no território precioso e sagrado do outro, portanto, haja com respeito, cautela e evite julgamentos. Muitos podem achar que “dando um chacoalhão”, a pessoa irá melhorar. Não é bem assim.

Pensar em tirar a própria vida é algo sério, uma alternativa que muitos escolhem por estarem em desespero, sem perspectivas de vida. Portanto, recubra-se de amor, compaixão e uma dose extra de compreensão para colocar-se ao lado de alguém que precisa da sua ajuda.

domingo, 10 de setembro de 2017

Evangelho do 23º Domingo do Tempo Comum

Naquele tempo, Jesus disse a seus discípulos: “Se o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão. Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. Se ele não vos der ouvido, dize-o à Igreja. Se nem mesmo à Igreja ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um pecador público. Em verdade vos digo, tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. De novo, eu vos digo: se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que quiserem pedir, isso lhes será concedido por meu Pai que está nos céus. Pois, onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí, no meio deles”. (Mt 18,15-20)


Conquistemos o coração do nosso irmão

Deus quer que ganhemos o nosso irmão, porque não quer que o percamos. Não podemos permitir que muitas situações que acontecem em nosso meio, situações desagradáveis, que causam quedas e embaraços em nossa vida sejam um entrave para salvar o nosso irmão. É mais fácil vender ou entregar o irmão, é mais fácil falar mal do irmão, escandalizar-se com ele, porém o mais fácil não é o mais evangélico nem o caminho de Cristo, porque o caminho de Cristo é o mais difícil e o mais exigente. O mais exigente e o mais necessário é salvar o irmão, é salvar a relação, é salvar aquilo que se tornou complicado por causa de situações que constrangeram a nós e a tantas pessoas. É preciso da nossa parte termos a humildade para buscar a reconciliação e a correção fraterna. Como é que corrigimos os outros? Primeiro, deixando-nos corrigir por Deus. É preciso ter a humildade de saber que todos nós precisamos de correção, de ajuda e auxílio; precisamos de ajuda para reconhecer as fraquezas que muitas vezes não enxergamos. Tenha uma certeza na vida: é mais fácil enxergar os defeitos e pecados alheios do que os nossos. Muitas vezes, estamos atirando pedras, estamos acusando o outro e não estamos tendo a humildade de reconhecer as nossas próprias fraquezas. Quando eu vejo a fraqueza de alguém, o pecado de alguém, alguma situação que causou constrangimento, a minha primeira atitude é voltar-me para mim mesmo, e como diz aquele velho ditado: “Colocar a barba de molho”, olhar para minha própria vida, corrigir meus limites e tudo aquilo que eu estou vivendo ou fazendo. A primeira atitude é cada um saber corrigir a si mesmo, olhar para dentro de si e saber o que necessário mudar na vida de cada um. E a partir disso teremos a graça necessária e o espírito necessários para que possamos ajudar o outro. Corrigir é, acima de tudo, ajudar, levantar e salvar a outra pessoa. Corrigir não quer dizer humilhar, jogar na cara da outra pessoa, fazer com que ela fique envergonhada com seus atos ou com qualquer outra coisa que ela tenha cometido. Corrigir é amar, é querer bem o outro, por isso não podemos sair falando dos defeitos de ninguém, acusando ou colocando a culpa em alguém. Amemos o irmão em particular e, com a caridade que nunca pode faltar, tentemos ganhá-lo, salvá-lo e conquistá-lo para que ele não se desvie do caminho do Senhor.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Natividade de Nossa Senhora

Hoje é comemorado o dia em que Deus começa a pôr em prática o Seu plano eterno, pois era necessário que se construísse a casa, antes que o Rei descesse para habitá-la. Esta “casa”, que é Maria, foi construída com sete colunas, que são os dons do Espírito Santo.


Deus dá um passo à frente na atuação do Seu eterno desígnio de amor, por isso, a festa de hoje, foi celebrada com louvores magníficos por muitos Santos Padres. Segundo uma antiga tradição os pais de Maria, Joaquim e Ana, não podiam ter filhos, até que em meio às lágrimas, penitências e orações, alcançaram esta graça de Deus.

De fato, Maria nasce, é amamentada e cresce para ser a Mãe do Rei dos séculos, para ser a Mãe de Deus. E por isso comemoramos o dia de sua vinda para este mundo, e não somente o nascimento para o Céu, como é feito com os outros santos.

Sem dúvida, para nós como para todos os patriarcas do Antigo Testamento, o nascimento da Mãe, é razão de júbilo, pois Ela apareceu no mundo: a Aurora que precedeu o Sol da Justiça e Redentor da Humanidade.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

O que a Independência do Brasil diz ao coração do cristão?

Naquele contexto de um Brasil Colônia, a atitude do Imperador Dom Pedro I expressou o que ia no coração de todos os brasileiros: o desejo de ser uma nação soberana. É de se perguntar se a proclamação simbólica da independência realizou, de fato, esse sonho de soberania, uma vez que as elites rurais permaneceram com seus privilégios políticos e focadas na exportação da matéria-prima nacional; a escravidão foi mantida e mantidos foram também os latifúndios e o modelo de governo monárquico. Estranhamente, o Brasil indenizou Portugal pela sua independência pagando 2 milhões de libras esterlinas, começando, ali, a dívida externa brasileira com a Grã-Bretanha que emprestou o dinheiro. Será que foi independência ou morte?


Esses fatos que recordamos, todos os anos, na data cívica de sete de setembro, tem algum significado ao coração do cristão? Encontramos a resposta no Compêndio de Doutrina Social da Igreja da Católica, nos números 421-427, os quais tratam do “Estado e as Comunidades Religiosas”. O assunto é muito atual, pois, na defesa de um Estado Laico, alguns imaginam que se deveria limitar a liberdade religiosa que permite aos cristãos, por exemplo, engajar-se no mundo da política. Segundo a Doutrina Social da Igreja (DSI) esta liberdade religiosa é um direito fundamental.

Então, qual seria a relação saudável entre a Igreja Católica e a comunidade política? A DSI indica dois princípios. O primeiro é, justamente, o da “autonomia e independência”. A Igreja e o Estado são estruturas visíveis, mas independentes. Enquanto Igreja está organizada para atender os fins espirituais dos fiéis, o Estado tem como finalidade cuidar e prover o bem comum temporal.

O segundo princípio é o da “colaboração”. Igreja e Estado são independentes, mas não separados. A sadia colaboração entre eles será benéfica para o povo.

Atenção: quando a DSI fala que a missão específica da Igreja é o bem espiritual das pessoas, não exclui as outras dimensões da vida, pois sua missão abraça toda a realidade humana. Nesse sentido, vale a pena transcrever o número 426 do Compêndio da Doutrina Social da Igreja, que é muito claro: “A Igreja, portanto, pede: liberdade de expressão, de ensino, de evangelização; liberdade de manifestar o culto em público; liberdade de organizar-se e ter regulamentos internos próprios; liberdade de escolha, de educação, de nomeação e transferência dos próprios ministros; liberdade de construir edifícios religiosos; liberdade de adquirir e de possuir bens adequados à própria atividade; liberdade de associar-se para fins não só religiosos, mas também educativos, culturais, sanitários e caritativos.”.

Quem sabe possamos corrigir o grito do Ipiranga. Não se trata de “independência ou morte”, mas “independência e colaboração”. É assim que construiremos uma nação, na qual reine a justiça social. E enquanto ainda existir focos de dependência e exclusão, somos chamados a promover a solidariedade com todos os que estão na periferia da história, como sempre nos lembra o Papa Francisco: “Não podemos dormir tranquilos enquanto crianças passam fome”.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Santa Teresa de Calcutá, dedicou sua vida aos mais pobres

“Qualquer ato de amor, por menor que seja, é um trabalho pela paz”.  Mais do que falar e escrever, Madre Teresa de Calcutá viveu este seu pensamento.

Nascida no dia 27 de agosto de 1910 em Skopje, na Albânia, foi batizada um dia depois de nascer. A sua família pertencia à minoria albanesa que vivia no sul da antiga Iugoslávia. Seu verdadeiro nome era Agnes Gonxha Bojaxhiu.


Pouco se sabe sobre sua infância, adolescência e juventude, porque ela não gostava de falar de si mesma. Aos dezoito anos, sentiu o chamado de consagrar-se totalmente a Deus na vida religiosa. Obtido o consentimento dos pais, e por indicação do sacerdote que a orientava, no dia 29 de setembro de 1928, ingressou na Casa Mãe das Irmãs de Nossa Senhora de Loreto, situada na Irlanda.

O seu sonho, no entanto, era o trabalho missionário com os pobres na Índia. Cientes disso, suas superioras a enviaram para fazer o noviciado já no campo do apostolado. Agnes então partiu para a Índia e, no dia 24 de maio de 1931, fez a profissão religiosa tomando o nome de Teresa. Houve na escolha deste nome uma intenção, como ela própria dissera: a de se parecer com Teresa de Jesus, a humilde carmelita de Lisieux.

Foi transferida para Calcutá, onde seguiu a carreira docente e, embora vivesse cercada de meninas filhas das famílias mais tradicionais de Calcutá, impressionava-se com o que via ao sair às ruas: os bairros pobres da cidade cheios de crianças, mulheres e idosos cercados pela miséria, pela fome e por inúmeras doenças.

No dia 10 de setembro de 1946, dia que ficou marcado na história das Missionárias da Caridade – congregação fundada por Madre Teresa – como o “Dia da Inspiração”, durante uma viagem de trem ao noviciado do Himalaia, Madre Teresa deparou com um irmão pobre de rua que lhe disse: “Tenho sede!”. A partir disso, ela afirmou ter tido a clareza de sua missão: dedicar toda sua vida aos mais pobres dos pobres.

Após um tempo de discernimento, com o auxílio do Arcebispo de Calcutá e de sua madre superiora, ela saiu de sua antiga congregação para dar início ao trabalho missionário nas ruas de Calcutá. Começou por reunir um grupo de cinco crianças, num bairro pobre, aos quais começou a ensinar numa escola improvisada. Pouco a pouco, o grupo foi crescendo. Dez dias depois, eram cerca de cinquenta crianças.

O início foi muito desafiador e exigente, mas Deus foi abençoando sua obra e as vocações começaram a surgir entre suas antigas alunas. Em 1949, Madre Teresa começou a escrever as constituições das Missionárias da Caridade e, no dia 7 de outubro de 1950, a congregação fundada por ela foi aprovada pela Santa Sé, expandindo-se por toda a Índia e pelo mundo inteiro anos mais tarde.

No ano de 1979 recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Neste mesmo ano, o Papa João Paulo II a recebeu em audiência privada e a tornou sua melhor “embaixadora” em todas as nações, fóruns e assembléias de todo o mundo.

Com saúde debilitada e após uma vida inteira de amor e doação aos excluídos e abandonados – reconhecida e admirada por líderes de outras religiões, presidentes, universidades e até mesmo por alguns países submetidos ao marxismo – Madre Teresa foi encontrar-se com o Senhor de sua vida e missão no dia 5 de setembro de 1997. Sua despedida atraiu e comoveu milhares de pessoas de todo o mundo durante vários dias.

Foi beatificada pelo Papa João Paulo II no dia 19 de outubro de 2003, Dia Mundial das Missões. No dia 04 de setembro de 2016, foi canonizada pelo Papa Francisco. A canonização da missionária foi decidida após a Igreja Católica ter aprovado seu segundo milagre, a “cura extraordinária” de um brasileiro.

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

CNBB incentiva a participação no Dia de Jejum e oração pelo Brasil

O Brasil passa por um momento difícil e de apreensão. A realidade econômica, política, ética está acompanhada de violência e desesperança. Diante dessa realidade, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) conclama todos os cristãos e pessoas de boa vontade a se unirem em um momento de oração pelo país.


Durante a Semana da Pátria, a partir desta sexta-feira, 1º, até o dia 7 de setembro, as comunidades, paróquias, dioceses e regionais da CNBB são chamados a realizarem a Jornada de Oração pelo Brasil. Para a ocasião, a conferência dos bispos propôs uma oração (disponível ao final da matéria).

E no dia que marca a Independência do Brasil, a CNBB propõe além da oração, um dia também de jejum.

Segundo o bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, a Jornada de Oração é um convite aos cristãos católicos brasileiros a entrar e despertar para a realidade brasileira por meio da oração e jejum. “A oração nos abre um horizonte de compreensão para além da nossa realidade imediata e nos convida a dar nossa contribuição como cristãos e católicos”, disse.

Dom Leonardo afirma ainda ser necessário lembrar do Brasil e, como cristãos católicos, participar ativamente da vida da nossa sociedade brasileira. “Não podemos continuar com a política e com o momento tenso que estamos vivendo de violência e agressões e desprezo das relações sociais. É necessário buscar um reequilíbrio a partir da ética”, disse.

Veja a íntegra da oração proposta pela CNBB para a Jornada de Oração pelo Brasil

Semana da Pátria
1º a 07 de setembro de 2017
07 de setembro – dia da Pátria: Vida em primeiro lugar
“A paz é o nome de Deus” (Papa Francisco)

Diante do grave momento vivido por nosso país, dirijamos nossa oração a Deus, pedindo a bênção da paz para o Brasil.

Pai misericordioso, nós vos pedimos pelo Brasil!

Vivemos um momento triste, marcado por injustiças e violência. Para construirmos a justiça e a paz, em nosso país, necessitamos muito do vosso amor misericordioso, que nunca se cansa de perdoar.

Pai misericordioso, nós vos pedimos pelo Brasil!

Estamos indignados, diante de tanta corrupção e violência que espalham morte e insegurança. Pedimos perdão e conversão. Nós cremos no vosso amor misericordioso que nos ajuda a vencer as causas dos graves problemas do País: injustiça e desigualdade, ambição de poder e ganância, exploração e desprezo pela vida humana.

Pai misericordioso, nós vos pedimos pelo Brasil!

Ajudai-nos a construir um país justo e fraterno. Que todos estejamos atentos às necessidades das pessoas mais fragilizadas e indefesas! Que o diálogo e o respeito vençam o ódio e os conflitos! Que as barreiras sejam superadas por meio do encontro e da reconciliação! Que a política esteja, de fato, a serviço da pessoa e da sociedade e não dos interesses pessoais, partidários e de grupos.

Pai misericordioso, nós vos pedimos pelo Brasil!

Vosso Filho, Jesus, nos ensinou: “Pedi e recebereis”. Por isso, nós vos pedimos confiantes: fazei que nós, brasileiros e brasileiras, sejamos agentes da paz, iluminados pela Palavra e alimentados pela Eucaristia.

Pai misericordioso, nós vos pedimos pelo Brasil!

Vosso filho Jesus está no meio de nós, trazendo-nos esperança e força para caminhar. A comunhão eucarística seja fonte de comunhão fraterna e de paz, em nossas comunidades, nas famílias e nas ruas.

Pai misericordioso, nós vos pedimos pelo Brasil!

Neste ano em que celebramos os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, queremos seguir o exemplo de Maria, permanecendo unidos a Jesus Cristo, que convosco vive, na unidade do Espírito Santo. Amém! (Pai nosso! Ave, Maria! Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo!)

domingo, 3 de setembro de 2017

Evangelho do 22º Domingo do Tempo Comum

Naquele tempo, Jesus começou a mostrar a seus discípulos que devia ir a Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos sumos sacerdotes e dos mestres da Lei, e que devia ser morto e ressuscitar no terceiro dia. Então Pedro tomou Jesus à parte e começou a repreendê-lo, dizendo: “Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isso nunca te aconteça!”. Jesus, porém, voltou-se para Pedro e disse: “Vai para longe, Satanás! Tu és para mim uma pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas sim as coisas dos homens!”. Então Jesus disse aos discípulos: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois, quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la. De fato, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua vida? O que poderá alguém dar em troca de sua vida? Porque o Filho do Homem virá na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com a sua conduta”. (Mt 16,21-27)


Em Deus encontramos sentido para nossa vida

Deus quer que encontremos o sentido para nossa vida, mais do que isso, Ele quer dar sentido a nossa vida, Ele não quer que a percamos nem que vivamos perdidos. Nossa vida precisa de sentido e direção. Quem encontra o sentido e a direção para sua vida? Quem sabe fazer pouco caso da sua vida. Alguns podem pensar: “Como vou fazer pouco caso da minha vida? Ela é o dom mais precioso que eu tenho!”. É verdade! A vida é o dom mais sublime, temos que cuidar, amar, querer bem demais e ser responsável por ela. Só não podemos viver uma vida apegados às coisas ou às situações. Nós precisamos sempre desamarrar da vida para que ela cresça, floresça e vá adiante. Muitas pessoas não saem do estágio um da vida, mas Deus quer que nós atinjamos o estágio máximo dela. No entanto, isso só acontecerá quando soubermos nos desapegar de nós mesmos. Somos apegados a querer as coisas do nosso jeito. “Fico só daquele jeito. Aprendi assim. Tem de ser assim e não pode ser de outro jeito”. Não crescemos, não aprendemos mais, não amadurecemos na vida; e quando não amadurecemos, ficamos para trás no crescimento, na capacidade, naquilo que podemos fazer. Renunciar a si mesmo não quer dizer não ter vontade própria; renunciar a si mesmo quer dizer: “Eu não coloco a minha vontade em primeiro lugar. Eu sei sacrificar a minha vontade. Sei que, muitas vezes, não estou certo. Eu sei que, muitas vezes, é preferível ceder aqui para que o melhor aconteça, para que a paz seja edificada, para que o diálogo seja construído”. Renunciar a si mesmo quer dizer: “Eu não sou o centro do mundo. Eu não sou sempre o dono da razão nem preciso ser”. Renunciar a si mesmo quer dizer trabalhar pela paz, pelo diálogo, pelo entendimento, pela compreensão. É tomar a cruz de cada dia para seguir Jesus. Não é viver um cristianismo, um seguimento de Jesus de forma superficial, mas sim um cristianismo de rosas e flores, onde parece que seguir a Deus é ver tudo florido, é ter “paz e amor” em tudo. A paz é o amor de Deus em nós, é saber que enfrentamos as cruzes, as dificuldades, os problemas e os desafios, é saber que a vida precisa ser vivida, a cada dia, com a intensidade que ela exige, e que as dificuldades que temos pela frente não são maldições, não acontecem, porque Deus se esqueceu de nós. Elas acontecem, porque estamos vivendo, e viver a vida é uma luta a cada dia, é abraçar a nossa cruz, assumir o que precisamos sem fugir das nossas responsabilidades.