sexta-feira, 29 de junho de 2018

São Pedro e São Paulo Apóstolos

Estes santos são considerados “os cabeças dos apóstolos” por terem sido os principais líderes da Igreja Cristã Primitiva, tanto por sua fé e pregação, como pelo ardor e zelo missionários.


Pedro, que tinha como primeiro nome Simão, era natural de Betsaida, irmão do Apóstolo André. Pescador, foi chamado pelo próprio Jesus e, deixando tudo, seguiu ao Mestre, estando presente nos momentos mais importantes da vida do Senhor, que lhe deu o nome de Pedro.

Em princípio, fraco na fé, chegou a negar Jesus durante o processo que culminaria em Sua morte por crucifixão. O próprio Senhor o confirmou na fé após Sua ressurreição (da qual o apóstolo foi testemunha), tornando-o intrépido pregador do Evangelho através da descida do Espírito Santo de Deus, no Dia de Pentecostes, o que o tornou líder da primeira comunidade. Pregou no Dia de Pentecostes e selou seu apostolado com o próprio sangue, pois foi martirizado em uma das perseguições aos cristãos, sendo crucificado de cabeça para baixo a seu próprio pedido, por não se julgar digno de morrer como seu Senhor, Jesus Cristo. Escreveu duas Epístolas e, provavelmente, foi a fonte de informações para que São Marcos escrevesse seu Evangelho.

Paulo, cujo nome antes da conversão era Saulo ou Saul, era natural de Tarso. Recebeu educação esmerada “aos pés de Gamaliel”, um dos grandes mestres da Lei na época. Tornou-se fariseu zeloso, a ponto de perseguir e aprisionar os cristãos, sendo responsável pela morte de muitos deles.

Converteu-se à fé cristã no caminho de Damasco, quando o próprio Senhor Ressuscitado lhe apareceu e o chamou para o apostolado. Recebeu o batismo do Espírito Santo e preparou-se para o ministério.

Tornou-se um grande missionário e doutrinador, fundando muitas comunidades. De perseguidor passou a perseguido, sofreu muito pela fé e foi coroado com o martírio, sofrendo morte por decapitação. Escreveu treze Epístolas e ficou conhecido como o “Apóstolo dos gentios”.

domingo, 24 de junho de 2018

Domingo da Natividade de São João Batista

O tempo de Isabel para dar à luz foi cumprido e ela teve um filho. Seus vizinhos e parentes ouviram que o Senhor mostrara-lhe grande misericórdia e parabenizaram-na. E aconteceu que no oitavo dia em que foram circuncidar o menino, e quiseram dar-lhe o nome de pai, Zacarias, mas sua mãe, dizendo: “Não; é para ser chamado João. Responderam-lhe eles: Não há na tua casa pessoa alguma que tenha esse nome. E pediram ao pai que ele quisesse ser chamado. Ele pediu um tablete e escreveu: “John é o nome dele.” E todos ficaram surpresos. E imediatamente sua boca e língua foram abertas, e ele falou abençoando a Deus. Ele se enfureceu com medo de todos os seus vizinhos, e todas essas coisas foram discutidas em todo o monte da Judéia; Todos aqueles que os ouviram, os gravaram em seus corações, dizendo: “Como será esta criança?”. Porque, com efeito, a mão do Senhor estava com ele. A criança cresceu e seu espírito se fortaleceu; Ele viveu nos desertos até o dia de sua manifestação a Israel. (Lucas 1: 57-66, 80)


João é a seta que aponta para Jesus

Celebramos, hoje, o nascimento deste menino abençoado: São João Batista. Toda vida humana, quando nasce, é uma bênção de Deus, mas há aqueles que são escolhidos, desde o ventre de sua mãe, como nos lembra o profeta Jeremias. João Batista foi assinalado, foi marcado no ventre de sua mãe para ser o profeta do Deus Altíssimo. Por isso, neste domingo solene, celebramos a graça do nascimento dessa criança. Geralmente, celebramos a festa dos santos quando eles nascem para o Céu, no aniversário de sua morte. No entanto, celebramos o nascimento de Nossa Senhora e de São João Batista, porque eles representam o nascimento para uma vida nova. Maria foi concebida sem pecado, e João Batista foi santificado no ventre de sua mãe. Quem é esse menino que, desde pequeno, tem a graça de Deus sobre ele, tem o olhar de Deus voltado para ele? João Batista é o precursor de Jesus, é aquele que vai preparar os caminhos para que o Senhor passe. Em João, há três coisas importantes que chamam demais a minha atenção: primeiro, esse menino é grande aos olhos de Deus, o anjo mesmo disse quando anunciou a Zacarias o seu nascimento: “Ele será grande aos olhos do Senhor”(Lucas 1,15). A grandeza de João não está na sua importância ou naquilo que ele fala, mas na sua humildade. Quando João diz: “Eu não sou nem digno de desamarrar as suas sandálias, convém que ele cresça e eu diminua” (João 1,27). João é uma seta, não o caminho, ele é aquele que está sempre apontando para Jesus e nunca deixa que as luzes pairem sobre ele, nem deixa que seu brilho apareça. João é o homem do escondimento, é aquele que está sempre escondido, é o homem do deserto e da sobriedade. João é para nós um exemplo de sobriedade. É interessante, porque as festas de São João, no Brasil, são regadas à bebidas, alcoolismo, têm pessoas bebendo para lá e para cá. Penso que isso não tem muito haver com São João. O São João que celebramos, hoje, é o homem da sobriedade, podemos acender a fogueira, ter as comidas típicas, mas tudo o que represente excesso e o mundanismo mais do que a Deus não tem muito haver com João Batista. O João que, hoje, rendemos veneração não era um homem que se embriagava; pelo contrário, era um homem que se recolhia para a vida sóbria, era cheio do Espírito Santo. Se quisermos celebrar João Batista de verdade e em Espírito, enchamo-nos daquilo que ele se encheu: do Espírito Santo de Deus.

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Procissão da Bandeira e Missa darão início aos festejos em honra a São João Batista, na Comunidade da Vila Noelândia

Os paroquianos de Sant'Ana se preparam para dar início, nesta quinta-feira (21), aos festejos em honra ao Glorioso São João Batista. Uma procissão conduzindo a bandeira com a imagem do santo conhecido como “precursor do Messias” sairá às 18h30, da Rua Jerônimo Heráclio, rumo à Capela de São João Batista, na Comunidade da Vila Noelândia, onde acontecerá a Missa de abertura do tríduo em preparação para a 31ª edição dos festejos, presidida pelo filho da terra, Pe. Antônio Valentim.


A programação se estenderá até o próximo domingo, dia 24 de junho, com Missas diárias, sempre às 19h00, na Capela de São João Batista. No domingo, dia em que a Igreja celebra a Solenidade da Natividade de São João Batista, haverá Missa, às 17h00, seguida de procissão, bênção e queima da fogueira.

João Batista nasceu milagrosamente em Aim Karim, cidade de Israel que fica a 6 quilômetros do centro de Jerusalém. Seu pai era um sacerdote do templo de Jerusalém chamado Zacarias. Sua mãe foi Santa Isabel, que era prima de Maria Mãe de Jesus. João Batista foi consagrado a Deus desde o ventre materno. Em sua missão de adulto, ele pregou a conversão e o arrependimento dos pecados manifestos através do batismo. João batizava o povo. Daí o nome João Batista, ou seja, João, aquele que batiza. (Cruz Terra Santa)

A ideia de construir uma capelinha na Vila Noelândia partiu de Maria José Souto Maior, com a adesão de Maristela Mendes e Nadir Santiago, onde juntas formaram uma comissão responsável pela arrecadação de donativos em prol da construção. Paulo Souto Maior idealizou a planta, preparou o terreno e no dia 04 de maio de 1972, foi lançada a pedra fundamental abençoada pelo Frei Damião de Bozzano, acompanhado do Cônego Antonio Gonçalves (Pároco da época) e dos fiéis presentes.

No dia 11 do mesmo mês, deu-se início aos trabalhos de edificação, previsto para serem concluídos antes do dia 24 de junho, dia de São João Batista, patrono da referida capela. Chuvas contínuas atrapalharam o andamento das obras, sendo concluída no dia 20 de julho de 1972.

quarta-feira, 20 de junho de 2018

São João Batista

A relevância do papel de São João Batista reside no fato de ter sido o “precursor” de Cristo, a voz que clamava no deserto e anunciava a chegada do Messias, insistindo para que os judeus se preparassem, pela penitência, para essa vinda.


Já no Antigo Testamento encontramos passagens que se referem a João Batista. Ele é anunciado por Malaquias e principalmente por Isaías. Os outros profetas são um prenúncio do Batista e é com ele que a missão profética atingiu sua plenitude.

Ele é assim, um dos elos de ligação entre o Antigo e o Novo Testamento.

Segundo o Evangelho de Lucas, João, mais tarde chamado o Batista, nasceu numa cidade do reino de Judá, filho do sacerdote Zacarias e de Isabel, parenta próxima de Maria, mãe de Jesus. Lucas narra as circunstâncias sobrenaturais que precederam o nascimento do menino. Isabel, estéril e já idosa, viu sua vontade de ter filhos satisfeita, quando o anjo Gabriel anunciou a Zacarias que a esposa lhe daria um filho, que devia se chamar João.

Depois disso, Maria foi visitar Isabel. “Ora quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite ?” (Lc 1:41-43). Todas essas circunstâncias realçam o papel que se atribui a João Batista como precursor de Cristo.

Ao atingir a maturidade, o Batista se encaminhou para o deserto e nesse ambiente, preparou-se, através da oração e da penitência – que significa mudança de atitude, para cumprir sua missão. Através de uma vida extremamente coerente, não cessava jamais de chamar os homens à conversão, advertindo: “Arrependei-vos e convertei-vos, pois o reino de Deus está próximo”. João Batista passou a ser conhecido como profeta. Alertava o povo para a proximidade da vinda do Messias e praticava um ritual de purificação corporal por meio de imersão dos fiéis na água, para simbolizar uma mudança interior de vida.

A vaidade, o orgulho, ou até mesmo, a soberba, jamais estiveram presentes em São João Batista e podemos comprová-lo pelos relatos evangélicos. Por sua austeridade e fidelidade cristã, ele é confundido com o próprio Cristo, mas imediatamente retruca: “Eu não sou o Cristo” (Jo 3, 28) e “não sou digno de desatar a correia de sua sandália”. (Jo 1,27). Quando seus discípulos hesitavam, sem saber a quem seguir, ele apontava em direção ao único caminho, demonstrando o Rumo Certo, ao exclamar: “Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. (Jo 1,29).

São João Batista batizou Jesus, embora não quisesse fazê-lo, dizendo: “Eu é que tenho necessidade de ser batizado por ti e tu vens a mim?” (Mt 3:14). Mais tarde, João foi preso e degolado por Herodes Antipas, por denunciar a vida imoral do governante.

Marcos relata, em seu evangelho (6:14-29), a execução: Salomé, filha de Herodíades, mulher de Herodes, pediu a este, por ordem da mãe, a cabeça do profeta, que lhe foi servida numa bandeja. O corpo de João foi, segundo Marcos, enterrado por seus discípulos.

domingo, 17 de junho de 2018

Evangelho do 11º Domingo do Tempo Comum

Naquele tempo, Jesus disse à multidão: “O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece. A terra, por si mesma, produz o fruto: primeiro aparecem as folhas, depois vem a espiga e, por fim, os grãos que enchem a espiga. Quando as espigas estão maduras, o homem mete logo a foice, porque o tempo da colheita chegou”. E Jesus continuou: “Com que mais poderemos comparar o Reino de Deus? Que parábola usaremos para representá-lo? O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra. Quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças, e estende ramos tão grandes, que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra”. Jesus anunciava a Palavra usando muitas parábolas como estas, conforme eles podiam compreender. E só lhes falava por meio de parábolas, mas, quando estava sozinho com os discípulos, explicava tudo. (Mc 4,26-34)


O Reino de Deus precisa ser cultivado

Sabemos que o que é menor é sem significância, sem importância, é desprezível. Queremos sempre o que é maior, o que é mais importante, o que realmente dá valor e consistência. Para muitos, a Palavra de Deus, as coisas d’Ele são menores, alguns até a desprezam, outros a colocam em segundo ou terceiro lugar, porque não é tão importante. Cada um tem a sua escala de valores. Você prioriza isso, valoriza isso, porque para você é o mais importante. Mas a Palavra de Deus, o Reino de Deus, as coisas d’Ele, não são prioridade na vida de muitas pessoas. Quando nos encontramos numa situação difícil, aquilo que desprezamos ou não damos valor é o que se torna o fermento transformador da vida. A pedra que os pedreiros rejeitaram tornou-se a pedra fundamental; a semente que foi desprezada tornou-se a maior hortaliça de todas. O Reino de Deus, que é desprezado por muitos, é o que transforma a vida e a mentalidade desse mundo. Não deixe que o Reino de Deus seja apenas uma semente insignificante, guardada em um canto. Não deixe que ela fique apenas como um grão de mostarda em sua vida. Cultive e valorize o Reino de Deus, e você verá que a semente vai se tornar a maior de todas as hortaliças, a maior de todas as graças e bênçãos, a grande prioridade que transforma a nossa vida. Quando deixamos uma semente de lado, ela seca, fica desprezada, mas se cultivarmos essa semente, ela crescerá, produzirá tantos frutos, que ficaremos, depois, contemplando as maravilhas que acontecem. O Reino de Deus precisa ser cultivado, não basta tê-lo em nós, é preciso que ele cresça, floresça e venha para fora. É a menor, parece a mais insignificante, mas não se esqueça de que é a mais importante, essencial para que a nossa vida seja transformada. Acolhamos a semente pequena da Palavra, e ela vai tornar a nossa vida grande e importante, como deve ser aos olhos do Senhor.

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Santo Antônio

Neste dia, celebramos a memória do popular santo – doutor da Igreja – que nasceu em Lisboa, no ano de 1195, e morreu nas vizinhanças da cidade de Pádua, na Itália, em 1231, por isso é conhecido como Santo Antônio de Lisboa ou de Pádua. O nome de batismo dele era Fernando de Bulhões y Taveira de Azevedo.


Ainda jovem pertenceu à Ordem dos Cônegos Regulares, tanto que pôde estudar Filosofia e Teologia, em Coimbra, até ser ordenado sacerdote. Não encontrou dificuldade nos estudos, porque era de inteligência e memória formidáveis, acompanhadas por grande zelo apostólico e santidade. Aconteceu que em Portugal, onde estava, Antônio conheceu a família dos Franciscanos, que não só o encantou pelo testemunho dos mártires em Marrocos, como também o arrastou para a vida itinerante na santa pobreza, uma vez que também queria testemunhar Jesus com todas as forças.

Ao ir para Marrocos, Antônio ficou tão doente que teve de voltar, mas providencialmente foi ao encontro do “Pobre de Assis”, o qual lhe autorizou a ensinar aos frades as ciências que não atrapalhassem os irmãos de viverem o Santo Evangelho. Neste sentido, Santo Antônio não fez muito, pois seu maior destaque foi na vivência e pregação do Evangelho, o que era confirmado por muitos milagres, além de auxiliar no combate à Seita dos Cátaros e Albigenses, os quais isoladamente viviam uma falsa doutrina e pobreza. Santo Antônio serviu sua família franciscana através da ocupação de altos cargos de serviço na Ordem, isto até morrer com 36 anos para esta vida e entrar para a Vida Eterna.

terça-feira, 12 de junho de 2018

Dia dos Namorados

O namoro é certamente uma das mais significativas experiências da vida humana. Trata-se de amar e ser amado, acolher e ser acolhido, escolher e ser escolhido.


O namoro é o início de um futuro, de um ideal, de uma missão. O namoro é um tempo chamado hoje, mas com olhar para o amanhã. Começa aqui a preparação para a missão de ser esposo(a), de assumir a paternidade, de unir definitivamente a vida com alguém.

O namoro é um tempo de auto-conhecimento, de saída de si e doação de si. É um tempo de crescimento, sofrimento e amadurecimento da personalidade, dos valores e dos ideais.

Namorar não é dormir juntos, mas acordar e viver juntos acordados. Ou seja, namoro é diálogo, confidência, conscientização. É uma etapa de preparação para o casamento.

Vivemos uma cultura da satisfação e do imediatismo que transforma o namoro em passatempo, camaradagem, companheirismo, parceria erótica, transa a qualquer custo. Que pena! Que ilusão! Que frustração! No namoro deve falar mais alto o coração que o instinto.

O conhecimento um do outro não passa necessariamente pelo sexo. A liberdade sexual de nossa época acabou criando uma ‘nova opressão’. As pessoas sentem-se obrigadas a consumir o prazer, são pressionadas pelo erotismo e lhes parece ser estranho não transar.

Nossa civilização está doente e as grandes vítimas são os jovens. O corpo é apenas uma das dimensões da sexualidade humana. Onde ficam os sentimentos, as emoções, o coração, a ternura e o amor? É preciso aprender a domesticar os instintos com vistas ao desenvolvimento da personalidade.

O sexo eufórico e fácil é falso. Ninguém morre por falta de sexo, mas ninguém pode viver sem o afeto, a ternura, o amor. Nossas pulsões precisam ser equilibradas para não virar tédio.

Namorar não é ‘aproveitar a juventude’, mas semear na juventude para colher amanhã. No namoro, já começa a educação dos futuros filhos e o alicerce da família.

É pela falta de um namoro autêntico que realizam-se casamentos apressados, forçados, imaturos, dolorosos, interesseiros, inseguros e sem amor.

domingo, 10 de junho de 2018

Evangelho do 10º Domingo do Tempo Comum

A multidão se aglomerou novamente para não poderem comer. Parentes descobriu e foi para cuidar dele, que disse: "Ele está fora de si.". Os escribas que tinham descido de Jerusalém, diziam: "Ele está possuído por Belzebu" e "pelo príncipe dos demônios expulsamos demônios?". A chamando-os ao lado dele, disse-lhes em parábolas: "Como pode Satanás expulsar Satanás? Se um reino é dividido contra si mesmo, esse reino não pode subsistir. Se uma casa está dividida contra si mesma, aquela casa não pode subsistir. E se Satanás se levantou contra si mesmo e está dividido, ele não pode subsistir, pois o seu fim chegou. Mas ninguém pode entrar na casa do forte e saquear o seu enxoval, a menos que ele prenda os fortes primeiro; então você pode saquear sua casa. Garanto-te que tudo será perdoado aos filhos dos homens, pecados e blasfêmias, por mais que muitos sejam. Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo, nunca mais terá perdão, ao invés, ser culpado de um pecado eterno.". É isso dizendo. "Ele está possuído por um espírito maligno". Eles vêm sua mãe e seus irmãos vieram, e do lado de fora, eles te mandam ligar. Muitas pessoas estavam sentadas ao redor dele. Você diz: "Hey!, Sua mãe, seus irmãos e suas irmãs estão fora pedindo para você. Ele responde: "Quem é minha mãe e meus irmãos?". E olhando ao redor aqueles que estavam sentados em círculo ao seu redor, ele diz: "Estes são minha mãe e meus irmãos. Quem quer que cumpra a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe. (Marcos 3: 20-35)


Cuidemos do amor que precisamos ter para com o próximo

O maligno é o destruidor, ele é o destruído, porque é aquele que provoca a separação, é aquele que se separa de Deus e quer também nos separar do Senhor. É aquele que quer ver famílias divididas, pessoas divididas, igreja dividida, ele quer nos colocar uns contra os outros. O Evangelho de hoje é um alerta para todos nós, porque não adianta só colocar a culpa no maligno quando nós, de livre e espontânea vontade, deixamo-nos seduzir por suas artimanhas. De uma vez por todas, aprendamos que o diabulus é aquele que divide, é aquele que separa, é aquele que se afasta de Deus e quer também que outros se separem d’Ele. Ele não semeia o amor, mas semeia a discórdia; não semeia a união, mas a desunião e a briga; ele não coloca as pessoas para se unirem, mas coloca as pessoas umas contra as outras. Não precisamos ilustrar, porque é só olhar o mundo em que vivemos, não é um mundo distante, mas há algo mais triste do que uma família dividida? Do que uma família que só tem brigas, separações, divisões? Em uma família pode haver desentendimentos e dificuldades de relacionamentos, mas não uns se colocarem contra os outros, os pais contra os filhos, os filhos contra os pais, os irmãos uns contra os outros, irmãos que não se falam, que não se entendem. E não é só em uma família, é em nossas famílias, em nossas comunidades, irmãos de fé que não se falam, irmãos que estão se colocando uns contra os outros, atacando uns aos outros, falando mal uns dos outros. Desculpe-me, mas o mais importante não é a nossa pregação, a bandeira religiosa que carregamos ou a música que cantamos, o que mais importa é o amor que nos une. Estamos pisando em cima do amor que aprendamos da luz da fé, para vivermos as nossas preferências religiosas, familiares ou cuidarmos das nossas feridas e não cuidarmos do amor que precisamos ter uns para com os outros. O reino dividido contra si mesmo não pode subsistir, o Reino de Deus não subsiste em nós, ele vai desaparecendo do meio de nós, começamos a viver em um reino de confusão, mentiras, intrigas, embates, combates ou, na verdade, somos chamados a implantar o Reino de Deus. Não devemos nos colocar uns contra os outros, devemos saber viver e conviver com as diferenças, com os pontos de vistas que não se batem. Mas existe algo muito mais profundo do que qualquer ponto de vista, do que qualquer desentendimento, mágoa ou ressentimento: é o amor que Deus tem por nós, o amor que O levou a derramar Seu Sangue na Cruz, para fazer de dois povos ou, de quantos povos forem, somente um povo, o povo de Deus, e assim construir o Reino que não é dividido, mas um Reino de amor, de paz e união.

terça-feira, 5 de junho de 2018

Sagrado Coração: mais que uma devoção, uma espiritualidade

Na Bíblia, há uma dedicação do povo às coisas do coração. “Tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne” (Ezequiel 11,19). “Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas”. (Mateus 11, 28-29)


O coração de Jesus é o coração manso e humilde de Deus, colocado dentro do nosso peito. O Senhor não é só uma inteligência suprema, Ele é coração, e o coração de Jesus é a manifestação visível do amor do Pai.

Ao longo desses dois mil anos de história da Igreja, os santos padres desenvolveram a espiritualidade do coração de Jesus. Mais tarde, Santa Maria Margarida, no século XVII, teve a imagem do coração de Cristo para fora do peito, coroado de espinhos e inflamado de amor. Essa imagem acabou fazendo história e aprofundando essa espiritualidade. A Festa do Sagrado Coração de Jesus foi oficializada pela Igreja; a primeira sexta do mês é dedicada a ele.

Os efeitos da consagração ao Sagrado Coração de Jesus estão diretamente ligados às promessas de Jesus feitas a Santa Maria Margarida, as quais foram propagadas doze, porém são inúmeras. O primeiro grande efeito é a experiência do amor de Deus, de quem somos filhos amados. E esse amor não nos abandona; pelo contrário, nos acompanha sempre. Jesus, quando voltou para o Pai, deixou-nos uma grande promessa: “Estarei convosco todos os dias até o fim”. Essa é a certeza: Deus está conosco.

O Senhor é um colo, o Sagrado Coração de Jesus é um refúgio, uma rocha protetora, diz uma das promessas. Ele não é legislador, mas pastor que pega Sua ovelha no colo e cuida de suas feridas.

As experiências de um padre do coração de Jesus são muitas, em minha vida não é diferente. Há uma promessa do Sagrado Coração que diz: “Darei aos sacerdotes consagrados ao meu Sagrado Coração a graça de alcançar até os corações mais endurecidos”. Certa época, eu pregava muito da cabeça, da inteligência, da teologia, e as pessoas se convenciam intelectualmente, mas não no coração, não se convertiam. Até que Deus tocou meu coração e percebi que precisava falar afetivamente do coração de Deus, pois Ele não é só inteligência, é também coração.

Na pregação seguinte, usei dois artifícios: a inteligência e a afetividade para apresentar Deus. Uma pessoa veio a mim, após essa pregação, e disse que tudo o que falei com a cabeça ela compreendeu, mas o que a convenceu e a converteu foi quando eu disse afetivamente que Deus é coração. Daí, surgiu a canção: “Conheço um coração tão manso, humilde e sereno…” Conhecer o coração do Pai converte as pessoas.

O Sagrado Coração de Jesus é mais que uma devoção, é uma espiritualidade. É a espiritualidade da ternura, do coração, é a mística do afeto. É reconhecer que Deus é mais que Pai, Ele é Pai e Mãe, e tem um colo para nós. A grande dica para aproveitar bem toda essa espiritualidade é deixar-se adormecer no coração d’Ele. Há momentos em que precisamos repousar no coração do Senhor, seguir o conselho de Jesus que nos diz: “Vinde a mim vós todos que estais cansados e eu vos aliviarei”. Deixe-se repousar no coração de Deus.

domingo, 3 de junho de 2018

Evangelho do 9º Domingo do Tempo Comum

Jesus estava passando por uns campos de trigo, em dia de sábado. Seus discípulos começaram a arrancar espigas, enquanto caminhavam. Então os fariseus disseram a Jesus: “Olha! Por que eles fazem em dia de sábado o que não é permitido?”. Jesus lhes disse: “Por acaso, nunca lestes o que Davi e seus companheiros fizeram quando passaram necessidade e tiveram fome? Como ele entrou na casa de Deus, no tempo em que Abiatar era sumo sacerdote, comeu os pães oferecidos a Deus, e os deu também aos seus companheiros? No entanto, só aos sacerdotes é permitido comer esses pães”. E acrescentou: “O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado. Portanto, o Filho do Homem é Senhor também do sábado”. Jesus entrou de novo na sinagoga. Havia ali um homem com a mão seca. Alguns o observavam para ver se haveria de curar em dia de sábado, para poderem acusá-lo. Jesus disse ao homem da mão seca: “Levanta-te e fica aqui no meio!”. E perguntou-lhes: “É permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixá-la morrer?” Mas eles nada disseram. Jesus, então, olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza, porque eram duros de coração; e disse ao homem: “Estende a mão”. Ele a estendeu e a mão ficou curada. Ao saírem, os fariseus, com os partidários de Herodes, imediatamente tramaram, contra Jesus, a maneira como haveriam de matá-lo. (Mc 2,23-3,6)


Precisamos ser cheios de amor e misericórdia para com o próximo

Os judeus questionaram Jesus se Ele respeitava ou não o dia de sábado, se Ele guardava esse dia. Na Lei Antiga, Lei Veterotestamentária, no Antigo Testamento, o sábado era um dia sagrado. Sabemos que, pela luz da Ressurreição de Cristo, independente do dia da semana, a vida nova é a ressurreição de Jesus. Por isso, o domingo é para nós o dia por excelência, o dia do Senhor. O problema é o que fazer no dia do Senhor, como guardá-lo. O amor a Deus sobre todas as coisas nos obriga a guardar o dia do Senhor para o culto, para o louvor e adoração a Deus, mas há algo que não podemos esquecer dia nenhum, inclusive, no dia do Senhor: o amor e a misericórdia para com o próximo. O Evangelho nos aponta um homem que tinha a mão seca, mas o problema não era a mão seca, o problema era os homens que tinham o coração seco. Quando o coração está seco, não nutrimos amor, misericórdia nem cuidado. Podemos ter zelo pelas coisas de Deus, pela Igreja, zelo em participar das Missas, mas o zelo que não enche com o óleo da misericórdia o nosso coração é um zelo inútil e não produz bons frutos. O zelo se confunde com amor, é amar a Deus e também ao próximo. Esse homem estava sendo deixado de lado, ninguém ligava para ele, por isso, num dia sagrado, um dia de zelo para os judeus, Jesus colocou o homem no centro, porque ele estava à margem, estava sendo esquecido e renegado, não lembrado e não amado. Jesus colocou aquele homem no meio e, para o escândalo de alguns, ele foi curado. O amor acaba provocando escândalos dentro do coração humano, entretanto, além de provocar escândalos, o amor deve romper todas as barreiras secas que existem dentro de nós para que cuidemos, amemos e possamos dar atenção ao outro. Às vezes, vamos no nosso caminho para a Missa, para a igreja, e pouco nos importa quem sofre, quem passa por dificuldades, quem está morrendo por tantas situações da vida. Parece que estamos nos enchendo de Deus, mas nos secando de amor e misericórdia. Para ser cheio de Deus é preciso ser cheio de amor e misericórdia para com o nosso irmão.