domingo, 30 de junho de 2019

13ª Domingo do Tempo Comum

Naquele tempo, Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?”. Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”. Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?”. Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”. (Mt 16,13-19)


A comunhão com Deus acontece pela unidade da fé

Jesus está, hoje, entregando as chaves do Reino dos Céus a Pedro, Seu discípulo, Seu apóstolo, cercado de fraquezas e fragilidades, mas o homem que professa a sua fé em Jesus como o Messias, como Senhor e Salvador. Deus confia na nossa fragilidade humana e a fortalece com o poder da sua oração. Ele confia na fragilidade dos homens que estão à frente da sua Igreja, porque a força não vem dos homens, a força vem de Deus que guarda e protege aquilo que é seu. Hoje, celebramos duas colunas da Igreja: Pedro e Paulo, homens essenciais para o anúncio do Evangelho, mas não são imprescindíveis, porque o único imprescindível é Deus. Deus escolhe homens, geralmente cercados de fragilidades, para realizar essa missão, como é o caso de Pedro e Paulo. Pedro, era um discípulo apaixonado pelo Mestre, mas cercado de fraquezas quando O negou, quando titubeou e falhou. O Paulo perseguidor, que tinha uma mente fechada, mas que se permitiu cair por Terra e o Evangelho o converteu. Pedro é essencial para a unidade da Igreja e Paulo fundamental para a expansão da Igreja por toda a face da Terra. Os dois foram as colunas primeiras da Igreja Primitiva que nascia sobre Cristo Jesus, a pedra fundamental. A Igreja, presente em todo o mundo, precisa do espírito de Pedro e Paulo. A Igreja precisa de Pedro para conservar-se unida numa única fé, num único batismo e num único Senhor que é nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Pedro é para nós o sinal da unidade da fé, num mundo confuso, de tantas ideias confusas, de tantos “disse e não me disse”, temos na figura de Pedro, nosso primeiro Papa, aquele que nos dá a certeza da unicidade da fé, ainda que haja divergências, visões e sentimentos diferentes, mas a fé é única. A importância que tem a figura do Papa, mas aqui o Papa que é sucessor de Pedro, hoje se chama Francisco não é a figura dele, mas aquilo que ele representa e a autoridade que foi dada a ele. A importância que tem o padre na sua igreja, o bispo na sua diocese é a importância que tem o papa para a unidade da fé. A importância de caminharmos juntos. O elemento fundamental da fé não são os dogmas, mas a comunhão. Muitas vezes estamos brigando por crenças, dogmas, valores e nos esquecemos do valor essencial que é a comunhão. A comunhão com Deus, a comunhão entre nós acontece pela comunhão da unidade da fé. Pedro é para nós a figura da nossa comunhão com Deus, a nossa comunhão entre nós, a nossa comunhão de fé. Hoje, precisamos ter muita comunhão com o nosso amado papa Francisco, escolhido por Deus para os tempos difíceis que vivemos, onde muitas vezes vozes contrárias e divergentes, não é que não podem discordar do papa, mas são vozes que querem nos colocar na contramão daquele que é para nós o símbolo, o sinal, a figura da unidade da fé. Que Deus nos dê a graça como concedeu à sua Igreja em meio a tantas tempestades, ventos e situações contraditórias, mas a Igreja permaneceu firme em Cristo Jesus. Que Deus conceda à sua Igreja nos dias de hoje caminhar na firmeza e na unidade. Deus abençoe imensamente o nosso amado papa Francisco. Viva São Pedro e São Paulo. Viva a Igreja do Senhor.

sábado, 29 de junho de 2019

São Pedro e São Paulo: colunas da fé

Celebramos, no dia 29 de junho, a Solenidade de São Pedro e São Paulo, duas colunas da Igreja, dois homens de Deus. São Pedro nasceu em Betsaida, cidade da Galileia. Conheceu Jesus por meio de seu irmão André. O Senhor, “fixando nele o olhar” (Jo 1,42), o chamou para segui-Lo. Jesus Cristo conquistou São Pedro pelo olhar cheio de carinho.


Aquele olhar do Mestre devia ser arrebatador, convincente e encerrava a radicalidade de entrega a Deus de maneira bem atraente. Simão é chamado Cefas, pedra, Pedro. De simples pescador, converteu-se num pescador de homens. Foi o vigário de Cristo na Terra, aquele que fez as vezes do Senhor aqui quando Ele já não estava entre os Seus em corpo mortal.

Jesus quis instituir a Sua Igreja tendo Pedro à frente dela, e isso para sempre. Daí que o ministério petrino foi perpetuado: Pedro, Lino, Cleto, Clemente, Evaristo, Alexandre, Sisto, Telésforo, Higino, Pio, Aniceto, Sotero, Eleutério, Vitor…. Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II, Bento XVI, Francisco: 267 papas, 266 sucessores de São Pedro.

Uma realidade maravilhosa! Professemos entusiasmados a nossa fé nesta Igreja, que é “una, santa, católica e apostólica, edificada por Jesus Cristo, sociedade visível instituída com órgãos hierárquicos e comunidade espiritual simultaneamente (…); fundada sobre os apóstolos e transmitindo, de geração em geração, a Sua Palavra sempre viva e os Seus poderes de Pastores no sucessor de Pedro e nos bispos em comunhão com Ele; perpetuamente assistida pelo Espírito Santo” (Paulo VI, Credo do Povo de Deus).

As palavras de São Jerônimo (+420) são taxativas: “Não sigo nenhum primado a não ser o de Cristo; por isso ponho-me em comunhão com a Sua Santidade, ou seja, com a cátedra de Pedro. Sei que sobre esta pedra está edificada a Igreja. Quem se alimenta do Cordeiro fora dessa casa é um ímpio. Quem não está na arca de Noé perecerá no dia do dilúvio” (Carta ao Papa Damaso, 2). 
Observe: a Igreja é qual outra arca de Noé. Pedro está à sua frente. Atualmente, é Bento XVI quem governa essa grande barca. Perigoso é ficar fora dela em tempos de dilúvios!

Há tempestades nos tempos atuais? Deixarei a resposta para os que me lerem. Contudo, preocupa-me tanto o fato de que o homem fique eclipsado diante de si mesmo; até parece que se afoga nas próprias concepções em torno da vida, da pessoa humana, da sexualidade e de tantos outros temas. Onde está o seu norte? Para onde se encaminha?

Escutar a voz do Pedro dos nossos tempos e não deixar-se sufocar pelas novidades que obscurecem a nossa fé em Deus e esfriam o nosso amor a Ele é algo muito sábio. Não! Nem todas as novidades colocam em perigo a nossa fé e o nosso amor. Frequentemente, o mais perigoso é a atitude diante delas. Não podemos ser orgulhosos, aprendamos da nossa mãe, a Igreja, aprendamos de quem Jesus colocou à frente dessa grande família de filhos de Deus, o Papa, e tenhamos atitudes de acordo com o Evangelho.

Que dizer de São Paulo? Ele foi um homem que, na pregação do Evangelho, colocou todas as suas potencialidades a serviço de Deus. Um homem totalmente entregue às coisas do Senhor. De perseguidor de cristãos, tornou-se um dos cristãos mais fervorosos, homem inflamado de zelo apostólico. Como não identificar, por detrás dessas frases, um homem magnânimo e cheio do amor de Deus?

“Estou pregado à cruz de Cristo” (Gl 2,19). “Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gl 2,20). “Quanto a mim, não pretendo, jamais, gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo” (Gl 6,14).

Nos exorta: “não persistais em viver como os pagãos, que andam à mercê de suas ideias frívolas. Têm o entendimento obscurecido. Sua ignorância e o endurecimento de seu coração mantêm-nos afastados da vida de Deus. Indolentes, entregaram-se à dissolução, à prática apaixonada de toda espécie de impureza” (Ef 17-19). “Contanto que de todas as maneiras, por pretexto ou por verdade, Cristo seja anunciado, nisto não só me alegro, mas sempre me alegrarei” (Fl 1,18). Em Cristo “estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência” (Cl 2,3). “Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé” (2 Tim 4,7).

É preciso que também nós sejamos apóstolos enamorados, apaixonados por Deus e que façamos o nosso apostolado sempre em unidade com o Papa, sucessor de Pedro, e com todos os bispos em comunhão com ele.

Digamos, como um homem de Deus do século XX, São Josemaria Escrivá: “Venero, com todas as minhas forças, Roma de Pedro e de Paulo, banhada pelo sangue dos mártires, centro de onde saíram tantos para propagar, no mundo inteiro, a Palavra salvadora de Cristo. Ser romano não entranha nenhuma amostra de particularismo, mas de ecumenismo autêntico; supõe o desejo de aumentar o coração, de abri-lo a todos com as ânsias redentoras de Cristo, que busca e acolhe a todos, porque os amou por primeiro.

segunda-feira, 24 de junho de 2019

Solenidade do Nascimento de João Batista

Com muita alegria, a Igreja, solenemente, celebra o nascimento de São João Batista. Santo que, juntamente com a Santíssima Virgem Maria, é o único a ter o aniversário natalício recordado pela liturgia.


São João Batista nasceu seis meses antes de Jesus Cristo, seu primo, e foi um anjo quem revelou seu nome ao seu pai, Zacarias, que há muitos anos rezava com sua esposa para terem um filho. Estudiosos mostram que possivelmente depois de idade adequada, João teria participado da vida monástica de uma comunidade rigorista, na qual, à beira do Rio Jordão ou Mar Morto, vivia em profunda penitência e oração.

Pode-se chegar a essa conclusão a partir do texto de Mateus: “João usava um traje de pêlo de camelo, com um cinto de couro à volta dos rins; alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre”. O que o tornou tão importante para a história do Cristianismo é que, além de ser o último profeta a anunciar o Messias, foi ele quem preparou o caminho do Senhor com pregações conclamando os fiéis à mudança de vida e ao batismo de penitência (por isso “Batista”).

Como nos ensinam as Sagradas Escrituras: “Eu vos batizo na água, em vista da conversão; mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu: eu não sou digno de tirar-lhe as sandálias; ele vos batizará no Espírito Santo” (Mateus 3,11).

Os Evangelhos nos revelam a inauguração da missão salvífica de Jesus a partir do batismo recebido pelas mãos do precursor João e da manifestação da Trindade Santa. São João, ao reconhecer e apresentar Jesus como o Cristo, continuou sua missão em sentido descendente, a fim de que somente o Messias aparecesse.

Grande anunciador do Reino e denunciador dos pecados, ele foi preso por não concordar com as atitudes pecaminosas de Herodes, acabando decapitado devido ao ódio de Herodíades, que fora esposa do irmão deste [Herodes], com a qual este vivia pecaminosamente.

O grande santo morreu na santidade e reconhecido pelo próprio Cristo: “Em verdade eu vos digo, dentre os que nasceram de mulher, não surgiu ninguém maior que João , o Batista” (Mateus 11,11). São João Batista, rogai por nós!

domingo, 23 de junho de 2019

12º Domingo do Tempo Comum

Certo dia, Jesus estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com ele. Então Jesus perguntou-lhes: “Quem diz o povo que eu sou?”. Eles responderam: “Uns dizem que és João Batista; outros, que és Elias; mas outros acham que és algum dos antigos profetas que ressuscitou”. Mas Jesus perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?”. Pedro respondeu: “O Cristo de Deus”. Mas Jesus proibiu-lhes severamente que contassem isso a alguém. E acrescentou: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”. Depois Jesus disse a todos: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará”. (Lc 9,18-24)


O primeiro requisito do amor é o respeito

Que respeito precisamos ter um para com os outros? O primeiro requisito do amor é o respeito, mas, infelizmente, deixamos de nos respeitar com facilidade. Primeiro em sentimentos e afetos, porque somos muito impulsivos; e do impulso da raiva, brigamos com facilidade, gritamos e atacamos. Nada justifica qualquer tipo de agressão verbal - também não falarei de física, porque é crime! Estou falando de coisas embaraçosas que fazemos umas com as outras, muitas e muitas vezes, em nome da fé. Nada justifica qualquer tipo de agressão ao outro. Os irmãos podem discordar, mas eles não podem atacar. Os irmãos podem ter diferentes pontos de vista, mas não podem insultar. Os irmãos podem ficar tristes um com o outro, mas nunca podem ter desrespeito. A demanda por amor evangélico é muito séria, mas vivemos, muitas vezes, um amor que nada tem a ver com o Evangelho. Não é simplesmente o amor onde encontramos nossos irmãos da igreja, vivemos bem com quem gostamos e não temos respeito com quem não gostamos, quem não reza, quem não fala como nós, quem não pensa no que acreditamos. O que vai nos salvar não é o que acreditamos como doutrina, mas é o amor que praticamos e vivemos, é o respeito, que devemos nutrir um pelo outro. Não podemos permitir que, em nossa boca, a raiva esteja movimentando nossos sentimentos e afetos, pois se a boca fala do que o coração está cheio, estamos nos atacando com expressão muito baixa. O Evangelho está nos dizendo: "Quem chamar seu irmão de patife será condenado", mas a palavra "patife" é até bonita, entre outras que existe agressivo e duro que usamos para tratarmos uns aos outros. "Quem chamar seu irmão idiota ou tola, será condenado ao fogo do inferno." Nossas palavras estão nos condenando, porque nós, de uma maneira que saímos melhor, usamos palavras agressivas para nos referirmos ao outro. Primeiro, as pessoas têm um nome e precisam ser chamadas pelo nome, elas não podem ser rotuladas pela nossa agressividade. Quando nos referimos a essa pessoa, chamamos esse nome de feio, pesado, agressivo e infernal, o que, infelizmente, está trazendo o inferno para o nosso ambiente. Precisamos nos purificar da boca, especialmente do coração, para que não sejamos condenados por nossas próprias palavras. O amor é exigente e uma das exigências fundamentais do amor é que respeitemos o que falamos e tratamos os outros.

sábado, 22 de junho de 2019

Natividade de São João Batista: o maior dos profetas

O nascimento de São João Batista é uma solenidade muito importante no ano litúrgico porque lembramos o maior dos profetas, como o próprio Jesus o chama em (Mt 11,11) (“Digo a verdade a vocês: Do meio dos nascidos de mulher não surgiu ninguém maior do que João Batista.”) Mas porque João Batista foi tão importante? Quem era esse profeta? Qual foi a sua missão? Nesse dia a liturgia da Igreja nos coloca frente a esse personagem que nos ensina, com sua vida e palavras, a ser fiéis discípulos e missionários de Jesus.


O seu nascimento é narrado no Evangelho de Lucas. Dele se anuncia que “ficará pleno do Espírito Santo ainda no seio de sua mãe e converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus”. E efetivamente isso aconteceu. A primeira parte dessa profecia se cumpre naquela famosa passagem na qual Maria, já grávida, visita sua prima Isabel, que estava no sexto mês de gravidez, e nesse encontro, “quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre...”.

A segunda parte da profecia se cumpre na vida de João Batista. Seu testemunho era tão convincente que chegaram a confundi-lo com o próprio Messias, mas ele negou com força: “Eu não sou o Cristo... Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor!". Ele sabia quem era e que sua missão era preparar os corações para acolher a vinda do verdadeiro Messias, seu primo Jesus, de quem ele se sabe “indigno de desatar a correia da sandália”.

Essa atitude de João Batista pode nos ensinar a atitude básica de todo cristão. Nós não anunciamos a nós mesmos, mas a Jesus Cristo. Um mundo que busca muitas vezes os aplausos para si mesmo pode contaminar os cristãos a quererem também ser o centro das atenções, mas quando isso acontece nos colocamos no lugar de Jesus e mutilamos pela raiz o anúncio do Evangelho. Uma das frases de João Batista que deveríamos sempre ter presente e que nos ajuda a não perder o horizonte de nossa vida cristã é a seguinte: “É necessário que Ele (Jesus) cresça e eu diminua. (Jo 3,30)” Nas atividades que fazemos na Igreja, nos serviços que prestamos aos mais pobres, no nosso trabalho e na nossa família é sempre oportuno que nos perguntemos se estamos nos colocando no lugar que deveria estar Jesus.

Uma outra passagem que também mostra com muita claridade João apontando para Jesus está em (Jo 1, 35-37). Jesus está passando por onde está João reunido com seus discípulos e quando João vê Jesus, exclama: “Eis o cordeiro de Deus”. E os discípulos, ouvindo isso, passam a seguir Jesus. É essa a missão do Batista, preparar os corações dos discípulos para se encontrarem com Jesus. E é essa também a nossa missão como batizados, preparar os corações das pessoas para que possam encontrar a felicidade que estão procurando em Jesus que é a resposta para os desejos mais profundos do coração de todo homem.

"Toda a vida de João Batista foi marcada por esse dinamismo de anúncio, de saída, de entrega generosa pelo Reino de Deus que ele anunciava".

Toda a vida de João Batista foi marcada por esse dinamismo de anúncio, de saída, de entrega generosa pelo Reino de Deus que ele anunciava. Isso normalmente não agrada a alguns e não foi diferente no caso de João Batista. Ele foi preso por Herodes por que denunciava que sua união com Herodíades era errada (Porque ela era, na verdade, mulher do irmão de Herodes). Ele ficou na prisão por um tempo, mas na primeira oportunidade que Herodíades encontrou, pediu a cabeça de João Batista em um prato e lhe foi concedida.

Também esse fato da vida de João pode nos ensinar bastante. Jesus mesmo disse que seus discípulos iam ser perseguidos como Ele mesmo foi perseguido, “mas aquele que perseverar até o final, será salvo” (Mt 24, 13). João perseverou até o final e nós também somos chamados a perseverar, claro que contando com a Graça de Deus, sem a qual isso não é possível.

Existem muitas outras passagens da vida de João Batista nas quais podemos meditar e aprender. Mas o mais importante hoje é deixar-nos interpelar pelas palavras e pela vida daquele que é a voz que clama no deserto e deixar que nossos corações se endireitem um pouquinho mais para receber melhor a Jesus, que não batiza com água como João, mas com o Espírito Santo e com fogo (Mt 3, 11-12).

quinta-feira, 20 de junho de 2019

A festa de Corpus Christi

Na festa de Corpus Christi, a Igreja revive o mistério da Quinta-Feira Santa à luz da Ressurreição. Também a Quinta-Feira Santa conhece a procissão eucarística, com a qual a Igreja repete o êxodo de Jesus do Cenáculo para o monte das Oliveiras. Jesus, naquela noite, sai e entrega-se ao traidor, ao exterminador e, precisamente assim, vence a noite, vence as trevas do mal. Só desta forma, o dom da Eucaristia, instituída no Cenáculo, encontra o seu cumprimento: Jesus entrega realmente o seu corpo e o seu sangue. Atravessando o limiar da morte, torna-se pão vivo, verdadeiro maná, alimento inexaurível para todos os séculos. A carne torna-se pão de vida.


Na procissão da Quinta-Feira Santa, a Igreja acompanha Jesus ao monte das Oliveiras: a Igreja, orante, sente um desejo profundo de vigiar com Jesus, de não o deixar sozinho na noite do mundo, na noite da traição, na noite da indiferença de muitos. Na festa de Corpus Christi, retomamos esta procissão, mas na alegria da Ressurreição. O Senhor ressuscitou e precedeu-nos. A procissão da Quinta-Feira Santa acompanhou Jesus na sua solidão, rumo à “via crucis”. A procissão de Corpus Christi, ao contrário, responde de maneira simbólica ao mandamento do Ressuscitado: precedo-vos na Galileia. Ide até aos confins do mundo, levai o Evangelho a todas as nações. Sem dúvida, para a fé, a Eucaristia é um mistério de intimidade.

O Senhor instituiu o Sacramento no Cenáculo, circundado pela sua nova família, pelos doze apóstolos, prefiguração e antecipação da Igreja de todos os tempos. Neste Sacramento, o Senhor está sempre a caminho no mundo. Este aspecto universal da presença eucarística sobressai na procissão da nossa festa. Nós levamos Cristo, presente na figura do pão, pelas estradas da nossa cidade. Nós confiamos estas estradas, estas casas a nossa vida quotidiana à sua bondade. Que as nossas estradas sejam de Jesus! Que as nossas casas sejam para Ele e com Ele! A nossa vida de todos os dias estejam penetradas da sua presença. Com este gesto, colocamos sob o seu olhar os sofrimentos dos doentes, a solidão dos jovens e dos idosos, as tentações, os receios toda a nossa vida. A procissão pretende ser uma bênção grande e pública para a nossa cidade: Cristo é, em pessoa, a bênção divina para o mundo o raio da sua bênção abranja todos nós!

Na procissão de Corpus Christi, acompanhamos o Ressuscitado no seu caminho pelo mundo inteiro. E, precisamente fazendo isto, respondemos também ao seu mandamento: “Tomai e comei… Bebei todos” (Mt 26, 26s.). Não se pode “comer” o Ressuscitado, presente na figura do pão, como um simples bocado de pão. Comer este pão é comunicar, é entrar em comunhão com a pessoa do Senhor vivo. Esta comunhão, este ato de “comer”, é realmente um encontro entre duas pessoas, é deixar-se penetrar pela vida d’Aquele que é o Senhor, d’Aquele que é o meu Criador e Redentor. A finalidade desta comunhão, deste comer, é a assimilação da minha vida à sua, a minha transformação e conformação com Aquele que é Amor vivo. Por isso, esta comunhão exige a adoração, requer a vontade de seguir Cristo, de seguir Aquele que nos precede.

Por isso, a adoração e a procissão fazem parte de um único gesto de comunhão; que respondem ao seu mandamento: “Tomai e comei”.

domingo, 16 de junho de 2019

Solenidade da Santíssima Trindade

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora. Quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade. Pois ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anunciará. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse que o que ele receberá e vos anunciará, é meu”. (Jo 16,12-15)


Revestidos de coragem, vencemos o mundo

Uma verdade que não podemos negar é que, no mundo, nós temos tribulações. É Jesus quem está dizendo que nós as teremos, e Ele sabe tudo aquilo que causa tribulação neste mundo em que estamos. É um mundo de muita instabilidade! É uma instabilidade emocional, econômica, nas relações humanas… E tudo isso gera conflitos, atritos e muitas situações de tribulações no meio de nós. A palavra final não é da tribulação, da tentação nem das dificuldades. A palavra final precisa ser a do Senhor. A coragem é fruto da fortaleza, e a fortaleza é a força de Deus em nós. O Espírito que estamos suplicando, o Espírito que nos rendemos, que recebemos por graça do batismo e precisamos cultivar, em nossas relações, é o Espírito que nos dá a força que vem do Alto, a força para enfrentarmos, para lidarmos com as tribulações da vida e do mundo. Eu tenho a convicção de que sozinhos não podemos, não vencemos nem conseguimos. Precisamos da força do Alto, precisamos, mais do que nunca, da força do Espírito. Eu tenho convicção de que não somos super-homens, mas, muitas vezes, queremos ser, precisamos tomar consciência das nossas fraquezas, mas não é para ficarmos nos lamentando, nos fazendo de coitadinhos. Na nossa fragilidade, a força de Deus vai nos socorrer, mas quando não admitimos por causa do nosso orgulho, da nossa soberba, do nosso egoísmo ou das nossas vaidades. Quando estamos na pior, jogados e prostrados o que Deus pode fazer por nós? Na situação em que nos encontramos, revistamo-nos da força de Deus e do Espírito. Humildemente, prostremo-nos na presença d’Ele e reconheçamos: “Senhor, eu sou fraco. Senhor, as minhas fragilidades são muitas. Revista-me da sua coragem, porque só assim posso vencer o mundo”. É um mundo enorme para ser vencido, é o mundo que está dentro de nós, nossas aflições, nossos medos, temores e receios. Há um mundo a ser vencido e enfrentado a cada dia. Como vamos vencê-los? Como vamos vencer a vida? Como vamos caminhar adiante sem a força que vem de Deus? Por isso, a coragem de se abrir para se revestir da força do Alto, para que a paz de Deus esteja em nós mesmo em meio a todas as tribulações, aflições e dificuldades que enfrentamos na vida.

quinta-feira, 13 de junho de 2019

Santo Antônio

Santo Antônio, embora conhecido como o santo de Pádua, na Itália, na verdade é natural de Lisboa, Portugal. É da família Bulhões e seu nome de batismo é Fernando. Seu nome foi mudado quando fez opção pela vida religiosa, já que o “homem velho” – Fernando – morreu para o mundo, e o “homem novo” – Antônio – nasceu para Deus.


Inicialmente, tornou-se um monge agostiniano, em Lisboa; depois, viveu em Coimbra. Tornou-se franciscano posteriormente, quando viu três missionários indo para o Marrocos, no desejo, ardentes de serem mártires. Tempos depois, esses frades faleceram. Quando os restos mortais deles voltaram para Portugal, o fato despertou em Antônio o desejo de entrar para a Ordem dos Frades Menores.

Como missionário franciscano, o santo tentou ir ao Marrocos uma vez e ficou doente. Na segunda vez, a embarcação em que estava foi desviada por uma tempestade e jogada ao sul de Cecília. Lá, ele permaneceu com outros franciscanos e fez sua vida religiosa no sul da Itália.

Santo Antônio morreu, ainda jovem, aos 36 anos. Porém, sua fama de santidade espalhou-se rapidamente não só pela Europa, mas por todo o mundo. Atribui-se a essa rápida disseminação da santidade de Antônio o fato de ele ser um exímio pregador, por saber de cor a Bíblia e ter uma eloquência formidável! O jeito de falar dele era simples, com profunda doutrina; ao mesmo tempo, Francisco era acessível à população. Nessa época, o norte da Itália e o sul da França estavam contaminados por heresias, grupos de pessoas com ideologias que ameaçavam a sã doutrina da Igreja. Santo Antônio combateu com muita eficácia essas heresias, por isso sua fama de pregador se consolidou.

Ele atendia com simplicidade e dedicação as pessoas, os mais necessitados e doentes, por isso era tão querido.

Antônio é conhecido como o santo que intercede pelas pessoas que querem conseguir um namorado ou um esposo. Não se sabe de onde vem essa devoção; o que se sabe é que esse santo era muito atento às questões familiares. As pessoas com problemas na família o procuravam para pedir conselhos e ele as atendia. Por isso, foi formando a respeito dele essa devoção de intercessor por aqueles que querem arranjar um namorado, que tem o desejo de formar uma família.

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Dia dos Namorados

O namoro é certamente uma das mais significativas experiências da vida humana. Trata-se de amar e ser amado, acolher e ser acolhido, escolher e ser escolhido.


O namoro é o início de um futuro, de um ideal, de uma missão. O namoro é um tempo chamado hoje, mas com olhar para o amanhã. Começa aqui a preparação para a missão de ser esposo(a), de assumir a paternidade, de unir definitivamente a vida com alguém.

O namoro é um tempo de auto-conhecimento, de saída de si e doação de si. É um tempo de crescimento, sofrimento e amadurecimento da personalidade, dos valores e dos ideais.

Namorar não é dormir juntos, mas acordar e viver juntos acordados. Ou seja, namoro é diálogo, confidência, conscientização. É uma etapa de preparação para o casamento.

Vivemos uma cultura da satisfação e do imediatismo que transforma o namoro em passatempo, camaradagem, companheirismo, parceria erótica, transa a qualquer custo. Que pena! Que ilusão! Que frustração! No namoro deve falar mais alto o coração que o instinto.

O conhecimento um do outro não passa necessariamente pelo sexo. A liberdade sexual de nossa época acabou criando uma ‘nova opressão’. As pessoas sentem-se obrigadas a consumir o prazer, são pressionadas pelo erotismo e lhes parece ser estranho não transar.

Nossa civilização está doente e as grandes vítimas são os jovens. O corpo é apenas uma das dimensões da sexualidade humana. Onde ficam os sentimentos, as emoções, o coração, a ternura e o amor? É preciso aprender a domesticar os instintos com vistas ao desenvolvimento da personalidade.

O sexo eufórico e fácil é falso. Ninguém morre por falta de sexo, mas ninguém pode viver sem o afeto, a ternura, o amor. Nossas pulsões precisam ser equilibradas para não virar tédio.

Namorar não é ‘aproveitar a juventude’, mas semear na juventude para colher amanhã. No namoro, já começa a educação dos futuros filhos e o alicerce da família.

É pela falta de um namoro autêntico que realizam-se casamentos apressados, forçados, imaturos, dolorosos, interesseiros, inseguros e sem amor.

terça-feira, 11 de junho de 2019

Qual o melhor presente para o Dia dos Namorados?

As lojas ficam todas enfeitadas de corações, imagens de casais felizes, embalagens de presentes com desenhos românticos… Enfim, é uma oportunidade econômica que os empresários têm agora e é justo que trabalhem.


Mas se você que namora está pensando “Qual o melhor presente para o Dia dos Namorados?”, saiba que não é nenhum bem de consumo. O que de melhor você pode ofertar é aquilo que vem do seu coração.

Não é verdade que tudo o que é dado de coração tem um valor maior? Se a pessoa que receber seu presente souber o quanto você se esmerou para consegui-lo ou confeccioná-lo, e dos sacrifícios que fez para poder presenteá-lo, irá valorizá-lo muito mais.

E mesmo se esse indivíduo que ganhou tal agrado não reconhecer a atenção que você dispensou no mimo para melhor lhe agradar, pelo menos esse exercício fará bem a você.

A simples disposição em se preocupar com o que o amado gostará de ganhar já é demonstração de amor; portanto, ali está seu coração.

Perceba que é diferente de somente ir à loja e comprar ou separar qualquer coisa, porque é Dia dos Namorados e tenho a “obrigação” de dar alguma coisa. Quando você faz algo de coração, coloca naquilo a sua marca, um motivo para o agraciado lembrar-se com carinho de você sempre que vir o presente.

E se o préstimo ainda vier acompanhado de algo que você tenha detectado que o amado gosta muito, aí passará a ter um valor ainda maior.

Alguns exemplos: “Minha namorada se sente mais amada toda vez que eu sento só com ela, olho nos olhos dela e ouço o que se passa em seu interior”. Então, dê o presente nessa hora, depois de ter dado esse tempo para ela.

“Meu namorado gosta mais de um presente que eu preparo de forma artesanal, com fotos, escritos românticos e detalhes criativos do que uma roupa cara”. Daí, você pode fazer uma embalagem bem criativa por fora, e quem sabe ainda cheia de declarações de amor e coraçõezinhos por dentro.

“Meu amor adora ganhar presentes, literalmente no sentido material”. Então, capriche na compra. Tente descobrir o que ele (a) está precisando ou se interessou ultimamente.

“Minha esposa (sim, Dia dos Namorados também é para os casados! Por que não?) se sente a pessoa mais importante do mundo quando eu lhe ajudo nos serviços da casa ou quando me pede para consertar algo e eu o faço.” Que tal surpreendê-la com um embrulho ao lado da louça lavada ou da janela consertada?

Muito mais que colocar o seu coração em algo, o que os casais de hoje mais precisam aprender é dar o próprio coração um ao outro.

Podemos pensar que isso é fácil, principalmente para quem acabou de se apaixonar. Mas não o é! Entregar o coração a alguém querido se faz por um processo, em tempo de convívio, em situações inusitadas, quando algo desfavorável acontece e você se faz presente na vida do amado.

Diferente do que muitos vão achar num primeiro momento, presentear seu coração não é fazer tudo para agradar quem você ama. Na verdade, seu par deve conquistar esse presente, sem exigências, sem ciúmes e sem impor condições.

Acredite! Seu pretendente merece ganhar seu coração de uma forma que você queira doá-lo livremente, por iniciativa sua, convencido de modo consciente; não só arrastado pelo seu sentimento. Isso se fará com muito diálogo, amizade, cumplicidade e na promoção de um ao outro.

Nesse processo, a castidade é muito importante, pois quem o ama merece que seu coração seja doado junto com tudo o que você é, e não somente com seu corpo. Castidade sempre foi e será prova de amor.

O namoro é esse tempo de o casal se conhecer na alma, para no sacramento formarem um só corpo.

Que o presente de seu namorado (a) seja assim, que tenha a marca da sua identidade, da sua alma, que este brinde ajude a cada vez mais seu amor descobrir o quanto você é sensível, atento a ele (a), que expresse as tantas coisas belas que há em seu interior. Então, com certeza, será inesquecível. Feliz Dia dos Namorados!

domingo, 9 de junho de 2019

Solenidade de Pentecostes

Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”. Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor. Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”. E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos”.


O fogo do Espírito iluminou nosso coração

A Igreja do Senhor, em toda a Terra, celebra o dia do seu nascimento. O dia de Pentecostes é o dia em que a Igreja nasce no coração de Deus. A alma da Igreja é o Espírito, é por isso que o Espírito cai sobre a Igreja reunida. Os discípulos são todos nós que recebemos a graça do Espírito Santo. O Pentecostes na vida de cada um de nós exige algumas particularidades a serem vividas, vividas e celebradas. Eles estavam todos reunidos no mesmo lugar. E como precisamos da unidade física! Quão importante é, como Igreja, reunir-se, porque nos dispersamos muito por causa das várias circunstâncias. Quando os sinais das igrejas jogar quando colocamos nosso coração, o tempo de Deus é porque precisamos de ir ao encontro, precisamos encontrar tudo no mesmo lugar, precisamos deixar nossas casas, nossas casas, precisamos deixar nossos empregos, preocupações e ocupações para estar juntos. A importância de estarmos juntos para que a graça de Pentecostes aconteça em nossa vida. Podemos invocar Jesus em nossa casa, em nosso lar, mas o Espírito, hoje, não é derramado individualmente, ele é derramado sobre toda a Igreja, porque ela representa o corpo unido de Cristo. Reunidos no mesmo lugar, o coração deles se abriu para aquele ruído como se fosse um vento forte. O Espírito é fôlego e vai aonde quer. Renovar e tornar tudo novo. Ele sopra como uma respiração que cria tudo, mas tudo se repete. Estamos, muitas vezes, confusos, dispersos, cheios de pensamentos negativos e surpreendentes. Muitas vezes, nós acordamos deprimidos e com um monte de coisas dentro de nós, mas um sopro do Espírito é suficiente para tornar todas as coisas novas. Quando nos reunimos em nome de Jesus para nos abrirmos à graça do Espírito, não é apenas para manifestar dons espirituais e carismáticos. Eles são a prova de que o Espírito trabalha na Igreja e que todos esses dons concedidos - falarão novas línguas, orar em línguas, o dom de profecia, ciência e todos aqueles que nós conhecemos como a Palavra de Deus - são a manifestação de uma graça maior, do Espírito que renova, sopra, lava e queima. "Então, eles pareciam línguas de fogo que foram divididos e colocados em cada um deles". É o fogo escaldante que queima o mal, mas o fogo que acendeu o coração para falar a Palavra de Deus, para nos proclamar vivo e ressuscitado. Todos ficaram cheios do Espírito Santo, e ser cheio do Espírito é tornar-se um lugar de habitação para que possamos agir de acordo com a nossa vida. Nós celebramos, vivemos e fazemos da nossa vida um verdadeiro Pentecostes.

sábado, 8 de junho de 2019

Ser casal

No relacionamento conjugal, cada qual contribui com sua forma de ser para o amadurecimento da relação e oferece ao parceiro incentivo para melhorar através dos aspectos que ele consegue dominar melhor.


Assim, por exemplo, se um é mais comunicativo, o outro poderá aprender, com o apoio dele, a se expressar com mais confiança. Se um dos parceiros lida melhor com os problemas relacionados ao controle financeiro, o outro terá, na convivência, inúmeras oportunidades de aprender a se organizar melhor nessa área. Se um deles possui um temperamento mais dinâmico, sendo mais entusiasmado, criativo e positivo, poderá ajudar seu parceiro a rever sua forma de enfrentar o mundo e auxiliá-lo a se tornar mais audacioso na conquista de seus ideais. E assim, nos mais diversos aspectos há aquele que é mais organizado, mais comprometido, mais afetivo, que é mais confiante ou sensato.

Cada um trará suas contribuições positivas e também negativas na convivência. É preciso ser seletivo para se deixar influenciar por aquilo que é positivo no parceiro.
As diferenças nos relacionamentos são importantes, porque elas servem para auxiliar no crescimento do parceiro. Quando, porém, as diferenças se tornam motivo de briga, disputa, inveja, cobiça; cada parceiro acaba anulando no outro aquela característica que ele gostaria de ter em si. Nesses casos, a relação se empobrece e ambos perdem a oportunidade de crescer um com o outro. Eles vão se afastando visto que a relação fica contaminada pela mágoa e pelo ressentimento.

O relacionamento a dois é um processo de construção diária e as diferenças entre o casal devem ser motivo para somar e não se constituírem em fonte geradora de discórdia entre os dois. Um casal se equilibra na soma de suas diferenças, no cuidado e no respeito à individualidade um do outro.

Cada conflito resolvido, satisfatoriamente, torna a relação mais rica, sólida e madura. A base de um casamento estável é o relacionamento aberto, franco e amoroso.
Cada conflito não resolvido ou mal resolvido, deixa resíduos que vão se acumulando e deteriorando a relação pouco a pouco, até miná-lo definitivamente. Crescem o rancor, a indiferença, a mágoa, o silêncio, a amargura e o ressentimento; e, com o passar do tempo, cada um vai se fechando no seu deserto pessoal e ambos acabam vivendo uma solidão a dois, que é ainda mais penosa que a solidão em si.

Se as questões difíceis do relacionamento não são resolvidas a contento, o sorriso, o afeto, a fineza, o carinho, a simpatia, a docilidade, a reverência e a sensibilidade desaparecem. No lugar, surgem o silêncio, a impaciência, a indiferença, a cobrança, a desconsideração…

Cada um deixa de ser prioridade na vida do outro, pois ambos desistem de investir na relação e acabam seguindo rumos diferentes, deixando perder a possibilidade do encontro verdadeiro.

quarta-feira, 5 de junho de 2019

Dia Mundial do Meio Ambiente

A natureza é uma bela obra de Deus; toda ela foi feita para nós num gesto de amor do Senhor. Sendo divina, a natureza está repleta de beleza, harmonia, cores e lições que nos ensinam a viver. Jesus a usava sempre em Seus ensinamentos. “Olhai os lírios do campo!”, “Veja a semente da mostarda”, “Olhe os pastores e as ovelhas”. Olhai para os campos, onde todas as coisas falam do amor, onde os ramos se abraçam, as flores dançam, os pássaros namoram, onde a natureza toda glorifica o Espírito.


Galileu disse que a natureza é um documento escrito nas linguagens matemáticas. Tudo nela é preciso, ordenado e belo. Os elétrons giram em torno do núcleo do átomo com leis precisas; os planetas giram todos em torno do sol, obedecendo as três leis precisas que Kepler descobriu. Todos os corpos caem em queda livre com a mesma aceleração da gravidade que Torricelli determinou fazendo experiências na Torre de Pisa.

Você pode não receber flores todos os dias em sua casa, mas Deus as manda pela natureza quando você vai para o trabalho. A natureza é séria, calma, silenciosa, severa, sempre verdadeira. Os erros é que são nossos.

Um provérbio diz que “Deus perdoa sempre, o homem de vez em quando, a natureza nunca”. Ela não tem raciocínio e não tem coração, mas vive dentro de sua perfeição mineral, vegetal e animal. Cabe a nós cuidarmos dela para podermos desfrutar bem de suas dádivas. Na natureza não há recompensa ou castigos. Há apenas consequências. A primeira lição que ela nos dá é que Deus existe. A natureza não poderia existir com tanta beleza e perfeição se não houvesse um Criador poderoso e bondoso. Como disse o francês Voltaire, não pode haver um relógio sem um relojoeiro.

Nunca acredite no acaso, por favor, pois acaso é o apelido que dão a Deus aqueles que não têm coragem de pronunciar o Seu nome. Esses são infelizes, porque renegam o próprio Criador e jamais experimentarão a verdadeira felicidade.

Olhe, por exemplo, para as vacas e lembre-se de que os maiores cientistas nunca descobriram como tirar leite do capim. Gratuitamente, a natureza faz isso para nós. Nenhum prêmio Nobel, até hoje, jamais conseguiu compreender o que é a vida de uma simples formiga.

Padre Antônio Vieira disse que ser mestre, na fé, nos faz discípulo da natureza. De fato, a natureza é mestra. O pesquisador inglês Eddington dizia que “nenhum ateu é admirador da natureza”.

O mundo natural é lento e seguro, mas não para. É um lema de vida: viver de maneira lenta, mas sem parar, pois a pressa é inimiga da perfeição. Quanto mais complexo é um trabalho, mais devagar ele deve ser feito. O tempo destrói tudo o que é construído sem a sua colaboração.

Em um mosteiro, um jovem discípulo questionou seu mestre: “Mestre, com faço para não me aborrecer? Algumas pessoas falam demais ou são ignorantes, outras são indiferentes. Sinto ódio dos mentirosos, sofro com as pessoas que caluniam e não suporto as falsas e invejosas.” “Viva como as flores!”, advertiu o mestre. “Como é viver como as flores?”, perguntou o discípulo. “Repare nas flores”, continuou o mestre, apontando os líricos que cresciam no jardim. “Elas nascem no esterco, entretanto, são puras e perfumadas. Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes é útil e saudável, mas não permite que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas”.

É justo angustiar-se com as próprias culpas, mas não é sábio permitir que os vícios dos outros nos importunem. Os defeitos deles são deles e não nossos. Se não são nossos, não há razão para nos aborrecermos. Exercite, pois, a virtude de rejeitar todo o mal que vem de fora. Isso é viver como as flores.

Olhe para o mar, majestoso e belo. Ele é grande, porque aceitou humildemente ficar alguns milímetros abaixo de todos os rios da terra; por isso é imenso. Todos podem vê-lo, porque ele permite que todos os rios – grandes e pequenos – nele deságuem e lhes tragam as suas riquezas. Muitos homens excluem com facilidade os outros e deixam de receber suas riquezas. O mar interliga as nações, une os povos, aceita a simples canoa do pescador e também o gigantesco transatlântico. Ele não discrimina nada nem ninguém, é “pobre de espírito”, por isso é muito rico. O oceano está pronto a dar seu peixe ao pobre pescador e à grande companhia de pesca que o desbrava. Ele só faz mal a quem não conhece a sua natureza e desrespeita a suas leis.

Olhe para o céu. Ele nos ensina muitas maravilhas! Antes de tudo, é imenso, maior do que a terra e o mar, e não pode ser medido. Os cientistas se angustiam procurando os seus limites insondáveis. Eles sabem que o universo se expande com uma velocidade fantástica! Ninguém sabe onde ele termina. Penso que Deus o fez assim, incomensurável, para nos deixar uma pequena amostra de Sua infinitude, a fim de que ninguém jamais duvide de Sua grandeza e de Seu poder.

terça-feira, 4 de junho de 2019

Junho: mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus

Neste mês de junho, dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, somos convidados pela Igreja a contemplar e experimentar, nesta devoção, o infinito amor de Deus por nós.


“Na encíclica «Deus caritas est», citei a afirmação da primeira carta de São João: «Nós conhecemos o amor que Deus nos tem e cremos nele» para sublinhar que, na origem da vida cristã, está o encontro com uma Pessoa (cf. n.1). Dado que Deus se manifestou da maneira mais profunda por meio da encarnação de Seu Filho, fazendo-se «visível» n’Ele.

Na relação com Cristo, podemos reconhecer quem é verdadeiramente Deus (cf. encíclica «Haurietis aquas», 29,41; encíclica «Deus caritas est», 12-15). Mais ainda, dado que o amor de Deus encontrou sua expressão mais profunda na entrega que Cristo fez de sua vida por nós na Cruz. Ao contemplarmos seu sofrimento e morte, podemos reconhecer, de maneira cada vez mais clara, o amor sem limites de Deus por nós: «tanto amou Deus ao mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que crer nele não pereça, mas que tenha vida eterna» (João 3,16).

Devoção ao Sagrado Coração de Jesus

Por outro lado, esse mistério do amor de Deus por nós não constitui só o conteúdo do culto e da devoção ao Coração de Jesus: é, ao mesmo tempo, o conteúdo de toda verdadeira espiritualidade e devoção cristã. Portanto, é importante sublinhar que o fundamento dessa devoção é tão antigo como o próprio cristianismo. De fato, só se pode ser cristão dirigindo o olhar à Cruz de nosso Redentor, «a quem transpassaram» (João 19, 37; cf. Zacarias 12, 10).

A encíclica «Haurietis aquas» lembra que a ferida do lado e as dos pregos foram para numeráveis almas os sinais de um amor que transformou, cada vez mais incisivamente, sua vida (cf. número 52). Reconhecer o amor de Deus no Crucificado se converteu para elas em uma experiência interior, o que as levou a confessar junto a Tomé: «Meu Senhor e meu Deus!» (João 20,28), permitindo-lhes alcançar uma fé mais profunda na acolhida sem reservas do amor de Deus (cf. encíclica «Haurietis aquas», 49).

Experimentar o amor de Deus

O significado mais profundo desse culto ao amor de Deus só se manifesta quando se considera mais atentamente sua contribuição não só ao conhecimento, mas também, e sobretudo, à experiência pessoal desse amor na entrega confiada a seu serviço (cf. encíclica «Haurietis aquas», 62). Obviamente, experiência e conhecimento não podem separar-se: um faz referência ao outro. Também é necessário sublinhar que um autêntico conhecimento do amor de Deus só é possível no contexto de uma atitude de oração humilde e de disponibilidade generosa.

Partindo dessa atitude interior, o olhar posto no lado transpassado da lança se transforma em silenciosa adoração. O olhar no lado transpassado do Senhor, do qual saem «sangue e água» (cf. Gv 19, 34), ajuda-nos a reconhecer a multidão de dons de graça que daí procedem (cf. encíclica «Haurietis aquas», 34-41) e nos abre a todas as demais formas de devoção cristã que estão compreendidas no culto ao Coração de Jesus.

A fé é um dom que vem do amor

A fé, compreendida como fruto do amor de Deus experimentado, é uma graça, um dom divino. O homem, no entanto, poderá experimentar a fé como uma graça só na medida em que ele a aceita dentro de si como um dom, e procura vivê-lo. O culto do amor de Deus, ao que convidava aos fiéis a encíclica «Haurietis aquas» (cf. ibidem, 72), deve nos ajudar a recordar incessantemente que Ele carregou com este sofrimento voluntariamente «por nós», «por mim».

Quando praticamos este culto, não só reconhecemos com gratidão o amor de Deus, mas continuamos nos abrindo a esse amor, de maneira que a nossa vida vai ficando cada vez mais modelada por ele. Deus, que derramou seu amor «em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (cf. Romanos 5, 5), convida-nos, incansavelmente, a acolher seu amor. O convite a entregar-se totalmente ao amor salvífico de Cristo (cf. ibidem, n. 4) tem como primeiro objetivo a relação com Deus. Por esse motivo, esse culto totalmente orientado ao amor de Deus que se sacrifica por nós tem uma importância insubstituível para nossa fé e para nossa vida no amor.”.

domingo, 2 de junho de 2019

Solenidade da Ascensão do Senhor

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Assim está escrito: O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia e no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sereis testemunhas de tudo isso. Eu enviarei sobre vós aquele que meu Pai prometeu. Por isso, permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do alto”. Então Jesus levou-os para fora, até perto de Betânia. Ali ergueu as mãos e abençoou-os. Enquanto os abençoava, afastou-se deles e foi levado para o céu. Eles o adoraram. Em seguida voltaram para Jerusalém, com grande alegria. E estavam sempre no Templo, bendizendo a Deus. (Lc 24,46-53)


Prostremo-nos sempre na presença do Senhor

Hoje, temos a alegria de celebrar a Ascensão de Jesus aos Céus! Após Sua Ressurreição gloriosa, Jesus permaneceu entre nós por 40 dias; depois, sobre a presença dos anjos, foi elevado à presença do Pai. A Ascensão de Jesus aos Céus é uma provocação para a nossa vida de discípulos e seguidores de Jesus. Primeiro, o Senhor, ao ir ao Céu, abençoa-nos. Ele se afasta, mas se faz presente quando nos reunimos e celebramos em Seu nome. Quando participamos da Eucaristia, é a presença viva e real d’Ele no meio de nós; quando amamos uns aos outros, Ele está no meio de nós. Há um fato teológico, real e concreto: Jesus, homem e glorificado, foi aos Céus; e os anjos estão dizendo que, da mesma forma que O vimos ir, veremos também Ele voltar. Jesus volta sempre quando O invocamos e vivemos tudo aquilo que citamos anteriormente, mas Ele voltará também para estabelecer o seu Reino glorioso no nosso meio. A vinda definitiva de Jesus a nós é uma realidade que nunca podemos ignorar. Ele virá para fazer do Céu e da Terra um só lugar, onde Ele reinará eternamente para os seus, para aqueles que levam, de verdade, a vida no Seu nome. Enquanto Jesus subia aos Céus, eles O adoraram. Os discípulos de Jesus são aqueles que adoram o Senhor, colocam-se na Sua presença e não adoram mais nada nem ninguém além de Jesus. Jesus é a nossa razão de viver, é nosso Senhor e Salvador, a Ele todo louvor, toda honra, glória e adoração do nosso coração. Por isso, prostremo-nos sempre na presença do Senhor para adorá-Lo, exaltá-Lo e glorificado. Quando adoramos o Senhor, uma alegria toma conta do nosso coração, é a alegria que tomou conta do coração deles, porque puderam voltar para Jerusalém sem medo, sem temores nem receios, porque O adoraram. Quando nós O adoramos, Ele permanece em nós, Ele fica conosco. Depois, a comunidade é sempre o templo para bendizer a Deus. Estamos indo aos nossos templos, nossas igrejas e capelas, mas, muitas vezes, não estamos bendizendo, louvando, exaltando, glorificando o Senhor nosso Deus. Ele é digno de ser adorado, glorificado e exaltado, porque está no meio de nós. Só não vive a presença real de Jesus quem não O adora, quem não bendiz Seu nome nem glorifica Sua majestade.

sábado, 1 de junho de 2019

Palavra do Bispo: Mensagem para o 53º Dia Mundial das Comunicações Sociais

Queridos comunicadores(as),

No dia 02 de junho, Solenidade da Ascensão de Jesus ao Céu, celebramos o 53º Dia Mundial das Comunicações Sociais. A Igreja lembra o Seu mandato missionário: "Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura" (Mc 16,15).


Jesus enviou os apóstolos em missão para darem testemunho dele. Com a força do Espírito Santo, eles partiram em todas as direções e, até hoje, a Igreja não cessou mais de anunciar o Evangelho a todos. Hoje temos à nossa disposição uma imensidade de meios. É nosso dever utilizar bem e para o bem de todos esses meios de comunicação que estão ao nosso alcance.

O Papa Francisco, em sua mensagem para este 53º Dia Mundial das Comunicações Sociais, aborda o tema: "Somos membros uns dos outros" (Ef 4,25): das comunidades de redes sociais à comunidade humana". Nela, o Santo Padre nos leva a refletir sobre as nossas atitudes nas redes sociais, que deveriam ser instrumentos de encontro e comunhão entre as pessoas. Motivados pela Mensagem do Papa Francisco, procuremos fazer das redes sociais espaços de vivência da fraternidade e de testemunho da fé em Cristo, jamais propagando agressividade, ofensas e mentiras.

É importante refletir sobre as relações entre as pessoas na internet, ambiente no qual a Igreja acredita que deve ser usado para o "encontro das pessoas e a solidariedade entre todos". Reencontrar a verdadeira identidade comunitária na consciência da responsabilidade que temos uns para com os outros, inclusive nas redes sociais.

Nesta ocasião, desejo saudar todos os profissionais de comunicação nos seus diversos meios, bem como os agentes da Pastoral da Comunicação (PASCOM) de toda a Diocese de Nazaré.

Meu abraço fraterno a todos os comunicadores pelo trabalho que desenvolvem de levar a Boa Notícia todos os dias à sociedade. Enfim, somos membros uns dos outros. Que Deus vos abençoe!

Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena
Bispo Diocesano de Nazaré