segunda-feira, 30 de setembro de 2019

São Jerônimo

Neste último dia do mês da Bíblia, celebramos a memória do grande “tradutor e exegeta das Sagradas Escrituras”: São Jerônimo, presbítero e doutor da Igreja. Ele nasceu na Dalmácia em 340, e ficou conhecido como escritor, filósofo, teólogo, retórico, gramático, dialético, historiador, exegeta e doutor da Igreja. É de São Jerônimo a célebre frase: “Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo”.


Com posse da herança dos pais, foi realizar sua vocação de ardoroso estudioso em Roma. Estando na “Cidade Eterna”, Jerônimo aproveitou para visitar as Catacumbas, onde contemplava as capelas e se esforçava para decifrar os escritos nos túmulos dos mártires. Nessa cidade, ele teve um sonho que foi determinante para sua conversão: neste sonho, ele se apresentava como cristão e era repreendido pelo próprio Cristo por estar faltando com a verdade (pois ainda não havia abraçado as Sagradas Escrituras, mas somente escritos pagãos). No fim da permanência em Roma, ele foi batizado.

Após isso, iniciou os estudos teológicos e decidiu lançar-se numa peregrinação à Terra Santa, mas uma prolongada doença obrigou-o a permanecer em Antioquia. Enfastiado do mundo e desejoso de quietude e penitência, retirou-se para o deserto de Cálcida, com o propósito de seguir na vida eremítica. Ordenado sacerdote em 379, retirou-se para estudar, a fim de responder com a ajuda da literatura às necessidades da época. Tendo estudado as línguas originais para melhor compreender as Escrituras, Jerônimo pôde, a pedido do Papa Dâmaso, traduzir com precisão a Bíblia para o latim (língua oficial da Igreja na época). Esta tradução recebeu o nome de Vulgata. Assim, com alegria, dedicação sem igual e prazer se empenhou para enriquecer a Igreja universal.

Saiu de Roma e foi viver definitivamente em Belém no ano de 386, onde permaneceu como monge penitente e estudioso, continuando as traduções bíblicas, até falecer em 420, aos 30 de setembro com, praticamente, 80 anos de idade. A Igreja declarou-o padroeiro de todos os que se dedicam ao estudo da Bíblia e fixou o “Dia da Bíblia” no mês do seu aniversário de morte, ou ainda, dia da posse da grande promessa bíblica: a Vida Eterna. São Jerônimo, rogai por nós!

domingo, 29 de setembro de 2019

Evangelho do 26º Domingo do Tempo Comum

Naquele tempo, Jesus disse aos fariseus: “Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias. Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão, à porta do rico. Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas. Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe a Abraão, com Lázaro ao seu lado. Então gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’. Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te que tu recebeste teus bens durante a vida e Lázaro, por sua vez, os males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. E, além disso, há um grande abismo entre nós; por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’. O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa do meu pai, porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para que não venham também eles para este lugar de tormento’. Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os Profetas, que os escutem!’. O rico insistiu: ‘Não, Pai Abraão, mas se um dos mortos for até eles, certamente vão se converter’. Mas Abraão lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas, eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos’”. (Lc 16,19-31)


Cuidemos dos pobres de nossa sociedade

O Evangelho deste domingo, mostra-nos o grande abismo da humanidade. É um abismo terrível, não é só um abismo social. É o abismo da exclusão dos homens entre si. Há uma casta minoritária de homens ricos, poderosos, que tudo podem, que estão esbanjando dinheiro, estão esbanjando prazeres e tudo mais às custas de milhões de seres humanos que sofrem a fome, a miséria e a indignidade humana. Os Lázaros dos nossos tempos estão nas favelas, estão nas ruas, cidades e jogados por aí. Os Lázaros dos nossos tempos estão aos nossos olhos para que não nos esqueçamos dos profundos abismos que enfrentamos nos tempos em que estamos. É notório perceber que, evangelicamente, esses abismos só crescem, porque os ricos querem ser mais ricos deixando os pobres cada vez mais pobres. Talvez alguém queira dizer que isso não é problema do Evangelho, mas se isso não for problema do Evangelho, será problema de quem? É falta de Deus, falta de humanidade, é falta de conversão verdadeira alguém até dizer que é de Deus, mas não se importar com a pobreza, com o sofrimento, com a indignidade dos Lázaros dos nossos tempos, dos Lázaros que sofrem. Precisamos ser anjos para socorrer os Lázaros que estão nas portas das nossas cidades e nas ruas, sendo cuidados pelos cachorros e lambidos pelas indignidades desta vida, pouco se importando para alguns que passam uma noitada gastando o que um filho de Deus não ganha durante toda a sua vida. O problema do rico avarento do Evangelho de hoje é não se importar com a indignidade de Lázaro. O problema do rico e de nós que norteamos a riqueza deste mundo é não ligarmos para os nossos pobres. O Evangelho está dizendo que o Reino dos Céus, o Reino definitivo é um profundo abismo, o rico tenta receber um consolo, nem que seja uma gota d’água que venha de onde estava o pobre Lázaro. A Palavra está dizendo que há um grande abismo entre nós, e a única coisa que dá para fazer é, enquanto estivermos vivos, separarmos, destruirmos, acabarmos, não compactuarmos com os profundos abismos entre pobres e ricos. Não permitamos que os pobres da nossa porta morram de fome, morram soterrados nem desprezados, mas que tenhamos o senso evangélico de cuidar dos Lázaros dos nossos tempos.

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

São Cosme e São Damião

Hoje, lembramos dois dos santos mais citados na Igreja: Cosme e Damião. Eram irmãos gêmeos, médicos de profissão e santos na vocação da vida. Viveram no Oriente e, desde jovens, eram habilidosos médicos. Com a conversão passaram a ser também missionários, ou seja, aproveitando a ciência com a confiança no poder da oração levavam a muitos a saúde do corpo e da alma.


Viveram na Ásia Menor, até que diante da perseguição de Diocleciano, no ano 300 da era cristã, foram presos pois eram considerados inimigos dos deuses e acusados de usar feitiçarias e meios diabólicos para disfarçar as curas. Tendo em vista esta acusação, a resposta deles era sempre: “Nós curamos as doenças, em nome de Jesus Cristo e pelo Seu poder!”.

Diante da insistência, quanto à adoração aos deuses, responderam: “Teus deuses não têm poder algum, nós adoramos o Criador do céu e da terra!”.

Jamais abandonaram a fé e foram decapitados em 303. São considerados os padroeiros dos farmacêuticos, médicos e das faculdades de medicina. São Cosme e São Damião, rogai por nós!

domingo, 22 de setembro de 2019

Evangelho do 25º Domingo do Tempo Comum

Naquele tempo, Jesus dizia aos discípulos: “Um homem rico tinha um administrador que foi acusado de esbanjar os seus bens. Ele o chamou e lhe disse: ‘Que é isto que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, pois já não podes mais administrar meus bens’. O administrador então começou a refletir: ‘O senhor vai me tirar a administração. Que vou fazer? Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha. Ah! Já sei o que fazer, para que alguém me receba em sua casa, quando eu for afastado da administração’. Então ele chamou cada um dos que estavam devendo ao seu patrão. E perguntou ao primeiro: ‘Quanto deves ao meu patrão?’. Ele respondeu: ‘Cem barris de óleo!’ O administrador disse: ‘Pega a tua conta, senta-te, depressa, e escreve cinquenta!’. Depois ele perguntou a outro: ‘E tu, quanto deves?’ Ele respondeu: ‘Cem medidas de trigo’. O administrador disse: ‘Pega tua conta e escreve oitenta’. E o senhor elogiou o administrador desonesto, porque ele agiu com esperteza. Com efeito, os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz. E eu vos digo: usai o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas. Quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes, e quem é injusto nas pequenas também é injusto nas grandes. Por isso, se vós não sois fiéis no uso do dinheiro injusto, quem vos confiará o verdadeiro bem? E se não sois fiéis no que é dos outros, quem vos dará aquilo que é vosso? Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro”. (Lc 16,1-13)


Canção Nova / Paróquia de Sant'Ana Bom Jardim - Pernambuco

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Acolher a Palavra de Deus

Como acolher a Palavra de Deus? Como viver uma vida nova? Estas são questões fundamentais para todos os cristãos, pois a Palavra de Deus se fez carne em Jesus Cristo, para que por Ele tenhamos a vida. Somente em Jesus temos uma vida nova, segundo o Espírito; mas como acolher essa vida em nós?


Jesus nos fala, neste versículo do Evangelho de João (cf. Jo 6, 63), sobre uma realidade fundamental de nossa fé. A Sua Palavra é para nós espírito e vida, porém, não uma vida no sentido da carne, da existência biológica, mas a vida segundo o Espírito. Existe um dinamismo para que a Palavra de Deus realize a Sua obra em nós. Esta se realiza segundo o dom do Espírito Santo, que é concedido pelo Pai aos que creem. Temos de acolher os textos bíblicos com o dom da fé que já foi infundido em nós pelo Senhor, para nos encontrar com Cristo, Palavra eterna do Pai.

Tal dinamismo da ação divina aconteceu de forma única na anunciação da encarnação do Verbo, quando o Anjo apareceu a Virgem Maria e lhe revelou o desígnio divino a seu respeito. Ele anunciou que ela seria Mãe do Filho de Deus e que Ele se chamaria Jesus (cf. Lc 1,31-32). Nossa Senhora tinha fé, mas não compreendeu completamente o anúncio do Anjo. Mesmo assim, ela acolheu o desígnio salvífico do Senhor para si, mas também para toda a humanidade. Quando ela acolheu a Palavra, o Verbo de Deus, o Pai enviou o Seu Espírito e esse Verbo se faz carne no ventre de Maria.

O primeiro passo para acolher a Palavra é acreditar, ter fé e acolher o desígnio de Deus a nosso respeito. Ainda que não saibamos como serão todas as coisas, assim como aconteceu com a Virgem Maria, acolhamos Jesus Cristo em nossas vidas. Quando O acolhemos, o Espírito nos dá a vida; não segundo a carne, mas a vida segundo o Espírito. Essa é a vida do próprio Cristo, que é gerada em nós, no ventre de Maria, pela ação do Espírito Santo.

O segundo passo é este que acabamos de mencionar, ou seja, acolher Nossa Senhora em nossas vidas. Foi Maria quem gerou o Verbo de Deus e é ela quem vai gerar a Palavra em nós. É a Virgem Maria, pela ação do Espírito Santo, quem vai gerar a carne de Jesus Cristo em nós. Esta é a vida que o Pai quer nos dar, a vida de Seu Filho Jesus Cristo, que se realiza em nós pelo Espírito Santo.

A Palavra de Deus se realiza em nós do mesmo modo que aconteceu na Encarnação de Jesus, ou seja, no ventre da Virgem Maria. Por isso, nos unamos a Nossa Senhora em oração, como os discípulos e apóstolos de Jesus depois da Sua Ascensão (cf. At 1,14), para que aconteça um novo Pentecostes em nossas vidas (cf. At 2,1-13). Foi a partir do Pentecostes que a Palavra recebida pelos apóstolos e discípulos tornou-se vida e, pela força do Espírito Santo, eles puderam anunciar, com intrepidez, a Boa Nova da salvação em Jesus Cristo.

domingo, 15 de setembro de 2019

Evangelho do 24º Domingo do Tempo Comum

Naquele tempo, os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus. “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”. Então Jesus contou-lhes esta parábola: “Se um de vós tem cem ovelhas e perde uma, não deixa as noventa e nove no deserto, e vai atrás daquela que se perdeu, até encontrá-la? Quando a encontra, coloca-a nos ombros com alegria, e, chegando em casa, reúne os amigos e vizinhos, e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida!’. Eu vos digo: Assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão. E se uma mulher tem dez moedas de prata e perde uma, não acende uma lâmpada, varre a casa e a procura cuidadosamente, até encontrá-la? Quando a encontra, reúne as amigas e vizinhas, e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a moeda que tinha perdido!’. Por isso, eu vos digo, haverá alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte”. E Jesus continuou. “Um homem tinha dois filhos. O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome naquela região, e ele começou a passar necessidade. Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu campo cuidar dos porcos. O rapaz queira matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam. Então caiu em si e disse: ‘Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. Vou-me embora, vou voltar para meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’. Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o, e cobriu-o de beijos. O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos empregados: ‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés. Trazei um novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. Porque este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa. O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. O criado respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque o recuperou com saúde’. Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele. Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E tu nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. Quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com prostitutas, matas para ele o novilho cevado’. Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado”’. (Lc 15,1-32)


Tenhamos um coração misericordioso como o do Pai

Você não imagina a festa que, no Céu, se faz por cada pecador que se converte, por cada filho que retorna, por cada ovelha que é encontrada, por cada moeda, símbolo do amor, que é novamente valorizada. Aqui, no entanto, a moeda de valor é a conversão de cada um de nós. O filho representa cada um de nós pecadores, então, há aqueles que se desviaram, foram realmente servir o mundo. Fico olhando o olhar de tantas mães com lágrimas pelos seus filhos que não querem mais saber de Deus e da Igreja. Cada mãe e cada pai representam o Pai nosso do Céu. Não é só você, mãe, que espera o seu filho voltar; não é só você, pai, que espera o seu filho voltar; não é só você, esposa, que espera a conversão do seu marido. É Deus. É por isso que nos unimos ao coração desse Pai, por isso cada um de nós se coloca junto do coração do Pai. Junto d’Ele, abrimos os nossos braços para orar pelos nossos, os quais, de algum modo, estão perdidos nas estradas da vida. Não podemos descuidar de nós, porque, dentro do coração de cada um de nós, há o sentimento do filho pródigo. Somos também homens pródigos, esbanjamos o orgulho e a soberba, como fez esse filho mais velho, que nunca saiu da casa do pai, mas tinha um coração tão fechado, tinha pouca misericórdia, tinha pouco amor com o irmão. Nós, que estamos na Igreja, que estamos falando de Deus, o quanto precisamos nos converter a cada dia! Saiba que, no Céu, há muita festa quando temos uma vontade, um pecado, mas abrimos mão deles; quando temos uma dureza de coração, mas nós o abrimos. Quando cultivamos um vício, mas desistimos dele; quando combatemos o mal dentro de nós, quando desistimos de nos vingar de alguém, não sabemos a festa que Deus faz. Quando abandonamos o ressentimento, a mágoa, quando estamos vivendo paixões enganadoras, mas as deixamos de lado, o Céu faz festa por cada conversão, por cada atitude de mudança. Celebremos, hoje, as mudanças de vida que todos nós precisamos viver! Celebremos todo filho que precisa voltar! Só seremos como o Pai se deixarmos de lado esse irmão mais velho que está dentro de nós. Vivamos um processo de conversão interior profundo, sincero, verdadeiro e autêntico, revendo nossas atitudes, nossos gestos que não são sinais de conversão para que sejamos canais por onde muitos filhos pródigos possam voltar. Saibam que muitos não voltam para a casa do Pai, porque encontram pela frente muitos irmãos mais velhos de Igreja, de caminhada e de fé que não são, verdadeiramente, convertidos para a misericórdia, para o amor e o cuidado do próximo. Estão sempre fechados em si, estão sempre se exaltando, se engrandecendo, e não têm um coração misericordioso, bondoso e pródigo no amor como o do Pai.

Nossa Senhora das Dores

Assim, a Igreja reza a Maria neste dia, pois celebramos sua compaixão, piedade; suas sete dores cujo ponto mais alto se deu no momento da crucificação de Jesus. Esta devoção deve-se muito à missão dos Servitas – religiosos da Companhia de Maria Dolorosa – e sua entrada na Liturgia aconteceu pelo Papa Bento XIII.


A devoção a Nossa Senhora das Dores possui fundamentos bíblicos, pois é na Palavra de Deus que encontramos as sete dores de Maria: o velho Simeão, que profetiza a lança que transpassaria (de dor) o seu Coração Imaculado; a fuga para o Egito; a perda do Menino Jesus; a Paixão do Senhor; crucificação , morte e sepultura de Jesus Cristo.

Nós, como Igreja, não recordamos as dores de Nossa Senhora somente pelo sofrimento em si, mas sim, porque também, pelas dores oferecidas, a Santíssima Virgem participou ativamente da Redenção de Cristo. Desta forma, Maria, imagem da Igreja, está nos apontando para uma Nova Vida, que não significa ausência de sofrimentos, mas sim, oblação de si para uma civilização do Amor. Nossa Senhora das Dores, rogai por nós!

sábado, 14 de setembro de 2019

A cruz de Cristo representa a nossa salvação

Hoje, a graça é de celebrarmos a Exaltação da Santa Cruz, a vitória da cruz de Jesus. Não pregamos outra coisa, não anunciamos outro, a não ser Jesus Cristo crucificado.


Como diz São Paulo aos Coríntios, para alguns Ele é escândalo, para outros é loucura, mas o Cristo crucificado é o poder de Deus, é a vitória de Deus, é Deus que vence o poder do mal, é Deus que esmaga o maligno naquilo que seria a derrota e a maldição.

A cruz era um escândalo mesmo. Um homem ser pregado numa cruz, na cultura e no pensamento da época, era um escândalo, pois ela era reservada para os piores criminosos. Que crime Jesus cometeu? Que mal Ele fez? Ele carregou sobre si os nossos crimes, os nossos pecados, as nossas maldições para nos trazer a bênção, a cura e a libertação.

A Palavra está dizendo que Moisés levantou a serpente. Recordamos que a serpente de bronze foi feita no deserto para curar aquele povo que estava doente por causa da murmuração e do pecado. Aquela serpente de bronze foi o sinal da cura.

Agora não é a mais a serpente que é levantada; agora, é Cristo crucificado que é levantado e todos nós olhamos para Ele, porque Ele é a nossa vitória, a nossa cura e a nossa libertação.

Olhemos para Jesus e não tiremos d’Ele o nosso olhar, olhemos para Jesus e deixemos que n’Ele sejamos transfigurados, curados e libertos dos males que estão dentro de nós.

A espiritualidade da nossa fé é a espiritualidade da cruz. Eu sempre digo que precisamos ter em casa, nos nossos carros e onde quer que nós estejamos, o Cristo crucificado. Não basta só ter a cruz, é importante a cruz com a imagem do Crucificado.

O mistério da cruz não pode ser esquecido, não pode ser renegado, não pode ser colocado de lado, pois a nossa espiritualidade é do Cristo crucificado.

Meditemos o Cristo que está em nossas igrejas. Algumas igrejas, muitas vezes, têm até deixado de lado o Cristo crucificado, mas isso não pode, porque Ele é a nossa vitória, Ele é a expressão da nossa fé, Ele morreu na cruz por nós.

Não estamos batendo palmas para a morte de Cristo, estamos batendo palmas para a sua vitória sobre a morte. Estamos aclamando o Crucificado, Ressuscitado e vitorioso por todos nós.

Celebremos, com todo o amor do nosso coração, a cruz de Jesus, porque é por ela que fomos salvos.

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Como surgiu o Cerco de Jericó?

De onde veio a inspiração para o Cerco de Jericó? No Antigo Testamento, depois da morte de Moisés, Deus escolheu Josué para conduzir o povo hebreu. Deus disse a Josué que atravessasse o Jordão com todo o povo e tomasse posse da Terra Prometida.


A cidade de Jericó era uma fortaleza  inexpugnável. Ao chegar junto às muralhas de Jericó, Josué ergueu os olhos e viu um anjo, com uma espada na mão, que lhe deu ordens concretas e detalhadas.Josué e todo Israel executaram fielmente as ordens recebidas: durante seis dias, os valentes guerreiros de Israel deram uma volta em torno da cidade. No sétimo dia, deram sete voltas. Durante a sétima volta, ao som da trombeta, todo o povo levantou um grande clamor e, pelo poder de Deus, as muralhas de Jericó caíram (cf. Js 6).

O Santo Padre João Paulo II devia ir à Polônia a 8 de maio de 1979, para o 91º aniversário do martírio de Santo Estanislau, bispo de Cracóvia. Era a primeira vez que o Papa visitava o seu país sob o regime comunista; era uma visita importantíssima e muito difícil. Aqui, começaria a ruína do comunismo ateu e a queda do muro de Berlim.

Congresso do Rosário

Em fins de novembro de 1978, sete semanas depois do Conclave que o havia eleito Papa, Nossa Senhora do Santo Rosário teria dado uma ordem precisa a uma alma privilegiada da Polônia: “Para a preparação da primeira peregrinação do Papa à sua Pátria, deve-se organizar, na primeira semana de maio de 1979, em Jasna Gora (Santuário Mariano), um Congresso do Rosário: sete dias e seis noites de Rosários consecutivos diante do Santíssimo Sacramento exposto”.

No dia da Imaculada Conceição (8 de dezembro de 1978), Anatol Kazczuck, daí em diante promotor desses Cercos, apresentou a ordem da Rainha do Céu a Monsenhor Kraszewski, bispo auxiliar da Comissão Mariana do Episcopado. Ele respondeu: “É bom rezar diante do Santíssimo Sacramento exposto; é bom rezar o Terço pelo Papa; é bom rezar em Jasna Gora. Podeis fazê-lo”.

Anatol apresentou também a mensagem de Nossa Senhora a monsenhor Stefano Barata, bispo de Czestochowa e Presidente da Comissão Mariana do Episcopado. Ele se alegrou com o projeto, mas aconselhou-os a não darem o nome de “Congresso”, para maior facilidade na sua organização. Então, deu-se o nome de “Cerco de Jericó” a esta iniciativa.

O padre-diretor de Jasna Gora aprovou o projeto, mas não queria que se realizasse em maio por causa dos preparativos para a visita do Santo Padre. Dizia ele: “Seria melhor em abril.” “Mas a Rainha do Céu deu ordens para se organizarem esses Rosários permanentes na primeira semana de maio”, respondeu o Sr. Anatol. O padre aceitou, recomendando-lhe que fossem evitadas perturbações.

Caíram as muralhas de Jericó

A Santíssima Virgem sabia bem que o Cerco de Jericó em maio não iria perturbar a visita do Papa, porque ele não viria. E, logo a seguir, as autoridades recusaram o visto de entrada no país ao Santo Padre, como tinham feito a Paulo VI em 1966. Consternação geral em toda a Polônia! O Papa não poderia visitar a sua Pátria.

Foi, então, com redobrado fervor que se organizou o “assalto” de Rosários. E, no dia 7 de maio, ao mesmo tempo que terminava o Cerco, caíram “as muralhas de Jericó”. Um comunicado oficial anunciava que o Santo Padre visitaria a Polônia de 2 a 10 de junho. Sabe-se como o povo polonês viveu esses nove dias com o Papa, o “seu” Santo Padre, numa alegria indescritível!

No dia de 10 de junho, João Paulo II terminava a sua peregrinação, consagrando, com todo Episcopado polonês, a nação polaca ao Coração Doloroso e Imaculado de Maria, diante de um milhão e quinhentos mil fiéis reunidos em Blonic Kraskoskic. Foi a apoteose!

Depois dessa estrondosa vitória, a Santíssima Virgem ordenou que se organizassem Cercos de Jericó todas as vezes que o Papa João Paulo II saísse em viagem apostólica. “O Rosário tem um poder de exorcismo”, dizem os nossos amigos da Polônia, “ele torna o demônio impotente.”

O poder da Ave-Maria

Por ocasião do atentado contra o Papa, em 13 de maio de 1981, os poloneses lançaram de novo um formidável “assalto” de Rosários e obtiveram o seu inesperado restabelecimento. Mais uma vez, as muralhas de ódio de Satanás se abatiam diante do poder da Ave-Maria.

Em várias partes do mundo estão sendo realizados agora Cercos de Jericó. A 2 de fevereiro de 1986, aquela mesma alma privilegiada recebia outra mensagem da Rainha Vitoriosa do Santíssimo Rosário: “Ide ao Canadá, aos Estados Unidos, à Inglaterra e à Alemanha para salvar o que ainda pode ser salvo.” Nossa Senhora pede que se organizem os Rosários permanentes e os Cercos de Jericó, se queremos ter certeza da vitória.

terça-feira, 10 de setembro de 2019

A vida e a sua contramão diante do suicídio

A vida é dom precioso de Deus e altar da dignidade maior, a dignidade humana. Mas, na arte de viver, acumula-se uma avalanche de acontecimentos, processos, descasos e  indiferenças que, assombrosamente, estão na contramão desse sublime dom. Entre as lamentáveis situações estão os cenários degradantes da exclusão social, frutos da mesquinhez, da falta de sentido autêntico de cidadania e dos famigerados esquemas de corrupção. A lista de acontecimentos que ameaçam a vida é enorme e demanda providências urgentes, redobrada atenção e ações mais incidentes. É preciso proteger esse precioso dom de Deus em todas as suas etapas, da fecundação ao declínio com a morte natural. Particularmente, merece redobrada atenção de todos – e políticas públicas incidentes – um grave problema: o suicídio. Falar sobre o tema é um tabu que precisa ser vencido, para que cada pessoa possa colaborar com a saúde pública, em compromisso irrestrito com a vida.


O primeiro passo é ter a coragem para falar sobre o assunto. Isso é fundamental para disseminar estratégias de prevenção. A estatística oficial apresenta a preocupante dimensão do problema. Diariamente, 32 brasileiros morrem vítimas de suicídio, número que supera o de óbitos causados pela AIDS e por vários tipos de câncer. Para despertar a atenção de todos para essa realidade, celebra-se, no dia 10 de setembro, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Durante todo o mês, são intensificadas ações de combate a esse mal silencioso, escondido por preconceito e vergonha, que impedem a identificação do problema, a percepção de comportamentos depressivos em pessoas próximas, sintomas que levam ao suicídio.

Fale, argumente e reflita sobre o suicídio

Compartilhar o assunto no dia a dia – na família, nos ambientes de trabalho, nos círculos religiosos, no mundo da educação, nos mais diversos lugares – pode contribuir, decisivamente para salvar vidas, recuperar pessoas e evitar que esse mal silencioso consolide-se como epidemia.

O suicídio é grave problema que atinge adultos, jovens, inclusive adolescentes e crianças, deixando feridas incuráveis no coração de famílias. Todos devem aprender sempre mais sobre os sintomas que indicam o risco iminente desse mal para, quando necessário, poder intervir e ajudar a salvar vidas, recuperá-las, reconduzindo pessoas para a saudável convivência familiar e a adequada inserção social. Cada pessoa deve se sentir convocada a contribuir com projetos que promovam o dom da vida. Segundo a Organização Mundial da Saúde, de cada dez casos de suicídio, nove poderiam ser evitados se houvesse adequada prática de prevenção.

Por isso, é preciso unir esforços. Aliar a coragem espiritual e humana com profunda sensibilidade social para acabar com o tabu que inviabiliza falar sobre o assunto. Vencer bloqueios nos diálogos em família, com amigos, colegas de trabalho, nas relações que constituem a convivência social e religiosa. Também é preciso lutar pela configuração de políticas públicas que contribuam, de maneira decisiva, para prevenir o suicídio. Há um largo horizonte de medidas e procedimentos a serem adotados para evitar esse grave problema, o que inclui, desde investimentos para se conhecer melhor o cérebro, seus complexos e indomináveis mecanismos de funcionamento, para se realizar as necessárias intervenções farmacológicas, até o remédio indispensável e eficaz da espiritualidade.

Ofereça oração, carinho e diálogo

É grave desconsiderar um mal que pode atingir a todos. Não se restringe a uma faixa etária específica, pois inclui crianças, adolescentes, jovens e adultos – muitas vezes afogados num turbilhão de escolhas e solicitações das quais não conseguem dar conta -, até idosos, enjaulados no ostracismo da solidão. Atinge, também, pessoas das mais diversas condições sociais. Essa consideração é comprovada pela estatística e mostra que são necessárias providências urgentes para se promover a boa saúde mental. Isso inclui construir condições sociais que não sejam peso e submetam pessoas a situações de fragilidade extrema, levando-as ao desespero que as faz desistir de viver. É hora de escuta atenciosa das associações e instituições terapêuticas capazes de qualificar cada pessoa no enfrentamento desse monstro destruidor – o suicídio. Também é urgente e prioritário trabalhar para oferecer a cada pessoa recursos humanísticos e espirituais que contribuam para a administração do dom da vida.

Assim, será possível promover o engajamento em programas e projetos que tenham como missão promover esse dom, criando um vetor que se retroalimenta e produz o sentido de viver. De modo especial, os campos da educação e da cultura têm muito a contribuir nesse processo. A escola não pode se dedicar exclusivamente à chamada “educação formal” e desconhecer o mundo real, muitas vezes conturbado, da vida juvenil. Essa consideração vale também para Igrejas que, para além de proselitismos, “emocionalismos” e mesquinhos interesses pecuniários, têm o dever de ser autênticos centros de espiritualidade. Ambientes que, a partir de projetos e celebrações, capacitem as pessoas para o viver. Juntos, de mãos dadas, que todos se empenhem na prevenção do suicídio, buscando enfrentar tudo o que está na contramão da vida.

domingo, 8 de setembro de 2019

Evangelho do 23º Domingo do Tempo Comum

Naquele tempo, grandes multidões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele lhes disse: “Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo. Com efeito, qual de vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, ele vai lançar o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso começarão a caçoar, dizendo: ‘Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar!’. Ou ainda: Qual o rei que ao sair para guerrear com outro, não se senta primeiro e examina bem se com dez mil homens poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? Se ele vê que não pode, enquanto o outro rei ainda está longe, envia mensageiros para negociar as condições de paz. Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!”. (Lc 14,25-33)


Para seguir Jesus, precisamos ser livres

Escutando as palavras do Mestre Jesus, Ele parece ser muito exigente no seu seguimento, para poder segui-Lo. A verdade é que para seguir Jesus precisamos ser livres. Então, a espiritualidade da renúncia é, no fundo, a espiritualidade do desapego. O que vai acontecendo é que vamos nos apegando a tudo e a todos, e a tudo o que nos apegamos, ficamos presos; depois, não conseguimos nos soltar. Muitas vezes, apegamo-nos a uma caneta, a uma máquina, ao nosso celular, aos nossos computadores, às bijuterias e coisas pequenas. Não podemos ser apegados a nada nem a ninguém. Portanto, para ser discípulo de Jesus, precisamos ter, primeiro, a disposição de amar. Quem ama não se apega, quem ama cuida, tem zelo, sabe viver cada coisa no seu tempo e no seu lugar. A mãe que ama seus filhos sabe que precisa cuidar deles, mas a mãe também sabe que precisa se desprender dos seus filhos, pois eles crescerão, seguirão seus caminhos; e assim em cada situação da vida. Hoje, temos um bem para administrar, para cuidar, mas esse bem é apenas de forma provisória, porque tudo passa e não precisamos nos apegar, precisamos cuidar daquilo que nós temos. Por isso, o Mestre Jesus, que cuida de nós, do nosso coração, da nossa vida e do nosso ser, também quer nos ensinar a cuidar uns dos outros sem nenhum apego doentio, sem nenhuma possessão sobre as pessoas e sobre as coisas, para que o nosso coração seja livre para segui-Lo, para amá-Lo e servi-Lo. Assim, poderemos cuidar melhor dos nossos, cuidar com mais responsabilidade das coisas que nós temos, porque temos de ter critérios de valores, temos de ter uma escala de valores dentro de nós. Se, na nossa escala de valores, o amor a Deus está em primeiro lugar, podemos ter a certeza de que nós saberemos amar de forma ordenada todas as coisas, e não será pesado seguir Jesus. Torna-se pesado seguir Jesus, porque nós temos o peso do mundo nas nossas costas. Amamos demais o mundo, as coisas dele, e é difícil renunciarmos ao mundo. É difícil um rapaz que fica o dia inteiro no seu videogame, no seu computador, no seu celular, ter que deixar aquilo para ir à Missa, para ir para os seus compromissos religiosos. É pesado fazermos a oração da noite, a oração da manhã quando estamos cheios de coisas mais importantes que colocamos dentro do nosso coração. Aqui, é questão de invertermos, é questão de nos enchermos de Deus, da graça d’Ele para cumprir os nossos deveres, obrigações e responsabilidades. Estamos ficando doentes, pesados, porque fazemos o contrário, enchemo-nos do mundo, das coisas dele, das tarefas, obrigações e de tudo mais; focamo-nos nos amores do mundo, mas, depois que tudo isso fica pesado, queremos recorrer a Deus, mas não conseguimos, porque não temos tempo para rezar e nos colocarmos na presença d’Ele. Amemos a Deus sobre todas as coisas e tudo mais será ordenado em nossa vida.

sábado, 7 de setembro de 2019

Paróquia de Sant’Ana promove semana de conscientização sobre o dízimo

Entre os dias 01 e 07 de setembro de 2019, diversas ações aconteceram na Paróquia de Sant’Ana, de Bom Jardim, no Agreste pernambucano, coordenadas pela Pastoral do Dízimo paroquial, em parceira com algumas pastorais e movimentos, e assistidas pelos Padres Severino Fernandes (Pároco) e Eduardo José (Vigário Paroquial), com o propósito de esclarecer alguns pontos sobre o dízimo e sua importância para a sobrevivência da Paróquia, nas dimensões: Litúrgica; Pastoral, Comunitária; Social; Missionária e Vocacional.


A “Semana Paroquial do Dízimo”, contou com uma programação que abrangeu a cidade e as comunidades rurais, contemplando algumas residências e capelas, com os encontros que refletiram sobre o dízimo como ato de devolução a Deus do que gratuitamente recebemos d’Ele, sua aplicabilidade, dinâmica de evangelização e fundamento bíblico; além das visitas missionárias do “balão da partilha”, símbolo da campanha, e de Celebrações Eucarísticas.


Para Laurinete Alves, Coordenadora Paroquial do Dízimo, o engajamento dos fiéis, por meio do dízimo, é fundamental para a manutenção das ações de evangelização e de promoção do bem comum promovidas pela Paróquia. “Existem várias formas de participar da Igreja, o dízimo é uma delas. E para manter a nossa Igreja Paroquial viva e fortalecida, precisamos responder com o nosso ‘sim’ a Deus, para que o Seu Reino aconteça, em nossa comunidade. O dízimo é compromisso de todos! Simboliza a nossa devolução ao Senhor por meio da Igreja, do pouco de muito que Ele nos dá”, frisou a coordenadora.


O dízimo é uma contribuição voluntária, regular, periódica e proporcional aos rendimentos recebidos, que todo batizado deve assumir como dever pessoal, em relação à manutenção da vida da Igreja local onde vive sua fé. O dízimo é uma forma concreta de manifestar a fé em Deus providente, um modo de viver a esperança em seu Reino de vida e justiça, um jeito de praticar a caridade na vida em comunidade. É ato de fé, de esperança e de caridade. (Padre Anderson Marçal / Canção Nova)

Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant’Ana – PASCOM

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Principais dúvidas sobre o dízimo

O que é dízimo?

Dízimo é um ato de gratidão a Deus, do qual recebemos tudo que temos. É devolução a Ele, de um pouco do que d'Ele recebemos por meio da Igreja, para que o Seu Reino aconteça entre nós. É manifestação de nosso amor a Deus e aos irmãos. É partilha dos bens que estão a nosso dispor, especialmente com os mais necessitados. Contudo com a inspiração, com que cada um vê ou percebe o dízimo, vai atribuir-lhe um significado. Assim ouve-se que é gesto de amor, de agradecimento, de expressão de fé, de solidariedade, de fraternidade, retribuição aos dons e bênçãos de Deus, manifestação de responsabilidade para com a Igreja e o plano de Deus, e outros inúmeros qualificativos que buscam defini-lo. De fato, o dízimo assume diferentes expressões em razão do que o motiva (por que o oferto?) ou de sua destinação (para que o oferto?). Mas uma palavra enfeixa, todas as suas possíveis definições: Amor. Num primeiro momento, devo reconhecer pelos dons gratuitos que recebo de Deus, a começar pela vida, pela saúde, pela inteligência, o imenso amor que ele tem por mim. Depois manifesto de forma objetiva, minha gratidão, retribuindo a ele este sentimento, em gesto concreto de amor, através dos meus irmãos.


O dízimo é, pois, uma retribuição, que fazemos a Deus de parte, do que gratuitamente d'Ele recebemos, um pouco de nós mesmos. E o que fazemos, através da Igreja, para que ela possa cumprir a missão da qual Jesus a incumbiu.

O dízimo é uma contribuição voluntária, regular, periódica e proporcional aos rendimentos recebidos, que todo batizado deve assumir como obrigação pessoal, mas também como direito em relação à manutenção da vida, da igreja local, onde vive sua fé. O dízimo é compromisso de cada cristão. Representa a aceitação consciente do dom de Deus, e a disposição fiel, de colaborar com seu projeto de felicidade para todos. Dízimo é agradecimento e partilha, já que tudo o que temos e recebemos, vem de Deus e pertence a Deus. Devolução a Deus por meio da Igreja, do pouco de muito que Ele nos dá. Contribuição para com a comunidade da qual fazemos parte pelo Batismo. Partilha que nasce do amor aos irmãos e irmãs, principalmente em relação aos empobrecidos. E o que o dízimo não é? Não é esmola, oferta ou coleta. O dízimo não deve ser uma prática filantrópica, mas um gesto religioso.

Dízimo ou oferta?

Existe uma grande diferença entre dízimo e oferta, embora ambos seja fruto de nossa fé, do nosso reconhecimento, da nossa gratidão para com Deus, da nossa generosidade, de nosso coração.

Dízimo: É devolver a Deus com fidelidade, uma parte de tudo aquilo que ele próprio nos dá como primícias da nossa renda. Quer dizer que toda vez que Ele nos dá, nós separamos as primícias, a parte consagrada a Ele e fazemos a devolução. Se a nossa renda é a colheita, nós daremos o nosso dízimo quando realizarmos nossa colheita no campo. Se a nossa renda é o nosso salário, devolvemos nosso dízimo como primeiro gesto de gratidão a Deus, logo que recebemos nosso salário. Se a nossa renda for o fruto da renda de algum bem, daremos o dízimo da nossa renda ao receber o que ganhamos, com a venda daquele bem.

Oferta: É livre, não tem momento certo. Depende da necessidade de quem solicita e da disponibilidade de quem oferece. O dízimo tem um destino certo: A Igreja de Jesus Cristo, para a realização da obra de Deus de acordo com um plano pastoral, que abrange a dimensão religiosa, social e missionária. Este plano tem continuidade, não pode sofrer interrupções, por isso deve contar com recursos regulares. É o dízimo que deve sustentar o plano pastoral da Igreja, para a realização da obra de Deus. As ofertas se destinam geralmente para a realização das obras complementares, ou para alguma emergência pessoal ou comunitária, ou ajudar o plano pastoral da Igreja, mas como acréscimo ao dízimo, que constitui a pastoral de sustentação da vida paroquial.

Dízimo, para quê?

Nosso dízimo, aquele pedacinho de  vida de cada um de nós ofertado a Deus, vai permitir que Ele se manifeste através da Igreja pela proclamação de Sua Palavra, pela sagrada Eucaristia, pelos sacramentos, pelo socorro aos carentes, pelo trabalho missionário. De tudo isso, o dizimista precisa estar sempre informado, é seu direito. Mas certamente, saber que contribuiu para que o pão e o vinho chegassem até o altar no ofertório, para, em seguida na consagração, serem transformados no corpo e sangue de Jesus Cristo, será o bastante para justificar no sacrifício do Cristo o seu próprio sacrifício de oferecer-se no seu dízimo. O dízimo aponta em seu propósito, para quatro elementos, como se fossem os quatro  pontos cardeais: para Deus, para o Próximo, para a Criação e para Nós mesmos.

Para Deus: O dízimo nos leva a reconhecer Seu soberano domínio e os benefícios que vem de Suas mãos. Deus é o proprietário do mundo e em particular daquilo que nos concedeu.

Para o próximo: Move-nos á generosidade, á prática da caridade e em muitos casos a vivência da justiça. Tem uma dimensão salvífica (MT 25-31,46). É uma amostra de nossa generosidade, que nos faz crescer por dentro, educa no amor e contribui, para a verdadeira união entre os membros da comunidade.

Para a criação: Leva a nos mostrar livres ante as coisas materiais, como tenentes de Deus na criação. Não se trata de condenar os bens materiais, mas é um convite para que caminhemos sem apegos e sem cair na escravidão do materialismo.

Para nós mesmos: Move-nos a perceber os valores transcendentes e nossas expectativas de salvação, nos permite ver o irmão necessitado. Permite que nos afastemos do pecado insaciável da ganância.

Por que a dificuldade de oferecer o dízimo?

Vivemos numa sociedade em que o dinheiro e o lucro ocupam o lugar de Deus e das pessoas. Jesus Cristo nos adverte que é impossível servir a dois senhores, adorando a Deus e ao dinheiro ao mesmo tempo. Mesmo assim há cristãos que seguem a proposta do mundo. A sociedade materialista e consumista em que vivemos, nos ensina a reter, concentrar, possuir, ter, ganhar, consumir, acumular. Somos incentivados a ter corações egoístas e fechados. O Evangelho ao contrário, nos ensina que só quem é generoso e não tem medo de repartir está,  de fato, aberto a recolher os benefícios de Deus. São dois projetos bem diferentes: a sociedade consumista e egoísta, ou,  o reino da partilha e da justiça. É preciso fazer uma escolha, entre  o Reino de Deus e  o reino do dinheiro.

Posso dar dízimo em forma de oferta ou serviços?

Deve-se combinar bem com a equipe do dízimo. Pode também ser em doações, só que a bíblia fala claro: mesmo dando um animal para sacrifício, a família não esta dispensada do dízimo. O dízimo na bíblia é sagrado e não se negocia com nada. Por isso, as coletas na Missa, não dispensam o dízimo. A bíblia é bem clara: quem pode dar 10%, deve dá-lo. Quem pode dar 10%, não deve dar 8%. Quem pode dar 5%, não deve dar 2% ou 3%.  A Igreja no Brasil pede pelo menos 1% (centésimo), mas quem pode dar mais, deve dá-lo.

O dízimo, como fazer?

O dízimo deve ser oferecido, cada vez que se recebe algo: o salário, uma doação ou o resultado de uma venda importante. Podemos dizer que o dízimo é mensal. Assim como você recebe seu salário todo mês, também mensalmente, deverá doar seu dízimo todo mês. Se o católico, não doar seu dízimo todo mês, ele dará apenas aquilo que sobrar, algumas vezes, e isso não é dízimo, mesmo em grande quantidade. A contribuição mensal do dízimo favorece a organização da pastoral do dízimo, na comunidade, na Paróquia e na Diocese. Sabendo quanto recebe mensalmente, de dízimo, a Igreja pode fazer, seus orçamentos e previsões, bem como prestar contas regularmente ao povo. O dízimo deve ser levado à igreja. Deve ser entregue na secretaria, ou a alguém da Pastoral do Dízimo, ao final das Missas e celebrações.

O dízimo, para onde vai?

O dízimo, todo ele é investido na Igreja. Uma pequena porcentagem é entregue a cúria diocesana, que esta a serviço da comunidade. O restante é dividido entre a comunidade doadora e a sede paroquial. O dízimo tem destino certo. Ele é direcionado, para seis dimensões evangelizadoras:

Litúrgica (Despesas com o culto): Toalhas, velas, flores, folhas de canto, luz, água, vinho, hóstias...

Pastoral (Despesas com as pastorais): Catequese, retiros, livros, cartazes, formações...

Comunitária (Remuneração): Dos padres, funcionários, manutenção do prédio, da casa paroquial, da secretaria...

Social (promoção humana e social): Assistência aos pobres, idosos, crianças, dependentes químicos...

Missionária (Colaboração): Com as Paróquias pobres da Diocese, e de outras Dioceses, com as missões...

Vocacional (Formação): De lideranças, como padres, ministros, catequistas, agentes de pastorais...

Dizimo, experiência de fé

O amor e generosidade têm de caracterizar a nossa contribuição. Não se contribui para se querer receber, mas porque somos gratos a Deus que nos dá tudo. O amor evidencia a nossa necessidade de querer agradecer. O dízimo é uma resposta de amor e gratidão a Deus. Cada cristão deve sentir no coração, o apelo espontâneo e se comprometer com a Igreja. O dízimo é um desafio de fé: portanto é uma oferta espontânea, comunitária, alegre e generosa, consciente e sistemática. Não é uma taxa, tributo, para alívio de consciência. Contribuindo com o dízimo, o cristão está sendo ajudado, e ajudando a sua Igreja a ser mais missionária. Está testemunhando e expressando a sua fé, e está atento as necessidades de seus irmãos mais pobres, que necessitam ser ajudados e promovidos. O dízimo que temos, é o orgulho da comunidade que somos.

A alegria de ser dizimista

Amo minha igreja, sou dizimista. Este lema nos ajuda a entender, o quanto o dízimo faz parte da vida cristã, e de como é belo e sereno participar do dízimo. Quem não vive a profundidade da fé, certamente olhará o dízimo como mais uma taxa a ser paga. De imediato, queremos saber o que teremos em troca, ou, ainda, porque desconfiamos que o dízimo seja apenas uma forma de arrecadação, desnecessária, já que a Igreja não precisa de dinheiro. Toda evangelização necessita de recursos, então o dízimo ajuda para que Jesus Cristo seja anunciado e conhecido por todos, através de diferentes pastorais. Somos obrigados a pagar muitas taxas e impostos e com isso, corremos o risco de confundir o dízimo como mais uma taxa que nos foi imposta. Porém o dízimo está presente desde o início da história do povo de Deus. Dízimo não é invenção, é sinal de fé e gratidão. Quem tem fé e sabe agradecer, tem mais alegria. Pedimos tanto a Deus, que o nosso dízimo seja portador de muita alegria e gratidão. Mais do que buscar explicações, vamos fazer a experiência de ofertar com alegria o nosso dízimo. Quem oferece o dízimo, não deve ficar triste, e nem deve ficar perdendo tempo reclamando, ou questionando, onde será aplicado. Quem participa de uma comunidade, sabe onde o dízimo é aplicado. Não podemos ter dúvidas, e nem desconfiança. O dízimo é um sinal de fé, e de amor a Igreja de Jesus, que é a nossa Igreja. Amo minha Igreja, sou dizimista. Vivo mais feliz por ofertar, um pouco do muito que Deus me concede, todos os dias.

Dízimo, pertença e co-responsabilidade

Um dia através do Batismo, ingressamos na comunidade cristã. Somos membros desta grande família de católicos do mundo inteiro. O Espírito Santo é nosso guia, é Ele quem nos torna participantes da Igreja, nos inspira para que coloquemos a serviço dos irmãos, os nossos dons e partilhemos o nosso pão. Entre tantas formas de participar da Igreja, o dízimo é uma delas. Não faz muito tempo que o dízimo passou a fazer parte das reflexões e da organização comunitária. No entanto, o dízimo acompanha a caminhada cristã desde os seus primórdios. Primeiro os hebreus, depois os cristãos, sempre ofereceram a Deus parte da colheita e outros dons para o sustento das comunidades. O dízimo é uma prática que tem sua origem na bíblia, e consequentemente, é sempre atual. Dízimo é um sinal de fé e gratidão. Quem tem fé, acolhe a palavra de Deus, participa e passa a entender o verdadeiro significado do  dízimo. No seguimento de Jesus Cristo, o dízimo não é tido como um peso, pois Deus faz muito mais por nós. Nosso "obrigado", será sempre pequeno, diante de tantas maravilhas que Ele realiza. Importa então, que o dízimo seja uma expressão de gratidão e fé. "porque faço parte da minha Igreja, ofereço o meu dízimo" quem é fiel na oferta do dízimo, faz a experiência de uma vida diferente, pois a graça de dar, gera a graça de receber. Deus ama a quem dá com alegria. Que cada um possa dizer como  tantos: "sou dizimista, amo a minha Igreja".

O dízimo e seus ideais

Individualmente em cada pessoa, como povo e Igreja, Deus quer aplicar Seu amor, bondade e partilha. E se assim, caminharmos como Igreja e no dízimo, seremos sinal de Deus no mundo, a serviço do amor, da vida e do Evangelho. Este é o objetivo tão essencial do dízimo. Veio para atender as dimensões e necessidades do homem e da Igreja: "gerar partilha, mas gerar vida". Deus não institui o dízimo para gerar dinheiro na Igreja. Ele o institui, para o bem de seu próprio povo e da Igreja. O dízimo que devolvemos a Deus, "doamos a nós mesmos", pois somos povo e participante da Igreja.

domingo, 1 de setembro de 2019

Evangelho do 22º Domingo do Tempo Comum

Aconteceu que, num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. E eles o observavam. Jesus notou como os convidados escolhiam os primeiros lugares. Então contou-lhes uma parábola: “Quando tu fores convidado para uma festa de casamento, não ocupes o primeiro lugar. Pode ser que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu, e o dono da casa, que convidou os dois, venha te dizer: ‘Dá o lugar a ele’. Então tu ficarás envergonhado e irás ocupar o último lugar. Mas, quando tu fores convidado, vai sentar-te no último lugar. Assim, quando chegar quem te convidou, te dirá: ‘Amigo, vem mais para cima’. E isto vai ser uma honra para ti diante de todos os convidados. Porque quem se eleva, será humilhado e quem se humilha, será elevado”. E disse também a quem o tinha convidado: “Quando tu deres um almoço ou um jantar, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos. Pois estes poderiam também convidar-te e isto já seria a tua recompensa. Pelo contrário, quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. Então tu serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos”. (Lc 14,1.7-14)


Optemos pelo último lugar

Jesus foi convidado para participar de um banquete na casa do chefe dos fariseus. Ele observou que os convidados escolhiam os primeiros lugares. Não há problema nenhum em sentarmos à frente nas celebrações ou em outros lugares, mas neste contexto, eles estão escolhendo os primeiros lugares porque se acham dignos dos primeiros e dos melhores lugares. Muitas vezes, nos comportamos assim no mundo, na sociedade, temos uma visão elevada de nós, sempre achamos que merecemos o melhor, que nós somos os melhores. Merecemos sim o melhor, mas não podemos nos achar melhores do que os outros, porque os primeiros lugares estavam reservados para as pessoas que eram dignas daquele lugar. Quando nos colocamos na frente porque somos dignos, importantes; por estarmos em primeiro lugar, esse sentimento terrível toma conta de nós e nos deprimimos, nos retraímos. Nos frustramos na vida todas as vezes que não somos tratados como achávamos que deveríamos ser, ou seja, quando acordamos para a vida e percebemos que não somos essa coisa toda que sempre achávamos que deveríamos ser. A grande virtude da vida é a humildade que nos dá realmente a docilidade para vivermos bem e com sanidade nessa vida. Porque quem não é humilde, com certeza, sofre muito nesta vida, pois o sentimento de grandeza alinhado ao orgulho e à soberba nos leva à frustração, à decepção e a estacionarmos na vida, porque queríamos ser o mais lembrado, o mais querido e o mais importante. Criamos uma condição de acharmos que estamos sempre em alta e assim por diante. O mais importante é acordar para a vida, é reconhecer a nossa condição, é começar sempre de baixo e estar no último lugar. Eu sei que vivemos numa mentalidade de época onde filosofias e programas querem levantar a nossa autoestima: “Você tudo pode. Você é o mais importante. Você é o melhor”. Mas quando caímos em nós, percebemos que nem sempre somos os melhores, que nós temos limites, fraquezas; que, hoje, temos muita energia e, amanhã, não teremos; hoje, temos uma extrema saúde e, amanhã, não teremos. Por isso, é sempre importante escolher o último lugar, porque, depois, Deus vai nos dar um lugar melhor do que aquele que achamos merecer e buscamos. Não vamos nos estressar, não vamos brigar, não vamos nos decepcionar, não vamos viver uma frustração terrível porque achamos ser aquilo que não somos. Por isso, muitos que acham que são os primeiros, serão os últimos; e, muitos que hoje se elevam, depois serão humilhados pela própria vida.