domingo, 20 de dezembro de 2020

4º Domingo do Advento

Naquele tempo, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da virgem era Maria. O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!”. Maria ficou perturbada com essas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”. Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?”. O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, porque para Deus nada é impossível”. Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se. (Lc 1,26-38)

Acolhamos a graça de Deus em nossa vida

Assim como Maria silenciou-se, parou-se e extasiou-se da presença de Deus para não só escutar o que Ele realizava nela, mas para permitir que a obra d’Ele nela se realizasse, nós hoje somos convidados a parar, contemplar, meditar e também a nos extasiar diante daquilo que Deus realiza no meio de nós. Maria é a serva escolhida, ela é o protótipo, o modelo de ser humano que se coloca por inteiro para fazer a vontade do Senhor. Deus se encarnou no meio de nós no ventre dela. Quando o anjo diz: “Alegra-te cheia de graça”, é porque toda a graça de Deus, a graça mais plena e sublime d’Ele habita nela. Já contemplei e contemplo tantas graças de Deus na história da humanidade e na minha própria vida, mas não posso negar que não há graça maior do que viver no ventre de uma mulher, onde Deus se fazer morada. Não posso negar que não há graça maior de se contemplar à luz da fé do que ver Deus que veio até nós, e o caminho escolhido foi se encarnar no ventre dessa mulher. Por isso ela é agraciada, por isso ela é cheia de graça, por isso nela Deus habita e se agracia. A segunda coisa é que ela não precisa temer, como nós não precisamos ter medo daquilo que Deus realiza. Se ela encontrou graça diante d’Ele, e a graça que ela encontrou foi dar à luz ao Filho eterno de Deus, a quem se coloca o nome de Jesus porque Ele é nosso Salvador, Deus também tem uma graça para realizar em nós. Toda graça parte dessa graça sublime, e a graça maior que temos é Jesus entre nós. Só pode considerar a sua vida arruinada, desgraçada e perdida aquele que se perdeu de Jesus, que não O acolheu, não permitiu ser Ele o Senhor e Salvador da sua vida. Porque o Jesus que se encarna em Maria veio para ser Salvador de todos nós. Por isso, acolhamos o Senhor, pois não há graça maior na vida do que acolher Jesus como Senhor e Salvador. Maria acolheu, deu à luz, colocou-se toda serva do Senhor para que nela toda a Palavra de Deus se realizasse. Sejamos servos do Senhor, permitamos que a Palavra de Deus se faça vida em nossa vida e se realize na vida de cada um de nós.

Canção Nova / Paróquia de Sant’Ana Bom Jardim – Pernambuco

sábado, 12 de dezembro de 2020

Nossa Senhora de Guadalupe

Num sábado, no ano de 1531, a Virgem Santíssima apareceu a um indígena que, de seu lugarejo, caminhava para a cidade do México a fim de participar da catequese e da Santa Missa enquanto estava na colina de Tepeyac, perto da capital. Este índio convertido chamava-se Juan Diego (canonizado pelo Papa João Paulo II em 2002).

Nossa Senhora disse então a Juan Diego que fosse até o bispo e lhe pedisse que naquele lugar fosse construído um santuário para a honra e glória de Deus.

O bispo local, usando de prudência, pediu um sinal da Virgem ao indígena que, somente na terceira aparição, foi concedido. Isso ocorreu quando Juan Diego buscava um sacerdote para o tio doente: “Escute, meu filho, não há nada que temer, não fique preocupado nem assustado; não tema esta doença, nem outro qualquer dissabor ou aflição. Não estou eu aqui, a seu lado? Eu sou a sua Mãe dadivosa. Acaso não o escolhi para mim e o tomei aos meus cuidados? Que deseja mais do que isto? Não permita que nada o aflija e o perturbe. Quanto à doença do seu tio, ela não é mortal. Eu lhe peço, acredite agora mesmo, porque ele já está curado. Filho querido, essas rosas são o sinal que você vai levar ao Bispo. Diga-lhe em meu nome que, nessas rosas, ele verá minha vontade e a cumprirá. Você é meu embaixador e merece a minha confiança. Quando chegar diante dele, desdobre a sua “tilma” (manto) e mostre-lhe o que carrega, porém, só em sua presença. Diga-lhe tudo o que viu e ouviu, nada omita…”.

O prelado viu não somente as rosas, mas o milagre da imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, pintada prodigiosamente no manto do humilde indígena. Ele levou o manto com a imagem da Santíssima Virgem para a capela, e ali, em meio às lágrimas, pediu perdão a Nossa Senhora. Era o dia 12 de dezembro de 1531.

Uma linda confirmação deu-se quando Juan Diego fora visitar o seu tio, que sadio narrou: “Eu também a vi. Ela veio a esta casa e falou a mim. Disse-me também que desejava a construção de um templo na colina de Tepeyac e que sua imagem seria chamada de ‘Santa Maria de Guadalupe’, embora não tenha explicado o porquê”. Diante de tudo isso muitos se converteram e o santuário foi construído.

O grande milagre de Nossa Senhora de Guadalupe é a sua própria imagem. O tecido, feito de cacto, não dura mais de 20 anos e este já existe há mais de quatro séculos e meio. Durante 16 anos, a tela esteve totalmente desprotegida, sendo que a imagem nunca foi retocada e até hoje os peritos em pintura e química não encontraram na tela nenhum sinal de corrupção.

No ano de 1971, alguns peritos inadvertidamente deixaram cair ácido nítrico sobre toda a pintura. E nem a força de um ácido tão corrosivo estragou ou manchou a imagem. Com a invenção e ampliação da fotografia descobriu-se que, assim como a figura das pessoas com as quais falamos se reflete em nossos olhos, da mesma forma a figura de Juan Diego, do referido bispo e do intérprete se refletiu e ficou gravada nos olhos do quadro de Nossa Senhora. Cientistas americanos chegaram à conclusão de que estas três figuras estampadas nos olhos de Nossa Senhora não são pintura, mas imagens gravadas nos olhos de uma pessoa viva.

Declarou o Papa Bento XIV, em 1754: “Nela tudo é milagroso: uma Imagem que provém de flores colhidas num terreno totalmente estéril, no qual só podem crescer espinheiros… uma Imagem estampada numa tela tão rala que através dela pode se enxergar o povo e a nave da Igreja… Deus não agiu assim com nenhuma outra nação”.

Coroada em 1875 durante o Pontificado de Leão XIII, Nossa Senhora de Guadalupe foi declarada “Padroeira de toda a América” pelo Papa Pio XII no dia 12 de outubro de 1945.

No dia 27 de janeiro de 1979, durante sua viagem apostólica ao México, o Papa João Paulo II visitou o Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe e consagrou a Mãe Santíssima toda a América Latina, da qual a Virgem de Guadalupe é Padroeira. Nossa Senhora de Guadalupe, rogai por nós!

Canção Nova / Paróquia de Sant'Ana Bom Jardim - Pernambuco

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

A Virgem Aparecida é nossa Mãe: ela nos gera para a vida de Cristo

Desde crianças, aprendemos a ter grande devoção para com a Mãe de toda bondade: Nossa Senhora Aparecida. Aprendemos isso no berço familiar: no colo da mãe, nos conselhos da avó, no terço rezado pelo pai, na catequese e nas orientações do padre. A Virgem Aparecida é nossa Mãe, nossa ajuda e proteção; é da nossa casa, da nossa vida; Mãe de Jesus e nossa, sempre ao nosso lado. Com ela, conversamos assuntos do dia a dia. Ela não falha, é forte, é amor de Deus por nós. Podemos lhe suplicar em constantes e contínuas preces, e ela se torna nossa advogada.

Assim, unidos e próximos da Virgem Aparecida, pelos méritos da ‘Mãe de Misericórdia’, e junto daquela que concebera o Verbo cheio de graça e de verdade, nós vamos conceber e dar à luz o espírito da verdade evangélica. Maria nos inicia e auxilia no seguimento do Senhor Jesus Cristo, Seu Filho crucificado. Jesus a deu, como Mãe, a nós. A Senhora de Aparecida é nossa Mãe: ela nos gera para a vida de Cristo; ensina-nos a escutar nosso Senhor, crer e viver Sua Palavra. Ela assim fez quando disse: “Faça-se em mim segundo a tua palavra”.

Aparecida nas águas

A Virgem Aparecida é a eleita e consagrada pela Santíssima Trindade. É instrumento privilegiado do dom central da Encarnação. Assim, nós a contemplamos fazendo parte do desígnio salvífico da Trindade. Nesse sentido, gosto de escutar o que São Francisco rezava: “E rendemo-vos graças, porque, se por vosso Filho nos criastes, pelo mesmo verdadeiro e santo amor com que nos amastes o fizestes nascer como verdadeiro Deus e verdadeiro homem, da gloriosa, beatíssima, santa e sempre Virgem Maria”.

Meditando o Evangelho da Anunciação, apercebemo-nos, logo, do grande dom do Pai: a Sua Palavra, Jesus Cristo: “Esta Palavra do Pai, tão digna, tão santa e tão gloriosa, o altíssimo Pai a enviou do céu, por seu arcanjo São Gabriel, ao seio da Santa Virgem Maria, de cujo seio recebeu a verdadeira carne da nossa humanidade e fragilidade” (São Francisco). Assim, nesses dias, Deus nos deu Sua Mãe, Aparecida nas águas do Paraíba do Sul. Ela nos é dada como presente do céu para nos dar o melhor que podemos desejar: Seu Filho Jesus. Ela é Aparecida nas águas, para ser Mãe de Jesus em nosso viver; quer nos ajudar a gerar, em nós, e a fazer aparecer a vida do seu Filho Bendito, em nossa existência. Ela vai sussurrando o modo de fazer isso: “Fazei tudo o que Ele vos disser”.

Deus nos deu Sua Mãe

Agradecemos ao Pai e cantamos o dom que Ele nos mandou: Seu Filho. Ele o fez nascer da bem-aventurada Virgem Santa Maria. Ela trouxe, em seu santíssimo seio, o Filho de Deus, e ainda O traz, sempre que a invocamos, pois é a cheia de Deus, a Mãe de Deus e nossa Mãe. Somos gratos a Virgem Aparecida pelo presente maior. Somos gratos a Deus por nos dar Sua Mãe.

Deus nos dá sempre o que de melhor precisamos. Assim, Ele nos deu e dá Sua filha e serva, a Virgem Aparecida, para ser nossa Mãe; e nela Ele se oferece a nós. Assim, na maternidade de Maria, podemos ver a origem da nossa vida evangélica, bem como a origem de toda a Família de Deus. Que maravilha! conhecemos Jesus e podemos viver o Evangelho, porque Maria disse ‘sim’ a Deus!

Maria deu à luz o Deus atraente. Viva a Virgem Aparecida, Mãe de Deus e nossa!

Canção Nova / Paróquia de Sant'Ana Bom Jardim - Pernambuco

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Campanha Missionária 2020

Tema: A vida é missão | Lema: “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8)

As Pontifícias Obras Missionárias (POM) têm a responsabilidade de organizar a Campanha Missionária, realizada sempre no mês de outubro, na Igreja de todo o Brasil. Colaboram nesta ação a CNBB por meio da Comissão para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial, a Comissão para a Amazônia e outros organismos que compõem o Conselho Missionário Nacional (COMINA).


Mesmo vivendo um tempo diferente, em que o mundo passa por uma pandemia que mudou nossas relações, a Campanha Missionária em 2020 quer ser um sinal de esperança para tantas vidas doadas de forma solidária. O tema escolhido “A vida é missão” e o lema “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8) irão nos ajudar no crescimento da consciência missionária.

Ser discípulo missionário está além de cumprir tarefas ou fazer coisas. O Papa Francisco lembra que “a missão no coração do povo não é uma parte da minha vida, ou ornamento a ser posto de lado. É algo que não posso arrancar do meu coração” (Alegria do Evangelho, 27).

Nós cristãos somos convidados a defender e cuidar da vida em todas as suas dimensões. Jesus de Nazaré definiu sua ação no mundo como o Divino Cuidador: “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo10,10). Esse também deve ser o compromisso de todos os missionários e missionárias, pois a vida é missão.

A vida é o bem fundamental e básico em relação a todos os demais bens e valores da pessoa. Para a ética, a vida é um bem, mais que um valor. Deus, ao contemplar a criação, “viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31).

Todo missionário é convidado a educar o olhar sobre as realidades de dor e, sobretudo, saber contemplar o belo, como fazia São Francisco de Assis, encantando-se com as criaturas presentes pelo caminho.

Oração do Mês Missionário

Deus Pai, Filho e Espírito Santo,
fonte transbordante da missão,
Ajuda-nos a compreender
que a vida é missão,
dom e compromisso.
Que Maria, nossa intercessora
na cidade, no campo,
na Amazônia e em toda parte,
ajude, cada um de nós,
a ser testemunhas proféticas
do Evangelho,
numa Igreja sinodal
e em estado permanente
de missão.
Eis-me aqui, Senhor, envia-me!
Amém!

Arte da Campanha Missionária

A arte da Campanha Missionária de 2020 foi idealizada tendo como conceito base a missão como janela aberta para a vida. A imagem da janela representa a capacidade do ser humano interagir com o mundo ao seu redor e assim despertar o real e generoso interesse para com o seu semelhante. A janela aberta representa a atitude de acolhida para com o mundo, uma ponte que nos coloca em diálogo com os desafios da vida para além de nossas fronteiras pessoais.

No centro desta janela aberta para a vida é apresentada a figura do Papa Francisco, que tem a missão encarnada em sua vida, não somente como Pastor da Igreja universal, mas antes de tudo cristão, vocacionado e homem dedicado ao bem dos seus irmãos. Nesta imagem, o Papa é representado na espontaneidade, postura de quem acolhe, se envolve e cuida. Ele se coloca como exemplo de doação pelos valores do Reino e nesta época, tão carente de referenciais, nos dá o exemplo de uma vida onde a missão se entrelaça com as mais simples situações do quotidiano e se coloca em sintonia com os ensinamentos de Jesus.

A moldura desta construção conceitual para a Campanha Missionária 2020 é um fundo branco, como uma tela de pintura, que tem a intenção de mostrar a centralidade desta vida que ganha sentido e cor somente na medida em que é vivida como missão, como doação e entrega aos irmãos.

Nesta tela em branco, o toque do pincel traz as marcas do artista. Todos são chamados a deixar a própria marca nos horizontes desta vida em missão. Nosso modo único de lidar com as situações, nossos talentos e capacidades a serviço do Reino de Deus, fazem toda a diferença e podem colorir a vida em tons extraordinários e inesperados.

Novena Missionária

A Novena Missionária convida a mergulhar no tema da vida, vida que se faz missão em diferentes realidades do Brasil que tem presente tantas dores, feridas trazidas pela pandemia do Coronavírus. Cada um de nós aprendeu, sensíveis a essa experiência, a ser uma Igreja mais samaritana, sinodal em estado permanente de missão.

Para colaborar com a reflexão, a Novena Missionária reflete a vida e o testemunho dos diferentes sujeitos da missão que, com ousadia e a seu modo, pronunciam: “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8). Durante os nove dias rezaremos o tema “A vida é missão” que se desdobra na vida missionária das famílias; dos seminaristas; da vida consagrada; da infância e adolescência missionária; dos ministros ordenados; da juventude; da Amazônia e dos idosos e enfermos.

Em cada dia da Novena, o método da Leitura Orante da Palavra ilumina e orienta a nossa vida na missão. O objetivo é criar comunhão, rezar, refletir e incentivar para o compromisso, tendo presente os diversos aspectos da Missão. A Novena pode ser feita pelos grupos de reflexão, famílias, nas comunidades ou escolas.

A capa do livrinho também traz o Zapcode. Para utilizá-lo basta baixar gratuitamente o Aplicativo Zappar no Smartphone (celular e tablet). Depois, ao direcionar o aparelho para a capa é possível assistir a um vídeo e acessar os conteúdos da Campanha Missionária.

terça-feira, 1 de setembro de 2020

Mês da Bíblia 2020

O mês de setembro tornou-se referência para o estudo e a contemplação da Palavra de Deus, tornando-se em todo o Brasil, desde 1971, o Mês da Bíblia. Desde o Concílio Vaticano II, convocado em dezembro de 1961, pelo papa João XXIII, a Bíblia ocupou espaço privilegiado na família, nos círculos bíblicos, na catequese, nos grupos de reflexão, nas comunidades eclesiais.

“Já são quase 50 anos que temos essa tradição de dedicar um mês para o estudo mais aprofundado da Palavra de Deus, então é extremamente importante que as comunidades se deixem reunir e experimentar a Palavra de Deus. A Bíblia é para nós a Palavra de Deus revelada, a forma que Ele dialoga continuamente conosco na história”, afirma irmã Izabel Patuzzo, assessora da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB.

Este ano, 2020, a Igreja no Brasil comemora o Mês da Bíblia, em sintonia com a Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), fundamentando-se no livro do Deuteronômio, com o lema “Abre tua mão para o teu irmão” (Dt 15,11). É um livro rico em reflexões morais e éticas, com leis para regular as relações com Deus e com o próximo. Destaca-se no Deuteronômio a preocupação de promover a justiça, a solidariedade com os pobres, o órfão, a viúva e o estrangeiro. São leis humanitárias encontradas também no Código da Aliança (Ex 20-23).

E o Texto-Base para o Mês da Bíblia deste ano, segundo o arcebispo de Curitiba, dom José Antônio Peruzzo, quer oferecer ao leitor atual a experiência de fé daqueles que primeiramente acederam ao que Deus queria revelar de si mesmo. “Seus autores querem aproximar os leitores de hoje dos protagonistas de ontem. É como se os de outrora e os de agora se reunissem para conversar sobre aquele Deus que se revelou, que se deixou conhecer”, afirma o presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Elaborado por um grupo de professores especializados, o texto-base do Mês da Bíblia foi publicado recentemente pela Editora da CNBB, a Edições CNBB. É um instrumento para que as comunidades possam estudar e interpretar o livro e possam atualizar a Palavra de Deus para o contexto vivido. “Gostaria de convidar, motivar as lideranças para que estudem o texto-base, tenham contato com o texto para que em setembro possa-se realizar melhor os encontros bíblicos”, exorta padre Jânison de Sá, assessor da Comissão para a Animação Bíblico Catequética da CNBB.

O texto-base, além de apresentar o contexto e os objetivos do livro, traz informações sobre as características itinerárias e vocabulário, além de sua importância teológica. “É um livro extramente importante porque ele se apresenta como uma orientação para a comunidade israelita e também para nós. Teve uma grande influência no Antigo Testamento. Foi reelaborado, atualizado por várias vezes por ser extremamente importante”, explica irmã Izabel Patuzzo, assessora da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB.

Encontros Bíblicos

Além do texto-base, há o subsídio para os encontros bíblicos. Neste ano, foram preparados cinco encontros na metodologia da Leitura Orante, que garante uma pedagogia interativa e mistagógica. Ao final, há ainda sugestões de cantos que podem ser utilizados nos diversos momentos. “Que cada família possa adquirir o seu livreto dos encontros para fazê-los em casa, pois são muito importantes para que as famílias possam continuar-se alimentando da palavra de Deus e neste ano conhecendo melhor o livro do Deuteronômio, que é um livro importante do Antigo Testamento”, afirma Padre Jânison.

CNBB / Paróquia de Sant'Ana Bom Jardim - Pernambuco

domingo, 30 de agosto de 2020

Evangelho do 22º Domingo do Tempo Comum

Naquele tempo, Jesus começou a mostrar a seus discípulos que devia ir a Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos sumos sacerdotes e dos mestres da Lei, e que devia ser morto e ressuscitar no terceiro dia. Então Pedro tomou Jesus à parte e começou a repreendê-lo, dizendo: “Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isso nunca te aconteça!”. Jesus, porém, voltou-se para Pedro e disse: “Vai para longe, Satanás! Tu és para mim uma pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas sim as coisas dos homens!”. Então Jesus disse aos discípulos: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois, quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la. De fato, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua vida? O que poderá alguém dar em troca de sua vida? Porque o Filho do Homem virá na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com sua conduta”. (Mt 16,21-27)


É necessário viver as renúncias

Para ser discípulo de Jesus é necessário seguir as exigências d’Ele. Muitas vezes, somos movidos por empolgações, e as empolgações são assim: “Acho aquilo bacana, eu quero”, mas não medimos as consequências daquilo que estamos fazendo. Tudo o que fazemos na vida tem exigências, mas não gostamos de exigências, gostamos de tudo muito feito, prático e mágico, de tudo muito no “toquei, aconteceu”. Tudo aquilo que, de fato, é bom, é autêntico, só com exigências que podemos seguir. Se você quer começar a viver uma vida disciplinada, quer emagrecer, você tem que seguir algumas exigências. As regras são duras, você tem que levantar cedo, correr, malhar, alimentar-se… São exigências! Para seguir Jesus não é diferente. Muita gente quer segui-Lo, mas não quer exigências, e por isso não O seguem de verdade, vivem uma ilusão de que estão no caminho de Deus, mas estão sempre no caminho, nunca entram na estrada, nunca entram para valer, porque, para entrar para valer, primeiro é preciso renunciar. Não gostamos de renúncia, gostamos só de ter as coisas, mas temos que renunciar tempo, nome e comodidades. É necessário viver renúncias. O jovem que quer se casar sabe que para se casar é preciso renunciar, por isso muitos casamentos não dão certo, porque o rapaz ou a moça quer viver como se estivesse solteiro, com aquela vida independente e moderna. Para viver uma vida a dois é necessário muita renúncia. O casal quer ter filhos… é graça de Deus. Filho é graça e bênção, mas tem que ter muita renúncia para cuidar e criar nos tempos em que vivemos. Não se deixe levar pelas propagandas das facilidades, é engano e ilusão. Tudo o que na vida tem valor só se adquire com muita renúncia. O jovem quer jogar bola, quer ser um jogador profissional, vai ter que ter muita renúncia e muita disciplina, não basta ter talento. O rapaz tem que renunciar bastante tempo para conseguir o que quer. Eu poderia dizer tantas coisas, mas se quer, primeiro tem que saber renunciar e depois tomar a cruz. O Reino de Deus é o Reino do Crucificado, nós seguimos Jesus Crucificado, então, nós também nos crucificamos a cada dia carregando a nossa cruz da vida, das obrigações e responsabilidades. Renúncia não é fuga, é renunciar a vontade própria para abraçar, a cada dia, as obrigações que são próprias da vida. Abraçar os limites, as dificuldades, a família que temos e as situações em que nos encontramos. E vamos ser felizes seguindo o Mestre Jesus!

sábado, 1 de agosto de 2020

Mês Vocacional 2020: Comissão preparou programação e convida todos a rezarem juntos pelas vocações

A Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em parceria com a Edições CNBB, a Pastoral Vocacional, a Pastoral Familiar e a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) preparou uma programação especial durante o mês de agosto para juntos, toda Igreja no Brasil, rezar pelo despertar das vocações.


“Amados e chamados por Deus” (Chv, 112) é o tema que inspira e faz reconhecer que cada ser humano é amado por Deus, chamado pelo Pai e enviado a viver de forma plena a sua vocação, como cristãos, de diferentes maneiras, na própria Igreja e na sociedade. O lema escolhido para a vivência do mês é “És precioso aos meus olhos. Eu te amo”  (Is 43,1-5).

“Neste ano de 2020, a primeira verdade é que Deus nos ama, então isso está muito presente no tema e no lema. O tema “Amados e chamados por Deus” e o lema inspirado em Isaías “És precioso aos meus olhos. Eu te amo”, é uma citação bíblica que consta no documento do Papa, na Exortação Apostólica Christus Vivit, então a primeira verdade é que Deus nos ama e que nunca deveremos duvidar disso, apesar de que possa nos acontecer na vida momentos difíceis. Em qualquer circunstância somos amados infinitamente, então o mês vocacional quer de algum modo enfatizar esta vocação: fomos chamados a amar, porque fomos antes de tudo amados”, afirma dom José Alburquerque, bispo referencial da Pastoral Vocacional.

Programação

A programação do mês é variada e conta com a realização de lives em parceria com a Editora da CNBB, a Edições CNBB, e também com a oração do terço vocacional que será transmitido, ao vivo, às quartas-feiras, pelas emissoras de inspiração católica. Todas as lives poderão ser acompanhados nas redes sociais da Conferência (@cnbbnacional) e da Edições CNBB (@edicoescnbb). O terço também poderá ser acompanhado pelas redes da CNBB.

1º Semana

A primeira semana do mês, de 2 a 8 de agosto, é dedicada às vocações dos diáconos, presbíteros e bispos (ministérios ordenados).

Na ocasião, no dia 03 de agosto, às 15h, haverá uma live em parceria com a Editora da CNBB, a Edições CNBB, com o tema “Amados e chamados por Deus”. A iniciativa buscará abordar a importância do Mês Vocacional, e contará com a participação de dom José Albuquerque de Araújo, padre José Alir Moreira e padre Juarez Albino Destro.

Já no dia 05 de agosto, às 15h30, haverá o terço vocacional dedicado às vocações dos diáconos, presbíteros e bispos. A iniciativa será transmitida, ao vivo, pela TV Aparecida e demais emissoras católicas.

2ª Semana

A segunda semana do mês de agosto, de 9 a 15, é dedicada à vocação do pai, mãe e filhos e a viver em família. Para esta ocasião, há a Celebração da Semana Nacional da Família, com subsídios específicos, organizada pela Pastoral Familiar.

No dia 10 de agosto, às 15h, haverá uma live em parceria com a Edições CNBB sobre a “Vocação matrimonial e do diácono permanente”, com a participação do dom João Francisco Salm, diácono Francisco Salvador Pontes Filho e padre João Candido da Silva Neto.

Já no dia 12 de agosto, às 15h30, o terço vocacional será em prol das famílias e poderá ser acompanhado, ao vivo, pela TV Horizonte e emissoras católicas.

3ª Semana

A terceira semana do mês, de 16 a 22, é dedicada à vocação das pessoas de vida consagrada, os que fazem os votos de Castidade, Pobreza e Obediência. Este ano, pela primeira vez, será realizada a Semana Nacional da Vida Consagrada motivada pela Conferência dos Religiosos do Brasil. A programação pode ser acessada  no site oficial da CRB.

No dia 17 de agosto, às 15h, haverá a live em parceria com a Edições CNBB, com o tema “Vocação e Institutos Seculares”, com a participação de dom João Inácio Müller, Aparecida de Guadalupe Cafaro, padre Juarez Albino Destro.

E no dia 19 de agosto, às 15h30, o terço vocacional é dedicado à vocação à vida consagrada e será transmitido, ao vivo, pela TV Evangelizar e demais emissoras católicas.

4ª semana

A quarta e última semana, de 23 a 29, é dedicada à vocação dos cristãos leigos e leigas e seus diversos serviços na comunidade.

Por isso, no dia 24 de agosto, às 15h, será realizada uma live em parceria com a Edições CNBB sobre o tema da vocação dos cristãos leigos e leigas e a paróquia vocacional, com dom João Francisco Salm, Sônia Gomes de Oliveira, padre João Cândido da Silva Neto.

No dia 26 de agosto, às 15h30, o terço é dedicado à vocação dos cristãos leigos e leigas e será transmitido, ao vivo,  pela TV Pai Eterno e emissoras católicas.

E no dia 31 de agosto, às 15h, a live em parceria com a Edições CNBB será sobre a vocação sacerdotal, com a participação de dom André Vital Félix da Silva, padre José Adelson da Silva Rodrigues e padre João Cândido da Silva Neto.

Hora Vocacional

Aos sábados, das 10 às 11h, a Revista Vocacional (Rogate) organiza lives próprias também para a ocasião. A programação pode ser acessada no site oficial da revista.

domingo, 26 de julho de 2020

Avós, símbolos de experiências

Celebramos o Dia dos Avós (26/jul). Não se trata de mais uma data comemorativa criada com fins comerciais, mas de um dia de reflexão e agradecimento àqueles que tanto contribuem para a formação dos netos, sendo sua companhia cada vez mais constante e necessária no cenário atual, visto que os pais precisam trabalhar fora.


A sabedoria adquirida com o tempo

Nossos avós – e todos os idosos, de modo geral – são as pessoas que mais devem ser valorizadas como símbolos de experiência e sabedoria. Eles trazem consigo o testemunho de décadas, de gerações de avanços, modernidade e mudanças de comportamento.

Hoje, muitos deles consideram que o tempo não tem a mesma importância de outrora, tanto que o relógio de pulso é usado apenas como acessório.

Se hoje eles têm a pele flácida, o corpo mais sensível e a visão enfraquecida, devemos nos lembrar de que nem sempre foi assim. Afinal, já batalharam muito e dedicaram suas vidas ao cuidado da família. São tão dignos de carinho e respeito quanto nossos pais. Por isso, jamais devemos nos esquecer do verdadeiro valor deles.

Valorizar o idoso

Ser avô e avó, fazer parte da terceira ou quarta idade, não pode mais ser relacionado à invalidez, à inoperância ou à inutilidade. Grande parte ainda contribui com a mesma sociedade que os descarta, haja vista o elevado número de idosos responsáveis financeiramente por seus lares, cuidando de filhos e netos.

É muito triste constatar que em muitas famílias os idosos são tratados como objetos antigos. Há pessoas que costumam tecer comentários desrespeitosos a respeito dos mais velhos da casa, reclamando que só dão trabalho, que são lentos ou doentes. Quanta injustiça! Sua presença ensina aos mais novos o tesouro de enxergar o mundo com os olhos do coração.

Verdadeiros tesouros

Quem souber aproveitar o convívio com essas figuras que acumulam sabedoria de duas gerações, certamente terá muito a aprender com seus conselhos. Nossos avós detêm o conhecimento e a sabedoria que não são aprendidos nos livros e estão sempre dispostos a partilhar. São verdadeiros tesouros em nossa vida.

terça-feira, 21 de julho de 2020

Programação: Semana da Excelsa Padroeira Sant’Ana

Em razão da pandemia do novo coronavírus – COVID-19, conforme orienta o Decreto do nosso Bispo Diocesano, Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, emitido no dia 22 de junho de 2020, excepcionalmente, este ano, não realizaremos a tradicional novena preparatória para o dia da festa da nossa Excelsa Padroeira, a Senhora Sant’Ana. Porém, preparamos uma programação especial intitulada de “Semana da Excelsa Padroeira Sant’Ana”, que será vivenciada no período de 19 a 26 de julho de 2020, com a seguinte programação:


Dia 19/07 – 16º Domingo do Tempo Comum
Aniversário de 149 Anos de Emancipação Política de Bom Jardim

07h30: Celebração Eucarística
Público: 50 pessoas no total
Local: Igreja Matriz de Sant’Ana

10h00: Celebração Eucarística
Público: 50 pessoas no total
Local: Igreja Matriz de Sant’Ana
Transmissão: Facebook e Instagram / Rádio Cult FM 98,5

19h00: Celebração Eucarística
Público: 50 pessoas no total
Local: Igreja Matriz de Sant’Ana
Transmissão: Facebook e Instagram / Rádio Cult FM 98,5

Dia 20/07 – Segunda-feira

19h00: Live “A Celebração Eucarística: Pão em todas as mesas” / “A Eucaristia em família”
Transmissão: Facebook e Instagram

Dia 21/07 – Terça-feira

19h00: Live “A espiritualidade do encontro” / Encontro de irmãos com lideranças de algumas Comunidades
Transmissão: Facebook e Instagram

Dia 22/07 – Quarta-feira

19h00: Live Musical “Sant’Ana, adoradora do Deus único”
Transmissão: Facebook e Instagram

Dia 23/07 – Quinta-feira
Adoração ao Santíssimo Sacramento

08h00 às 15h00: Exposição do Santíssimo Sacramento
15h00: Hora da Misericórdia
Público: 50 pessoas no total
Local: Igreja Matriz de Sant’Ana
Transmissão: Facebook e Instagram

19h00: Live “Sant'Ana, avó de Jesus Cristo, o Salvador”
Transmissão: Facebook e Instagram

Dia 24/07 – Sexta-feira

19h00: Live Musical “Sant’Ana, guia e mestra”
Transmissão: Facebook e Instagram

Dia 25/07 – Sábado

19h00: Celebração Eucarística
Público: 50 pessoas no total
Local: Igreja Matriz de Sant’Ana
Transmissão: Facebook e Instagram / Rádio Cult FM 98,5

Dia 26/07 – 17º Domingo do Tempo Comum
Dia de Sant’Ana e São Joaquim / Dia dos Avós

07h30: Celebração Eucarística
Público: 50 pessoas no total
Local: Igreja Matriz de Sant’Ana
Transmissão: Instagram

10h00: Celebração Eucarística
Público: 50 pessoas no total
Local: Igreja Matriz de Sant’Ana
Transmissão: Facebook e Instagram / Rádio Cult FM 98,5

15h00: Passeio com a Imagem de Sant’Ana, percorrendo as principais ruas da cidade
Transmissão: Facebook

18h00: Apresentação Musical
19h00: Celebração Eucarística
Público: 50 pessoas no total
Local: Igreja Matriz de Sant’Ana
Transmissão: Facebook e Instagram / Rádio Cult FM 98,5

A sua participação é motivo de alegria para nós! Que Sant’Ana, nossa Excelsa Padroeira, interceda a Deus por nós, conferindo saúde, proteção, fortalecimento e esperança de que tudo isso irá passar.

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Nossa Senhora do Carmo

Ao olharmos para a história da Igreja, encontramos uma linda página marcada pelos homens de Deus, mas também pela dor, fervor e amor à Virgem Mãe de Deus: é a história da Ordem dos Carmelitas, da qual testemunha o cardeal Piazza: “O Carmo existe para Maria e Maria é tudo para o Carmelo, na sua origem e na sua história, na sua vida de lutas e de triunfos, na sua vida interior e espiritual”.


Carmelo (em hebraico, “carmo” significa vinha; e “elo” significa senhor; portanto, “Vinha do Senhor”): este nome nos aponta para a famosa montanha que fica na Palestina, donde o profeta Elias e o sucessor Elizeu fizeram história com Deus e com Nossa Senhora, que foi prefigurada pelo primeiro numa pequena nuvem (cf. I Rs 18,20-45).

Estes profetas foram “participantes” da Obra Carmelita, que só vingou devido à intervenção de Maria, pois a parte dos monges do Carmelo que sobreviveram (século XII) da perseguição dos muçulmanos chegaram fugidos na Europa e elegeram São Simão Stock como seu superior geral; este, por sua vez, estava no dia 16 de julho intercedendo com o Terço, quando Nossa Senhora apareceu com um escapulário na mão e disse-lhe: “Recebe, meu filho, este escapulário da tua Ordem, que será o penhor do privilégio que eu alcancei para ti e para todos os filhos do Carmo. Todo o que morrer com este escapulário será preservado do fogo eterno”.

Vários Papas promoveram o uso do escapulário e Pio XII chegou a escrever: “Devemos colocar, em primeiro lugar, a devoção do escapulário de Nossa Senhora do Carmo – e ainda – escapulário não é ‘carta-branca’ para pecar; é uma ‘lembrança’ para viver de maneira cristã, e assim, alcançar a graça duma boa morte”.

Neste dia de Nossa Senhora do Carmo, não há como não falar da história dos Carmelitas e do escapulário, pois onde estão os filhos aí está a amorosa Mãe. Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!

terça-feira, 14 de julho de 2020

Qual o verdadeiro significado do escapulário?

Muitas pessoas utilizam o escapulário por modismo ou, simplesmente, porque outros o usam, mas não sabem o verdadeiro significado dele.

São muitos os que usam o escapulário ou outros objetos de devoção sem saber seu real significado, pior ainda quando o usam como um amuleto, algo mágico que “dá sorte“, que livra as pessoas do “mau-olhado” ou coisa semelhante. Como se o verdadeiro sentido não viesse do coração daquele que usa tal objeto, o qual, conhecendo seu verdadeiro significado, usa-o para sinalizar algo que está em seu íntimo, em sua fé, em seus propósitos e conversão.


Muitos usam cruzes, medalhinhas, terços e vários escapulários de Nossa Senhora do Carmo como modismo, porque todo mundo está usando ou porque “aquele artista” usou na novela.

Compreenda por que devemos utilizar o escapulário e descubra seu significado para a Igreja

O escapulário ou bentinho do Carmo é um sinal externo de devoção mariana, que consiste na consagração a Santíssima Virgem Maria, por meio da inscrição na Ordem Carmelita, na esperança de sua proteção maternal. O escapulário do Carmo é um sacramental. No dizer do Vaticano II, “um sinal sagrado, segundo o modelo dos sacramentos, por intermédio do qual significam efeitos, sobretudo espirituais, que se obtêm pela intercessão da Igreja” (SC 60).

“A devoção do escapulário do Carmo fez descer sobre o mundo copiosa chuva de graças espirituais e temporais” (Pio XII, 6/8/50).

A devoção ao escapulário de Nossa Senhora do Carmo teve início com a visão de São Simão Stock. Segundo a tradição, a Ordem do Carmo atravessava uma fase difícil entre os anos 1230-1250. Recém-chegada à Europa como nômade, expulsa pelos muçulmanos do Monte Carmelo, a Ordem atravessava um período crítico. Os frades carmelitas encontravam forte resistência de outras ordens religiosas para sua inserção. Eram hostilizados e até satirizados por sua maneira de se vestir. O futuro dos carmelitas era dirigido por Simão Stock, homem de fé e grande devoto de Nossa Senhora.

O escapulário era um avental usado pelos monges durante o trabalho para não sujar a túnica. Colocado sobre as escápulas (ombros), o escapulário é uma peça do hábito que ainda hoje todo carmelita usa. Com o tempo, estabeleceu-se um escapulário reduzido para ser dado aos fiéis leigos. Dessa forma, quem o usasse poderia participar da espiritualidade do Carmelo e das grandes graças que a ele estão ligadas; entre outras o privilégio sabatino. Em sua bula, chamada sabatina, Papa João XXII afirma que aqueles que usarem o escapulário serão depressa libertados das penas do purgatório no sábado, que se seguir a sua morte. As vantagens do privilégio sabatino foram ainda confirmadas pela Sagrada Congregação das Indulgências, em 14 de julho de 1908.

O escapulário é feito de dois quadradinhos de tecido marrom unidos por cordões, tendo de um lado a imagem de Nossa Senhora do Carmo, e de outro o Coração de Jesus, ou o brasão da Ordem do Carmo. É uma miniatura do hábito carmelita, por isso é uma veste. Quem se reveste do escapulário passa a fazer parte da família carmelita e se consagra a Nossa Senhora. Assim, o escapulário é um sinal visível da nossa aliança com Maria.

Compromissos de quem utiliza o escapulário

É importante destacar algumas atitudes que devem ser assumidas por quem se reveste desse sinal mariano:

• Colocar Deus em primeiro lugar na sua vida e buscar sempre realizar a vontade d’Ele.
• Escutar a Palavra de Deus na Bíblia e praticá-la na vida.
• Buscar a comunhão com Deus por meio da oração, que é um diálogo íntimo que temos com Aquele que nos ama.
• Abrir-se ao sofrimento do próximo, solidarizando-se com ele em suas necessidades, procurando solucioná-las.
• Participar, com frequência, dos sacramentos da Igreja, da Eucaristia e da confissão, para poder aprofundar o mistério de Cristo em sua vida.

Eu fui revestido com o escapulário, no dia 16 de julho de 1996, quando estava no noviciado da Canção Nova. Nesse dia, consagrei minha afetividade e sexualidade aos cuidados da Virgem Maria, que pode contar sempre com os meus esforços e abertura de coração, para ser digno de receber as graças dessa santa devoção.

domingo, 12 de julho de 2020

15º Domingo do Tempo Comum

Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-se às margens do mar da Galileia. Uma grande multidão reuniu-se em volta dele. Por isso, Jesus entrou numa barca e sentou-se, enquanto a multidão ficava de pé, na praia. E disse-lhes muitas coisas em parábolas: “O semeador saiu para semear. Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, e os pássaros vieram e as comeram. Outras sementes caíram em terreno pedregoso, onde não havia muita terra. As sementes logo brotaram, porque a terra não era profunda. Mas, quando o sol apareceu, as plantas ficaram queimadas e secaram, porque não tinham raiz. Outras sementes caíram no meio dos espinhos. Os espinhos cresceram e sufocaram as plantas. Outras sementes, porém, caíram em terra boa, e produziram à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por semente. Quem tem ouvidos, ouça!”. Os discípulos aproximaram-se e disseram a Jesus: “Por que falas ao povo em parábolas?”. Jesus respondeu: “Porque a vós foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não é dado. Pois à pessoa que tem será dado ainda mais, e terá em abundância; mas à pessoa que não tem será tirado até o pouco que tem. É por isso que eu lhes falo em parábolas: porque olhando, eles não veem, e ouvindo, eles não escutam nem compreendem. Desse modo se cumpre neles a profecia de Isaías: ‘Havereis de ouvir, sem nada entender. Havereis de olhar, sem nada ver. Porque o coração deste povo se tornou insensível. Eles ouviram com má vontade e fecharam seus olhos, para não ver com os olhos, nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o coração, de modo que se convertam e eu os cure’. Felizes sois vós, porque vossos olhos veem e vossos ouvidos ouvem. Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não viram, desejaram ouvir o que ouvis, e não ouviram. Ouvi, portanto, a parábola do semeador: Todo aquele que ouve a palavra do Reino e não a compreende, vem o Maligno e rouba o que foi semeado em seu coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho. A semente que caiu em terreno pedregoso é aquele que ouve a palavra e logo a recebe com alegria; mas ele não tem raiz em si mesmo, é de momento; quando chega o sofrimento ou a perseguição, por causa da palavra, ele desiste logo. A semente que caiu no meio dos espinhos é aquele que ouve a palavra, mas as preocupações do mundo e a ilusão da riqueza sufocam a palavra, e ele não dá fruto. A semente que caiu em boa terra é aquele que ouve a palavra e a compreende. Esse produz fruto. Um dá cem, outro sessenta e outro trinta”. (Mt 13,1-23)


Permitamos que a Palavra produza bons frutos em nós

A graça do Evangelho do dia de hoje, é nos colocarmos na perfeita comunhão com aquilo que é a eficácia da Palavra de Deus em nossa vida. O bom semeador, Jesus, veio semear no meio de nós a Palavra que dá vida, resgata, cura e transforma. E Jesus não fazia outra coisa, a não ser anunciar e proclamar a Palavra. O problema não é a Palavra, porque ela é poderosa, é eficaz, mas a recepção que cada um de nós damos à Palavra de Deus. A recepção acontece na cabeça, no coração e no interior de cada um de nós. É interessante observar que terreno é o coração de cada um de nós. Estamos, muitas vezes, como esse terreno, onde estamos à beira do caminho e deixamos que a Palavra caia, mas ela cai na beirada, ela não cai no interior para ficar guardada. Vêm os pássaros, as distrações, as ocupações e, tão facilmente, roubam a Palavra de Deus de dentro de nós. Estamos aqui ouvindo, mas a cabeça está em outro lugar, estamos participando da Missa, mas nos ocupando de outras coisas. Como somos distraídos! E todo distraído é assaltado, é roubado, e o que o mundo mais faz é nos roubar a Palavra de Deus, porque vivemos em verdadeiras distrações, ou seja, facilmente roubam a nossa atenção e a Palavra de Deus que é semeada no meio de nós. Muitas vezes, somos como aquele terreno pedregoso, a Palavra de Deus cai em nós, mas as sementes não produzem porque a terra não é profunda. Por falta de profundidade, por falta de nos dedicarmos com seriedade, a Palavra se perde. Nós até ouvimos a Palavra e dizemos: “Que linda!”. “Maravilhosa”… Começamos até a meditá-la, mas não deixamos cair nas raízes mais profundas da alma para ir dilacerando o que é do mal, para ir nos convertendo a cada dia. Até admiramos: “Que linda a Palavra de Jesus”. “Que Palavra maravilhosa”; mas não cai na profundidade da alma. Há tantos anos escutamos a Palavra de Deus e não nos convertemos a ela. Mas, às vezes, somos sufocados porque a Palavra de Deus é semeada, é lançada, mas, em meio a tantos espinhos, essa Palavra logo é sufocada. São os espinhos das preocupações, das paixões e das ocupações mundanas que temos. A coisa que mais escutamos na vida é: “Eu tenho tantas coisas para fazer”; “Eu sou tão ocupado”. Eu semeio dia e noite a Palavra de Deus, e vejo como tem pessoas que se viram de madrugada ou no meio da noite para se aplicar à Palavra de Deus, mas quando escutamos alguém dizer: “Estou sem tempo”, é porque a Palavra de Deus não é prioridade, a prioridade é aquilo que sufoca: seus problemas, ocupações e inquietações. Que lamentável! Porque Deus enviou a Sua Palavra para que ela caia em nós e produza muitos frutos. Que nos tornemos, realmente, um bom terreno onde a Palavra de Deus cresça, fecunde e possamos saborear frutos mais saborosos.

domingo, 28 de junho de 2020

Solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo

Naquele tempo, Jesus foi à região de Cesaréia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?”. Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”. Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?”. Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”. (Mt 16,13-19)


Pedro e Paulo nos ensinam a trabalhar pela unidade

Hoje, temos a graça de celebrar os apóstolos Pedro e Paulo, duas colunas fundamentais para a nossa fé. Homens diferentes, com têmperas diferentes, com visões de mundo e de fé diferentes, convertidos em épocas diferentes, vivendo em contextos diferentes, mas unidos em um só coração, no coração de Jesus. Quando falamos naquilo que Deus uniu, imaginamos que seja somente a união conjugal, mas Deus é aquele que une os diferentes. Como Ele une a mulher que é diferente do homem, e eles se tornam uma só realidade, Ele congrega numa mesma fé, no Seu coração, pessoas em contextos políticos, culturais e sociais diferentes. Pedro ignorante, no sentido pejorativo da palavra, um pobre pescador, tornou-se chefe da Igreja. Paulo, um homem hábil, inteligente, sábio, conhecedor como ninguém da religião judaica, convertido muito depois de Jesus já morto e ressuscitado, aquele que perseguia os cristãos, vai agora se associar a esse grupo para se tornar também um pescador e um semeador da Palavra de Deus nos corações. Métodos e formas diferentes até de encarar o próprio Evangelho não os fizeram, de forma nenhuma, distantes um do outro. Pedro, com o dom da unidade, como aquele que representa a cabeça da Igreja; e Paulo com o dom missionário, como aquele que é incansável em levar aos corações a Palavra do Senhor nosso Deus. A Igreja que precisa de Pedro e de Paulo, a Igreja que não precisa de uniformidade, a Igreja que precisa dessa diversidade de carismas, de dons, de talentos, a Igreja que precisa de todos num só coração, e que precisa, primeiro, respeitar as diferenças. No mundo onde cresce a intolerância, inclusive, no mundo religioso, como precisamos das figuras de Pedro e de Paulo, da intercessão desses homens, sobretudo, da escola de vida que vem deles! Que aprendamos a combater o bom combate como nos ensina Paulo. Mas o bom combate não é combater o outro, não é falar mal do outro, não é se colocar contra o outro. O bom combate é combatermos dentro de nós primeiro, nosso orgulho, nossa soberba e pretensão de sermos os donos da verdade e “cairmos do cavalo” como Paulo caiu para nos submetermos a Cristo Jesus. Cairmos das nossas pretensões humanas como Pedro caiu para nos submetermos a Jesus. E assim seremos, juntos, como Pedro e Paulo – de escolas diferentes, de pensamentos diferentes, de situações muito distintas – e trabalharemos com um único empenho: fazer Jesus mais conhecido, amado, adorado e exaltado. Enquanto continuarmos querendo nos promover e nos impor, não iremos evangelizar de verdade, e formaremos discípulos para pensar como nós. Pedro não fez discípulos para si, nem Paulo. Eles tinham companheiros, ajudantes, e fez de todos eles servos de Jesus Cristo, apaixonados pela cruz de Cristo. Pedro e Paulo nos ensinam a trabalhar pela unidade. Por isso, hoje, também é o Dia do Papa. Em Francisco, figura viva, que nos representa Pedro hoje, trabalhemos com empenho, com o ardor apostólico de Paulo submissos à unidade da única Igreja de Cristo.

quinta-feira, 25 de junho de 2020

COMUNICADO

Em cumprimento do Decreto do Bispo da Diocese de Nazaré, Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, emitido no dia 22 de junho de 2020, acerca da retomada gradual das Celebrações Litúrgicas e demais atividades religiosas, a partir do próximo sábado, dia 27 de junho de 2020, no contexto da pandemia do novo coronavírus – COVID-19, em comunhão com as autoridades governamentais e de saúde, a Paróquia de Sant’Ana vem a público comunicar a todos os fiéis que compõe a sua abrangência territorial pastoral as seguintes orientações:


1 – Para participar das Missas, os fiéis deverão fornecer o seu nome, idade, endereço e contato, por método de agendamento prévio, na Secretaria Paroquial ou pelo telefone (81) 3638-1274, nos dias (de terça a domingo) e horários regulares de funcionamento (08h00 às 10h00); exceto os pertencentes ao chamado “grupo de risco”, idosos (acima de 60 anos) e crianças (abaixo de 10 anos).

2 – Só poderão ter acesso ao interior da igreja e participar das Missas aqueles que fazerem uso OBRIGATÓRIO da máscara e corresponderem às exigências antes citadas; e que não apresentem sintomas de gripe ou resfriado, podendo, inclusive, utilizarem o seu próprio álcool 70% ou qualquer outro equipamento que diminua o risco de contaminação, além de água para consumo próprio/individual.

3 – Os participantes deverão respeitar o distanciamento determinado por meio de indicativos/demarcações nos bancos e corredor principal, nas áreas classificadas como de circulação e acesso, ocupando apenas 30% da capacidade da igreja matriz (50 pessoas no total).

4 – Missas e Sacramentos serão realizados, inicialmente, apenas na Igreja Matriz de Sant’Ana, nos seguintes dias e horários:

Quinta-feira
08h00 às 15h00: Exposição do Santíssimo Sacramento
09h00 às 12h00: Atendimento/Confissões
15h00: Hora da Misericórdia

Sábado
19h00: Celebração Eucarística

Domingo
07h30, 10h00 e 19h00: Celebração Eucarística

5 – Fica ainda em caráter de suspensão temporária a realização de festas de padroeiro ou qualquer outra atividade que não atenda às orientações contidas no Decreto da Diocese de Nazaré, emitido no dia 22 de junho de 2020.

Que Sant’Ana, nossa Excelsa Padroeira, interceda a Deus por nós, conferindo saúde, proteção, fortalecimento e esperança de que tudo isso irá passar.

Padre Severino Fernandes de Moura
Pároco

Padre Eduardo José da Silva
Vigário Paroquial

terça-feira, 23 de junho de 2020

Natividade de São João Batista

No dia 24 de junho, a Igreja celebra a festa da natividade de João, o batista. De todos os santos, João é o único do qual celebramos o nascimento. Todos os outros têm a festa celebrada no dia da morte. Conta a tradição que quando João nasceu sua mãe teria acendido uma grande fogueira para anunciar o nascimento do bebê. Assim, sua prima Maria poderia saber do acontecido mesmo de longe, ao ver o sinal de fumaça no céu.


João nasceu de Isabel, que era prima de Maria, mãe de Jesus. De acordo com os evangelhos, João foi o precursor do ministério de Jesus. Ainda no ventre da mãe, João alegrou-se com a chegada de Maria. Foi ele quem batizou Jesus nas águas do rio Jordão e apontou para seus discípulos o “Cordeiro de Deus”.

Os evangelistas apresentam João como precursor do Messias. O dia de seu nascimento é chamado de "Aurora da Salvação". João inicia sua missão alguns anos antes de Jesus iniciar a sua própria missão.

Ele era um filho muito desejado por seus pais, Isabel e Zacarias, ela estéril e ele de origem sacerdotal e já com idade bem avançada. Conforme a indicação de Lucas, Zacarias recebeu o anúncio do anjo de que seria pai. Duvidou e ficou mudo. Isabel, confiante, gerou João, o último profeta. O menino foi crescendo e fortificando-se em espírito e viveu nos desertos até o dia em que se apresentou diante de Israel.

Com palavras firmes, pregava a conversão e a necessidade do batismo de penitência. Anunciava a vinda do Messias prometido e esperado. Sua originalidade era o convite a receber a purificação com água no rio Jordão, prática chamada batismo. Daí o seu apelido de Batista.

Ele morre degolado sob o governo do rei Herodes Antipas, por defender a moralidade e os bons costumes. O seu martírio é também celebrado na liturgia da Igreja.

terça-feira, 16 de junho de 2020

A Festa do Sagrado Coração de Jesus

A Igreja celebra a Festa do Sagrado Coração de Jesus na sexta-feira da semana seguinte à Festa de Corpus Christi. O coração é mostrado na Escritura como símbolo do amor de Deus. No Calvário o soldado abriu o lado de Cristo com a lança (cf. João 19,34). Diz a Liturgia que "aberto o seu Coração divino, foi derramado sobre nós torrentes de graças e de misericórdia". Jesus é a Encarnação viva do Amor de Deus, e seu Coração é o símbolo desse Amor. Por isso, encerrando uma conjunto de grandes Festas (Páscoa, Ascensão, Pentecostes, Santíssima Trindade, Corpus Christi), a liturgia nos leva a contemplar o Coração de Jesus.


Este sagrado Coração é a imagem do amor de Jesus por cada um de nós. É a expressão daquilo que São Paulo disse: "Eu vivi na fé do Filho de Deus, que me amou e se entregou a si mesmo por mim" (Gálatas 2,20). É o convite a que cada um de nós retribua a Jesus este amor, vivendo segundo a Sua vontade e trabalhando com a Igreja pela salvação das almas.

Muitos Santos veneraram o Coração de Jesus. Santo Agostinho disse: "Vosso Coração, Jesus, foi ferido, para que na ferida visível contemplássemos a ferida invisível de vosso grande amor". São João Eudes, grande propagador desta devoção no século XVII, escreveu o primeiro ofício litúrgico em honra do Coração de Jesus, cuja festa se celebrou pela primeira vez na França, em 20 de outubro de 1672.

Jesus revelou o desejo da Festa ao seu Sagrado Coração à religiosa Santa Margarida Maria Alacoque, na França, mostrando-lhe o “Coração que tanto amou os homens e é por parte de muitos desprezado”. S. Margarida teve como diretor espiritual o padre jesuíta S. Cláudio de la Colombière, canonizado por João Paulo II, e que se incumbiu de progagar a grande Festa.

O Papa Pio XII afirmou que tudo o que S. Margarida declarou "estava de acordo com a nossa fé católica". Este foi um grande sinal a mais da misericórdia e da graça para as necessidades da Igreja, especialmente num tempo em que grassava a heresia do jansenismo (do bispo francês Jansen) que ensinava uma religião triste e ameaçadora.

O Papa Clemente XIII aprovou a Missa em honra do Coração de Jesus e Pio X, dia 23 de agosto de 1856, estendeu a Festa para toda a Igreja a ser celebrada na sexta-feira da semana subseqüente à festa de Corpus Christi. O papa Leão XIII consagrou o mundo ao Sagrado Coração de Jesus. Paulo VI disse certa vez que ela é garantia de crescimento na vida cristã e garantia da salvação eterna.
Entre as Promessas que Jesus fez à Santa Margarida está a das Nove Primeiras Sextas Feiras do mês: aos fiéis que fizerem a Comunhão em nove primeiras sextas-feiras de cada mês, seguidas e sem interrupção, prometeu o Coração de Jesus a graça da perseverança final, o que significa que a pessoa nunca deixará a fé católica e buscará a sua santificação. São as chamadas Comunhões reparadoras a Jesus pela ofensa que tantas vezes seu Sagrado Coração é tão ofendido pelos homens.

Pio XII disse: "Nada proíbe que adoremos o Coração Sacratíssimo de Jesus Cristo, enquanto é participante e símbolo natural e sumamente expressivo daquele amor inexaurível em que, ainda hoje, o Divino Redentor arde para com os homens".

Essas são as Promessas que Jesus fez:

"No extremo da misericórdia do meu Coração onipotente, concederei a todos aqueles que comungarem nas primeiras sextas feiras de cada mês, durante nove meses consecutivos a graça do arrependimento final. Eles não morrerão sem a minha graça e sem receber os SS. sacramentos. O meu coração naquela hora extrema ser-lhe-á seguro abrigo".

As outras promessas do Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque:

1 – Conceder-lhe-ei todas as graças necessárias ao seu estado.
2 – Porei a paz em suas famílias.
3 – Consolá-los-ei nas suas aflições.
4 – Serei seu refúgio na vida e especialmente na hora da morte.
5 – Derramarei copiosas bênçãos sobre suas empresas.
6 – Os pecadores encontrarão no meu Coração a fonte, oceano infinito de misericórdia.
7 – Os tíbios se tornarão fervorosos.
8 – Os fervorosos alcançarão rapidamente grande perfeição.
9 – Abençoarei os lugares onde estiver exposta e venerada a imagem do meu Coração.
10 – Darei aos sacerdotes a força de comover os corações mais endurecidos.
11 – O nome daqueles que propagarem esta devoção ficará escrito no meu Coração e de lá nunca será apagado.