Deus é tão perfeito que fez cada um de nós de um jeito diferente. Ele é único ao nos criar; logo, somos também únicos. Ouvi um “graças a Deus”?
Ao nos criar, o Senhor nos dotou com um jeito de receber e dar amor. Agora, somemos isso à educação familiar de cada um, ou seja, à maneira como a mãe, o pai e os irmãos nos amaram. Adicionemos também a nossa maneira de nos relacionarmos com os amigos, com os colegas, os professores etc. Juntando tudo isso, teremos uma noção de como, no decorrer de nossa história, fomos sendo educados no amor. Cada um dá sua parcela e age de determinada forma, e nós reagimos de outra!
Em algumas famílias, por exemplo, o jeito de amar é todos se sentarem à mesa e passarem horas a fio na refeição, trocando ideias do que cada um vive e sente. Para outras, amar é estar na varanda com seus pratos super à vontade conversando alto e tal. Cada um foi amado de um jeito e respondeu de outro. Isso é bonito, pois diz de nossa identidade. Não há como falar que um é melhor que o outro, são jeitos diferentes e pronto!
Quando trazemos tudo isso para o namoro, podemos ter dificuldades de entender a forma de amar e ser amado do outro! E aí, meu amigo, nada sairá da maneira como pensávamos. Assim, se não entendemos a maneira como ela se sente amada, podemos pensar que estamos “abafando” ao enviar uma carta a ela, quando, na verdade, ela está mais interessada no tempo que passaremos juntos do que aquilo que escrevemos na carta.
Para mim, amar é dar algo que esteja cheio de afeto; mas, para ela, se sentir amada está na quantidade e na qualidade do tempo que passamos juntos.
Cada ser humano nasce com uma forma de identificar, dar e receber amor. No livro ‘As cinco linguagens do amor’, de Gary Chapman, ele, após várias experiências em encontros com casais, disse que “o amor não apresenta uma linguagem universal, mas cada um tem a sua ‘linguagem de amor’”. Desse modo, elencou cinco delas e cada uma possui certos “dialetos”, ou seja, uma maneira concreta com que essa linguagem se expressa!
Sabendo e acreditando que a pessoa humana é um eterno mistério e que somos muito diferentes uns dos outros, creio que temos muitas outras linguagens de amor e que cada um pode viver seu próprio “idioma”. Mas é bacana a reflexão feita por Chapman, nesse livro, valendo a pena termos como referência as cinco linguagens e, quem sabe, na aventura de se descobrir e descobrir o outro, você não encontrará outras, não é?
Falar em nosso “idioma de amor” para alguém é o mesmo que ler um livro inteiro em alemão, sem nunca ter tido contato com a língua. Ninguém vai entender nada!
O primeiro passo, num relacionamento, é identificar a nossa linguagem e, em seguida, descobrir a linguagem da pessoa que namoramos. Com isso, é possível expressar nosso amor de forma que ela se sinta amada e também fazê-la perceber sua própria linguagem, a fim de que ela descubra, de forma efetiva, nossa expressão de amor por ela. Ufa! Achou complicado? Mas não o é. Esteja atento à sua maneira de amar e como se sente amado; perceba como ela o ama e como se sente amada!
Segundo Chapman, as cinco linguagens são (lembrando que não há determinismos):
Palavras de afirmação: são sentenças expressas em elogios. Os dialetos são falas como “Nossa, você está linda!”; afirmações do tipo: “Você é bem verdadeira!”; e incentivos como “Eu acredito em você”.
Qualidade de tempo: é a dedicação de um tempo exclusivo ao outro, ainda que esse seja curto. As expressões ou dialetos podem ser: conversar com qualidade, passear, assistir a filme juntos, acordar mais cedo para ir à Missa das sete quando você poderia ir à das onze, porque ela, devido aos trabalhos da faculdade, não poderá ir mais tarde à Celebração Eucarística. Assim, ela perceberá seu “sacrifício” e se sentirá lisonjeada.
Presentes: o que menos importa é o valor financeiro. Dialetos: colher uma flor, comprar uma pizza, dar uma joia… Uma maneira de se fazer presente é pegar um guardanapo da lanchonete, no dia de prova da faculdade, e escrever: “A prova foi difícil, mais é fácil provar para você que a amo”.
Gestos de serviços: uma atitude sua fala mais que qualquer palavra. Dialetos: lavar a louça na casa dos pais dela depois do almoço de domingo, consertar a fechadura, levar o lixo para fora, abrir a porta do carro para ela entrar etc.
Toque físico: o importante é saber quando, como e onde tocar a pessoa. Dialetos: beijos, abraços, cutucão com o cotovelo, mão no ombro, relações sexuais (no casamento, né!) etc. Lembre-se: tocar com amor, sem querer usá-la. A castidade é possível até na maneira como tocamos o outro.
Todos nós temos uma linguagem principal. Ainda que você diga “eu te amo”, nas outras quatro linguagens, sua namorada continuará se sentindo indiferente às suas ações, pois a linguagem dela pode ser outra, como a de tempo, e não de afirmação, por exemplo.
O bacana é usar a linguagem correta, constantemente, e aperfeiçoar-se em conhecer, a cada dia, todas as formas ou todos os dialetos pelos quais sua expressão é entendida da forma mais concreta.
Experimente: o amor é incrível e os resultados ainda mais! Qual sua linguagem de amor? Qual sua jeito de se sentir amado? Qual a maneira de o outro se sentir amado e amar?
Tratei essas linguagens pensando em nós, homens, para as mulheres. Mas você, mulher, tem de saber que nós, homens, temos as mesmas linguagens, só mudam os dialetos.
Conhecendo a linguagem de amor de nossa namorada, fica mais fácil encontrar o caminho para chegar ao coração dela. Saiba que, no namoro, não é necessário sexo para dizer que ama alguém! O sexo terá sua linguagem própria no casamento. Você é bem mais que um ato!
Por Adriano Gonçalves / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/
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