segunda-feira, 30 de março de 2020

A família é uma igreja doméstica

O catecismo da Igreja Católica não apenas ensina que os filhos devem respeitar, honrar e obedecer aos pais, como mostra a família no plano de Deus, comparada a uma “planta” muito linda de um “edifício” sólido e precioso, que independente de ser cristã, está na base da sociedade e do projeto de Deus. Pois cada casa, cada família é uma igreja doméstica.


Por isso, a família cristã é evangelizadora e missionária por sua essência, como sal na comida insossa, como fermento na massa, mesmo vivendo com todas as dificuldades, pois não existe uma família que não passe por problemas. E assim, por viver todos estes desencontros próprios dela, tem a necessidade de reconciliar, perdoar e fazer diferente.

Nesse sentido, a família sendo o que é, torna-se uma igreja doméstica, evangelizadora, mesmo no meio das vicissitudes próprias, isto é, com nossos gênios, temperamentos e vícios, ainda assim, esta família está sendo igreja, e assim reproduz em pequena escala o que acontece na grande igreja e na sociedade.

Mesmo que sua família esteja cheia de problemas e sofrimentos, Deus está n’ela, pois Ele nos fala que não veio para os justos, mas para os pecadores, como se nos dissesse, eu não vim para as famílias bonitinhas, mas justamente, para famílias cheias de problemas, pois Ele é nosso auxílio.

Jesus não está ausente na sua casa, por isso, não desista da sua família, pois todos nós precisamos deste acolhimento. Não existe pais e filhos sem defeitos, mas neste suportar, perdoar e amar, é que nos faz ser mais gente de têmpera, com ternura, amor e sensibilidade. Gente que é gente, que vive na esperança; e assim seremos famílias cristãs evangelizadoras e missionárias.

domingo, 29 de março de 2020

Evangelho do 5º Domingo da Quaresma

Naquele tempo, havia um doente, Lázaro, que era de Betânia, o povoado de Maria e de Marta, sua irmã. Maria era aquela que ungira o Senhor com perfume e enxugara os pés dele com seus cabelos. O irmão dela, Lázaro, é que estava doente. As irmãs mandaram então dizer a Jesus: “Senhor, aquele que amas está doente”. Ouvindo isto, Jesus disse: “Esta doença não leva à morte; ela serve para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela”. Jesus era muito amigo de Marta, de sua irmã Maria e de Lázaro. Quando ouviu que este estava doente, Jesus ficou ainda dois dias no lugar onde se encontrava. Então, disse aos discípulos: “Vamos de novo à Judeia”. Os discípulos disseram-lhe: “Mestre, ainda há pouco os judeus queriam apedrejar-te, e agora vais outra vez para lá?”. Jesus respondeu: “O dia não tem doze horas? Se alguém caminha de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo. Mas se alguém caminha de noite, tropeça, porque lhe falta luz”. Depois acrescentou: “O nosso amigo Lázaro, dorme. Mas eu vou acordá-lo”. Os discípulos disseram: “Senhor, se ele dorme, vai ficar bom”. Jesus falava da morte de Lázaro, mas os discípulos pensaram que falasse do sono mesmo. Então Jesus disse abertamente: “Lázaro está morto. Mas por causa de vós, alegro-me por não ter estado lá, para que creiais. Mas vamos para junto dele”. Então Tomé, cujo nome significa Gêmeo, disse aos companheiros: “Vamos nós também para morrermos com ele”. Quando Jesus chegou, encontrou Lázaro sepultado havia quatro dias. Betânia ficava a uns três quilômetros de Jerusalém. Muitos judeus tinham vindo à casa de Marta e Maria para as consolar por causa do irmão. Quando Marta soube que Jesus tinha chegado, foi ao encontro dele. Maria ficou sentada em casa. Então Marta disse a Jesus: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. Mas mesmo assim, eu sei que o que pedires a Deus, ele te concederá”. Respondeu-lhe Jesus: “Teu irmão ressuscitará”. Disse Marta: “Eu sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia”. Então Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês isto?”. Respondeu ela: “Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo”. Depois de ter dito isto, ela foi chamar a sua irmã, Maria, dizendo baixinho: “O Mestre está aí e te chama”. Quando Maria ouviu isso, levantou-se depressa e foi ao encontro de Jesus. Jesus estava ainda fora do povoado, no mesmo lugar onde Marta se tinha encontrado com ele. Os judeus que estavam em casa consolando-a, quando a viram levantar-se depressa e sair, foram atrás dela, pensando que fosse ao túmulo para ali chorar. Indo para o lugar onde estava Jesus, quando o viu, caiu de joelhos diante dele e disse-lhe: “Senhor, se tivesses estado aqui, o meu irmão não teria morrido”. Quando Jesus a viu chorar, e também os que estavam com ela, estremeceu interiormente, Jesus ficou profundamente comovido e perguntou: “Onde o colocastes?”. Responderam: “Vem ver, Senhor”. E Jesus chorou. Então os judeus disseram: “Vede como ele o amava!”. Alguns deles, porém, diziam: “Este, que abriu os olhos ao cego, não podia também ter feito com que Lázaro não morresse?”. De novo, Jesus ficou interiormente comovido. Chegou ao túmulo. Era uma caverna, fechada com uma pedra. Disse Jesus: “Tirai a pedra!”. Marta, a irmã do morto, interveio: “Senhor, já cheira mal. Está morto há quatro dias”. Jesus lhe respondeu: “Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?”. Tiraram então a pedra. Jesus levantou os olhos para o alto e disse: “Pai, eu te dou graças porque me ouviste. Eu sei que sempre me escutas. Mas digo isto por causa do povo que me rodeia, para que creia que tu me enviaste”. Tendo dito isso, exclamou com voz forte: “Lázaro, vem para fora!”. O morto saiu, atado de mãos e pés com os lençóis mortuários e o rosto coberto com um pano. Então Jesus lhes disse: “Desatai-o e deixai-o caminhar!”. Então, muitos dos judeus que tinham ido à casa de Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele. (Jo 11,1-45 – Forma breve: Jo 11,3-7.17.20-27.33b-45)


Herdamos a vida eterna que Jesus conquistou com Seu sangue

Hoje, podemos proclamar este domingo como o domingo da vida, aliás, a cada domingo a vida plena do Senhor está em nós. Mas, sendo o quinto domingo da Quaresma, estamos contemplando a ressurreição de Lázaro, que vem antes da Ressurreição de Jesus para nos mostrar que: Aquele que é o Ressuscitado é quem nos ressuscita, para nos dizer que Aquele que vai experimentar a morte, vai recuperar a vida para nos dar a vida. Lázaro, o grande amigo de Jesus, morreu; e o Senhor foi à casa dele, sentiu as dores das suas irmãs porque era também a dor d’Ele. Lázaro era seu amigo, mas Ele vem, acima de tudo, para dizer a todos aqueles que sofrem e choram com a dor da morte que Ele é a vida e a ressurreição, e todo aquele que n’Ele crê, jamais verá a morte. A morte não existe para quem crê em Deus, a morte é o preço da vida sem Deus, porque n’Ele só há vida, não espaço para a morte porque a morte não tem poder sobre aqueles que estão sobre o julgo d’Ele. Deus trouxe Lázaro para essa vida, Ele reavivou Lázaro para que voltasse a esse mundo, mas, depois, ele novamente morreu e agora vive na eternidade junto a Deus, como todos os que morreram n’Ele. Todos os santos, todos os homens e mulheres de todas as épocas vivem a vida plena em Deus porque creram na vida e receberam a luz eterna da ressurreição de Jesus. Celebremos e acolhamos a vida, permitamos que a vida plena de Deus esteja em nós. Celebremos o Cristo vivo e ressuscitado que, daqui a pouco, vamos celebrar a Sua Páscoa. A Páscoa d’Ele brilha enquanto caminhamos na nossa Via-Sacra humana. Enquanto estamos caminhando, carregando a nossa cruz de cada dia, jamais percamos a perspectiva da eternidade, jamais acreditemos que a morte tem a palavra final, jamais coloquemos no desespero e na descrença o sentido da nossa vida. Coloquemos em Jesus a razão do nosso viver e o pleno sentido do nosso existir. Algumas pessoas sofrem demais quando pensam na morte, parece que caem num abismo existencial: “O que vai ser depois?”. Não vai ter depois, a vida é agora, e a vida eterna chegou para nós agora. Quando a vida de Jesus entra em nós não morremos, somos plenificados com a morte. É, por isso, que cremos n’Ele, a vida d’Ele está em nós e somos herdeiros da vida eterna que Ele conquistou com o preço do Seu próprio sangue, da Sua própria vida doada para que tivéssemos vida em abundância.

sexta-feira, 27 de março de 2020

A história do crucifixo milagroso que salvou Roma da peste

Na famosa Via del Corso, conhecida por ser uma das melhores ruas de comércio em Roma, está a igreja de San Marcelo al Corso, que guarda o crucifixo milagroso.


Trata-se de uma igreja muito antiga (do século IV), fundada pelo Papa Marcelo I, que foi perseguido e condenado a realizar trabalhos pesados no escritório do serviço de entrega de correspondências do Estado. É lá que estão seus restos mortais.

O incêndio e o “milagre”

Na noite do dia 22 para o dia 23 de maio de 1519, a igreja sofreu um violento incêndio e ficou destruída. Ao amanhecer, as pessoas foram até lá para conferir os estragos e se depararam com o crucifixo do altar principal providencialmente intacto e iluminado por uma lamparina que, embora atingida pelas chamas, ainda ardia aos seus pés.

Imediatamente, os fiéis disseram que era um milagre e os mais devotos começaram a se reunir todas as sextas-feiras para rezar e acender velas aos pés da imagem de madeira. Assim nasceu a “Archicofradía del Santísimo Crucifijo en Urbe”, que existe até hoje.

A peste

Mas esse não foi o único milagre atribuído ao crucifixo. No ano de 1522, uma terrível peste atingiu violentamente a cidade de Roma. Todos achavam que iam morrer.

Desesperados, os frades Servos de Maria decidiram levar o crucifixo em procissão penitencial da igreja de São Marcelo até a Basílica de São Pedro. As autoridades, temendo o risco co contágio, quiseram impedir a procissão. Mas o desespero coletivo falou mais alto e a imagem de Nosso Senhor foi levada pelas ruas da cidade, sob forte aclamação popular.

A procissão durou 16 dias e percorreu toda a região de Roma. Quando o crucifixo regressou à sua origem, a peste já tinha cessado por completo.

Desde o ano de 1650, o crucifixo milagroso é levado à Basílica de São Pedro. Porém, em 15 de março de 2020, o Papa Francisco visitou a igreja de San Marcelo e rezou pelo fim da pandemia de coronavírus, que tem tirado vidas em todo o mundo.

Junte-se hoje à bênção especial do Papa Francisco ao mundo

O Papa Francisco convoca os cristãos para mais um momento especial de oração. Será nesta sexta-feira, 27 de março, às 18h de Roma (14h Brasília, 17h Portugal), quando o Santo Padre presidirá uma oração no átrio da Basílica de São Pedro, com a praça vazia, para clamar ao Céu misericórdia nestes tempos difíceis de pandemia do coronavírus.


“Queremos responder à pandemia do vírus com a universalidade da oração, da compaixão, da ternura. Vamos permanecer juntos. Vamos demonstrar nossa proximidade às pessoas mais solitárias e exaustas”, disse o pontífice.

Os fiéis do mundo podem participar espiritualmente através da mídia e sintonizar a cerimônia, que incluirá a Liturgia da Palavra e a bênção com o Santíssimo Sacramento.

Francisco transmitirá a Bênção Apostólica Urbi et Orbi, dirigida à cidade de Roma e ao mundo. Essa bênção, que normalmente é concedida no Natal e na Páscoa, dará a possibilidade de receber a indulgência plenária.

É uma bênção especial que o Papa normalmente concede apenas duas vezes por ano, pela remissão das penas dos pecados. Nesta ocasião, torna-se ainda mais especial porque as pessoas não podem sair de casa para se confessar, receber comunhão ou simplesmente ir à igreja para rezar.

Ou seja, normalmente, a indulgência plenária é a remissão completa da pena temporal pelo pecado. Não exclui a recepção do sacramento da reconciliação. Em 20 de março de 2020, na homilia em Santa Marta, o Papa explicou o que fazer, nesta emergência da pandemia, quando não podemos ir a um padre nos confessarmos.

segunda-feira, 23 de março de 2020

Coronavírus: O que é? Quais são os sintomas? Como prevenir?

O que é coronavírus?

Coronavírus (CID10) é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China. Provoca a doença chamada de coronavírus (COVID-19).


Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.

A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.

Período de incubação do coronavírus

Período de incubação é o tempo que leva para os primeiros sintomas aparecerem desde a infecção por coronavírus, que pode ser de 2 a 14 dias.

Período de transmissibilidade do coronavírus

De uma forma geral, a transmissão viral ocorre apenas enquanto persistirem os sintomas É possível a transmissão viral após a resolução dos sintomas, mas a duração do período de transmissibilidade é desconhecido para o coronavírus. Durante o período de incubação e casos assintomáticos não são contagiosos.

Fonte de infecção do coronavírus

A maioria dos coronavírus geralmente infectam apenas uma espécie animal ou pelo menos um pequeno número de espécies proximamente relacionadas. Porém, alguns coronavírus, como o SARS-CoV, podem infectar pessoas e animais. O reservatório animal para o coronavírus (COVID-19) ainda é desconhecido.

Quais são os sintomas do coronavírus?

Os sinais e sintomas do coronavírus são principalmente respiratórios, semelhantes a um resfriado. Podem, também, causar infecção do trato respiratório inferior, como as pneumonias. No entanto, o coronavírus (SARS-CoV-2) ainda precisa de mais estudos e investigações para caracterizar melhor os sinais e sintomas da doença.

Os principais são sintomas conhecidos até o momento são:

- Febre
- Tosse
- Dificuldade para respirar

Como o coronavírus é transmitido?

As investigações sobre as formas de transmissão do coronavírus ainda estão em andamento, mas a disseminação de pessoa para pessoa, ou seja, a contaminação por gotículas respiratórias ou contato, está ocorrendo.

Qualquer pessoa que tenha contato próximo (cerca de 1m) com alguém com sintomas respiratórios está em risco de ser exposta à infecção.

É importante observar que a disseminação de pessoa para pessoa pode ocorrer de forma continuada.

Alguns vírus são altamente contagiosos (como sarampo), enquanto outros são menos. Ainda não está claro com que facilidade o coronavírus se espalha de pessoa para pessoa.

Apesar disso, a transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como:

- Gotículas de saliva
- Espirro
- Tosse
- Catarro
- Contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão
- Contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Os coronavírus apresentam uma transmissão menos intensa que o vírus da gripe.

O período médio de incubação por coronavírus é de 5 dias, com intervalos que chegam a 12 dias, período em que os primeiros sintomas levam para aparecer desde a infecção.

A transmissibilidade dos pacientes infectados por SARSCoV é em média de 7 dias após o início dos sintomas. No entanto, dados preliminares do coronavírus (SARS-CoV-2) sugerem que a transmissão possa ocorrer mesmo sem o aparecimento de sinais e sintomas.

Até o momento, não há informações suficientes de quantos dias anteriores ao início dos sinais e sintomas uma pessoa infectada passa a transmitir o vírus.

Como prevenir o coronavírus?

O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:

- Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool
- Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas
- Evitar contato próximo com pessoas doentes
- Ficar em casa quando estiver doente
- Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo
- Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência

Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).

Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.

domingo, 22 de março de 2020

Evangelho do 4º Domingo da Quaresma

Naquele tempo, ao passar, Jesus viu um homem cego de nascença. E cuspiu no chão, fez lama com a saliva e colocou-a sobre os olhos do cego. E disse-lhe: “Vai lavar-te na piscina de Siloé” (que quer dizer: Enviado). O cego foi, lavou-se e voltou enxergando. Os vizinhos e os que costumavam ver o cego — pois ele era mendigo — diziam: “Não é aquele que ficava pedindo esmola?”. Uns diziam: “Sim, é ele!” Outros afirmavam: “Não é ele, mas alguém parecido com ele”. Ele, porém, dizia: “Sou eu mesmo!”. Levaram então aos fariseus o homem que tinha sido cego. Ora, era sábado, o dia em que Jesus tinha feito lama e aberto os olhos do cego. Novamente, então, lhe perguntaram os fariseus como tinha recuperado a vista. Respondeu-lhes: “Colocou lama sobre os meus olhos, fui lavar-me e agora vejo!”. Disseram, então, alguns dos fariseus: “Esse homem não vem de Deus, pois não guarda o sábado”. Mas outros diziam: “Como pode um pecador fazer tais sinais?”. E havia divergência entre eles. Perguntaram outra vez ao cego: “E tu, que dizes daquele que te abriu os olhos?”. Respondeu: “É um profeta”. Os fariseus disseram-lhe: “Tu nasceste todo em pecado e estás nos ensinando?” E expulsaram-no da Comunidade. Jesus soube que o tinham expulsado. Encontrando-o, perguntou-lhe: “Acreditas no Filho do Homem?”. Respondeu ele: “Quem é, Senhor, para que eu creia nele?”. Jesus disse: “Tu o estás vendo; é aquele que está falando contigo”. Exclamou ele: “Eu creio, Senhor!” E prostrou-se diante de Jesus. (Jo 9,1.6-9.13-17.34-38 – Forma breve)


Jesus é a luz que ilumina as nossas trevas

O cego de nascença, apresentado para nós no Evangelho de hoje, é colocado como o lugar da realização do Reino de Deus. Porque, na verdade, é nas trevas e na escuridão que se encontra o mundo em que estamos: obscuro, cercado por males, não enxerga a verdade. E assim se encontra também a vida de muitos de nós. Vivemos nas trevas, na escuridão e sem enxergar a luz da verdade no nosso próprio coração. É Jesus que está nos dizendo: “Eu estou no mundo como a luz do mundo”. A luz que veio para iluminar as nossas trevas e abrir os nossos olhos, para que enxerguemos a verdade. Precisamos nos colocar na presença d’Ele, para que Ele abra os nossos olhos. Viemos da saliva de Deus, que toca no barro e dele gera a vida. Da saliva e do sopro do Espírito, no barro, nasce o homem novo que enxerga a graça e o Reino de Deus, o homem que não está fechado no seu orgulho, no seu egoísmo, na sua soberba nem nas trevas do seu coração. Jesus quer abrir os nossos olhos, Ele quer que enxerguemos, porque enxergamos tantas coisas que não deveríamos, mas não somos capazes de enxergar a verdade que vem de Deus. A primeira postura é a humildade, aquele que acolhe e reconhece o Reino de Deus como dádiva e dom, aquele que reconhece Jesus como luz e deixa a luz d’Ele entrar nos recantos mais escondidos da alma e do coração. É preciso enxergar a nossa miséria, a nossa fraqueza e, buscando o socorro e a luz de Deus, permitir que a graça d’Ele nos guie. Vivemos numa sociedade cercada por muitas obscuridades, vivemos num mundo cercado de ilusões e enganos. Assim, vivemos e estamos penetrados neste mundo. Precisamos deixar que a graça de Deus acenda em nós para enxergarmos o mundo com o olhar e a graça d’Ele. Precisamos abrir os olhos para que nos tornemos luz para tantos que não enxergam e não caminham na vida em Jesus. Precisamos deixar que Deus abra os nossos olhos, porque um cego não pode guiar outro cego. Quando isso acontece, caminhamos todos para o mesmo buraco, abismo, erro e para a mesma escuridão. Digamos ‘não’ à ignorância do coração e permitamos que Deus ilumine a nossa razão, cure a emoção da nossa alma, dos nossos sentimentos e afetos, para que em tudo enxerguemos a verdade.

sábado, 21 de março de 2020

Paróquia de Sant’Ana divulga programação diante da pandemia do coronavírus (COVID-19)

As medidas estão em vigor a partir deste sábado, 21, restrita aos meios de comunicação: internet e rádio comunitária local.

Na última sexta-feira, dia 20 de março, a Igreja Particular de Nazaré, na pessoa do Bispo Diocesano, Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, emitiu um decreto suspendendo as Celebrações Eucarísticas e atividades que aglomerem pessoas nas igrejas matrizes e suas dependências, capelas, grupos e demais ambientes de culto e de finalidade pastoral, em todo o território diocesano, seguindo as orientações das autoridades competentes, sanitárias e de saúde, diante da pandemia do coronavírus (COVID-19).


Em Bom Jardim, no Agreste pernambucano, a Paróquia de Sant’Ana, por meio dos Padres Severino Fernandes (Pároco) e Eduardo José (Vigário Paroquial), anunciaram, na manhã deste sábado, dia 21 de março, após reunião com os coordenadores das Pastorais da Liturgia e Comunicação (PASCOM), a nova programação paroquial, de caráter temporário, que irá restringir a participação dos fiéis apenas aos meios de comunicação: internet (Facebook e Instagram) e rádio comunitária local, com uma reduzida equipe de celebração: Padre, Liturgia e Ministério de Música, a portas fechada, correspondendo aos cuidados necessários e preventivos para sua realização.

MISSAS E PRÁTICAS DEVOCIONAIS

Quarta-feira

Terço da Saúde / Horário: 19h00
Veículos de Transmissão: Facebook e Instagram
Local: Capela de São Sebastião

Quinta-feira

Hora da Misericórdia / Horário: 15h00 às 16h00
Veículos de Transmissão: Facebook, Instagram e Rádio Comunitária Local
Local: Igreja Matriz de Sant’Ana

Sexta-feira

Reflexão da Via-Sacra / Horário: 19h00
Veículos de Transmissão: Facebook e Instagram
Local: Igreja Matriz de Sant’Ana

Sábado

Celebração Eucarística / Horário: 19h00
Veículos de Transmissão: Facebook, Instagram e Rádio Comunitária Local
Local: Igreja Matriz de Sant’Ana

Domingo

Celebração Eucarística / Horários: 08h00 e 19h00
Veículos de Transmissão: Facebook, Instagram e Rádio Comunitária Local
Local: Igreja Matriz de Sant’Ana

ATENDIMENTO AO PÚBLICO – SECRETARIA PAROQUIAL

Segunda-feira: Fechado
Terça-feira: 08h00 às 10h00
Quarta-feira: Fechado
Quinta-feira: 08h00 às 10h00
Sexta-feira: Fechado
Sábado: 08h00 às 10h00
Domingo: 07h00 às 09h30

FUNCIONAMENTO – IGREJA MATRIZ DE SANT’ANA

Segunda-feira: Fechado
Terça-feira: 08h00 às 10h00
Quarta-feira: Fechado
Quinta-feira: 08h00 às 12h00
Sexta-feira: Fechado
Sábado: 08h00 às 10h00
Domingo: Fechado

Informações: (81) 99902-5224 (WhatsApp)

As medidas são aplicáveis até o dia 30 de abril de 2020, podendo sofrer alterações ou acréscimos de acordo com as necessidades de caráter preventivo.

ACESSE TAMBÉM:

REDES SOCIAIS
@paroquiadesantanabj (Instagram)

RÁDIO CULT FM 98,5

DECRETO DO BISPO

DICAS DE PREVENÇÃO

Pastoral da Comunicação – PASCOM / Paróquia de Sant’Ana Bom Jardim – Pernambuco

quinta-feira, 19 de março de 2020

São José, exemplo de obediência da fé

Jesus, Maria e José são as personagens bíblicas mais citadas no mundo cristão, desde o início da Igreja. A Sagrada Família é fonte absoluta de espiritualidade. No entanto, quanto a José, nem sequer sabemos onde e quando nasceu e morreu. Nem sobrenome tem. Poucas são as referências bíblicas quanto a seu papel de pai adotivo do Salvador. Porém, sua humilde submissão à vontade de Deus nos impressiona e incentiva.


A obediência na fé caracteriza o santo Patriarca e o faz inseparável da obediência de Maria (faça-se em mim segundo a tua vontade!). E está plenamente integrada ao mistério da vinda de Jesus, o Messias prometido. Os parcos textos bíblicos ligam a personalidade, as funções e a missão terrena do esposo de Maria, pai nutrício e legal de Jesus, à obediência pronta e total ao querer de Deus, revelado em “sonhos” (Mt 1,20).

Essa obediência de José mostra-se principalmente na decisão de se casar com Maria. Não há sombra de dúvidas sobre a gravidez virginal da esposa: ela gerou Jesus sem o concurso masculino de seu noivo prometido em casamento. (Mt 1,22-25). Tecendo uma genealogia de Jesus a modo da literatura do Gênesis, Mateus “mostra com toda clareza que a gravidez e maternidade de Maria não é obra de José, mas do Espírito Santo, fato afirmado duas vezes nesta breve passagem”. Inspirado igualmente no Gênesis, Lucas faz uma genealogia dos antepassados de Jesus de forma ascendente até chegar a Adão. E diz: “Quando Jesus começou seu ministério, tinha trinta anos e passava por filho de José...” (Lc 3,23). Ou seja, o povo não tinha conhecimento algum sobre os fatos maravilhosos da ação de Deus, correspondida pela obediência fiel de José e Maria.

Os episódios da infância: nascimento em Belém, circuncisão, apresentação do menino no Templo, fuga apressada com ele e Maria para o Egito, perda e reencontro no Templo de Jerusalém citam José e Maria como pais do Cristo. Cada vez mais unidos, ambos se ajudavam mutuamente a obedecer ao Senhor: ela, Maria, a virgem do “faça-se em mim a sua vontade”, e José, o justo por excelência, casto guardião da Sagrada Família.

Maria e José viveram a perfeição da obediência no convívio humilde em Nazaré. Ensinavam Jesus a obedecer e aprendiam dele a mesma coisa: “não sabíeis que devo me ocupar das coisas do Pai”! (Lc 2,40). Nenhuma pessoa do mundo, depois de Maria, teve missão tão grandiosa como a de seu esposo São José. Aprendamos desse maravilhoso casal a descobrir e fazer a vontade de Deus para servir com mais amor nossa família, nossa comunidade, cumprindo as tarefas do dia a dia também na profissão.

segunda-feira, 16 de março de 2020

Medidas de prevenção: orientações para evitar a disseminação do coronavírus

Para evitar a proliferação do vírus, o Ministério da Saúde recomenda medidas básicas de higiene, como lavar bem as mãos (dedos, unhas, punho, palma e dorso) com água e sabão, e, de preferência, utilizar toalhas de papel para secá-las.


Além do sabão, outro produto indicado para higienizar as mãos é o álcool gel, que também serve para limpar objetos como telefones, teclados, cadeiras, maçanetas, etc. Para a limpeza doméstica recomenda-se a utilização dos produtos usuais, dando preferência para o uso da água sanitária (em uma solução de uma parte de água sanitária para 9 partes de água) para desinfetar superfícies.

Utilizar lenço descartável para higiene nasal é outra medida de prevenção importante. Deve-se cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel quando espirrar ou tossir e jogá-lo no lixo. Também é necessário evitar tocar olhos, nariz e boca sem que as mãos estejam limpas.

Para a higienização das louças e roupas, recomenda-se a utilização de detergentes próprios para cada um dos casos. Destacando que é importante separar roupas e roupas de cama de pessoas infectadas para que seja feita a higienização à parte. Caso não haja a possibilidade de fazer a lavagem destas roupas imediatamente, a recomendação é que elas sejam armazenadas em sacos de lixo plástico até que seja possível lavar.

Além disso, as máscaras faciais descartáveis devem ser utilizadas por profissionais da saúde, cuidadores de idosos, mães que estão amamentando e pessoas diagnosticadas com o coronavírus.

Outras recomendações gerais do Governo Federal envolvem:

 Se você possui uma doença crônica ou é idoso, evite grandes aglomerações.
– As medidas de higiene precisam ser redobradas. Lave as mãos com regularidade, passe álcool em gel, evite apertos de mãos e abraços.

domingo, 15 de março de 2020

Evangelho do 3º Domingo da Quaresma

Naquele tempo, Jesus chegou a uma cidade da Samaria, chamada Sicar, perto do terreno que Jacó tinha dado ao seu filho José. Era aí que ficava o poço de Jacó. Cansado da viagem, Jesus sentou-se junto ao poço. Era por volta de meio-dia. Chegou uma mulher de Samaria para tirar água. Jesus lhe disse: “Dá-me de beber”. Os discípulos tinham ido à cidade para comprar alimentos. A mulher samaritana disse então a Jesus: “Como é que tu, sendo judeu, pedes de beber a mim, que sou uma mulher samaritana?” De fato, os judeus não se dão com os samaritanos. Respondeu-lhe Jesus: “Se tu conhecesses o dom de Deus e quem é que te pede: ‘Dá-me de beber’, tu mesma lhe pedirias a ele, e ele te daria água viva”. A mulher disse a Jesus: “Senhor, nem sequer tens balde e o poço é fundo. De onde vais tirar água viva? Por acaso, és maior que nosso pai Jacó, que nos deu o poço e que dele bebeu, como também seus filhos e seus animais?”. Respondeu Jesus: “Todo aquele que bebe desta água terá sede de novo. Mas quem beber da água que eu lhe darei, esse nunca mais terá sede. E a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água que jorra para a vida eterna”. A mulher disse a Jesus: “Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede e nem tenha de vir aqui para tirá-la”. “Senhor, vejo que és um profeta! Os nossos pais adoraram neste monte, mas vós dizeis que em Jerusalém é que se deve adorar”. Disse-lhe Jesus: “Acredita-me, mulher: está chegando a hora em que nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis. Nós adoramos o que conhecemos, pois a salvação vem dos judeus. Mas está chegando a hora, e é agora, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade. De fato, estes são os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito, e aqueles que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade”. A mulher disse a Jesus: “Sei que o Messias (que se chama Cristo) vai chegar. Quando ele vier, vai nos fazer conhecer todas as coisas”. Disse-lhe Jesus: “Sou eu, que estou falando contigo”. Muitos samaritanos daquela cidade abraçaram a fé em Jesus. Por isso, os samaritanos vieram ao encontro de Jesus e pediram que permanecesse com eles. Jesus permaneceu aí dois dias. E muitos outros creram por causa da sua palavra. E disseram à mulher: “Já não cremos por causa das tuas palavras, pois nós mesmos ouvimos e sabemos que este é verdadeiramente o salvador do mundo”. (Jo 4,5-15.19b-26.39a.40-42 – Forma breve)


Somente Jesus pode saciar a nossa sede

É um encanto olharmos o relato do Evangelho de hoje. Quando Jesus chega a Samaria, cansado da viagem, Ele vai ao poço buscar água para beber, e a mulher estava ali para tirar a água, mas Jesus não se fez de rogado e disse a ela: “Dá-me de beber”. Ele não só pede para uma mulher, o que já não era comum, usual ou até bem-visto pela cultura: um homem pedir água para uma mulher. Ainda mais sendo um judeu pedindo para uma samaritana. Por isso, a própria mulher se espanta e diz: “Você não está vendo que sou uma mulher, que eu sou samaritana?”. Os judeus e samaritanos não se dão, mas Jesus não jamais para nos preconceitos e rivalidades humanas, nas disputas humanas, nos ranços, ressentimentos, nas mágoas e rancores que não são superados, muitas vezes, até multiplicados por anos e vida afora. Infelizmente, quantos rancores estamos deixando criar barreiras nas nossas relações. Jesus é Aquele que vem e quebra as barreiras para criar pontes de relacionamento, de estreitamente no amor, porque, na verdade, não importa se é judeu ou samaritano, somos um só diante de Deus porque somos Seus filhos. A mulher disse a Jesus: “Senhor, Tu nem sabe a profundidade desse poço para dele tirar água. Como me pede água para beber?”. E Jesus disse: “Mulher, todo aquele que bebe dessa água volta a ter sede, mas quem bebe da água que eu der, nunca mais terá sede”. Sabemos como é a sede da vida, não é só a sede de água ou de líquidos que tomamos. Há uma sede mais profunda em nós, uma sede de amor, de eternidade, de cuidados, de sermos curados e esse mundo não sacia a nossa sede, pelo contrário, afunda a nossa sede, nos coloca ainda mais secos; e precisamos da água viva que é Jesus e só Ele pode nos dar. Só Jesus pode nos saciar, só Ele pode preencher o vazio que, muitas vezes, toma conta da nossa vida e da nossa existência. Só Jesus pode curar esse poço ferido que somos nós, manchados e marcados pelas feridas dos relacionamentos, pelas situações não resolvidas da vida e pelo cansaço com a própria vida. Só Jesus, com a Água Viva, pode lavar, purificar, renovar e restaurar a vida maculada, a vida ferida que está em nós, porque só Ele é a Água Viva que dá a vida pela nossa vida.

sexta-feira, 13 de março de 2020

Palavra do Bispo: A Quaresma é tempo de renovação

A Quaresma tem início com o rito da imposição das cinzas, através do qual queremos assumir o compromisso de converter o nosso coração. As cinzas significam que do pó viemos e para o pó voltaremos, sinal de penitência e de que nada somos sem Deus. São 40 dias, iniciados na quarta-feira de cinzas, como um tempo precioso de Deus, forte e rico de significados, caminho rumo à Páscoa do Senhor. Tempo oportuno para uma rica experiência espiritual, uma renovação de vida.


Deus nos convida a um arrependimento sincero: “Rasgai o coração, e nãos as vestes, e voltai para o Senhor” (Jl 2,12). Não se trata de uma conversão superficial e transitória, mas de um caminho espiritual que diz respeito às atitudes da consciência e supõe uma intenção sincera de mudança. Uma atitude de conversão autêntica a Deus. Voltemos para Deus e reconheçamos a sua santidade, o seu poder, a sua bondade. Essa conversão é possível porque Deus é rico de misericórdia. A sua misericórdia é regeneradora, gera em nós um coração puro, renova no íntimo um espírito firme, restituindo-nos à alegria da salvação (cf. Sl 50,14).

O tempo quaresmal – 40 dias durante os quais podemos experimentar de modo eficaz o amor misericordioso de Deus. Por isso, ressoa para nós o grande apelo: “Voltai para o Senhor!”. Hoje, não amanhã, somos chamados à conversão. E não podemos realizar a nossa conversão sozinhos, unicamente com as nossas forças, porque é Deus quem nos converte. Deus nos oferece o seu perdão, convidando-nos a voltar para Ele para que nos dê um coração novo, purificado do mal que o oprime, do pecado, para fazer com que participemos da sua glória. “Deixai-vos reconciliar com Deus” (2Cor 5,20).

O renovado apelo de Cristo à conversão continua a ecoar nas nossas vidas. A conversão é uma tarefa contínua para toda a Igreja, “que reúne em seu próprio seio os pecadores” e que “é, ao mesmo tempo, santa e sempre necessitada de purificar-se”, pois busca sem cessar a penitência, a reconciliação e a sua renovação. Este esforço de conversão não é apenas uma obra humana, mas fruto da graça do amor misericordioso de Deus, que nos amou primeiro. Todos precisam da graça de Deus, que ilumina a mente e o coração; todos podem abrir-se à ação de Deus, ao seu amor. Com nossas atitudes, gestos e testemunho, devemos ser uma mensagem viva do amor de Deus. É responsabilidade nossa, um motivo a mais para viver bem a Quaresma: oferecer o testemunho da fé viva a um mundo em dificuldade que precisa voltar para Deus, que tem necessidade de conversão.

Portanto, o tempo quaresmal, por ser tempo de conversão, possibilita o caminho da verdadeira fraternidade. É necessário fazer a cada ano uma campanha para sermos mais fraternos. A Campanha da Fraternidade, neste ano 2020, tem como tema: “Fraternidade e vida: dom e compromisso” e como lema: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”, palavras da parábola do bom samaritano (Lc 10,33s). O cartaz traz a Santa Dulce dos Pobres, a pequena e humilde baiana. O nome Dulce lembra doçura. Aquela doçura que os corações bondosos sabem espalhar na vida dos próximos, mesmo tendo uma vida marcada por sofrimentos. Como bem disse Dom Helder: “há criaturas como a cana: mesmo postas na moenda, esmagadas de todo, reduzidas a bagaço, só sabem dar doçura”. A Irmã Dulce foi doçura na vida difícil imposta a tantos irmãos deixados à beira do caminho. Ela percebeu, desde cedo, que a vida só tinha sentido quando permeada de ternura. E foi o que ela fez: abraçou com ternura os pobres e excluídos.

Nesta quaresma, devemos abraçar com ternura o nosso próximo. O Papa Francisco na sua mensagem para esta quaresma diz: “O Senhor concede-nos, também neste ano, um tempo propício para nos prepararmos para celebrar, de coração renovado, o grande Mistério da morte e ressurreição de Jesus, cerne da vida cristã pessoal e comunitária”. E que a Virgem Maria, nossa guia no caminho quaresmal, nos conduza a um conhecimento cada vez mais profundo de Cristo, morto e ressuscitado, nos ajude no combate espiritual contra o pecado, nos assista para acolhermos o apelo de deixarmo-nos reconciliar com Deus e nos ampare ao invocarmos em alta voz: “Converte-nos, ó Deus, nossa salvação".

Desejo a todos e todas uma santa Quaresma!

Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena – Bispo de Nazaré (PE)

quinta-feira, 12 de março de 2020

Por que me confessar?

Quando o penitente se aproxima para confessar seus pecados, o sacerdote o recebe com benevolência e o saúda amavelmente. Assim começa a celebração do sacramento da penitência. Depois, exorta o penitente à confiança em Deus com estas palavras ou outras semelhantes: “Deus, que fez brilhar a sua luz em nossos corações, conceda-te a graça de reconhecer os teus pecados e a grandeza de tua misericórdia”. Em seguida, o sacerdote pode recordar um texto da Sagrada Escritura, que proclame a misericórdia do Senhor e exorte à conversão. Só então a pessoa que foi ao sacramento para celebrar a grandeza do amor misericordioso de Deus confessa os seus pecados, acolhe oportunos conselhos e a ação penitencial indicada pelo confessor. Misericórdia, benevolência, amor, graça e amabilidade. Que expressões! É a festa do perdão num tribunal, cuja sentença, quando existe a contrição e o desejo de uma vida nova, é sempre a absolvição. Este é o sacramento do amor misericordioso de Deus! É sacramento de Quaresma, é graça oferecida a todos os que se reconhecem frágeis e pecadores.


O que é o pecado?

Para muitas pessoas, trata-se de infringir uma norma, sendo Deus pensado como um policial que vigia e está pronto para sinalizar e multar! Outras, quem sabe, consideram pecado aquilo que “machuca por dentro” e chegam a ficar muito tranquilas, pois julgam ser errado apenas o que “pesou”! Consciência legalista ou relaxada.

A graça do sacramento da penitência

Difícil e frutuoso é entender o sentido do pecado para o cristão. Tendo reconhecido a grandeza do amor de Deus, uma aliança com a qual Ele nos introduz na comunhão com sua vida sobrenatural, sabendo que amor com amor se paga, o cristão toma consciência de ter rompido a aliança com seus gestos de egoísmo e de infidelidade. Volta-se, então, para Deus, reconhece o olhar amoroso que o encontra e decide retornar, com todo o júbilo do coração, à comunhão com a vida verdadeira de amor a Deus e ao próximo. Confessar-se e acolher a Palavra da Igreja que o absolve é sempre festa, alegria renovada, liberdade interior reencontrada. Se muitas pessoas podem ouvir desabafos ou histórias intrincadas de verdadeiros dramas, é no sacramento da penitência que se podem receber as palavras consoladoras: “Eu te absolvo dos teus pecados, em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo”.

O confessor que acolhe o penitente é também pecador. Carece do reconhecimento das próprias faltas e do perdão sacramental. Quando, há poucos dias, explorava-se o tema da infalibilidade papal em matéria de fé, foi necessário esclarecer que o Sucessor de Pedro que aguardamos eleito proximamente, assim como os que o precederam, é homem como todos os outros, frágil, pecador, amado intensamente pelo Pai do Céu, escolhido por meios muito simples, como o voto do Colégio Cardinalício, gente carente das orações, os quais o povo de Deus já assegura e acompanharão durante o Pontificado, pedindo que “o Senhor o guarde e o fortaleça, lhe dê a felicidade nesta terra e não o abandone à perversidade dos seus inimigos” (Oração pelo Papa, usada antes da Bênção Eucarística). Ele será sustentado, como Moisés em oração no alto do Monte, com braços que se estendem do mundo inteiro, fortes na prece e absolutamente confiantes na graça de Deus, para que, infalível para garantir a prática da fé verdadeira, seja “pedra” como Pedro!

Pai Misericordioso ou do Filho Pródigo

Todos nós pecadores amados e salvos pela misericórdia de Deus, parecidos com o apóstolo Pedro, escolhido por Jesus, estamos à vontade para acolher a Palavra proclamada pela Igreja no quarto domingo da Quaresma, domingo da Alegria. Trata-se da Parábola do Pai Misericordioso ou do Filho Pródigo, verdadeiro Evangelho dentro do Evangelho (Lc 15,1-3.11-32). Podemos participar das várias cenas. Quem nunca sonhou com aventuras, desejo de correr pelo mundo e se esbaldar em prazeres? Entre de cheio na parábola! Um pai frágil em suas exigências, coração mole, julgado por muitos como exagerado em sua condescendência, nós já encontramos ou o fomos! E os donos da verdade, cujos rastros repousam dentro de nosso pretenso bom comportamento? Cara de filho mais velho, bem comportado, juiz dos outros! A parábola é tão realista quanto profunda e envolvente. Ninguém escapa!

Na certeza de que ela pode iluminar o caminho da casa de Deus para muitas pessoas, aqui está o que Ele oferece a quem jogou fora o que possuía de melhor, sua própria dignidade, arrependeu-se e quer voltar. Esta pessoa, tenha o meu nome ou o seu, é destinada à liberdade, não pode ficar descalça como um escravo. Sua roupa, aquela mesma, novinha no batismo, está guardada no baú da Igreja, pronta para ser de novo endossada. A aliança de amor, proposta por Deus, caiba como um anel no dedo de todos os que se voltarem para ele. E a festa será a da Eucaristia, banquete em que o próprio Filho amado do Pai se faz alimento. A mesa já está preparada!

Para chegar lá, nesta Quaresma, todos tenham a graça de ouvir de algum sacerdote (Cf. Ritual da Penitência): “Feliz quem foi perdoado de sua culpa e cujo pecado foi sepultado. Meu irmão, minha irmã, alegra-te no Senhor e vai em paz”.

domingo, 8 de março de 2020

Evangelho do 2º Domingo da Quaresma

Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E foi transfigurado diante deles; o seu rosto brilhou como o sol e as suas roupas ficaram brancas como a luz. Nisto apareceram-lhe Moisés e Elias, conversando com Jesus. Então Pedro tomou a palavra e disse: “Senhor, é bom ficarmos aqui. Se queres, vou fazer aqui três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Pedro ainda estava falando, quando uma nuvem luminosa os cobriu com sua sombra. E da nuvem uma voz dizia: “Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-o!”. Quando ouviram isto, os discípulos ficaram muito assustados e caíram com o rosto em terra. Jesus se aproximou, tocou neles e disse: “Levantai-vos e não tenhais medo”. Os discípulos ergueram os olhos e não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus. Quando desciam da montanha, Jesus ordenou-lhes: “Não conteis a ninguém esta visão até que o Filho do Homem tenha ressuscitado dos mortos”. (Mt 17,1-9)


Transfiguremos nossas realidades com a presença do Senhor

Neste domingo da transfiguração, Jesus está nos conduzindo na nossa caminhada quaresmal ao Seu encontro, ao encontro da luz, da graça e do amor de Deus que faz transparecer a nossa alma da forma como Deus a criou. Para isso, é necessário sairmos de onde estamos para sermos conduzidos à presença d’Ele. Precisamos ir em um lugar à parte, ou seja, precisamos nos apartar daquilo que costumamos fazer e onde costumamos estar, porque, se não nos retirarmos, não encontraremos o Senhor e, na nossa vida, não transparecerá a graça que Deus quer nos dar. Ir a um lugar à parte é retirar-se das ocupações cotidianas, é deixar de lado o trabalho, aquilo que nos preenche no dia a dia, é ter a coragem de passar um tempo sem celular na mão, sem a televisão ligada. É ter a coragem de se despir de tudo que prende (pessoas, situações). Todos nós precisamos ter esse tempo de nos retirar. Ou nos retiramos para estarmos a sós com o Senhor ou a vida vai tirando de nós aquilo que é o mais essencial e fundamental. Sei que muitos de nós temos responsabilidades e achamos impossível sairmos delas. Se você é pai, mãe e têm crianças pequenas, têm obrigações e compromissos. Estamos ficando cada vez mais ansiosos, nervosos, mas precisamos nos retirar e dar tempo ao tempo. Mães, peguem as crianças, deixe o pai cuidar delas e retire-se para estar na presença do Senhor. Não sei por quanto tempo você pode e consegue, mas quanto mais tempo você der para aquilo que é essencial, mais vai ver a graça de Deus resplandecer em você. Por que precisamos sair para encontrar o Senhor? Para que Ele possa curar os nossos sentidos, a começar pelos nossos olhos. Não estamos vendo Deus no meio de nós, não estamos enxergando a graça d’Ele em nós. Estamos olhando as coisas apenas com o nosso olhar humano e terreno. Como a nossa humanidade está ferida e machucada! Se ela não for transfigurada, continuaremos nos ferindo. Precisamos transfigurar as realidades com a presença de Deus no meio de nós, e para isso os nossos olhos precisam se encher da graça d’Ele. Precisamos transfigurar os nossos ouvidos para ouvir, porque escutamos muito a nós, as nossas necessidades, o nosso orgulho e os barulhos do mundo que estão gritando dentro de nós. Precisamos calar o que faz barulho em nós para ouvirmos o Senhor. Precisamos purificar a nossa língua, que diz tantas coisas impróprias, coisas que são frutos do coração que está machucado. Uma vez que esse coração for transfigurado, a língua proclamará e dirá a verdade, proclamará o Reino de Deus onde nos fizermos presentes. Contemplemos a glória do Senhor nos retirando do mundo para nos colocarmos na presença d’Ele pela via da oração, sobretudo, na oração silenciosa, contemplativa e meditativa.

O dom de ser mulher

A alegria de ser mulher está entremeada de desafios que nosso tempo impõe ou que nós mesmas colocamos como alterações em nossa forma de ser. Faz parte da realidade feminina, nos dias atuais, várias jornadas de trabalho: a empresa, a casa, o marido, o cuidado com os filhos, como levá-los à escola e, muitas vezes, criá-los sozinhas. Há tantas outras situações vivenciadas pela mulher! Porém, muitas delas se sentem perdidas, não encontram sentido na vida e acabam endurecidas e até mesmo entristecidas.


Mesmo assim, acredito que o grande desafio da mulher é ser mulher. Como assim? Já percebeu o quanto a mulher perdeu sua origem? Na competição por direitos iguais, nós as vemos colocando-se como rivais dos homens, como aquelas que disputam, da mesma forma, os espaços antes ocupados por eles. É claro que precisamos trabalhar e ter nossas conquistas, mas já viram quantas se queixam da solidão, da falta de um companheiro, do abandono?

Por que insistimos na diferença entre os sexos?

Por que a mulher insiste em ser aquilo que sua própria constituição física não permite? A nossa constituição humana não nos faz ser assim. Homem e mulher não são iguais, a começar pelos cromossomos, não é mesmo?

Na tal “guerra dos sexos” tanto homem quanto mulher são perdedores por deixarem de viver a beleza do dom de cada um. A mulher por ser feminina, doce, sensível, acolhedora, mãe, enfim, batalhadora, persistente. Tudo isso é muito natural na realidade feminina, mas o grande desafio é não deixar de lado as habilidades que foram confiadas a cada uma de nós em nossa constituição.

São João Paulo II tece, em uma de suas cartas, um belíssimo comentário sobre nós, dizendo que “rende graças por todas e cada uma das mulheres: pelas mães, pelas irmãs, pelas esposas; pelas mulheres consagradas a Deus na virgindade; pelas mulheres que se dedicam a tantos e tantos seres humanos, que esperam o amor gratuito de outra pessoa; pelas mulheres que cuidam do ser humano na família, que é o sinal fundamental da sociedade humana; pelas mulheres que trabalham profissionalmente, mulheres que, às vezes, carregam uma grande responsabilidade social; pelas mulheres perfeitas e pelas mulheres fracas”.

Com toda a beleza que foi dada especialmente a nós, vale uma grande reflexão ligada à importância da valorização da essência feminina. Ao deixar essa essência de lado, muitas vezes nos fechamos ao amor, àquilo que é natural a cada uma de nós.

Deixamos de nos valorizar e, muitas vezes, queremos ser valorizadas pelos homens. É tempo de rever nossa postura no mundo, de voltar ao essencial; não vamos voltar ao século passado, mas é importante que possamos atualizar o ser mulher em nosso tempo, não nos esquecendo da riqueza desse dom único e especial: ser mulher! É tempo de retomada, de viver valores esquecidos, dons adormecidos e sinais do feminino. É tempo de reavivar a natureza tão bela da mulher, do equilíbrio, da doçura e da força, de todo este universo de características que nos fazem mulher, mas que, muitas vezes, foram deixadas de lado.

sexta-feira, 6 de março de 2020

Como discernir qual penitência fazer?

Penitência tem que ser algo que tenha um sentindo para você

Primeiro, a penitência quer nos fazer lembrar de algo, de uma mortificação da nossa carne, de uma mortificação dos nossos sentidos para nos lembrarmos do centro da nossa vida, que é Deus. Então, a penitência tem que ser algo que lhe custe. Por exemplo, não dá para fazer penitência de carne se eu prefiro frango; não dá para fazer penitência de uma coisa que eu não tenha como comer todos os dias. Todos os dias você come caviar? Não tem como você fazer penitência de caviar, sendo que você não come isso todos os dias, então, tem que ser algo que verdadeiramente você vá sentir falta. Por exemplo: “Ah, eu gosto muito de café!” Opá! Se eu gosto muito dessa bebida, isso vai me fazer falta. Então a penitência tem que ser algo que recorde você o ”para que” você a está fazendo.


Se não resistirmos até o fim da penitência, vale a pena recomeçá-la?

A  Quaresma é um período que se estende por mais de quarenta dias; se formos colocar na ponta do lápis, dá mais de quarenta dias. Quedas, temos que lutar com todo o nosso coração, com toda a nossa alma, para não cair, mas se cairmos, devemos começar de novo e levantar, retomar, começar do zero! O que Deus vai ver é o seu desejo de cumprir aquilo e não verdadeiramente se somente você consegue ou não!

Claro, vai ser uma vitória até para você mesmo quando você chegar no fim dos quarenta dias com a graça de Deus você poder ter resistido. Vamos dizer que você faça penitência de refrigerante, por exemplo. Porque a penitência é diferente do jejum, vou deixar muito claro: a penitência é algo do qual você se abstém; o jejum é uma das refeições das quais você se abstém. Então, eu vou ficar sem tomar refrigerante – aí no domingo de Páscoa, você com aquela alegria: ”Fiquei esse tempo todo, agora vou com essa alegria celebrar”. É claro que você não vai tomar o refrigerante que você não tomou há cinquenta dias.

Mas caiu, começa de novo, retoma, peça perdão a Deus e começa do zero, assim como Deus faz em todas as nossas realidades.

No domingo também é preciso fazer penitência? O que a nossa Igreja diz sobre comer ou não comer carne nas quartas e sextas-feiras da Quaresma? É obrigatório?

Vale a pena explicar o que é jejum e o que é penitência. A Igreja, por tradição, tem os dias de guarda e por tradição as sextas-feiras são dias penitenciais, então, o dia de jejum. O que é jejum? Existe uma diferença clara entre jejum e penitência; existe o jejum da Igreja que é o mais simples. Existe um livrinho do padre Jonas, chamado: ”Práticas de jejum”. O jejum é justamente se abster de uma ou de todas as refeições, em vista de algo. Na sexta-feira como é a tradição da Igreja, é normalmente um dia de se abster de carne, quanto mais a sexta-feira da Quaresma, como a Quarta-feira de Cinzas, também é um dia que nos abstemos de carne, não comemos carne, então o jejum é nessa realidade.

Conheça os tipos de jejuns recomendados:

A penitência, como já disse, é algo que você retira, que pode ser algo de alimento ou pode ser algo de atitude. Diácono, domingo é dia de jejum e de penitência, ou, não é? Domingo não é dia de jejum, mas a sua penitência você não precisa parar de fazer no domingo. Suponhamos que eu faça uma penitência quaresmal de não tomar refrigerante, imagina como seria fácil, se eu faço de segunda a sábado e no domingo eu encha a cara de refrigerante.

Como é uma penitência você pode levá-la até o fim da Quaresma. Agora jejum nós fazemos em que dia? A Igreja nos pede que o pratiquemos todas às sextas-feiras da Quaresma e, na Quaresma de uma forma geral, você o vai adaptando conforme a sua realidade e a sua saúde, como é que isso pode ser feito. Agora, domingo não é dia de fazer jejum, eu não posso domingo, por exemplo: “Ah! eu não vou almoçar porque meu coração está penitenciado”. Lembremos: Nós fazemos memória, nós celebramos o tempo que Jesus passou no deserto, nós vamos celebrar a paixão, morte e ressurreição d’Ele, mas sem nos esquecermos de que Jesus Cristo está vivo. Então, domingo é dia de celebrar a ressurreição de Jesus, seja na Quaresma ou em qualquer realidade, por isso, domingo não é dia de jejum. Mas, não ”seja sem vergonha”, você não precisa ficar suspendendo a sua penitência nos domingos não! Você pode vivê-las, tanto no tempo da Quaresma como em qualquer tempo litúrgico.