domingo, 6 de novembro de 2016

Evangelho da Solenidade de Todos os Santos

Naquele tempo, vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, e Jesus começou a ensiná-los: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados. Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus! Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus”. Mt 5,1-12a


Cultivemos a virtude da misericórdia

Na celebração de todos os santos, queremos referenciar todos aqueles que ocupam um lugar sagrado no céu, junto de Deus. Aquele lugar que Ele preparou para cada um de nós. Há uma multidão incontável de homens e mulheres, de todas as classes e nações, de todas as raças e línguas que habitam na glória celeste. Esses homens e mulheres tiveram uma vida bem-aventurada, são chamamos de santos e santas. Na verdade, a santidade é o que Deus espera de cada um de nós! Hoje, não estamos apenas recordando os santos e santas que foram canonizados, que têm títulos de santos. Lembremo-nos de nosso avô, de nossa avó, nosso pai; lembremo-nos de pessoas que eram como nós, do meio de nós que estão triunfando no céu. Exaltamos a santidade, exaltamos aqueles que levam a vida e Deus a sério, por isso recebem o prêmio da vida. O Evangelho aponta-nos quais são os santos, os bem-aventurados e as virtudes que, acima de tudo carregam em si, que nos conduzem para o céu; as virtudes que cada um de nós deve cativar e cultivar, levar com fervor em nosso coração. São elas: a pobreza evangélica; a aflição que, muitas vezes, passamos na vida; a mansidão da alma; a fome e a sede de justiça; a misericórdia de coração; a pureza da alma; a promoção da paz e da justiça e, muitas vezes, o sofrimento diante das perseguições e injustiças por causa do Reino dos Céus. Entre essas oito bem-aventuranças, gostaria de ressaltar aquela que nos conduz neste ano em que vivemos, o Santo Ano da Misericórdia. “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”. O Reino dos Céus é o Reino dos corações misericordiosos, como é o coração do Nosso Deus. Se você pesquisar a vida de qualquer santo, verá que a virtude fundamental é ter amor, paciência e muita misericórdia para com seu próximo, seu semelhante. Sobretudo, porque ele foi alcançado e abraçado pela misericórdia divina. Aquele que é alcançado pela misericórdia de Deus, age com misericórdia em relação ao seu próximo. Cultivemos a bem-aventurança da misericórdia! Ser misericordioso não é simplesmente ter uma atitude de alguém que reza clamando pela misericórdia de Deus. A primeira misericórdia que precisamos ter é a do Senhor. Mas a misericórdia que recebemos d’Ele é para usarmos uns para com os outros, ao nosso redor, convivendo na mesma casa, na mesma família, trabalhando conosco, na rua que passamos, onde vivemos, no bairro que estamos, na igreja que participamos. Como precisamos agir com misericórdia! Quem perdeu o senso da misericórdia está sempre julgando, condenando, fechando os olhos e perdendo a paciência com os limites, com as fraquezas necessidades dos outros. Quando você não tem misericórdia com alguém que padece por alguma necessidade, você julga: “Não trabalhou! Não se esforçou!”. Pode ter mil motivos, mas isso não nos dá o direito de agirmos sem misericórdia para com o outro. Quando alguém falhar conosco, ajamos com ele como gostaríamos que agissem conosco se estivéssemos na mesma situação e condição. Mesmo que muitos na vida não tenham agido com misericórdia conosco, demos o troco. A expressão ‘dar o troco’ não é fazer o mesmo, mas é dar o que é correto, o que é justo, o que é do céu e de Deus. Dê misericórdia até para que não agiu com misericórdia, porque é assim que o Senhor da misericórdia irá recebê-lo, um dia, nos Céus: pelo amor que demonstramos ao outro, pela paciência que praticamos para com o nosso próximo, pelo perdão que exercemos setenta vezes sete. Ainda que estejamos extrapolados, machucados por tudo que tenhamos vivido, que não nos falte misericórdia para agirmos com nosso próximo! A misericórdia nos santifica, coloca-nos perto de Deus e abre as portas do céu para nós! Bem-aventurados os misericordiosos, porque serão tratados e recebidos no Reino da misericórdia eterna!

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