segunda-feira, 5 de junho de 2017

Crise da água pode gerar guerra

Papa Francisco nos alerta sobre o uso consciente da água e a solidariedade para com os mais pobres. A chegada do calor nos permite usar roupas mais leves, curtir bons momentos ao ar livre, especialmente na praia. No entanto, uma preocupação, que já começa a atingir muita gente, é a falta de água. Essa questão é tão importante, que o Papa Francisco teme que possa ocasionar uma terceira guerra mundial. “A água não é gratuita, como tantas vezes pensamos. Será que o grave problema poderá nos levar a uma guerra?”, alertou o Pontífice em novembro de 2014. A declaração aconteceu ao fim de uma visita à Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em Roma, quando ele saudou os funcionários do local.


Torneira sem água

Na Encíclica Laudato Si sobre a preservação do meio ambiente, o Santo Padre reflete a questão da água no primeiro capítulo. Conhecedor das realidades que dizem respeito à vida cotidiana, o Papa destaca que “grandes cidades, que dependem de importantes reservas hídricas, sofrem períodos de carência de recurso, as quais, nos momentos críticos nem sempre são administrados com uma gestão adequada e imparcialidade”.

É impossível sustentar o desperdício

Francisco denuncia que é impossível sustentar o desperdício. “A água potável e limpa constitui uma questão de primordial importância, porque é indispensável para a vida humana e para sustentar os ecossistemas terrestres e aquáticos. As fontes de água doce fornecem os setores sanitários, agropecuários e industriais. A disponibilidade de água se manteve relativamente constante durante muito tempo, mas agora, em muitos lugares, a procura excede a oferta sustentável, com graves consequências a curto e longo prazo”, escreve o Santo Padre.

Com viagem à África marcada para novembro, Bergoglio destaca que muitos africanos não têm acesso a água potável segura ou sofrem secas que tornam difícil a produção de alimento. A má distribuição é recordada ao afirmar algumas regiões têm abundância de água e outras sofrem de grave escassez.

Os mais pobres são os que mais sofrem

A qualidade da água, diz o Papa, é um fator que deve ser levado a sério, já que os mais pobres são os que mais sofrem. “Entre os pobres, são frequentes as doenças relacionadas à água, incluindo as causadas por micro-organismos e substâncias químicas. A diarreia e a cólera, devido aos serviços de higiene e reservas de água inadequados, constituem um fator significativo de sofrimento e mortalidade infantil”, enfatiza.

Consequências da crise hídrica

Entre as consequências da crise hídrica estão o aumento do custo dos alimentos; portanto, aumento da fome. Estudos indicam impactos ainda mais sérios até se transformar numa das principais fontes de conflitos deste século. Muita gente pode considerar que o problema da falta de água é culpa apenas das grandes indústrias. É verdade, são responsáveis por lançar detergentes e produtos químicos em rios, lagos e mares, mas o problema da água é de todos nós.

Também nesses momentos difíceis é que se revelam gestos de solidariedade, respeito e amor ao próximo. Cada um faça sua parte para evitar o início de uma terceira guerra mundial. Em nosso quarteirão, bairro ou cidade, cultivemos bons hábitos como economia, reuso e ideias criativas. O diálogo é sem dúvida nosso grande aliado para uma cultura de encontro e solidariedade.

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