A presença das mulheres no momento da crucifixão é registrada pelos três
evangelistas sinóticos. Contudo, elas permanecem à distância. João, no seu evangelho,
as apresenta junto à cruz, Maria Madalena e Maria, a mãe de Jesus,
acrescentando o discípulo que Jesus amava.
Neste contexto, João introduz as duas falas de Jesus: "Mulher, eis teu
filho", à sua mãe, e "Eis a tua mãe", ao discípulo. Sua mãe está
presente neste momento final do ministério de seu filho, assim como estivera no
início, nas bodas de Caná, quando Jesus afirma que ainda não é chegada sua
hora. Jesus dirige-se a sua mãe com o termo "mulher". Com esta
expressão, repetida, Jesus irá se dirigir também à mulher samaritana, à beira
do poço, e será a expressão com que o Ressuscitado se dirigirá a Maria
Madalena, ao lado do túmulo vazio.
Agora é chegada a hora. É a hora do sinal maior: a glorificação de
Jesus, a sua fidelidade plena ao projeto do Pai, até a morte, estando garantida
a continuidade de sua missão pelas novas comunidades.
Em Maria, a mulher, temos a mãe de Deus. Maria Madalena, que sairá em busca de
Jesus no horto, como nos Cânticos dos Cânticos, representa a nova comunidade
como esposa do Ressuscitado. João, recebendo Maria como mãe, representa o
discipulado, como filhos de Deus, herdeiros da vida eterna, em Jesus.
José Raimundo Oliva - Paulinas
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