Na sexualidade se acham implicadas todas as dimensões do ser humano. Conhecer a pessoa humana em sua globalidade é definir também a sua sexualidade dentro de uma antropologia cristã. A moral cristã busca, a partir de uma antropologia cristã, conhecer e aprofundar-se no que diz respeito à sexualidade, com o objetivo de apresentar uma proposta de comportamento humano de acordo com a exigência de sua vocação humana (o chamado de Deus para viver a sexualidade conforme os valores do Reino de Deus, dentro do amor conjugal) que seja integrado, humano e humanizador.
O critério da integração autêntica de todo o sexual e, portanto, da vida sexual verdadeiramente humana, é o amor conjugal, na medida em que a sexualidade é mediação configuradora desse amor.
O amor conjugal refere-se a algo já preestabelecido, pois fundamentalmente o homem está destinado à mulher e a mulher ao homem. São seres que se complementam. A sexualidade é a inscrição, na própria carne e em todo o ser, de que os indivíduos não foram feitos para viverem isolados. É a expressão da linguagem de amor mútuo, por isso mesmo não pode ser considerada simplesmente um instinto fisiológico.
A pessoa humana se realiza no relacionamento responsável e de amor. Por ser um modo de aproximação do outro, ela pode ajudar a promover o desenvolvimento da personalidade ou bloqueá-lo. Pode, portanto, em alguns casos, criar conflitos em vez de aproximação.
A felicidade é um objeto constantemente buscado pelo homem. Não importa o que faça, todas as suas ações estão destinadas ao encontro da felicidade. Para que isso se realize de fato, o homem precisa enfrentar o desafio de educar a sua própria sexualidade, encontrar um modo de domínio sobre ela.
A plenitude pessoal alcançada pela sexualidade só pode acontecer na vida matrimonial, pois a sexualidade é a expressão do nosso modo de amar. Por ser algo de tão grande valor e dignidade, a sua desintegração (a sexualidade quando não é uma resposta ao chamado de Deus, voltada para a prostituição, estupro, pedofilia) pode ser destruidora.
Padre Mário Marcelo Coelho / Extraído do livro “Sexualidade, o que os jovens sabem e pensam...” / Canção Nova Formação
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