Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que tinha chegado a sua hora, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. Foi durante a ceia. [...] Jesus levantou-se da ceia, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a à cintura. Derramou água numa bacia, pôs-se a lavar os pés dos discípulos e enxugava-os com a toalha que trazia à cintura. Chegou assim a Simão Pedro. Este disse: “Senhor, tu vais lavar-me os pés?” [...] “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”. [...]. Jo 13,1-15
Serviço fruto do amor
Com a celebração da Ceia do Senhor iniciamos o tríduo pascal. É na última ceia de Jesus com os seus discípulos que, segundo o evangelho de João, se dá o gesto simbólico do lava-pés que repetimos na celebração eucarística. Para a literatura joanina, o tema do amor ocupa um lugar central. Especificamente, para o quarto evangelho, a paixão de Jesus é expressão do amor de Jesus pelos seus. A salvação é dom desse amor, e como tal ela precisa ser compreendida e recebida. O mal que domina o coração de Judas é uma força de sedução que distorce a realidade e atenta contra a vida (v. 2; cf. Gn 3,1ss). A resistência a permitir que Pedro lavasse os pés de Jesus é por não reconhecer no servo a figura do Messias. Mais ainda, é pela dificuldade em aceitar um Messias que tenha de passar pelo sofrimento e pela morte. A resposta de Jesus a Pedro afirma que a salvação é dom gratuito e, como tal, precisa ser recebida, e o gesto simbólico deve se traduzir como atitude permanente na vida do discípulo. Ser discípulo é ser servidor ao modo de Jesus. O gesto do lava-pés condensa toda a vida de Jesus, que “não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mt 20,28).
Carlos Alberto Contieri - Paulinas / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/
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