No Natal, festejamos o nascimento de Jesus Cristo, o dom que o Pai nos faz. Quanto bem, Deus Pai, faz para seus filhos e suas filhas! Tudo, e o melhor de tudo, Ele dá a nós, como se nada reservasse para si mesmo. Deus abre o seu coração, seu tesouro e seu segredo. Deus se aproxima de nós, de cada um de nós para nos amar, cuidar de nós, dar-se a nós e nos salvar. Mais: Ele oferece a Sua própria vida para ser nossa vida. Fomos criados para viver vida divina. Pelo próprio Deus, fomos feitos para abrigar em nosso viver o Filho, que no Natal nasce. Ele é a nossa vida, é a festa que o Céu nos dá. O que cabe a nós? A nós cabe abraçar essa vida e vivê-la. Cabe a nós deixar o Filho, que nos é dado, viver em nós, para nós e por nós.
O Natal é o acontecimento central de nossa história, pois o Verbo de Deus assume a carne humana. Agradeçamos, pois, ao Altíssimo pelo dom do seu Filho, “nascido por nós à beira do caminho e deitado numa manjedoura”. Nele, nós somos chamados a ser filhos, abençoados com toda a bênção, escolhidos para sermos santos. Alegremo-nos e exultemos, bendigamos ao Pai que tanto amou a humanidade a ponto de, na plenitude dos tempos, enviar-lhe o próprio Filho que, “no seio da santa e gloriosa Virgem Maria, recebeu carne da nossa humanidade e fragilidade”.
Viva a noite de Natal
No Natal, a noite fica clara como o dia. Nessa noite, somos chamados a cantar a simplicidade, louvar a pobreza e recomendar a humildade, e a celebrar a gratuidade divina, manifestada no Primogênito de todas as criaturas. Compreendemos que tudo vem de Deus e tudo a Ele deve retornar. Deus vem a nós para nos libertar de toda forma de escravidão, sem nada exigir, sem impor condições. Tudo fez por amor, para restaurar em nós a identidade original de filhos e filhas de Deus. Assim, livres, expropriados e interiormente pacificados, já não vemos a criação como objeto de conquista para saciar nossa ambição de poder, prazer, aparecer e ter. Seremos novamente capazes de vê-la como manifestação da gratuidade de Deus. Aqui começa a civilização do amor, vivida como fraternidade universal. E qual será nossa resposta? Nossa resposta é dar o que somos e o que recebemos como dom: misericórdia, amor, alegria e paz.
A encarnação de Jesus Cristo não só torna possível a plena comunhão com o Pai, mas também nos envolve na missão confiada ao Filho. Quem foi atingido pela beleza do amor encarnado, essas pessoa não pode viver sem o difundir. Não existe mais vocação sem missão. Somos chamados a ficar com Jesus para com Ele construir a civilização do amor, a fraternidade universal, para encher a Terra com o Evangelho de Cristo. O convite é abraçar e acolher, com todo o nosso ser, a Palavra, e fazer da missão a razão de ser de nosso existir: sejamos para os outros o que Jesus Cristo veio ser para nós.
A tarefa de nós cristãos não consiste em acumular riquezas para resolver os problemas das pessoas. Nossa tarefa consiste, sobretudo, em estar com as pessoas, e estar ali com simplicidade e humildade. Nossa missão não consiste tanto em falar de Jesus ou em transmitir alguma doutrina menos ou mais inspirada, mas testemunhar a própria vida de Jesus, refletida como num espelho e tornada sensível em nossa vida. Feliz nascimento de Cristo na sua vida e na sua família!
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