De forma solene neste domingo, dia do Senhor, põe-se fim às alusões quaresmais que nos motivaram a trilhar com o Senhor na perspectiva da conversão. Hoje podemos fazer uma revisão das epígrafes vivenciadas durantes esses domingos, ei-las: no primeiro domingo vimos: no circunscrever do tempo moderno, nossas seduções atuais são mais nítidas, (tentações) e algumas se sobressaltam: acúmulo de bens desenfreados, e exacerbados, tesouros acumulados [...]. Sim, ambos destacam-se na sociedade vigente e, afastam-nos de Deus. Mas, como libertar-nos? Almejando uma purificação, e morrendo a cada dia em nosso egoísmo. Com esta premissa partimos para a transfiguração, (segundo domingo) o, qual fundamenta um contato mais íntegro, unido ao Senhor; pois este ato, nada mais é, do que um adentrar requisitado por Cristo aos seus discípulos, de ontem e de hoje, a estar com Ele num alto monte, rezando, construindo intimidade, amizade, partilhando experiências, vida nova... Neste alvorecer, Advindo da Escritura Jesus oportuniza-nos duas chances: sermos vinhas ativas e frutíferas (terceiro domingo). Mas que tipos de vinhas? Homens-mulheres destemidos com mentalidades novas, disponíveis a proceder no Evangelho, fazendo-o sua lida diária, e consequentemente, o testemunharmos aos outros. Eis o norte a focar-nos. Neste prisma, notamos o episódio do Filho Pródigo (quarto domingo); este representa o ser humano. Ou seja, ele é pincelado sob dois modos:- egocentrismo, vaidade, ganância, soberba, a exacerbada busca do ter, ser, poder, onde essas nuances refletem o primeiro filho, detentor de uma riqueza estupenda herdada do Pai, e, por conseguinte, fora dilacerada pelo mesmo com prostitutas. Entretanto, depois de não ter mais nada, o filho volta a casa. Mas o que faz o Pai? Perdoa, o reveste das melhores estampas dando-o dignidade, colocando no caminho da vida novamente. No segundo ponto encontramos o outro irmão que sempre ajudou o pai, e, nesta senda, se revolta com a atitude, pois quando viu o irmão sendo acolhido lamentou na frente do patriarca: “eu fazia tudo e não era recompensado”.
Nesta ótica, palmilhamos numa aproximação com Cristo, almejando nossa radical mudança de vida como a própria espiritualidade quaresmal emana. Mas é cadente observarmos: nessas reflexões dominicais se enalteceu, indubitavelmente, o perdão de Deus sobre cada um de nós. Posto isso, este último quinto e último domingo, provêm de uma cena estupenda da purificação, ou seja, mais uma vez se perdura à graça divina agindo em nosso socorro; e, neste cunho, Deus continua neste Santo Tempo, nos alertando à penitência fiel que se estende até o sábado santo, para que enxerguemos o seu indulto, e renovados em sua graça, façamos atuar em nós uma nova Páscoa, que de fato seja nova, brotada de uma misericórdia dada aos seres humanos, única e exclusiva das mãos de Jesus. Enfim, nesta ânsia fitemo-nos para que, a mão purificadora de nosso Senhor sacuda-nos e configure-nos a Ele.
Texto: Cezar Silva / http://matrizdesantana.blogspot.com.br/
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