domingo, 14 de junho de 2015

Evangelho Dominical: A semente

Jesus dizia-lhes: “O Reino de Deus é como quando alguém lança a semente na terra. Quer ele esteja dormindo ou acordado, de dia ou de noite, a semente germina e cresce, sem que ele saiba como. A terra produz o fruto por si mesma: primeiro aparecem as folhas, depois a espiga e, finalmente, os grãos que enchem a espiga. Ora, logo que o fruto está maduro, mete-se a foice, pois o tempo da colheita chegou. Com que ainda podemos comparar o Reino de Deus? Com que parábola podemos apresentá-lo? É como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes. Mas, depois de semeada, cresce e se torna maior que todas as outras hortaliças, com ramos grandes a tal ponto que os pássaros do céu podem fazer seus ninhos em sua sombra”. Jesus lhes anunciava a palavra usando muitas parábolas como estas, de acordo com o que podiam compreender. Nada lhes falava sem usar parábolas. Mas, quando estava a sós com os discípulos, lhes explicava tudo. Mc 4,26-34

As parábolas do Reino

Confiança e coragem são os temas da liturgia da palavra deste domingo. Essas duas atitudes são fundamentais para levarmos a bom termo nossa vocação cristã e a missão que o Senhor nos confia. Ezequiel exerceu o seu ministério de profeta durante o exílio, no século VI a.C. Ele foi com os deportados para a Babilônia. Essa experiência, tida como um grande buraco negro da história de Israel, ameaçou profundamente a esperança de Israel e a sua confiança em Deus. A missão de Ezequiel foi a de ressuscitar a esperança e a confiança no povo exilado. A imagem do broto de cedro, que depois se torna um cedro gigante e serve de abrigo aos pássaros, visa mostrar que Deus é capaz de transformar profundamente a realidade; ele é capaz de transformar o que parece bem estabelecido, pois, para ele, “nada é impossível” (Lc 1,37). Quem confia em Deus pode ter a certeza de vencer as adversidades da vida, as dificuldades e as experiências dolorosas. Mas para isso é preciso humildade e docilidade; é necessário deixar Deus agir e esperar confiante. No trecho do evangelho de hoje, temos duas parábolas do Reino. O Reino de Deus não se circunscreve a nenhuma definição. Haverá sempre algo a dizer e a compreender dele. Por isso, a melhor forma de dizê-lo e de fazer entrar no seu mistério é a parábola. A primeira delas, própria a Marcos, apresenta que o Reino de Deus exige uma dupla atitude: empenho e espera. Empenho de semear, de tornar presente no mundo a realidade do mistério do Reino de Deus presente e revelado em Jesus Cristo. Ao mesmo tempo, o dinamismo do Reino de Deus exige perseverança na espera paciente, pois a semente plantada na terra possui o dinamismo do seu próprio crescimento, o que só acontece no curso próprio do tempo, em meio às vicissitudes da história humana. O Reino de Deus não nasce já grande e vistoso. A parábola do grão de mostarda ilustra esse contraste entre a pequenez da semente e o que ela se torna, a maior de todas as hortaliças. Para o ouvinte, a parábola é um convite à confiança e à esperança, e a entrar no dinamismo próprio do Reino de Deus.

Pe. Carlos Alberto Contieri - Paulinas / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

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