domingo, 19 de julho de 2015

Jesus encheu-se de compaixão

Os apóstolos se reuniram junto de Jesus e lhe contaram tudo o que tinham feito e ensinado. Ele disse-lhes: “Vinde, a sós, para um lugar deserto, e descansai um pouco!”. Havia, de fato, tanta gente chegando e saindo, que não tinham nem tempo para comer. Foram, então, de barco, para um lugar deserto, a sós. Muitos os viram partir e perceberam a intenção; saíram então de todas as cidades e, a pé, correram à frente e chegaram lá antes deles. Ao sair do barco, Jesus viu uma grande multidão e encheu-se de compaixão por eles, porque eram como ovelhas que não têm pastor. E começou, então, a ensinar-lhes muitas coisas. Mc 6,30-34

A compaixão abre o coração

O profeta Jeremias exerceu o seu ministério no século VI a.C., numa época particularmente difícil da história de Israel, em que Jerusalém foi sitiada, o Templo destruído e uma pequena parte da população de Judá exilada na Babilônia. O texto de Jeremias deste domingo é uma dura crítica de Deus aos pastores do seu povo, porque dispersaram e abandonaram o rebanho. Deus promete reunir ele mesmo o resto de suas ovelhas dos lugares para onde foram dispersas e, em seguida, dar a elas pastores que cuidem delas e as protejam. O oráculo de Jeremias faz referência a um sucessor de Davi que será um pastor justo e sábio e será chamado “Senhor, nossa justiça”. Esse oráculo se cumpre plenamente em Jesus, o Bom Pastor que ama as suas ovelhas a ponto de dar a vida por elas. O trecho do evangelho narra a volta dos Doze da missão para a qual foram enviados (cf. Mc 6,6b-12). A indeterminação do período de duração da missão parece querer fazer o leitor compreender que a missão se estende para além de qualquer circunscrição histórica. Depois da partilha (v. 30), os discípulos são convidados por Jesus a um lugar distante para descansar. O “descanso” é o que permite ver que é Deus quem está na origem de todo o bem feito. O descanso é dado para recordar o quanto o Senhor fez por seu povo. A proposta não pôde ser levada a termo em razão do grande número de pessoas que procuravam Jesus (cf. tb. Mc 3,20) e do sentimento que move Jesus na realização de sua missão: a “compaixão” (v. 34). A compaixão é um sentimento divino que faz agir em favor das pessoas, socorrendo-as em suas necessidades; não se confunde com a simples pena ou dó, mas abre o coração para que a pessoa ofereça o melhor de si mesma em favor dos demais. O abandono do povo por aqueles que deviam cuidar dele qual pastor cuida do seu rebanho é a causa da compaixão de Jesus (cf. v. 34; ver: Nm 27,17; 1Rs 22,17). O seu ensinamento orienta e congrega. Nosso texto serve de introdução ao relato da “multiplicação dos pães” (vv. 35-44).

Pe. Carlos Alberto Contieri - Paulinas / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

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