sábado, 8 de agosto de 2015

Eu sou o pão da vida!

Então, os judeus começaram a murmurar contra Jesus, porque ele dissera: “Eu sou o pão que desceu do céu”. Diziam: “Este não é Jesus, o filho de José? Não conhecemos nós o seu pai e sua mãe? Como pode, então, dizer que desceu do céu?”. Jesus respondeu: “Não murmureis entre vós. Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrair. E eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos Profetas: ‘Todos serão discípulos de Deus’. Ora, todo aquele que escutou o ensinamento do Pai e o aprendeu vem a mim. Ninguém jamais viu o Pai, a não ser aquele que vem de junto de Deus: este viu o Pai. Em verdade, em verdade, vos digo: quem crê, tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. Aqui está o pão que desce do céu, para que não morra quem dele comer. Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne, entregue pela vida do mundo”. Jo 6,41-51

O Senhor nos oferece o seu Corpo e o seu Sangue

A leitura do trecho do primeiro livro dos Reis narra um momento dramático da vida do profeta Elias. Depois de degolar os profetas de Baal, Elias foge da perseguição implacável da rainha Jezabel, que havia prometido matá-lo. Desanimado, pois se sente só, sem ninguém para ajudá-lo, ele deseja morrer. Deita-se debaixo de um junípero e dorme. Despertado por um mensageiro celeste para que comesse, ele vê, perto de si, pão cozido e água. Ele come e volta a deitar-se. Mas o mensageiro insiste: “Levanta-te e come! Do contrário, o caminho será longo demais”. O profeta obedeceu e aquele alimento lhe sustentou para caminhar uma enorme distância até o Monte Horeb. Esse alimento e essa bebida que Elias recebeu do céu deram a ele força para caminhar por muito, muito tempo. Considerado à luz do Novo Testamento, o episódio é uma antecipação da eucaristia. Quando nos sentimos angustiados e desanimados, o Senhor nos oferece uma comida e uma bebida extraordinários: o seu Corpo e o seu Sangue. No evangelho, temos uma discussão entre os judeus e Jesus, que disse: “Eu sou o pão que desceu do céu”. Esse pão é um alimento espiritual, um alimento para a vida eterna. Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança. Enquanto criaturas de Deus, cada um possui em si mesmo algo que o faz tender para Ele. Esse dinamismo não suplanta a liberdade do ser humano, pois o homem pode resistir à atração de Deus, como pode, livremente, ceder a essa mesma atração. Por essa inclinação, Deus nos faz viver. É o que Deus declara no livro do profeta Jeremias: “Com amor eterno eu te amei, por isso te atraí” (31,3). O Pai que nos amou primeiro é quem nos coloca no seguimento do seu Filho. Realiza a vontade de Deus quem aceita Jesus como enviado de Deus e permanece com ele. Na releitura cristã do Antigo Testamento, o maná era, como já dissemos, somente figura do pão que Deus, agora, dá ao seu povo. Nenhum alimento pode livrar quem quer que seja da morte. Somente o pão descido do céu é que livra da morte. O pão descido do céu é a carne de Jesus, isto é, a sua existência histórica e terrena, sua vida entregue para que o mundo tenha vida em plenitude. Ressuscitado dos mortos, o Senhor nos livra da morte eterna.

Pe. Carlos Alberto Contieri - Paulinas / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

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