domingo, 12 de fevereiro de 2017

Evangelho do 6º Domingo do Tempo Comum

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Eu vos digo: Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus. Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo. Ouvistes o que foi dito: ‘Não cometerás adultério’. Eu, porém, vos digo: Todo aquele que olhar para uma mulher, com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela no seu coração. Vós ouvistes também o que foi dito aos antigos: ‘Não jurarás falso’, mas `cumprirás os teus juramentos feitos ao Senhor’. Eu, porém, vos digo: Não jureis de modo algum. Seja o vosso ‘sim’: ‘Sim’, e o vosso ‘não’: ‘Não’. Tudo o que for além disso vem do Maligno”. (Mt. 5,20-22a.27-28.33-34a.37)


Precisamos cortar o ressentimento pela raiz

Nós estamos acompanhando, nesses domingos, o belo Sermão da Montanha com os ensinamentos maravilhosos de Jesus para a nossa vida e para o nosso próprio crescimento espiritual. Como é importante nos alimentarmos de cada coisa! Eu pego só elementos do Evangelho neste domingo para nós, e entre tantos pontos essenciais, pegaremos o ponto que fala do amor fraterno, porque é necessário para a nossa vida resolvermos as coisas mal resolvidas que temos em relação ao outro. O Senhor diz: “Não matarás”, mas quem de nós nunca sentiu raiva do outro? Há raiva pequena, média e raiva muito grande! Há raiva que é uma verdadeira cólera, e alguém só vai cometer a tragédia de matar o outro, porque a raiva se tornou grande, porque não foi cortada, não foi quebrada e só cresceu. Jesus está nos advertindo: não podemos deixar que a raiva, a mágoa, o ressentimento e a decepção se tornem escalas maiores, porque tudo vai crescendo dentro de nós e vamos nos tornando homicidas, mesmo que não peguemos em uma arma para fazer uma maldade com o outro, mas, às vezes, a situação cresce tanto em nós, que alguém fala: “Minha vontade é de enforcar o outro”. É preciso cortar essa vontade, é preciso ir à raiz daquilo que a originou. Onde começou? Começou ali, onde não resolvemos a ira. Não tem problema, quem é que não sente raiva de alguém? Agora, cultivar raiva é um problema gravíssimo, porque não cometemos só homicídio, cometemos até suicídio com a nossa alma quando deixamos crescer a raiva dentro de nós! Por mais que o outro provoque a raiva em nós, ela não faz tão mal a quem nos provocou, mas a quem é provocado. É preciso vencer a provocação, é preciso não se deixar provocar, é preciso, na verdade, trabalhar no interior, porque isso vai fazendo de nós pessoas descontroladas, nervosas, e então sai aquelas palavras duras, pesadas, as quais, muitas vezes, soltamos nas discussões, nas brigas e nos desentendimentos. Por que sai tanta coisa pesada, que leva a consequências que nós não queremos? Porque não resolvemos antes a cólera, a ira que entrou dentro de nós, e isso é muito sério. Vamos para diante de Deus muito bonito, muito arrumado, vamos à Missa aos domingos, levamos nossa oferta, ofertamos nosso coração, mas deixamos lá guardados a mágoa que temos, o ressentimento que temos do outro, aquilo que ele nos machucou. Não vale a pena deixar que o sol venha sobre o ressentimento que temos, porque, às vezes, queremos esquecer, mas não esquecemos; na verdade, guardamos e aquilo vai crescendo dentro de nós, vai tomando corpo, virando um embrulho dentro de nós. Às vezes, vira um câncer, porque o ressentimento por si já é um câncer. Às vezes, ele se torna tão grande, que se transforma num câncer físico dentro de nós. O que não podemos é deixar que cresça em nós qualquer raiva ou ressentimento, porque isso vai fazer mal para o nosso coração e para nossa vida.

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