segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Carnaval é prazer e alegria?

A Bíblia afirma que a alegria do coração é a vida do homem, é um inesgotável tesouro de santidade. A alegria torna mais longa a vida dele (cf. Eclo 30,22-26). São Francisco de Sales dizia que um cristão triste é um triste cristão. A alegria verdadeira brota de um coração puro, que ama a Deus e ao próximo, tem a consciência tranquila e sabe que está nas mãos do Senhor.


Diferença entre satisfação do corpo e da alma

O mundo, no entanto, confunde alegria com prazer, quando, na verdade, não são a mesma coisa. Prazer é a satisfação do corpo; alegria é a satisfação da alma. Há prazeres justos e até necessários, como o sabor que Deus colocou nos alimentos, o prazer do ato sexual do casal unido pelo matrimônio. Mas há também prazeres injustos, por isso pecaminosos, quando se busca a satisfação do corpo apenas como um fim: a bebida, o sexo fora ou antes do casamento, as drogas, as aventuras que põem a vida em risco etc.

Isso acontece quando se abusa da liberdade e se usa mal as coisas boas. Isso tem nome: libertinagem. Por exemplo, pode ser um gesto de alegria beber um copo de vinho com os amigos, mas pode se tornar um gesto de prazer desordenado se houver o abuso da bebida e se chegar à embriaguez. O mal quase sempre é o uso mau, o abuso das coisas boas. Quantos crimes e acidentes acontecem por causa dessas libertinagens!

É carnaval, tempo que para muitos se transformou em liberação de todos os instintos, busca frenética da alegria e do prazer. Mas o prazer ilícito, quando passa, deixa gosto de morte. A distorção da alegria nessa festa pode se transformar em sofrimento para a própria pessoa e para os outros, porque sabemos que o salário do pecado é a mortE (cf. Rm 6,23).

Não pense que você pode ser feliz no pecado, porque isso é ilusão. A tentação nos oferece o pecado, assim como uma maçã caramelada, mas envenenada. É mais ou menos como o terrível anzol que o peixe abocanha, porque está escondido dentro da isca. Depois de abocanhar a isca, de sentir o prazer rápido que ela lhe dá, o peixe sente o gosto da morte no anzol que o fisga.

Caminho da morte e da vida

No pecado, encontramos o caminho da morte; na virtude, encontramos o caminho da paz. Nossa vida é consequência de nossas escolhas e nossos atos. São Paulo disse claramente aos gálatas: “Não erreis, de Deus não se zomba; porque tudo o que o homem semear, isso também colherá. O que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna” (Gl 6,8).

Quem faz do período carnavalesco uma oportunidade de extravasar os baixos instintos, colherá, sem dúvida, a tristeza depois. Quem dele se aproveitar para fazer o bem, colherá a alegria. Há um ditado popular que diz assim: “Fazer o bem sem olhar a quem”. A verdadeira alegria nasce de fazer o bem. Quanto mais bem você o faz às pessoas, mais será feliz.

O pecado é perfumado e se apresenta a você na hora da sua fragilidade. Cuidado! Santo Agostinho afirmava: A sua tristeza são os seus pecados. Deixe que a santidade seja sua alegria. Eu lhe dou a receita: vigie e ore. Os pecados entram pelas janelas da alma, que são os sentidos. Então, feche seus olhos, sua boca e suas mãos se você sabe que, por meio deles, pode chegar ao pecado.

Os dias de carnaval nos oferecem grandes oportunidades para pecar, tanto nas ruas como na televisão, na internet e nos clubes. Mas não é nisso que reside a verdadeira alegria, esta pode ser encontrada no convívio saudável do lar com os filhos, na igreja, na leitura de bons livros e da Palavra de Deus, num tempo mais dedicado à oração, no ouvir uma boa pregação, num gesto de caridade a uma pessoa que precisa de você.

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