quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

E vós, quem dizeis quem eu sou?

Jesus tornou-se tão significativo para humanidade tanto quanto tentou ser ele mesmo “insignificante” no que diz respeito ao exercício da autoridade divina que lhe cabia. Ou seja, Ele não buscou os holofotes nem se usou do seu poder divino para provar ter significância, mas demonstrou sua grandeza pela sua aparente pequenez. Sua forma majestosa de ser humilde começa já de seu nascimento paradoxal; um rei que nasce numa manjedoura. Aquele que criou o espaço quase não teve espaço para nascer! Ele quebrou os conceitos do mundo sobre o poder e a majestade, buscando na fraqueza a força sendo ele Deus.


Como escreveu São Paulo aos Filipenses:

“Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fl 2,6-8).

A influência dos ensinamentos de Jesus na história engloba a todos; cristãos e não cristãos, pois foram ensinamentos que falavam a alma do ser humano, e perscrutava suas mentes e suas intenções; os corações e os seus sentimentos. Jesus exerceu muito mais influência pelo que disse do que pelos milagres que realizou. Pois os milagres são para os que creem e abrange e uma parcela menor de pessoas, mais os seus ensinos morais são para toda humanidade; para todo homem e mulher de boa vontade, pois revelam mais sua humanidade e nos faz poder está mais próximo de Deus a partir dela, sendo Ele também um “nascido de mulher” como nós. Ele não foi apenas um curador de doenças físicas e um intervencionista das leis da natureza, mas um curador de almas doentes e retificador da natureza humana pecaminosa.

Seu legado foi tão precioso e caro à humanidade, que na história nunca ninguém obteve tanta importância, a julgar pelos fatos posteriores que se seguiram ligados a sua pessoa. Pois quantos não foram aqueles que se inspiraram a seguir seus exemplos, quantos não foram os testemunhos de pessoas que tiveram grandes experiências místicas com Ele, mesmo depois de sua passagem pela Terra; quantos não foram martirizados em causa do Seu nome, e por se dizerem seguidores d’Ele. Tudo isso por alguém que fora considerado um marginal, e que fora julgado, condenado, crucificado e morto. Nunca um “morto” havia sido tão recordado e invocado para aliviar dores, para operar milagres e animar os tristes. Mas também tudo isso nos mostra que o Reino de Deus é agora, já acontecendo no meio de nós, toda vez que nos assemelhamos ao Cristo em suas atitudes. O Reino de Deus já veio e cabe a nós concretizá-lo no nosso dia-a-dia, pois Jesus já nos deu a direção. 
Jesus é o perfeito modelo do homem, antes de perder a graça. Ele é o novo Adão, como nos diz a tradição da Igreja. Sua humanidade só pode ser divina!

Por Adjair Brasiliano / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

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