sábado, 12 de março de 2016

Fraternidade e missão

A Campanha da Fraternidade em curso remete os cristãos que dela participam e apela a todas as pessoas de boa vontade ao cuidado com a nossa casa comum, a partir do intrigante tema do saneamento básico. Impressiona o fato de que se torna necessário que os responsáveis pela vida eclesiástica tenham de vir a público, quase a suplicar que alguém se desperte e tome providências efetivas quanto ao cuidado com a água, o recolhimento do lixo, o esgoto sanitário e daí por diante! São elementos tão “escondidos” até debaixo da terra, cujo cuidado já deveria ser dado por descontado pela cidadania e pelos responsáveis pela administração pública! Só que a mente precisa ser mudada para que as ações a ela correspondam. O bem dos outros e o bem comum, no qual cada um de nós está incluído, há de passar na frente do escandaloso prazer de sujar ruas e praças ou desperdiçar água ou ainda destruir o patrimônio público! Mais ainda, há de mudar a banalização da vida, vilipendiada e destruída diante dos olhos de todos.


Podemos ir mais a fundo na questão, com a coragem de perguntar ao conjunto da sociedade a respeito dos motivos para tanta inversão de valores! É que começamos a plantar há muito tempo. Quando Deus deixa de ser o centro e o polo de referência, todo o resto desmorona. O ser humano, a natureza ou qualquer outro ideal, jogam fora o próprio sentido, quando Deus é excluído! Não somos fruto do acaso. Quando a humanidade “escolheu o acaso”, gerou o individualismo, espalhou-se como relativismo, confundiu as peças do tabuleiro da sociedade e da vida! Reconstruir tudo, ajuntando os cacos, já está dando trabalho e pedirá muito esforço do conjunto da sociedade.

A Palavra de Deus e a experiência sofrida e maravilhosa dos cristãos suscitaram alguns passos. É incrível, mas começa quando paramos, tomamos consciência de nossos inúmeros erros, temos a coragem de reconhecê-los como “pecados”, descobrimos que prejudicar os outros ou a própria vida e ainda a natureza toca na raiz de nossa existência! E lá vai o pecador, arrependido e suplicante, corajoso para se enrubescer de vergonha no confessionário, pedir perdão e sair disposto a recomeçar pela enésima vez, levantar a cabeça e melhorar! Vem da sabedoria do Papa Francisco uma magnífica palavra: “A confissão não deve ser uma tortura. Todos devem sair da confissão com a alegria no coração, com o rosto radiante de esperança, mesmo se, às vezes, como sabemos, molhado pelas lágrimas da conversão e da alegria”. Sim, o mundo já mudou para melhor quando alguém começou a ser diferente!

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