domingo, 20 de março de 2016

Domingo de Ramos

Naquele tempo, toda a multidão se levantou e levou Jesus a Pilatos. Começaram então a acusá-lo, dizendo: “Achamos este homem fazendo subversão entre o nosso povo, proibindo pagar impostos a César e afirmando ser ele mesmo Cristo, o Rei”. Pilatos o interrogou: “Tu és o rei dos judeus?”.  Jesus respondeu, declarando: “Tu o dizes!”. Então Pilatos disse aos sumos sacerdotes e à multidão: “Não encontro neste homem nenhum crime”. Eles, porém, insistiam: “Ele agita o povo, ensinando por toda a Judeia, desde a Galileia, onde começou, até aqui”. Quando ouviu isto, Pilatos perguntou: “Este homem é galileu?”. Ao saber que Jesus estava sob a autoridade de Herodes, Pilatos enviou-o a este, pois também Herodes estava em Jerusalém naqueles dias. Herodes ficou muito contente ao ver Jesus, pois havia muito tempo desejava vê-lo. Já ouvira falar a seu respeito e esperava vê-lo fazer algum milagre. Ele interrogou-o com muitas perguntas. Jesus, porém, nada lhe respondeu. Os sumos sacerdotes e os mestres da Lei estavam presentes e o acusavam com insistência. Herodes, com seus soldados, tratou Jesus com desprezo, zombou dele, vestiu-o com uma roupa vistosa e mandou-o de volta a Pilatos. Naquele dia Herodes e Pilatos ficaram amigos um do outro, pois antes eram inimigos. Então Pilatos convocou os sumos sacerdotes, os chefes e o povo, e lhes disse: “Vós me trouxestes este homem como se fosse um agitador do povo. Pois bem! Já o interroguei diante de vós e não encontrei nele nenhum dos crimes de que o acusais; nem Herodes, pois o mandou de volta para nós. Como podeis ver, ele nada fez para merecer a morte. Portanto, vou castigá-lo e o soltarei”. Toda a multidão começou a gritar: “Fora com ele! Solta-nos Barrabás!”. Barrabás tinha sido preso por causa de uma revolta na cidade e por homicídio. Pilatos falou outra vez à multidão, pois queria libertar Jesus. Mas eles gritaram: “Crucifica-o! Crucifica-o!”. E Pilatos falou pela terceira vez: “Que mal fez este homem? Não encontrei nele nenhum crime que mereça a morte. Portanto, vou castigá-lo e o soltarei”. Eles, porém, continuaram a gritar com toda a força, pedindo que fosse crucificado. E a gritaria deles aumentava sempre mais. Então Pilatos decidiu que fosse feito o que eles pediam. Soltou o homem que eles queriam — aquele que fora preso por revolta e homicídio — e entregou Jesus à vontade deles. Enquanto levavam Jesus, pegaram um certo Simão, de Cirene, que voltava do campo, e impuseram-lhe a cruz para carregá-la atrás de Jesus. Seguia-o uma grande multidão do povo e de mulheres que batiam no peito e choravam por ele. Jesus, porém, voltou-se e disse: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim! Chorai por vós mesmas e por vossos filhos! Porque dias virão em que se dirá: ‘Felizes as mulheres que nunca tiveram filhos, os ventres que nunca deram à luz e os seios que nunca amamentaram’. Então começarão a pedir às montanhas: ‘Cai sobre nós! e às colinas: ‘Escondei-nos!’. Porque, se fazem assim com a árvore verde, o que não farão com a árvore seca?”. Levavam também outros dois malfeitores para serem mortos junto com Jesus. Quando chegaram ao lugar chamado “Calvário”, ali crucificaram Jesus e os malfeitores: um à sua direita e outro à sua esquerda. Jesus dizia: “Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!”. Depois fizeram um sorteio, repartindo entre si as roupas de Jesus. O povo permanecia lá, olhando. E até os chefes zombavam, dizendo:  “A outros ele salvou. Salve-se a si mesmo, se, de fato, é o Cristo de Deus, o Escolhido!”. Os soldados também caçoavam dele; aproximavam-se, ofereciam-lhe vinagre, e diziam: “Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!”. Acima dele havia um letreiro: “Este é o Rei dos Judeus”. Um dos malfeitores crucificados o insultava, dizendo: “Tu não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!”. Mas o outro o repreendeu, dizendo: “Nem sequer temes a Deus, tu que sofres a mesma condenação? Para nós, é justo, porque estamos recebendo o que merecemos; mas ele não fez nada de mal”. E acrescentou: “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado”. Jesus lhe respondeu: “Em verdade eu te digo: ainda hoje estarás comigo no Paraíso”. Já era mais ou menos meio-dia e uma escuridão cobriu toda a terra até as três horas da tarde, pois o sol parou de brilhar. A cortina do santuário rasgou-se pelo meio, e Jesus deu um forte grito: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”. Dizendo isso, expirou. O oficial do exército romano viu o que acontecera e glorificou a Deus, dizendo: “De fato! Este homem era justo!”. E as multidões, que tinham acorrido para assistir, viram o que havia acontecido e voltaram para casa, batendo no peito. Todos os conhecidos de Jesus, bem como as mulheres que o acompanhavam desde a Galileia, ficaram a distância, olhando essas coisas.

Homilia

Começamos, com a celebração de hoje, a Semana Santa da Paixão e Ressurreição gloriosa de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Não focamos a Semana Santa apenas na Paixão de Cristo, como se fosse o mistério mais alto daquilo que estamos celebrando, não passamos pela celebração da Páscoa sem passar pela Sua Paixão. Por isso, o Domingo de Ramos é rico em significados do mistério salvífico.

Jerusalém é a cidade santa, cidade da glória, cidade do Grande Rei; é lá que Ele vai celebrar Sua última Páscoa, que começa da mesma forma como termina: gloriosa, com exultação e exaltação.

Aquilo que os judeus fizeram ao Senhor, proclamando “Hosana no mais alto dos céus, bendito que vem em nome do Senhor” são as pessoas que vêm das várias partes de Israel, já O conheciam, já viram o que Ele realizou na Galileia, na Samaria, em tantos lugares que esteve presente, e reconhecem que Jesus está entrando glorioso naquela cidade. Eles O aclamam, proclamam Hosana ao Filho de Davi.

É dessa forma que o Senhor entrou em Jerusalém celeste, e dessa mesma forma voltará glorioso para o meio de nós! Jesus sabe que Sua Páscoa não para na glória, mas termina nela. Para chegar na glória definitiva, é preciso passar pela Paixão, ser fiel, cumprir na vida os desígnios amorosos de Deus e não se deixar corromper pelas tentações das facilidades, de um poder vicioso e maldoso que quer negar a obra de Deus.

Em Jerusalém, Jesus testemunha, mais do que nunca, a obra de Deus em Sua vida.

O Domingo de Ramos é também o domingo da Paixão de Cristo, onde contemplamos o Cristo que entra glorioso, mas sofre a Paixão na cruz por nossos pecados, para nos redimir e nos salvar de todos os eles.

Neste domingo, colocamos na cruz do Senhor o sofrimento de toda a humanidade e os crucificados da história. Colocamos aos Seus pés a esperança em nossa páscoa definitiva. Sabendo lidar com as paixões que sofremos diariamente na vida, os dramas que enfrentamos, as negações e traições que passamos, viveremos, no mistério da Paixão de Cristo, a redenção de nossa humanidade!

Canção Nova – Liturgia Diária / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant’Ana – http://www.matrizdesantana.blogspot.com.br/

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