terça-feira, 5 de agosto de 2014

A vontade de Deus para a vida sacerdotal

“O padre é homem de misericórdia e compaixão”. Papa Francisco

O sacerdote é “alter Christus”. São Tomás de Aquino disse que Jesus é o verdadeiro sacerdote e que os outros são seus ministros. Ontem foi dia do Cura D’Ars, patrono dos párocos. Por quê?

Primeiro, porque viveu o sacerdócio conforme a vontade de Deus, cem por cento para Deus; morreu para si mesmo. Antes de tudo era um homem de profunda oração, ficava até dez horas seguidas no Confessionário, cuidava dos pobres e doentes como se fossem o próprio Jesus. Viveu 40 anos em Ars, um lugarejo da França, nunca quis ser bispo e nem viajar. Morria por seus paroquianos e sentia que não podia perder nenhum deles para o inferno. Viveu, sofreu e morreu por eles. Viveu a santidade, e por este motivo, até cardeais de Paris vinham se aconselhar com ele. Era um modelo de piedade como todo sacerdote deve ser. E santo! Viveu só para Deus. É o que Deus quer para todos os sacerdotes: que deixem incendiar-se de amor a Deus, que deixem incendiar-se por este fogo este que o consumiu.

Se o sacerdote não tiver esse fogo do Espírito de amor a Deus, a seu Reino, a Igreja e a salvação das almas, seu sacerdócio pode se esvaziar, ficar anêmico e sem sentido. Sem isso, ele pode se deixar enganar pelas miragens encantadoras do mundo: dinheiro, conforto, carros, luxo, etc.. Querer buscar uma falsa e perigosa satisfação.

Ser sacerdote é ser conformado com Jesus Cristo, na vida e na morte. “Se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, não pode dar fruto”(Jo 12,24).

O sacerdote é pastor como Jesus, se assim não o for,  as ovelhas se dispersam e são assaltadas pelos lobos, falsos pastores e falsas doutrinas.

Certa vez, em uma de suas homilias na Casa de Santa Marta, em Roma, o Papa Francisco disse:

“Ao final das contas um bispo não é bispo para si mesmo, é para o povo; e um sacerdote não é sacerdote para si mesmo, é para o povo: está a serviço do povo, para fazer crescer, para pastorear o povo, o próprio rebanho. Para defendê-lo dos lobos”.

“É belo pensar isto! Quando neste caminho o bispo faz isto é uma bela relação com o povo, como o bispo Paulo fez com seu povo. E quando o sacerdote tem esta bela relação com o povo, dá-nos um amor: há amor entre eles, um verdadeiro amor, e a Igreja se torna unida”.

E encerra sua reflexão neste dia com essas belas palavras: “Nós temos tanta necessidade de permanecer fiéis, para sermos homens que vigiam sobre o rebanho e também sobre nós mesmos, para que nosso coração esteja sempre dirigido para o seu rebanho. E também para que o Senhor nos defenda das tentações, porque se nós formos pelos caminhos das riquezas, se formos pelo caminho da vaidade, convertemo-nos em lobos e não em pastores. Rezem por isso, leiam isto e rezem. Assim seja”. (15/05/13 – Homilia, Casa de Santa Marta)

Jesus quer o sacerdote como ele: “não tem onde reclinar a cabeça”. De fato isso não é fácil. Mas com a graça sacerdotal do sacramento da Ordem é possível. Como disse Mons. Jonas um dia: “Ou santos ou nada!”.

Prof. Felipe Aquino / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

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