sábado, 1 de novembro de 2014

Jesus é a Ressurreição e a Vida

Maria foi para o lugar onde estava Jesus. Quando o viu, caiu de joelhos diante dele e disse-lhe: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido”. Quando Jesus a viu chorar, e os que estavam com ela, comoveu-se interiormente e perturbou-se. Ele perguntou: “Onde o pusestes?” Responderam: “Vem ver, Senhor!” Jesus teve lágrimas. Os judeus então disseram: “Vede como ele o amava!” Alguns deles, porém, diziam: “Este, que abriu os olhos ao cego, não podia também ter feito com que Lázaro não morresse?” De novo, Jesus ficou interiormente comovido. Chegou ao túmulo. Era uma gruta fechada com uma pedra. Jesus disse: “Tirai a pedra!” Marta, a irmã do morto, disse-lhe: “Senhor, já cheira mal, é o quarto dia”. Jesus respondeu: “Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?” Tiraram então a pedra. E Jesus, levantando os olhos para o alto, disse: “Pai, eu te dou graças porque me ouviste! Eu sei que sempre me ouves, mas digo isto por causa da multidão em torno de mim, para que creia que tu me enviaste”. Dito isso, exclamou com voz forte: “Lázaro, vem para fora!” O que estivera morto saiu, com as mãos e os pés amarrados com faixas e um pano em volta do rosto. Jesus, então, disse-lhes: “Desamarrai-o e deixai-o ir!” Muitos judeus que tinham ido à casa de Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele. Jo 11,32-45

O sopro de Deus faz viver para além da morte

O fundamento da fé da Igreja é a ressurreição de Jesus Cristo. A celebração da memória de todos os fiéis defuntos é ocasião de suplicar a Deus a graça da fé na ressurreição de Cristo, condição para crermos na Páscoa eterna daqueles que já partiram deste mundo. É por essa razão que, neste dia de finados, a Igreja nos oferece esse trecho do capítulo 11 de João, que é uma catequese sobre a ressurreição. Nosso relato (Jo 11,1-45) é o sétimo e último sinal que Jesus realiza. Isso significa que ele é a plenitude dos sinais. A finalidade dos sinais, como de todo o evangelho, é conduzir os discípulos, o leitor do evangelho, nós todos, à fé em Jesus Cristo (cf. Jo 20,30-31). Com esse relato, o autor do evangelho prepara o leitor para entrar com esperança nos relatos da paixão, morte e ressurreição de Jesus.

O sopro de Deus faz viver para além da morte. No centro do texto do evangelho, trecho que não lemos neste dia, está a afirmação de Jesus a Marta: “Eu sou a ressurreição e a vida” (v. 25). É pela fé que se participa dessa vida nova, transfigurada. A pergunta que provoca e desafia a fé de Marta e a nossa fé é a seguinte: “Crês nisto?” (v. 26). Marta responde afirmativamente, pois ela é no relato símbolo do discípulo perfeito que põe a sua confiança no Senhor. Ante a morte há, segundo nosso texto, duas atitudes possíveis, representadas por Maria e sua irmã Marta: ficar prisioneiro do círculo da morte e do luto (Maria) ou romper com esse círculo pela adesão ao Senhor da vida (Marta). Quando Marta ouviu dizer que Jesus estava próximo, saiu correndo ao seu encontro; Maria, no entanto, permaneceu em casa, sentada, mergulhada no luto e na tristeza. A presença do Senhor suscita a esperança. Permanecer em casa é fechar-se à possibilidade da fé. Marta que crê na ressurreição de Cristo, na vida que ele dá, será para sua irmã Maria mensageira de um chamado do Senhor que a faz sair do mundo da morte para estar diante daquele que é o Senhor da vida. A pergunta que se nos impõe a partir do relato para a nossa reflexão é a seguinte: com qual das duas irmãs você se identifica? Você é portador de que mensagem?

Carlos Alberto Contieri - Paulinas / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant'Ana - http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

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