domingo, 16 de fevereiro de 2020

Evangelho do 6º Domingo do Tempo Comum

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Eu vos digo: Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus. Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo. Ouvistes o que foi dito: ‘Não cometerás adultério’. Eu, porém, vos digo: Todo aquele que olhar para uma mulher, com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela no seu coração. Vós ouvistes também o que foi dito aos antigos: ‘Não jurarás falso’, mas `cumprirás os teus juramentos feitos ao Senhor’. Eu, porém, vos digo: Não jureis de modo algum. Seja o vosso ‘sim’: ‘Sim’, e o vosso ‘não’: ‘Não’. Tudo o que for além disso vem do Maligno”. (Forma breve: Mt 5,20-22a.27-28.33-34a.37 – Forma longa: Mt 5,17-37)


A nossa justiça tem de ser a justiça de Deus

Não basta acharmos que somos justos porque todo mundo se acha justo segundo a sua própria justiça. A nossa justiça não pode ser como a do mestre da lei, dos fariseus, dos hipócritas. A nossa justiça tem de ser a justiça de Deus.

Jesus nos ensina, hoje, três coisas importantes: não adianta dizer “Eu não mato, nunca matei ninguém”; meu irmão, se você se encoleriza com o seu irmão, você já é digno do réu ou do tribunal de Deus, de ser réu no tribunal divino. Você sabe que a cólera toma conta de nós, que somos movidos pela raiva, pelo ressentimento, pelo rancor. Facilmente nos irritamos, e o coração irritado (que parte para a ira) se torna um coração destemperado e diz intempéries das mais tempestivas possíveis, saem palavras pesadas, agressivas, duras. Então, se queremos viver a justiça controlemos, em primeiro lugar, a nossa cólera.

A lei divina diz: “Não cometerás adultério”. “Graças a Deus nunca adulterei”: o outro pode estar se vangloriando disso. Meu irmão, se você já olha para o outro, se você já olha para a outra desejando-a, o adultério já entrou no seu coração. Por isso, é preciso purificar a intenção interior, purificar e vigiar o nosso próprio olhar porque estamos olhando para aquilo que é pecaminoso e que traz a impureza para dentro de nós. Então, não pode vangloriar-se de ter cometido ou não o adultério, o que precisamos é purificar o nosso olhar porque o olhar puro é o que nos mantém na pureza e na integridade de vida.

Depois, nós não precisamos jurar, nós não precisamos, de forma alguma, colocar peso na nossa palavra. O que nós precisamos é de autenticidade, é viver a verdade e parar de mentir. “Ah, são apenas pequenas mentirinhas”; “ah, foi apenas para enganar”: não existe pequena “mentirinha”, o que existe é mentira, pois, ou você é uma pessoa verdadeira, uma pessoa autêntica em todas as situações ou é autêntico segundo o seu critério de autenticidade somente quando lhe convém e as coisas lhe são favoráveis. Autêntico é autêntico, verdadeiro é verdadeiro. Aquele que comunga de qualquer mentira não é digno a ser um discípulo de Jesus. “Que o vosso sim seja sim, que o vosso não seja não”, e o que passar disso é do maligno e diabólico.

Porque há pessoas que, na sua frente, diz “sim”, nas costas diz “não”; há aquele que, quando está com você quer te agradar e falar um monte de coisas, mas quando está na sua ausência diz outras coisas. Isto é a hipocrisia do mundo: a nossa falta de autenticidade; é a justiça que nós queremos exigir dos outros, mas não somos justos nem nas nossas conversas; conversas dúbias, palavras dúbias. Um homem e uma mulher sem palavra é um homem e uma mulher sem autenticidade. E ser sem palavra é: ora dizer uma coisa aqui e outra acolá.

Que a nossa palavra aqui seja essa e, na ausência da pessoa, seja a mesma palavra, isto é, ser autêntico, pois, o que passa disso é do maligno e diabólico.

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