domingo, 28 de junho de 2020

Solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo

Naquele tempo, Jesus foi à região de Cesaréia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?”. Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”. Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?”. Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”. (Mt 16,13-19)


Pedro e Paulo nos ensinam a trabalhar pela unidade

Hoje, temos a graça de celebrar os apóstolos Pedro e Paulo, duas colunas fundamentais para a nossa fé. Homens diferentes, com têmperas diferentes, com visões de mundo e de fé diferentes, convertidos em épocas diferentes, vivendo em contextos diferentes, mas unidos em um só coração, no coração de Jesus. Quando falamos naquilo que Deus uniu, imaginamos que seja somente a união conjugal, mas Deus é aquele que une os diferentes. Como Ele une a mulher que é diferente do homem, e eles se tornam uma só realidade, Ele congrega numa mesma fé, no Seu coração, pessoas em contextos políticos, culturais e sociais diferentes. Pedro ignorante, no sentido pejorativo da palavra, um pobre pescador, tornou-se chefe da Igreja. Paulo, um homem hábil, inteligente, sábio, conhecedor como ninguém da religião judaica, convertido muito depois de Jesus já morto e ressuscitado, aquele que perseguia os cristãos, vai agora se associar a esse grupo para se tornar também um pescador e um semeador da Palavra de Deus nos corações. Métodos e formas diferentes até de encarar o próprio Evangelho não os fizeram, de forma nenhuma, distantes um do outro. Pedro, com o dom da unidade, como aquele que representa a cabeça da Igreja; e Paulo com o dom missionário, como aquele que é incansável em levar aos corações a Palavra do Senhor nosso Deus. A Igreja que precisa de Pedro e de Paulo, a Igreja que não precisa de uniformidade, a Igreja que precisa dessa diversidade de carismas, de dons, de talentos, a Igreja que precisa de todos num só coração, e que precisa, primeiro, respeitar as diferenças. No mundo onde cresce a intolerância, inclusive, no mundo religioso, como precisamos das figuras de Pedro e de Paulo, da intercessão desses homens, sobretudo, da escola de vida que vem deles! Que aprendamos a combater o bom combate como nos ensina Paulo. Mas o bom combate não é combater o outro, não é falar mal do outro, não é se colocar contra o outro. O bom combate é combatermos dentro de nós primeiro, nosso orgulho, nossa soberba e pretensão de sermos os donos da verdade e “cairmos do cavalo” como Paulo caiu para nos submetermos a Cristo Jesus. Cairmos das nossas pretensões humanas como Pedro caiu para nos submetermos a Jesus. E assim seremos, juntos, como Pedro e Paulo – de escolas diferentes, de pensamentos diferentes, de situações muito distintas – e trabalharemos com um único empenho: fazer Jesus mais conhecido, amado, adorado e exaltado. Enquanto continuarmos querendo nos promover e nos impor, não iremos evangelizar de verdade, e formaremos discípulos para pensar como nós. Pedro não fez discípulos para si, nem Paulo. Eles tinham companheiros, ajudantes, e fez de todos eles servos de Jesus Cristo, apaixonados pela cruz de Cristo. Pedro e Paulo nos ensinam a trabalhar pela unidade. Por isso, hoje, também é o Dia do Papa. Em Francisco, figura viva, que nos representa Pedro hoje, trabalhemos com empenho, com o ardor apostólico de Paulo submissos à unidade da única Igreja de Cristo.

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