quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Principais dúvidas sobre o dízimo

O que é dízimo?

Dízimo é um ato de gratidão a Deus, do qual recebemos tudo que temos. É devolução a Ele, de um pouco do que d'Ele recebemos por meio da Igreja, para que o Seu Reino aconteça entre nós. É manifestação de nosso amor a Deus e aos irmãos. É partilha dos bens que estão a nosso dispor, especialmente com os mais necessitados. Contudo com a inspiração, com que cada um vê ou percebe o dízimo, vai atribuir-lhe um significado. Assim ouve-se que é gesto de amor, de agradecimento, de expressão de fé, de solidariedade, de fraternidade, retribuição aos dons e bênçãos de Deus, manifestação de responsabilidade para com a Igreja e o plano de Deus, e outros inúmeros qualificativos que buscam defini-lo. De fato, o dízimo assume diferentes expressões em razão do que o motiva (por que o oferto?) ou de sua destinação (para que o oferto?). Mas uma palavra enfeixa, todas as suas possíveis definições: Amor. Num primeiro momento, devo reconhecer pelos dons gratuitos que recebo de Deus, a começar pela vida, pela saúde, pela inteligência, o imenso amor que ele tem por mim. Depois manifesto de forma objetiva, minha gratidão, retribuindo a ele este sentimento, em gesto concreto de amor, através dos meus irmãos.


O dízimo é, pois, uma retribuição, que fazemos a Deus de parte, do que gratuitamente d'Ele recebemos, um pouco de nós mesmos. E o que fazemos, através da Igreja, para que ela possa cumprir a missão da qual Jesus a incumbiu.

O dízimo é uma contribuição voluntária, regular, periódica e proporcional aos rendimentos recebidos, que todo batizado deve assumir como obrigação pessoal, mas também como direito em relação à manutenção da vida, da igreja local, onde vive sua fé. O dízimo é compromisso de cada cristão. Representa a aceitação consciente do dom de Deus, e a disposição fiel, de colaborar com seu projeto de felicidade para todos. Dízimo é agradecimento e partilha, já que tudo o que temos e recebemos, vem de Deus e pertence a Deus. Devolução a Deus por meio da Igreja, do pouco de muito que Ele nos dá. Contribuição para com a comunidade da qual fazemos parte pelo Batismo. Partilha que nasce do amor aos irmãos e irmãs, principalmente em relação aos empobrecidos. E o que o dízimo não é? Não é esmola, oferta ou coleta. O dízimo não deve ser uma prática filantrópica, mas um gesto religioso.

Dízimo ou oferta?

Existe uma grande diferença entre dízimo e oferta, embora ambos seja fruto de nossa fé, do nosso reconhecimento, da nossa gratidão para com Deus, da nossa generosidade, de nosso coração.

Dízimo: É devolver a Deus com fidelidade, uma parte de tudo aquilo que ele próprio nos dá como primícias da nossa renda. Quer dizer que toda vez que Ele nos dá, nós separamos as primícias, a parte consagrada a Ele e fazemos a devolução. Se a nossa renda é a colheita, nós daremos o nosso dízimo quando realizarmos nossa colheita no campo. Se a nossa renda é o nosso salário, devolvemos nosso dízimo como primeiro gesto de gratidão a Deus, logo que recebemos nosso salário. Se a nossa renda for o fruto da renda de algum bem, daremos o dízimo da nossa renda ao receber o que ganhamos, com a venda daquele bem.

Oferta: É livre, não tem momento certo. Depende da necessidade de quem solicita e da disponibilidade de quem oferece. O dízimo tem um destino certo: A Igreja de Jesus Cristo, para a realização da obra de Deus de acordo com um plano pastoral, que abrange a dimensão religiosa, social e missionária. Este plano tem continuidade, não pode sofrer interrupções, por isso deve contar com recursos regulares. É o dízimo que deve sustentar o plano pastoral da Igreja, para a realização da obra de Deus. As ofertas se destinam geralmente para a realização das obras complementares, ou para alguma emergência pessoal ou comunitária, ou ajudar o plano pastoral da Igreja, mas como acréscimo ao dízimo, que constitui a pastoral de sustentação da vida paroquial.

Dízimo, para quê?

Nosso dízimo, aquele pedacinho de  vida de cada um de nós ofertado a Deus, vai permitir que Ele se manifeste através da Igreja pela proclamação de Sua Palavra, pela sagrada Eucaristia, pelos sacramentos, pelo socorro aos carentes, pelo trabalho missionário. De tudo isso, o dizimista precisa estar sempre informado, é seu direito. Mas certamente, saber que contribuiu para que o pão e o vinho chegassem até o altar no ofertório, para, em seguida na consagração, serem transformados no corpo e sangue de Jesus Cristo, será o bastante para justificar no sacrifício do Cristo o seu próprio sacrifício de oferecer-se no seu dízimo. O dízimo aponta em seu propósito, para quatro elementos, como se fossem os quatro  pontos cardeais: para Deus, para o Próximo, para a Criação e para Nós mesmos.

Para Deus: O dízimo nos leva a reconhecer Seu soberano domínio e os benefícios que vem de Suas mãos. Deus é o proprietário do mundo e em particular daquilo que nos concedeu.

Para o próximo: Move-nos á generosidade, á prática da caridade e em muitos casos a vivência da justiça. Tem uma dimensão salvífica (MT 25-31,46). É uma amostra de nossa generosidade, que nos faz crescer por dentro, educa no amor e contribui, para a verdadeira união entre os membros da comunidade.

Para a criação: Leva a nos mostrar livres ante as coisas materiais, como tenentes de Deus na criação. Não se trata de condenar os bens materiais, mas é um convite para que caminhemos sem apegos e sem cair na escravidão do materialismo.

Para nós mesmos: Move-nos a perceber os valores transcendentes e nossas expectativas de salvação, nos permite ver o irmão necessitado. Permite que nos afastemos do pecado insaciável da ganância.

Por que a dificuldade de oferecer o dízimo?

Vivemos numa sociedade em que o dinheiro e o lucro ocupam o lugar de Deus e das pessoas. Jesus Cristo nos adverte que é impossível servir a dois senhores, adorando a Deus e ao dinheiro ao mesmo tempo. Mesmo assim há cristãos que seguem a proposta do mundo. A sociedade materialista e consumista em que vivemos, nos ensina a reter, concentrar, possuir, ter, ganhar, consumir, acumular. Somos incentivados a ter corações egoístas e fechados. O Evangelho ao contrário, nos ensina que só quem é generoso e não tem medo de repartir está,  de fato, aberto a recolher os benefícios de Deus. São dois projetos bem diferentes: a sociedade consumista e egoísta, ou,  o reino da partilha e da justiça. É preciso fazer uma escolha, entre  o Reino de Deus e  o reino do dinheiro.

Posso dar dízimo em forma de oferta ou serviços?

Deve-se combinar bem com a equipe do dízimo. Pode também ser em doações, só que a bíblia fala claro: mesmo dando um animal para sacrifício, a família não esta dispensada do dízimo. O dízimo na bíblia é sagrado e não se negocia com nada. Por isso, as coletas na Missa, não dispensam o dízimo. A bíblia é bem clara: quem pode dar 10%, deve dá-lo. Quem pode dar 10%, não deve dar 8%. Quem pode dar 5%, não deve dar 2% ou 3%.  A Igreja no Brasil pede pelo menos 1% (centésimo), mas quem pode dar mais, deve dá-lo.

O dízimo, como fazer?

O dízimo deve ser oferecido, cada vez que se recebe algo: o salário, uma doação ou o resultado de uma venda importante. Podemos dizer que o dízimo é mensal. Assim como você recebe seu salário todo mês, também mensalmente, deverá doar seu dízimo todo mês. Se o católico, não doar seu dízimo todo mês, ele dará apenas aquilo que sobrar, algumas vezes, e isso não é dízimo, mesmo em grande quantidade. A contribuição mensal do dízimo favorece a organização da pastoral do dízimo, na comunidade, na Paróquia e na Diocese. Sabendo quanto recebe mensalmente, de dízimo, a Igreja pode fazer, seus orçamentos e previsões, bem como prestar contas regularmente ao povo. O dízimo deve ser levado à igreja. Deve ser entregue na secretaria, ou a alguém da Pastoral do Dízimo, ao final das Missas e celebrações.

O dízimo, para onde vai?

O dízimo, todo ele é investido na Igreja. Uma pequena porcentagem é entregue a cúria diocesana, que esta a serviço da comunidade. O restante é dividido entre a comunidade doadora e a sede paroquial. O dízimo tem destino certo. Ele é direcionado, para seis dimensões evangelizadoras:

Litúrgica (Despesas com o culto): Toalhas, velas, flores, folhas de canto, luz, água, vinho, hóstias...

Pastoral (Despesas com as pastorais): Catequese, retiros, livros, cartazes, formações...

Comunitária (Remuneração): Dos padres, funcionários, manutenção do prédio, da casa paroquial, da secretaria...

Social (promoção humana e social): Assistência aos pobres, idosos, crianças, dependentes químicos...

Missionária (Colaboração): Com as Paróquias pobres da Diocese, e de outras Dioceses, com as missões...

Vocacional (Formação): De lideranças, como padres, ministros, catequistas, agentes de pastorais...

Dizimo, experiência de fé

O amor e generosidade têm de caracterizar a nossa contribuição. Não se contribui para se querer receber, mas porque somos gratos a Deus que nos dá tudo. O amor evidencia a nossa necessidade de querer agradecer. O dízimo é uma resposta de amor e gratidão a Deus. Cada cristão deve sentir no coração, o apelo espontâneo e se comprometer com a Igreja. O dízimo é um desafio de fé: portanto é uma oferta espontânea, comunitária, alegre e generosa, consciente e sistemática. Não é uma taxa, tributo, para alívio de consciência. Contribuindo com o dízimo, o cristão está sendo ajudado, e ajudando a sua Igreja a ser mais missionária. Está testemunhando e expressando a sua fé, e está atento as necessidades de seus irmãos mais pobres, que necessitam ser ajudados e promovidos. O dízimo que temos, é o orgulho da comunidade que somos.

A alegria de ser dizimista

Amo minha igreja, sou dizimista. Este lema nos ajuda a entender, o quanto o dízimo faz parte da vida cristã, e de como é belo e sereno participar do dízimo. Quem não vive a profundidade da fé, certamente olhará o dízimo como mais uma taxa a ser paga. De imediato, queremos saber o que teremos em troca, ou, ainda, porque desconfiamos que o dízimo seja apenas uma forma de arrecadação, desnecessária, já que a Igreja não precisa de dinheiro. Toda evangelização necessita de recursos, então o dízimo ajuda para que Jesus Cristo seja anunciado e conhecido por todos, através de diferentes pastorais. Somos obrigados a pagar muitas taxas e impostos e com isso, corremos o risco de confundir o dízimo como mais uma taxa que nos foi imposta. Porém o dízimo está presente desde o início da história do povo de Deus. Dízimo não é invenção, é sinal de fé e gratidão. Quem tem fé e sabe agradecer, tem mais alegria. Pedimos tanto a Deus, que o nosso dízimo seja portador de muita alegria e gratidão. Mais do que buscar explicações, vamos fazer a experiência de ofertar com alegria o nosso dízimo. Quem oferece o dízimo, não deve ficar triste, e nem deve ficar perdendo tempo reclamando, ou questionando, onde será aplicado. Quem participa de uma comunidade, sabe onde o dízimo é aplicado. Não podemos ter dúvidas, e nem desconfiança. O dízimo é um sinal de fé, e de amor a Igreja de Jesus, que é a nossa Igreja. Amo minha Igreja, sou dizimista. Vivo mais feliz por ofertar, um pouco do muito que Deus me concede, todos os dias.

Dízimo, pertença e co-responsabilidade

Um dia através do Batismo, ingressamos na comunidade cristã. Somos membros desta grande família de católicos do mundo inteiro. O Espírito Santo é nosso guia, é Ele quem nos torna participantes da Igreja, nos inspira para que coloquemos a serviço dos irmãos, os nossos dons e partilhemos o nosso pão. Entre tantas formas de participar da Igreja, o dízimo é uma delas. Não faz muito tempo que o dízimo passou a fazer parte das reflexões e da organização comunitária. No entanto, o dízimo acompanha a caminhada cristã desde os seus primórdios. Primeiro os hebreus, depois os cristãos, sempre ofereceram a Deus parte da colheita e outros dons para o sustento das comunidades. O dízimo é uma prática que tem sua origem na bíblia, e consequentemente, é sempre atual. Dízimo é um sinal de fé e gratidão. Quem tem fé, acolhe a palavra de Deus, participa e passa a entender o verdadeiro significado do  dízimo. No seguimento de Jesus Cristo, o dízimo não é tido como um peso, pois Deus faz muito mais por nós. Nosso "obrigado", será sempre pequeno, diante de tantas maravilhas que Ele realiza. Importa então, que o dízimo seja uma expressão de gratidão e fé. "porque faço parte da minha Igreja, ofereço o meu dízimo" quem é fiel na oferta do dízimo, faz a experiência de uma vida diferente, pois a graça de dar, gera a graça de receber. Deus ama a quem dá com alegria. Que cada um possa dizer como  tantos: "sou dizimista, amo a minha Igreja".

O dízimo e seus ideais

Individualmente em cada pessoa, como povo e Igreja, Deus quer aplicar Seu amor, bondade e partilha. E se assim, caminharmos como Igreja e no dízimo, seremos sinal de Deus no mundo, a serviço do amor, da vida e do Evangelho. Este é o objetivo tão essencial do dízimo. Veio para atender as dimensões e necessidades do homem e da Igreja: "gerar partilha, mas gerar vida". Deus não institui o dízimo para gerar dinheiro na Igreja. Ele o institui, para o bem de seu próprio povo e da Igreja. O dízimo que devolvemos a Deus, "doamos a nós mesmos", pois somos povo e participante da Igreja.

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