terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Trilhando um caminho de esperança

Compreender a solidariedade como principal agente transformador de uma sociedade desigual, excludente e desumana reforça o desejo de um ano mais justo e fraterno


Durante esta época do ano, é muito comum idealizarmos um futuro repleto de paz, felicidade, amor, saúde e, principalmente, prosperidade financeira. Somos incessantemente ludibriados pelos monopólios sociais contemporâneos, que nos impõem padrões de vida totalmente superficialistas, fundamentados na inverídica ideia de que os frutos do capitalismo são sinais plenos de felicidade e realização.

Atraídos cegamente pelo consumismo e suas práticas compulsórias, ignoramos a necessidade de cura e libertação interior, que nos aproxima do autêntico desejo de Deus para com a humanidade: “amai-vos uns aos outros”.

Quando nos preocupamos em satisfazer unicamente as nossas necessidades físicas, atraídos pelas propostas de um mundo ilusório, aderimos a uma vivência distante daquilo que realmente deveríamos exercer constantemente, a prática da partilha fraterna. O apego exagerado ao materialismo é sempre sinônimo de egoísmo, de injustiça, de desigualdade e de incapacidade de viver em comunhão.

“O desapego material faz as pessoas serem ricas diante de Deus, porque a vida do mundo passa e tudo fica por aí. A grande riqueza é a vida em todas as suas dimensões, na integridade e gratuidade diante da natureza e do Criador. A riqueza pode criar vazio, porque ela é passageira.” (Dom Paulo Mendes Peixoto)

Não é fácil experimentar “na pele” o mundo dos contrastes sociais. Mergulhar nos olhares profundos e penetrantes daqueles que se encontram marginalizados pela sociedade. Encarar uma realidade escassa, sujeita ao descaso e as formas precárias de subsistência; e mesmo assim serem detentores de uma felicidade imaculada.


Quanto custa a nossa felicidade? Roupas de marca? Veículos de luxo? Farras regadas a bebidas caras e drogas?

Enquanto esbanjamos compulsivamente, existem aqueles que sobrevivem dos bens que consumimos e descartamos, da roupa que julgamos surrada, dos brinquedos que nossos filhos simplesmente enjoam, do mobiliário fora de moda, dos alimentos impróprios para consumo, e de tudo o que classificamos como lixo.


Será que a nossa “felicidade” foi parar no lixo? Bem, certamente ela encontrou quem a reciclasse.

Um simples gesto solidário pode transformar uma realidade desigual, excludente e desumana. Feliz Ano Novo!


Por Bruno Araújo / Ação: Entrega de alimentos às famílias carentes das imediações do Lixão de Bom Jardim / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant’Ana – http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

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