quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Entrevista: Janaína Maria, mamãe de primeira viagem, fala sobre a experiência da maternidade e os desafios atuais a serem enfrentados pelas famílias cristãs

“Um presente de Deus, por intermédio de Nossa Senhora.”


A plenitude do sentido materno é resultante do amor incondicional oriundo de um dos chamados divinos mais significativos, o de ser mãe. A capacidade e o dom do gerar fazem da mulher instrumento imutável da concepção da vida humana, tornando-a portadora da esperança, da renovação e da perpetuação dos preceitos de Deus entre as gerações. Ser mãe, portanto, é ser uma mulher eternamente reverenciada pelo majestoso gesto de amor e abdicação própria em virtude da sua descendência. É aquela que, a partir de então, concebe e transmite para a eternidade uma mensagem de vida abundante, perpassando incorruptivelmente pelos desafios impostos pelo cotidiano de uma realidade nem sempre facilitadora.

Como Nossa Senhora, em seu sábio silêncio, o heroísmo materno está presente até mesmo nas pequenas ações do dia a dia. A dedicação diária é um exercício prático/contínuo da missão assumida pela mulher ao constituir uma família, Igreja Doméstica, comprometendo-se com a formação e direcionamento dos seus membros a uma vivência qualitativamente cristã.

A maternidade, dom especial de intenso contato afetivo, proporciona à mulher uma capacidade exclusiva de acolhimento do ser humano, configurando uma maior disposição ao cuidado e atenção as suas particularidades.

Quando Deus resolve se encarnar no ventre de uma mulher, Maria Santíssima, para se fazer homem e habitar entre nós, Ele coloca a mulher no papel de corredentora da humanidade, sendo também responsável pela sua obra criadora. Por isso, através da maternidade de Maria, encontramos todas as respostas plausíveis para o que significa ser mãe.

“Todas as vezes que a maternidade da mulher se repete na história humana sobre a terra, permanece sempre a aliança que Deus estabeleceu com o gênero humano mediante a maternidade da Mãe de Deus.” (Judith Dipp)

Para falar sobre a experiência da maternidade e os desafios atuais a serem enfrentados pela família cristã, recebemos a mamãe de primeira viagem, Janaína Maria dos Santos, para um bate-papo exclusivo no dia em que celebramos o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo.


Questionada sobre maternidade e temas pertinentes, Janaína Maria não hesitou em responder perguntas sobre aborto, vulgarização da mulher, educação infantil, família, dentre outros assuntos.

Confira na íntegra a entrevista com Janaína Maria:

Paróquia de Sant’Ana: Como é a sua vivência pastoral em nossa comunidade, e quais atividades missionárias você costuma exercer?

Janaína Maria: Comecei na Paróquia de Sant’Ana, aproximadamente há 7 anos, frequentando as missas aos domingos pela manhã, fazendo leituras. Logo após conheci o Grupo Línguas de Fogo e passei a frequentar também, onde aconteceram e acontecem diversas graças na minha vida. Conheci amigos de verdade. Hoje juntamente com esses amigos, faço parte da equipe de liturgia do sábado à noite.

Paróquia de Sant’Ana: Gerar uma criança é algo sublime. Que frase você definiria este momento impar em sua vida?

Janaína Maria: Um presente de Deus, por intermédio de Nossa Senhora.


Paróquia de Sant’Ana: Como/quando descobriu que estava grávida?

Janaína Maria: Assim como milhares de mulheres hoje em dia, eu fui diagnosticada, há 6 anos atrás, que tinha a Síndrome do Ovário Policístico, doença essa que impossibilita a mulher de ovular, e apenas com tratamento é possível engravidar. Quando descobri, fiquei com muito medo de também um dia não engravidar. Mas minha fé era maior que meu medo, e sempre em minhas humildes orações pedia a cura dos meus ovários a Deus e, devota de Nossa Senhora da Conceição, pedia a Ela para que um dia eu pudesse engravidar. Contudo, no dia 15 de agosto de 2014, fiz o exame Beta HCG e descobri que estava grávida. Engravidei sem tratamento e sem maiores complicações. Dia 15 de agosto é o dia da grávida e o dia da Assunção de Nossa Senhora. Interpretei que antes da Igreja celebrar esse fato na vida de Maria, ela me deu de presente meu filho, pois quando descobri eu já estava com 7 semanas de gravidez.


Paróquia de Sant’Ana: Para você, qual é o sentido da maternidade?

Janaína Maria: Ser mãe é uma dádiva de Deus. Um filho é uma joia que recebemos do Senhor para cuidar, amar, respeitar, educar... Dizer não quando for preciso, é apresentar Deus e Nossa Senhora a seu filho, é rezar juntos, é se alegrar e também chorar juntos.

Paróquia de Sant’Ana: Tendo em vista os diversos casos de violência, de qualquer natureza, que acometem os indivíduos em formação (crianças e jovens), qual o principal desafio ao educar uma criança no mundo contemporâneo?

Janaína Maria: Educar hoje implica em bater de frente com o mundo. Pois o que ensinamos aos nossos filhos, em relação aos princípios da fé, do amor, da união, da solidariedade, da integridade, o mundo tenta destruí-los, desconsiderando tudo o que aprendemos e queremos repassar para eles. Mas nunca devemos desistir da luta contra o mal, que tenta destruir as famílias. É com fé e perseverando na oração que, com as graças de Deus, venceremos.


Paróquia de Sant’Ana: Sendo ela constantemente alvo das transgressões humanas, qual a importância da família na composição social?

Janaína Maria: Família unida é a base para uma criação exemplar do filho, pois ele vai crescer vendo bons exemplos ao seu lado, vendo referências para sua vida.

Paróquia de Sant’Ana: Qual o sentido de gerar uma vida partindo de você?

Janaína Maria: Gerar uma vida é um presente, um milagre de Deus. Missão que assumimos com responsabilidade, mas uma responsabilidade boa de sentir. Pois amar, educar e cuidar faz parte dessa gestação. Estou dando todo o amor necessário, para que o meu filho sinta no meu ventre este zelo maternal.


Paróquia de Sant’Ana: Estando grávida, qual o sentimento primordial que rege a sua maternidade?

Janaína Maria: O amor, pois sempre sonhei com isto. Quando descobri que iria ser mãe, nossa! Meu coração quase saia pela boca, eu chorava e sorria simultaneamente. Sentimento esse que não se explica, apenas se sente.

Paróquia de Sant’Ana: Alguma dificuldade/provação existia/existe em sua vida, e com a chegada desta criança esta realidade mudará?

Janaína Maria: Muitas dificuldades e provações existiam, e meu filho fez por onde tudo se contornasse e melhorasse, para melhor senti-lo, amá-lo e concebê-lo.


Paróquia de Sant’Ana: Como mãe, mesmo que seja de primeira viagem, ao se deparar com crianças em situação de abandono, qual o seu sentimento?

Janaína Maria: Inconformidade! Desejo que cada um tenha um lar, uma família que os acolha. Desejo profundamente que todos sejam acolhidos com um abraço fraterno e um sorriso amoroso. Que sejam agasalhadas e alimentadas por famílias de coração cheio de amor para dar.

Paróquia de Sant’Ana: Qual a contribuição do testemunho exercido por Nossa Senhora, para uma vivência qualitativamente missionária dos fiéis?

Janaína Maria: Maria é sinal pleno das graças de Deus. É ela a quem sempre recorro nas minhas orações, pedindo sempre força e persistência na caminhada. Ela, juntamente com Seu Filho, Jesus Cristo, já realizaram diversas maravilhas na minha vida. E sei que muitas graças ainda estão por vir.


Paróquia de Sant’Ana: Ao viver em Cristo, como uma autêntica cristã, qual o testemunho que você oferece aos desanimados na fé?

Janaína Maria: Nunca percam a fé! Ore sempre para que Deus tire de você o coração de pedra e lhe dê um coração de carne, cheio do Espírito Santo, cheio do amor de Deus e de Maria. Minha gravidez foi um presente que Nosso Pai e Nossa Mãe Celestial me concederam. Mediante a minha fé, meus ovários foram curados, pois sempre acreditei que Eles me curariam.


Paróquia de Sant’Ana: Quais colocações você nos apresenta diante da vulgarização e promiscuidade da mulher, de um determinado ponto de vista, atualmente?

Janaína Maria: São pessoas que não tiveram a oportunidade de conhecer Maria como exemplo de vida e santidade. Conhecer, respeitar e obedecer a Palavra de Deus. Infelizmente, se apegam as coisas que o mundo oferece. Não tem, de fato, a coragem de renunciar as coisas do mundo e abrir seu coração para que Deus fale.

Paróquia de Sant’Ana: Qual o seu posicionamento sobre as práticas abortivas?

Janaína Maria: Aborto é a falta de amor ao próximo, a Deus e a si mesmo. É vaidade, egoísmo, irresponsabilidade e a falta de Deus no coração.


Paróquia de Sant’Ana: Deixe a sua mensagem e considerações finais aos nossos leitores.

Janaína Maria: Desejo a todos um Feliz Natal, repleto de alegria, saúde e muita paz. Que as famílias se reúnam e dividam entre si o que o Pai nos ensinou: o amor. Que todos sejam solidários com os que precisam, e sejam fiéis para com Cristo. Que em 2015 renovem sua fé, não se permitindo fraquejar na caminhada cristã. Que novos sonhos sejam realizados. Que Nossa Senhora e Papai do Céu abençoem e cuidem de todos. Amém!


Produção Geral e Finalização: Bruno Araújo / Pastoral da Comunicação da Paróquia de Sant’Ana – http://matrizdesantana.blogspot.com.br/

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